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Histórico e Fundamentos da Terapia Cognitiva Comportamental

Histórico e Fundamentos da Terapia Cognitiva Comportamental. Eliana Melcher Martins Doutoranda em Ciências pelo Depto. de Psiquiatria e Psicologia Clínica da UNIFESP Mestre em Ciências pelo Depto. de Psicobiologia da UNIFESP Especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP

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Histórico e Fundamentos da Terapia Cognitiva Comportamental

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Presentation Transcript


  1. Histórico e Fundamentos da Terapia Cognitiva Comportamental Eliana Melcher Martins Doutoranda em Ciências pelo Depto. de Psiquiatria e Psicologia Clínica da UNIFESP Mestre em Ciências pelo Depto. de Psicobiologia da UNIFESP Especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental

  2. Psicologia • Início do século XX era dualista: Objeto de estudo a Consciência Atingida pela Introspecção • Desenvolvimento das Ciências Distanciou-se das origens filosóficas Aproximou-se das Ciências naturais (Experimentais)

  3. Experimentos • Relatos de auto-observações de experiências subjetivas de sensações provocadas por estímulos apresentados aos sujeitos treinados por experimentadores dentro de certos critérios. • Essas experiências eram descritas e os experimentadores ajudavam os sujeitos a definirem, por análise, os elementos básicos que as constituíam. • Estas observações não eram replicáveis, verificáveis e de generabilidade questionável

  4. Descrições de conteúdos da Consciência não eram de grande utilidade. • Psicologia Introspectiva era apragmática. • Psicologia animal (darwinismo) mostrava as vantagens da abordagem experimental como prática das Ciências naturais.

  5. Positivismo • Expressava as conquistas e as vitórias das Ciências naturais. • Valorizava as vantagens científicas do caminho objetivo.

  6. O Positivismo Social de Auguste Comte A ciência é uma atividade do homem e o homem, um ser social, postula a natureza social do conhecimento científico, rejeita a introspecção e estabelece como critério de verdade o observável consensual, isto é, o observável partilhado e sancionado pelo outro.

  7. Eu só tenho acesso à informação que meus sentidos me trazem, não posso ter informações sobre minha consciência, cuja natureza difere da de meu corpo. É verdade que não posso negá-la, mas também não posso estudá-la. É interessante que esta influência também levou ao idealismo e ao subjetivismo: já que não tenho acesso a nada senão minhas sensações, o mundo não existe, somente minhas impressões dele, só minhas idéias são reais). O Positivismo Lógico do Círculo de Viena

  8. Operacionismo Derivado da influência do Positivismo Lógico sobre a Física: “Se somente tenho acesso às informações que meus sentidos trazem, então a linguagem pela qual expresso e estruturo essas informações é o mais importante em ciência. A definição dos conceitos é fundamental, e definir é descrever as operações envolvidas no processo de medir o conceito. Essa descrição deve ser objetiva e referir-se a termos observáveis”

  9. Psicologia Introspectiva • Chocava-se com o espírito pragmático da cultura norte americana que expressava um certo grau de darwinismo social, ou seja • Exigia uma concepção de homem que acentuasse a idéia de que todos nasciam iguais e que, no embate com os desafios do ambiente, os mais fortes ou capazes venceriam. • As experiências da vida se encarregariam de completar o que a biologia tivesse produzido, construindo – para o bem ou para o mal- cada indivíduo.

  10. Trabalhos Experimentais • Pavlov (1927) – Russia • Thorndike (1895) – EUA • Modelo a ser seguido na Psicologia

  11. Critérios destes trabalhos • Metodológico: Técnicas de investigação rigorosa e extremamente ricas para a produção de conhecimento psicológico. • Filosófico Adesão, concepção determinista, coerente com os postulados positivistas. Ambas destacavam o papel da aprendizagem na determinação do comportamento. Influenciaram Watson, apesar de sua recusa da Lei do Efeito (Thorndike) para esse tipo de interpretação.

  12. BEHAVIORISMO Foi utilizado inicialmente em 1913 em um artigo denominado “Psicologia: como os behavioristas a vêem” por John B. Watson (1878-1958). "Behavior" = "comportamento" "Um ramo experimental e puramente objetivo da ciência natural. A sua meta é a previsão e controle do comportamento...". O comportamento passou a ser objeto de estudo da Psicologia.

  13. "Por que não fazemos daquilo que podemos observar o corpo de estudo da Psicologia?" Filosofia • Estudar o comportamento por si mesmo • Opor-se ao mentalismo • Aderir ao evolucionismo biológico • Adotar o determinismo materialístico

  14. Metodologia • Usar procedimentos objetivos na coleta de dados, rejeitando a introspecção • Realizar experimentação • Realizar testes de hipótese de preferência com grupo controle • Observar consensualmente

  15. "Observação" Tornou-se um termo e uma operação fundamental para o Behaviorismo: Define a categoria "comportamento", seu objeto de estudo.

  16. BEHAVIORISMO METODOLÓGICO • Comportamento é o observável e, por definição, observável pelo outro. • Comportamento, para ser objeto de estudo do behaviorista, deve ocorrer afetando os sentidos do outro, deve poder ser contado e medido pelo outro. • Dai dizer-se que em observação o que importa é a concordância de observadores, e portanto, a necessidade de um treino rigoroso nos procedimentos de registro e análise.

  17. Mas o que é comportamento? • Comportamento não era visto como mais uma função biológica, como o respirar, o digerir. • Dentro de uma Física newtoniana mecanicista da época, todo fenômeno devia ter uma causa, e dentro da rejeição mentalista, a causa do comportamento não poderia ser a mente. Seria então algo externo ao organismo e observável, o ambiente, o estímulo. • Importante notar que, afinal, a concepção behaviorista é tão dualista quanto a posição mentalista: o corpo precisa ser animado pela alma tanto quanto o comportamento é expressão da mente ou produto da instigação do estímulo.

  18. Mas o que é comportamento? • A palavra "estímulo" veio de Pavlov. • Referia-se à troca de energia entre o ambiente e o organismo, quanto à operação realizada pelo experimentador em seu laboratório, uma parte ou mudança em parte do mundo físico que causava uma mudança no organismo ou parte do organismo, a resposta. • Essa mudança observável no organismo biológico seria o comportamento.

  19. Watson foi influenciado pelos estudos experimentais sobre o comportamento reflexo efetuados por Pavlov. • A Psicologia da época buscava um objeto mensurável e observável para estudar. • Os experimentos de Pavlov podiam ser reproduzidos em diferentes sujeitos e condições. • Tais possibilidades foram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência.

  20. Ivan Petrovich Pavlov • Russia (1849 – 1936) • Fisiologista, Físico e Psicólogo • Mais conhecido por ter descrito fenômeno do “condicionamento clássico”

  21. Reflexos condicionais • Pouco antes do século XX, Ivan Pavlov estava pesquisando a secreção digestiva de cães. • No curso desses experimentos, notou que a introdução de alimentos, na boca, resultava num fluxo de saliva, e que a mera aparição do experimentador(...) trazendo o alimento poderia também eliciar um fluxo similar.

  22. Pavlov descobriu por acaso que poderia condicionar o cão a salivar diante de um estímulo neutro

  23. Reflexos Condicionais • Foi esta visão que levou ao estudo sistemático desses comportamentos reflexos, os quais chamou de reflexos condicionais, porque eles dependiam ou eram condicionados a um evento prévio na vida do organismo. • A aparição do experimentador não eliciava originalmente a saliva. Somente após muitas aparições ele apresenta este efeito.

  24. Esta forma de behaviorismo ficou sendo conhecida por muitos como "Psicologia da contração muscular e da secreção glandular". Mas o que é comportamento? • A manipulação experimental por excelência seria a reprodução desse modelo, a operação S-R.

  25. S = > R • ESTÍMULO referia-se tanto a ação de uma fonte de energia sobre o organismo, quanto a operação realizada pelo experimentador em seu laboratório. • Esses conceitos acabaram produzindo a seqüência experimental que marcou o behaviorismo metodológico: • S = o que operacionaliza o ambiente • R = o comportamento • => a ação desencadeante ou a causa

  26. Vamos analisar 1. Eu estou falando 2. Eu escrevi esta palestra 3. Eu vejo vocês 4. Eu estou com sede 5. Eu estou com dor dente.

  27. Atenção Eu estou falando Eu escrevi esta palestra Eu vejo vocês Eu estou com sede Eu estou com dor dente

  28. Nas frases 1 e 2 (Eu estou falando)pode-se observar e obter um consenso dessas observações • Na frase 3 (Eu vejo vocês) será que existe um consenso do “meu ver”? Contradição não bem explicada pelo behaviorismo metodológico

  29. Um comportamento que em si não é observável e não poderia ser objeto de estudo do behaviorista metodológico, torna-se não obstante, fonte de dados para a construção da ciência deste behaviorista?

  30. Eu estou com dor dente. • Não apresenta evidência observável exatamente, nem produto, nem referencial externo acessível por todos. • Neste momento o Behaviorismo Metodológico se deixou contaminar pela fisiologia. "Eu posso invadir o organismo e medir o equilíbrio hídrico dos tecidos, esta medida é um indicador da minha sede." Esta medida é um indicador do equilíbrio hídrico dos tecidos do meu corpo, não da minha sensação! Não do meu comportamento de sentir! (a linguagem é insuficiente, eu deveria dizer simplesmente "do meu sentir", mas sentir está vinculado a sentir emoção, sentir estados afetivos).

  31. O behaviorista metodológico começa a escorregar nas frases 3 e 4 (eu vejo vocês/eu estou com sede) e a apresentar rachaduras em seu modelo. • Mas a verdade é que “eu sinto dor-de-dente!” Assim como vocês não podem observar o "meu ver", não podem observar "meu sentir sede", e não podem observar "meu sentir dor-de dente". • Isto contudo não torna estas sensações menos reais para mim. • Aqui começa a ficar evidente uma primeira e fundamental diferença entre o behaviorismo proposto por Skinner e aquele praticado pelos behavioristas metodológicos: • o homem é a medida de todas as coisas, não o social.

  32. Behaviorismo Radical • Praticado por B.F.Skinner e adotado por outros psicólogos: Ferster, Sidman, Schoenfeld, Catania, Hineline, Jack Michael, etc. • Constitue-se numa interpretação filosófica de dados obtidos através da investigação sistemática do comportamento (o corpo desta investigação propriamente dita é a Análise Experimental/Funcional do Comportamento). • Descreve basicamente relações funcionais entre Comportamento e Ambiente. • Rejeita o mentalismo por ser materialista, e acaba com o dualismo por acreditar que o comportamento é uma função biológica do organismo vivo. Não preciso da mente para respirar, não explico a digestão por processos cognitivos, porque explicaria o comportamento por um ou outro?

  33. Skinner é radical em dois sentidos: Negando radicalmente a existência de algo que escapa ao mundo físico, que não tenha uma existência identificável no espaço e no tempo (mente, consciência, cognição) Aceitando integralmente todos os fenômenos comportamentais.

  34. O behaviorista radical propõe dois tipos de transações entre o Comportamento e o Ambiente: a) conseqüências seletivas (que ocorrem após o comportamento e modificam a probabilidade futura de ocorrerem comportamentos equivalentes, i.e., da mesma classe); b) contextos que estabelecem a ocasião para o comportamento ser afetado por suas conseqüências (e que portanto ocorreriam antes do comportamento e que igualmente afetariam a probabilidade desse comportamento).

  35. Estas duas classes possíveis de interações são denominadas "contingências" e constituem as duas classes conceituais fundamentais para a análise do comportamento. • Relações funcionais são estabelecidas na medida em que registramos mudanças na probabilidade de ocorrência dos comportamentos que procuramos entender em relação a mudanças quer nas conseqüências, quer nos contextos, quer em ambos.

  36. Por lidarmos com explicações funcionais e não causais, o importante é coletar informações ao longo do tempo, repetidas do mesmo evento, com os mesmos personagens • (o behaviorista metodológico prefere observações pontuais em diferentes sujeitos, ou seja, o estudo em grupo, o que leva à estatística para descrever e/ou anular a variabilidade). • Para o radical isto é uma heresia, de vez que estou tentando estudar a experiência daquele sujeito. • .

  37. Ao coletarmos registros ao longo do tempo devemos comparar o sujeito consigo mesmo, sua história passada é sua linha de base. • Mas, por outro lado, indivíduos de uma mesma espécie partilham de um mesmo conjunto de contingências filogenéticas, e indivíduos com histórias passadas semelhantes podem partilhar de contingências ontogenéticas semelhantes e, portanto, para certas variáveis é possível descrever funções semelhantes para diferentes indivíduos.

  38. Rejeitando o mentalismo/cognitivismo como explicação do comportamento, e por sua posição não reducionista diante de eventos neurais, Skinner não aceita que eventos fisiológicos/neurológicos expliquem o comportamento. Estas são outras tantas funções biológicas a serem explicadas. • O comportamento é um campo de estudo em si mesmo. • Evidentemente que há interação entre essas funções do organismo, mas essa relação não é de causalidade.

  39. O behaviorismo radical é considerado um ambientalista e acusado de esvaziar o organismo, de estudar uma caixa preta... • O homem é o fenômeno de interesse, é a origem de todas as coisas, não sua interação com o universo. • Para Skinner, o organismo não é nem gerente nem iniciador de ações, é o palco onde as interações Comportamento-Ambiente de dão.

  40. O behaviorista metodológico, nega status científico às emoções, às sensações, ao pensamento e aos demais eventos privados • O behaviorista radical aceita estudar eventos internos. Skinner não separa mundo interno de mundo externo. • comportamentos não são movimentos do corpo, e sim interações entre o organismo e o ambiente. • Há dois tipos de comportamento: o respondente e o operante.

  41. RESPONDENTE • O comportamento respondente é sempre controlado pelos estímulos antecedentes à sua apresentação (um estímulo antecedente elicia ou deflagra a resposta).

  42. OPERANTE • É voluntário e engloba a ação de músculos que estão sob controle espontâneo do indivíduo; são emitidos espontaneamente e controlados pelos eventos que ocorrem após a sua apresentação.

  43. Operante • O comportamento opera no ambiente, ou seja, produz modificações no meio em que a pessoa se comporta. • Produz mudanças no organismo, adaptando-se às mudanças produzidas pelo estímulo que o eliciou.

  44. Condicionamento Respondente • Clássico ou Pavloviano • Estímulo Incondicionado (EI) funciona como estímulo reforçador do reflexo condicionado. Ex. salivação do cão de Pavlov • Extinção respondente – retirada do EI • Generalização de estímulos – vários estímulos de uma mesma classe são reforçados

  45. Condicionamento Operante • Skinneriano • Caixa de Skinner

  46. Condicionamento Operante • A este aumento na frequência da resposta chamou-se Reforçamento. Responsável pelo aumento da força do comportamento. • Estímulo – Estímulo Reforçador Positivo • Extinção Operante – cessa-se a apresentação do estímulo reforçador

  47. Condicionamento Operante • Reforçamento Negativo –comportamento aumenta quando há eliminação de estímulo • Punição – quando o comportamento diminui após a eliminação da apresentação do estímulo. • Estímulos Aversivos – envolvidos na punição e no reforçamento negativo

  48. Operante A freqüência do comportamento operante, dependerá dos eventos que o seguem, isto é, das conseqüênciasque aumentam (reforço positivo ou reforço negativo), ou das que diminuem (punição) a sua probabilidade de ocorrência.

  49. Pessoas mais atenciosas, oferecendo mais aprovação ou afeição são mais procuradas. • Permanece-se mais numa profissão quando há bons resultados • Torcedores vão mais aos jogos de seu time quando ele ganha mais. • Pessoas desagradáveis, ruas congestionadas e barulhentas são mais evitadas. • Hábito de chupar o dedo pode estar sob condições reforçadoras • Extinção da birra em crianças

  50. Observações citadas anteriormente • Tem-se a tendência de explicar por traços de personalidade a ocorrência de uma resposta como a de chupar o dedo em crianças que pode ser substituída por explicações que ressaltam variáveis situacionais sempre que uma análise comportamental adequada tenha sido efetuada.

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