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Seminário Tema: Perversão. Docente: Gerfson Oliveira Discentes: Eudaldo Medrado Ana Caroline Clariézer Oliveira. FAMEC 2012. História da Perversão.
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Seminário Tema: Perversão Docente: Gerfson Oliveira Discentes: Eudaldo Medrado Ana Caroline Clariézer Oliveira FAMEC 2012
História da Perversão O Concílio de Latrão em 1215, ao regulamentar o sacramento da penitência com ulterior desenvolvimento das técnicas da confissão, demarcava uma prática sexual oculta, desviada e que precisava ser confessada. Mas, muito antes, pelo que nos ensina a antropologia, o homem se debateu entre formas permitidas e proibidas de expressão sexual. -
século XVII Época de repressão declarada, decorrente das transformações pela ascensão da burguesia e a afirmação da família conjugal como núcleo primordial. Seria esta família a confiscadora da sexualidade que fica comprometida inteiramente com a função de reproduzir. Em torno do sexo se cala. Impõe-se como modelo, faz reinar a norma, detém a verdade, guarda o direito de falar, reservando-se o princípio do segredo.
século XVIII A sexualidade chega como uma questão de costume e, passa a ser regulamentada por um código externo ao sujeito. Na verdade, as práticas sexuais estavam reguladas por três grandes códigos: o Direito Canônico, a Pastoral Cristã e a Lei Civil.
É óbvio que os códigos não visavam privilegiar alguma forma de prazer, mas a regulagem dos pecados graves como o estupro, o adultério, o rapto, o incesto espiritual e carnal e também a sodomia ou carícia recíproca. A sexualidade desvinculada do prazer é tomada por sua finalidade essencial: a reprodução da espécie. “Todo desvio deste objetivo é considerado como uma aberração, ligada a uma degenerescência do instinto sexual natural”.
século XIX. É a partir do seu meado que a ciência começa a ensaiar teorias sobre a sexualidade humana. As primeiras intervenções ainda estão ligadas à medicina legal e visam fornecer suporte ao julgamento do sujeito que infringe as boas normas.
Cabanis em 1843 foi pioneiro, ao tomar a sexualidade não apenas ao nível das funções ontogenéticas, mas como determinante para o estabelecimento de relações interpessoais A proliferação de rótulos é acompanhada de uma adjetivação suspeita. Fala-se de ninfomania, satiríase e também de sujeitos que cometem atos monstruosos como a necrofilia, pedofilia e assassinatos sádicos. ”.
1857 Esquirol fala de “monomanias instintuais” e Morel vai enquadrá-las nas “loucuras hereditárias”, as “perversões de instintos genésicos
1935 Magnan, quase cinqüenta anos depois, retoma a questão das perversões sexuais como ligada a síndromes impulsivas e obsessivas. Ulrichs toma a homossexualidade como uma tendência natural denominada “uranismo”. 1887 Binet apresenta um trabalho intitulado “Fétichisme dans l’amour”, no qual reconhece o fator hereditário como essencial à constituição das perversões.
Freud percorreu, para estudar as perversões. Os Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905) é um trabalho didático, onde uma série de conceitos é ordenada e reordenada nos sucessivos acréscimos e notas. .
Conceituação segundo Freud Freud fez duas formulações acerca da conceituação de “perversão”, que se tornaram clássicas: 1ª É de que a neurose é o negativo da perversão,ou seja, aquilo que uma pessoa neurótica reprime e pode gratificar somente simbolicamente através de sintomas, o paciente com perversão a expressa diretamente em sua conduta sexual
2ª Freud diz que a perversão sexual resulta de uma decomposição da totalidade da pulsão sexual em seus primitivos componentes parciais, quer por fixações na detenção da evolução da sexualidade, quer por regressão da pulsão a etapas prévias à organização genital da sexualidade.
Conceito de Perversão Etimológico da palavra “perversão” deriva do verbo latino pervertere resulta de “per” + “vertere” (quer dizer: pôr às avessas, desviar..), o que significa tornar-se perverso, corromper, desmoralizar, depravar designa o ato de o sujeito perturbar a ordem ou o estado natural das coisas.
Conceito de Perversão Tem origem datada em 1444 quando utilizado no sentido de retornar ou reverter, ganhando cedo a acepção de “deplorável”, algo desprezível. Deve ser bem enfatizado é o que refere à necessidade de que se estabeleça uma distinção entre “perversão” e “perversidade”.
Estrutura da perversão (Freud) O que diferenciava uma perversão de uma neurose. A neurose é o negativo da perversão. Neurose: É sempre identificada como o resultado de um recalque patológico. Perversão: Seria exatamente o resultado da falta de recalque. perversão seria fruto da falta de elaboração das pulsões parciais.
A neurose é o negativo da perversão Freud destacou que as fantasias dos neuróticos e dos perversos são as mesmas. Diferencia a ser feita entre a neurose e a perversão se dá não pelo tipo de desejo sexual, mas por que modo este pode se expressar.
Para o neurótico, o desejo vai se expressar pela formação do sintoma que é uma formação de compromisso entre o desejo e a censura. No perverso o desejo aparece pela via da atuação, ou, dito de outro modo, o perverso age, ele encena o desejo. Enquanto o neurótico vive sua sexualidade na fantasia, o perverso a vive através da atividade, da ação.
O conceito de estrutura perversa e vai defini-la a partir deste momento em que o perverso é confrontado com a realidade da diferença entre os sexos, algo que começa a se instituir nesta fase. O perverso tem uma vivência da ordem do horror no confronto com a diferença dos sexos e nisto está a confirmação de que ele está condenado a perder o objeto do desejo (a mãe) assim como o seu pênis.
Ele não consegue reconhecer que ao renunciar à mãe, ele está abrindo as portas para o desejo por outras mulheres, ao reconhecer que há uma Lei, ele pode ter garantido para si o estatuto de sujeito desejante.
Freud duas concepções distintas sobre o termo perversão: 1ª ) Está ligada à estrutura básica da sexualidade infantil. 2ª ) Irá se reportar ao momento da Castração e do Complexo de Édipo, fortes componentes culturais na constituição do sujeito psíquico.
NaTeorias sexuais infantis (1908/1995) e, em Análise de uma fobia de um menino de cinco anos (1909/1995c), destaca a recusa da criança em aceitar a falta fálica da mãe, que resulta numa ideia fundamental à sua conceituação da perversão: a recusa da percepção infantil da castração da mãe retorna na figura da mulher com pênis, dando origem à fantasia da mulher fálica.
Lacan (1957-58/1999) Perversão como decorrente do momento em que a mãe é objeto de amor, tanto do menino, como da menina, na fase pré-edipiana. Situação imaginária, na qual o filho satisfaz totalmente a mãe. A identificação pré-genital é fálica, relacionada diretamente ao falo materno; a criança está presa no desejo do Outro e se insere na ilusão de ser ela o falo da mãe. Há uma recusa em saber da diferença sexual; o fetiche é o símbolo que dribla, engana.
Nessa recusa, o sujeito não se submete à lei paterna (simbólica), desafiando-a. Há uma insistência na transgressão que não anula a angústia de castração. O perverso recusa a castração em forma de ato: transgredindo a lei, ele descumpre o pacto edípico.
Elisabeth Roudinesco (2007), perversão é um fenômeno sexual, político, social, físico, trans-histórico, estrutural, presente em todas as sociedades humanas e questiona: O que faríamos se não mais pudéssemos designar como bodes expiatórios, ou seja, como perversos aqueles que aceitam
Freud aborda três aspectos do estudo sobre as perversões: a) Como resíduo da sexualidade infantil, ligada à fixação em certas zonas erógenas. b) Como negativo das neuroses. c) Como um estágio evolutivo normal.
Exemplo: Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância, no qual ele aborda aspectos referentes à psicossexualidade e à criatividade artística desse genial artista e sua homossexualidade, que Freud situa na primeira relação com sua mãe, desde a amamentação, o que vem a determinar uma identificação do menino com a mãe, tudo marcando o inicio da sua segunda teoria sobre as perversões.
PERVERSÕES SEXUAIS OU PARAFILIAS • São atitudes sexuais diferentes daquelas permitidas pela sociedade, sendo que as pessoas que as praticam não têm atividade sexual normal, ou seja, a sua preferência sexual "desviada" se torna exclusiva. • Tais atitudes (exceto a pedofilia) podem estar presentes em pessoas com vida sexual normal, apenas sendo uma variação da maneira de se obter prazer, sem que se caracterize um transtorno. • Para se tornar patológica essa preferência deve ser de grande intensidade e exclusiva, isto é, a pessoa não se satisfaz ou não consegue obter prazer com outras maneiras de praticar a atividade sexual.
Tipos de Parafilia • Exibicionismo – Mostrar orgãos genitais a pessoas estranhas em local público sem esboçar tentativa de ato sexual.
Tipos de Parafilia • Fetichismo – A preferência sexual está voltada para objetos, ou fantasias.
Tipos de Parafilia • Fetichismo transvéstico – O homem heterossexual utiliza roupas femininas para a própria excitação, masturbação ou o mesmo realizar o ato sexual.
Tipos de Parafilia • Frotteurismo – Para obter prazer o homem necessita tocar ou esfregar seu pênis em outra pessoa totalmente vestida.
Tipos de Parafilia • Pedofilia – Pensamentos, fantasias eróticas ou atividade sexual com crianças menores de 13 anos de idade.
Tipos de Parafilia • Masoquismo e Sadismo Sexual – O masoquista é a pessoa tem necessidade de ser submetida a sofrimento e o sadismo é a pessoa que necessita infligir sofrimento no outro.
Tipos de Parafilia • Voyeurismo – Necessidade de observar pessoas despindo-se, nuas ou em ato sexual sem que saibam que estão sendo observadas.
Tipos de Parafilia • Existem muitas outras parafilias como por exemplo: • Apotenofilia – Prazer na amputação de partes do corpo; • Necrofilia – Prazer em sexo com cadáveres; • Belonofilia – Excitação por uso de agulhas; • Clismafilia (enema) – Prazer por aplicação de líquido dentro do ânus; • Coprofilia/ Coprofagia – Excitação com o cheiro, visão ou até o contato com excrementos humanos; • Zoofilia – Prazer no sexo com animais.
O que a Psicanálise pode fazer? • Mudança na relação com o gozar.