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O “xis da questão” em divulgação científica: Como manter a precisão científica e conseguir transmitir o conteúdo em uma

O “xis da questão” em divulgação científica: Como manter a precisão científica e conseguir transmitir o conteúdo em uma linguagem adequada ao público-alvo?. Questões fundamentais: 1) Qual o público-padrão a que se dirige o texto ou a publicação de que fará parte?

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O “xis da questão” em divulgação científica: Como manter a precisão científica e conseguir transmitir o conteúdo em uma

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Presentation Transcript


  1. O “xis da questão” em divulgação científica: Como manter a precisão científica e conseguir transmitir o conteúdo em uma linguagem adequada ao público-alvo?

  2. Questões fundamentais: 1) Qual o público-padrão a que se dirige o texto ou a publicação de que fará parte? 2) O texto deve ser eminentemente sóbrio, ou é possível inserir ao menos um pouco de coloquialidade? Poderão ser usadas analogias, metáforas ou toques de humor? 3) O conjunto de leitores-padrão permite o uso de um vocabulário mais rico, mas sem ser rebuscado, ou ele terá de ser necessariamente simples – não sendo, porém, simplório?

  3. 4) Até que ponto se deve esmiuçar as explicações de teor científico ou técnico? O público terá suporte intelectual – ou tempo disponível – para explanações mais longas e detalhadas, ou preferirá descrições mais resumidas? 5) O texto será sobretudo descritivo, como é a maioria dos textos de divulgação científica, em especial os jornalísticos; narrativo, contando uma história ou episódio, verídico ou não; ou será argumentativo, buscando principalmente convencer o leitor de uma ideia ou teoria?

  4. 6) As frases ou períodos poderão ser longos, contendo um número maior de orações coordenadas e subordinadas, ou terão de ser necessariamente curtos, para facilitar a apreensão das ideias pelos leitores, em especial se forem, em sua maioria, de pouca instrução intelectual? 7) É conveniente haver inversões lógicas ao longo do texto, ou este deverá apresentar uma sequência mais linear, mais acessível a um público mais amplo?

  5. Diferentes estilos/modelos para introduzir um texto de divulgação científica O lide jornalístico (ainda que incompleto): “Cientistas franceses estão testando uma tecnologia usada em satélites e aviões para criar um coração artificial que responda melhor ao corpo humano. Até agora, o novo sistema só foi testado em animais, mas no futuro pode dar esperança de vida para pacientes, sem a necessidade de transplante.” Texto: “Pesquisadores usam tecnologia de avião para produzir coração artificial”. FolhaOnline, 29/10/08. Disponível em: http:// www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u461870.shtml.

  6. Estilo mais sofisticado (estrutura narrativa, com “quebra” do senso comum, presença de indagações e de suspense): “Um sapo esfomeado encontra um suculento besouro. Prepara-se para o ataque, espera o melhor momento, dá o bote certeiro. Cena banal, cujo fim parece definido a priori pela lei natural do mais forte. Mas o que houve? Por que a presa – tão frágil – prossegue depois o seu caminho, deixando o predador em apuros? Seria um dia da caça e não do caçador? O que ocorreu na fração de segundo em que o inseto percebeu a iminência de uma morte terrível, às portas de uma boca como nenhum de nós jamais verá igual? É o que vamos descrever. Dotado de estratégia defensiva muito peculiar, o herói da façanha é um dos chamados besouros-bombardeiros.” Texto: ZINNER, Klaus. Ciência Hoje, vol. 9, nº 54, 1989, p. 50.

  7. Presença imediata de uma pergunta: “Será possível que a percepção que os médicos têm da velhice e do envelhecimento influa sobre sua maneira de prescrever medicamentos? Isto é, ao menos, o que concluiu um estudo exploratório realizado em uma série de prédios residenciais para idosos.” Texto: FONTAINE, Laurent. “Des médecins, des personnes âgées et... beaucoup de pillules”. Interface, v. 18, nº2, março-abril 1997; apud MALAVOY, Sophie. Guia prático de divulgação científica (trad.: Bernardo Esteves). Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2005.

  8. Criação de cenário e/ou situação imaginários, com o uso do pronome “você”: “Eis o sonho: você não dormiu, seu cérebro virou mingau, você não acha as palavras e está prestes a fazer a entrevista que pode mudar sua vida. Então, engole uma pílula. Em minutos, se sente alerta e capaz de dar as respostas certas na hora certa. Isso poderá um dia virar realidade. Uma classe de drogas experimentais, as ampaquinas, pode aumentar a atividade do glutamato e inundar o cérebro com o neurotransmissor que facilita o aprendizado e a memória.” Texto: RADFORD, Tim (The Guardian). “Pílula inteligente pode salvar o dia seguinte dos insones”. O Estado de S. Paulo, seção Vida&, 13 de maio de 2005, p. A16.

  9. Relato de episódio vivido pelo cientista: “Por muito pouco o paleontólogo Jorge Ferigolo não passou batido por um pequeno osso que despontava de um afloramento de rochas em Agudo, Rio Grande do Sul, no ano 2000. Até onde ele sabia, não havia fósseis naquele local. ‘Começamos a escavar e apareceu uma mandíbula. E depois o resto’, recorda-se. Seis anos depois, o achado improvável é oficialmente descrito como o mais novo dinossauro brasileiro.” Texto: ANGELO, Claudio. “Dino ‘saci’ preenche lacuna na evolução”. Folha de S.Paulo, seção FolhaCiência, 02 de novembro de 2006, p. A17.

  10. Relato de episódio vivido pelo autor do texto, com mescla entre descrição e dissertação: “Uma das coisas mais incríveis que vi num museu está no Smithsonian Museum of Natural History, em Washington D.C.: uma cozinha em que o chão, o teto, os armários estão totalmente forrados com as milhares de baratas que seriam geradas por uma única fêmea média se toda a sua prole sobrevivesse. Temos aí uma ilustração impressionante de um dos princípios básicos da evolução darwiniana: todos os animais têm a capacidade intrínseca de se reproduzir além do necessário para a manutenção de sua população, isto é, podem se multiplicar indefinidamente de geração em geração. A ação de um sem-número de fatores, porém – predadores, suprimentos limitados de alimentos, doenças etc. –, restringe esse crescimento, mantendo as populações sob controle a maior parte do tempo.” Texto: MAY, Robert. Ciência Hoje, vol. 14, nº 80, 1992, p. 19.

  11. Menção a uma obra de arte, ou então a um artista – um escritor, por exemplo – de renome: “O escritor Guimarães Rosa menciona o buriti, palmeira típica do cerrado, a cada meia página de seu clássico ‘Grande Sertão: Veredas’. Mas, por mais íntimo que fosse da planta, provavelmente não imaginaria que cientistas da UnB (Universidade de Brasília) dariam uma função high-tech ao óleo de buriti: criar plásticos que emitem e absorvem luz – e, de quebra, biodegradáveis.” Texto: LOPES, Reinaldo José. “Óleo de buriti integra novo plástico”. Folha de S.Paulo, seção FolhaCiência, 26 de maio de 2005, p. A17.

  12. Existência de um vínculo claro entre abertura e conclusão: “Minha esposa foi acompanhada por uma parteira durante sua gravidez e deu à luz com a ajuda de uma parteira, no hospital. Durante a operação, como o trabalho do parto se prolongava, a parteira consultou o obstetra de plantão. Após discutirem, eles decidiram deixar tudo a cargo da natureza, e o bebê finalmente nasceu pela via natural. Isto não é futurologia: minha filha nasceu há dez anos. Na Dinamarca. [...] “No futuro, essa profissão não se confinará nas maternidades. (...) Um dia, então, quando chegar esse tempo, minha filha terá verdadeiramente a escolha, não apenas da pessoa que vai assisti-la, mas também do local onde vai dar à luz. No Québec.” Texto: BLAIS, Régis. “La pratique des sages-femmes au Québec”. Interface, v. 19, nº3, maio-junho 1998; apud MALAVOY, Sophie. Guia prático de divulgação científica (trad.: Bernardo Esteves). Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2005.

  13. Enfim... “Em um artigo de divulgação científica, a introdução ou o primeiro parágrafo é crucial. Seu papel é agarrar o leitor, fisgá-lo nas primeiras linhas, motivá-lo à leitura de todo o texto. [...] O ideal é abri-lo com uma imagem forte, de preferência próxima ao cotidiano das pessoas, um depoimento pessoal de impacto (se for o caso), uma analogia de interesse geral, um fato contundente ou mesmo uma passagem bem-humorada etc. A imaginação é fundamental. Portanto, lace o leitor no primeiro parágrafo.” LEITE VIEIRA, Cássio. Pequeno manual de divulgação científica: dicas para cientistas e divulgadores de ciência. São Paulo: CCS/USP, 1998, p. 15-6.

  14. Atividade 1 Redigir três hipotéticos primeiros parágrafos, para três diferentes temas ligados à ciência, com estilos ou modelos diferentes.

  15. Atividade 2 Leia o texto “O paraíso tropical e os infernos locais”. Depois, siga o roteiro de perguntas e atividades proposto abaixo: a) O texto em questão é predominantemente informativo ou opinativo? Justifique. b) Escreva três lides noticiosos a partir de quaisquer informações dispostas ao longo do texto. Dentre as questões básicas (o quê, quem, quando, onde, como, por/para quê) destes supostos lides, alguma ficaria ausente desses primeiros parágrafos? Defina também títulos para as hipotéticas matérias que seriam encabeçadas pelos respectivos lides. c) Que informações precisariam ser apuradas, aprofundadas ou aperfeiçoadas, caso fossem escritos integralmente os textos introduzidos pelos lides criados no item b deste exercício? Seria preciso fazer entrevistas? Se sim, diga com que tipo de profissional ou especialista e justifique. Que perguntas teriam de ser feitas?

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