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EDITORIAL: A VOZ DO JORNAL

EDITORIAL: A VOZ DO JORNAL. Profa: Soninha. www.profasoninha.weebly.com. O EDITORIAL: - Gênero discursivo argumentativo. - Propósito: manifestar o ponto de vista de um jornal ou órgão de imprensa sobre alguma questão atual e relevante. - O “autor”: o órgão de publicação.

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EDITORIAL: A VOZ DO JORNAL

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Presentation Transcript


  1. EDITORIAL: A VOZ DO JORNAL Profa: Soninha www.profasoninha.weebly.com

  2. O EDITORIAL: • - Gênero discursivo argumentativo. • - Propósito: manifestar o ponto de vista de um jornal ou órgão de imprensa sobre alguma questão atual e relevante. • - O “autor”: o órgão de publicação. • Deve ser enfático, equilibrado e informativo. • Contexto de circulação: jornais diários (têm seus editorialistas) • Interlocução : interlocutor genérico, mas com um diferencial: procuram a análise dos fatos, não se contentam só com as informações.

  3. ESTRUTURA Introdução:Apresentação do tema para situar o leitor Desenvolvimento: Conclusão: Posicionamento do veículo de informação de modo objetivo e sem moralismos (convite à reflexão) Problematização: Como está a situação a partir das informações que motivaram o editorial Dados para ilustrar a situação Argumento de autoridade.

  4. Nota 5, e olhe lá A escola no Brasil ensina mal. Os recém-divulgados dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para 2011 mostram que o ensino público continua muito abaixo do adequado e que a situação é só um pouco melhor nas instituições particulares. Para não pintar um quadroultrapessimista, pode-se dizer que houve avanço modesto no ensino fundamental (em especial nas séries iniciais) e estagnação no médio. No fundamental 1 (até o 5º ano), a nota foi de 4,6 em 2009 para 5,0 em 2011. A escala vai até 10 e a média dos países desenvolvidos é 6. A melhoria é atribuída principalmente ao aumento das matrículas na pré-escola; a criança já chega mais preparada para aprender a ler e escrever. Ceará e Piauí, com bons programas de alfabetização, forçaram a média para cima, mas todas as unidades da Federação avançaram em relação a 2009 e cumpriram suas metas. As boas notícias acabam aí. No fundamental 2 (5º ao 9º anos), registrou-se melhora de apenas 0,1 ponto (de 4,0 a 4,1), a menor desde que o índice foi criado em 2005, e que se deve mais à redução da repetência do que a um melhor desempenho dos alunos nas provas (o Ideb combina as duas variáveis). .

  5. O desastre fica claro mesmo é no ensino médio. O Ideb geral do país subiu, mas de 3,6 para 3,7. Dez Estados pioraram seu desempenho, e sete não alcançaram a meta. O destaque positivo é o Amazonas, que investiu em tecnologia de ensino a distância para enfrentar a dispersão territorial e conseguiu ganhar 1,1 ponto de 2005 até 2011. No ensino médio também sobressaem as diferenças entre escolas públicas e privadas. No fundamental 1, as particulares ficam 1,8 ponto à frente e, no médio, 2,3. Tudo indica que as dificuldades na trajetória do aluno vão se acumulando e reforçando umas a outras, para irromper com força total no final do ciclo, o ensino médio. Pior, estudantes menos preparados ficam pelo caminho e não chegam a se matricular nesse nível. Melhorar esse quadro é condição necessária para o país equiparar-se ao grupo de nações desenvolvidas. Enxugar o currículo em favor do aprofundamento nas áreas básicas (português, matemática, ciência, geografia e história), como agora defende o Ministério da Educação, é medida sensata, mas não resolverá os problemas. Na Coreia do Sul, um exemplo de excelência, mestres do ensino básico são recrutados entre os 5% de estudantes mais bem preparados. Chegar perto disso, aqui, exigirá muito mais esforço que tirar uma reforma curricular da cartola. (Folha de São Paulo, 16/08/2012)

  6. Há quase cem anos, um adolescente mineiro foi expulso do colégio de jesuítas onde estudava. Seu nome: Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). O motivo da expulsão também ganhou notoriedade: a “insubordinação mental” de que o acusavam tornou-se, com o passar dos anos, uma das muitas distinções da biografia do poeta. Também mineiro, e com a mesma idade (17 anos) que tinha o escritor naquele episódio, o estudante Ciel Vieira “insubordinou-se”, por assim dizer, diante de uma professora de geografia do seu colégio, na cidade de Miraí, a 355 km de Belo Horizonte. A professora tinha por hábito iniciar as aulas rezando o Padre Nosso. Ateu, o estudante não acompanhou a classe na oração. A professora reagiu, dizendo ao jovem que ele não tinha Deus no coração e nunca seria nada na vida. O caso ganhou repercussão, dando respaldo à atitude do estudante que, com razão, não vê motivo para ser obrigado a rezar numa escola da rede pública. Seria mais confortável, é claro, fingir uma adesão superficial ao rito. A atitude de independência do estudante se inscreve, todavia, num clima ideológico e cultural que se diferencia dos padrões de indiferença e acomodação típicos do Brasil de algumas décadas atrás. Dos protestos contra a presença de crucifixos em repartições públicas ao questionamento judicial, por parte da União, dos critérios que devem reger o ensino religioso nas escolas, avolumam-se iniciativas para afirmar com mais nitidez o princípio da laicidade do Estado.

  7. Ao mesmo tempo, vê-se em toda parte uma tendência, se não para o fundamentalismo religioso, pelo menos no rumo de um proselitismo militante. É uma manifestação legítima, desde que não resvale para a imposição ao público de valores e práticas cuja adoção constitui matéria de foro íntimo. Denominações cristãs diversas fazem valer seu poder como mecanismos eleitorais. Bancadas parlamentares religiosas se organizaram em todos os níveis da Federação. A TV aberta promove intensamente este ou aquele credo. Por demagogia ou convicção, surgem mesmo casos em que políticos quebram explicitamente o princípio da neutralidade do Estado em questões religiosas. Foi o que aconteceu em Ilhéus, onde vereadores e prefeito tornaram obrigatória a oração do Pai Nosso nas escolas municipais. Casos assim podem parecer localizados e desimportantes. Todavia, a ideia de que o Estado não deve se imiscuir nas questões de fé tem uma relevância cada vez maior. Não se trata de uma questão de militância ateísta -o que está em jogo é a liberdade de todas as religiões, indistintamente, para conviverem de forma pacífica, sem favor nem perseguição do poder público. (Folha de São Paulo)

  8. Populismo universitário O que eu receava e já denunciara no início de junho aconteceu: o Congresso aprovou um projeto de lei que reserva 50% das vagas em universidades federais para alunos do ensino público e ainda cria um subsistema de cotas raciais. A norma deve agora ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff. A proposta é ruim e pode ter efeitos perversos. Deveria ser rejeitada até por quem apoia ações afirmativas. O primeiro problema é que ela ignora os mecanismos sociopsicológicos que fazem com que jovens de estratos sociais mais baixos se beneficiem de estudar com alunos ricos. É claro que a qualidade dos professores e a estrutura da instituição importam, mas as dinâmicas de grupo também parecem desempenhar um papel fundamental, como sustenta a psicóloga Judith Harris. A ideia central é que, se você lançar uns poucos estudantes cotistas num ambiente elitizado dizendo-lhes para nadar ou afogar-se, muitos deles conseguirão dar suas braçadas. Ou eles adotam os valores elitistas do grupo em que se encontram, ou ficam excluídos da vida social, algo a que humanos têm horror.

  9. Mas, se você atirar um número muito grande de cotistas, esse efeito da socialização pelos pares tende a dissipar-se. O risco é levar para a instituição de elite o mesmo conjunto de problemas que conspira contra a eficácia das escolas frequentadas pelas camadas menos privilegiadas. E, se isso ocorrer nas Federais, ficamos com um tremendo problema adicional, já que a quase totalidade da ciência produzida no Brasil está concentrada nas universidades estaduais de São Paulo e em meia dúzia de instituições da União. O Brasil precisa ampliar com urgência o acesso ao ensino terciário (nossas taxas de escolarização no nível superior são ridículas na comparação com outros países), mas tem de fazê-lo sem sacrificar a qualidade de suas poucas escolas de elite. Nessas horas, o populismo não ajuda. HÉLIO SCHWARTSMAN

  10. Editorial: Mapa da violência De 1981 a 2010, 176.044 crianças e adolescentes foram assassinados no Brasil. Neste período, o chamado país do futuro registrou, em média, 16 pessoas com até 19 anos de idade mortas a cada dia. A média diária ajuda a dimensionar o tamanho da tragédia, mas oculta um dado ainda mais alarmante. O número de homicídios nessa faixa etária é proporcionalmente maior atualmente do que foi no passado. Em 1980, a taxa de assassinatos de crianças e adolescentes era de 3,1 por 100 mil. Essa quantia cresceu constantemente ao longo do tempo e, em 2010, chegou a 13,8. O aumento de quase 350% em três décadas coloca o Brasil num desolador quarto lugar entre 99 países. Os dados constam do "Mapa da Violência 2012 - Crianças e Adolescentes no Brasil", pesquisa que evidencia a penúria das políticas de segurança para essa faixa etária. Nas três décadas consideradas pelo estudo, as mortes naturais nesse grupo populacional caíram de forma acentuada: em 2010, a taxa representava menos de 25% da observada em 1980. Com as curvas de mortes naturais e homicídios avançando em direções opostas, a participação dos assassinatos no total de óbitos de crianças e adolescentes saltou de 0,7% para 11,5%.

  11. Especialistas tendem a afirmar que o crescimento de mortes violentas resulta de uma série de fatores que se manifestam de forma desigual nas regiões do país. É verdade que as estatísticas evoluem de modo irregular entre os Estados, mas se repetem alguns padrões. Por exemplo, entre as seis capitais com as maiores taxas, cinco são do Nordeste. E São Paulo e Rio de Janeiro, que uma década atrás estavam entre os Estados mais violentos, melhoraram. Conjugadas, as constatações sugerem que a urbanização crescente e desordenada sob impulso de surtos econômicos tende a provocar desequilíbrios que se traduzem na segregação espacial de comunidades inteiras. A melhoria de indicadores econômicos, portanto, não basta para diminuir o número de homicídios. Sem políticas públicas adequadas, muitos jovens acabam buscando em gangues ou no crime uma forma perversa de inserção social. Com armas de fogo à mão, assassinatos nessa faixa etária são um resultado quase incontornável. Interromper essa equação lúgubre requer investimentos em ações dirigidas aos jovens. Estudos dos EUA sugerem que ações preventivas, como supervisão escolar frequente, geram economia de até 90% do que se gastaria sem elas. A falta de investimentos dessa natureza indica que, como em tantos outros casos, também neste o Brasil está despreparado para o próprio crescimento.

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