1 / 48

Caso Clínico

Caso Clínico. Gustavo Gomes de Sá Coordenação: Elisa de Carvalho, Paulo R.Margotto Escola Superior de Ciências da Saúde /ESCS/SES/DF. HOSPITAL REGIONAL DA ASA-SUL. ADMISSÃO – 09/05/06. Identificação: AFS, 3a e 10m, ♀, parda, natural e procedente de São Sebastião DF QP: Inchaço, há 4 dias

hashim
Download Presentation

Caso Clínico

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. Caso Clínico GustavoGomesdeSá Coordenação: Elisa de Carvalho, Paulo R.Margotto Escola Superior de Ciências da Saúde /ESCS/SES/DF HOSPITAL REGIONAL DA ASA-SUL

  2. ADMISSÃO – 09/05/06 • Identificação: AFS, 3a e 10m, ♀, parda, natural e procedente de São Sebastião DF • QP: Inchaço, há 4 dias • HDA: Paciente previamente hígida, há 4 dias iniciou quadro de edema predominantemente em face, febre de 40°C e urina cor de coca-cola. Procurou a Unidade Mista de São Sebastião, onde recebeu diagnóstico de ITU e foi prescrito soro caseiro (SIC). Há 2 dias, sem melhora do quadro e com queda do estado geral, passou a apresentar dispnéia, diarréia (com 5 evacuações líquidas e escurecidas) e 1 episódio de vômito pouco volumoso e não característico. Procurou novamente a unidade, quando realizaram novos exames diagnosticando ITU e anemia. A criança foi encaminhada ao HRAS e, no caminho, começou a a apresentar petéquias e equimoses difusas por todo o corpo, torpor e dor abdominal intensa sem posição antálgica. Nega cefaléia, síncope, convulsões e sinais de irritação menígea neste período. Foi então internada no HRAS para investigação.

  3. ADMISSÃO – 09/05/06 • Revisão de Sistemas: Nega perda ponderal Refere hiporexia há 4 dias Nega sangramentos • Antecedentes: Obstétricos: Nascida de PN-AT-H, Pré-natal sem intercorrências, mãe G II- P II- A – ø APGAR 10/5’, peso ao nascer 2900g, estatura de 47cm, PC: 33cm.

  4. ADMISSÃO – 09/05/06 • Fisiológicos: Cartão vacinal em dia DNPM fisiológico • Patológicos; Nega alergia alimentar e medicamentosa, doenças comuns a infância Nega história de traumas, transfusões sangüíneas, cirurgias e internações prévias Relata IVAS tratada com amoxicilina • Familiares: Nega DM, HAS, Doença de Chagas, CA, mal-formações congênitas.

  5. ADMISSÃO – 09/05/06 • Hábitos de vida: Mora em casa de alvenaria, com 5 cômodos, com saneamento básico, habitada por 4 pessoas Dieta balanceada, rica em macro e micronutrientes, em 5 refeições diárias Pais e irmãos saudáveis Pai não-tabagista, etilista. Mãe não-tabagista e não-etilista Criança não estuda e nem freqüenta creche Não possuem animais domésticos em casa

  6. ADMISSÃO – 09/05/06 • Ao exame: REG, hidratada, hipocorada (++/4), taquidispnéica, acianótica, anictérica, TAX: 37,8°C, FR: 52 IRPM, FC: 141bpm • Ausência de linfonodos palpáveis, presença de equimoses e petéquias difusas por todo o corpo, derrame conjuntival a direita, sem abaulamentos ou retrações.

  7. ADMISSÃO – 09/05/06 • AR: Expansibilidade simétrica, MVF, S/ RA. • ACV: BNF, RCR em 2T, sopro sistólico (++/6) em bordo esternal esquerdo, sem irradiação. Ictus não palpável e não visível. • Abdome: globoso, RHA +, flácido e indolor a palpação, timpanismo difuso, sem massas palpáveis ou visceromegalias. • MMII: Edema (+/4)

  8. ADMISSÃO – 09/05/06 Conduta: • Fase rápida: 20ml de SF 0,9%/kg em 20 minutos(foram realizadas 3 etapas no total). • Ceftriaxona 100mg/kg/dia Exames solicitados: • Hemocultura • Hemograma completo • Bioquímica e eletrólitos • EAS • Raio x de tórax PA e perfil

  9. ADMISSÃO – 09/05/06

  10. ADMISSÃO – 09/05/06

  11. ADMISSÃO – 09/05/06

  12. ADMISSÃO – 09/05/06 • HD: meningoccocemia

  13. Exames de São Sebastião 08/05/2006

  14. Raio X de tórax - 09/05/2006

  15. Raio X de tórax - 09/05/2006

  16. Raio X de tórax - 09/05/2006 Laudo: • Aumento da área cardíaca. • Estase venosa pulmonar. • Derrame cisural. • Seios costo-frênicos livres. • CONCLUSÃO: Insuficiência cardíaca em descompensação.

  17. Exames Complementares • Na: 134 mEq/L • K: 3,6 mEq/L • Cl: 110 mEq/L • Ur e Cr: 59 e 0,9 mg% • TGO e TGP: 47 e 5 U/L • VHS: 45 mm

  18. Evolução 10/05/2006 • Melhora do estado geral, com edema em face e diminuição do volume abdominal. PA: 9x6 a 12x6mmHg Diurese: 2,7 ml/kg/hora SatO2: > 90% Conduta: • Restrição hidro-salina • Furosemida 13mg IV de 12/12h • Ceftriaxone 1,3 g EV (D1) • O2 sob cateter nasal a 1L/min

  19. Evolução 11/05/2006 • Melhora do estado geral, fim da diarréia e petéquias, redução do edema palpebral. SatO2: 94% Conduta: • Ceftriaxone 1,3 g EV (D2) • Furosemida 13mg IV de 12/12h • Suspenso O2

  20. Ausência de edema. PA:10x6mmHg Conduta: Mantida * Plaquetas normais na lâmina, hemácias crenadas e alguns esquizócitos. Evolução 12/05/2006

  21. Evolução 13/05/2006 • Mãe relata melhora do aspecto da urina, sem dor abdominal há 2 dias, com melhora do estado geral. • Conduta: • Suspenso ceftriaxone e furosemida • Suspenso restrição hidro-salina • Alta médica

  22. Síndrome Hemolítico-urêmica

  23. Síndrome Hemolítico-urêmica • Descrita pela primeira vez em 1955. • O que é? • Síndrome caracterizada pela tríade: anemia hemolítica microangeopática, plaquetopenia e insuficiência renal aguda.

  24. Síndrome Hemolítico-urêmica • Epidemiologia: • Distribuição mundial, com incidência de 2,1 casos/100.000 pessoas/ano. • Ocorre predominantemente no verão • Ocorre em todas as raças, mas raramente em negros. • Acomete ♂ e ♀ na mesma proporção, sendo mais grave a infecção neste último grupo. • Idade: SHU-D+ : 7 meses a 6 anos • SHU-D- : Não tem idade preferencial

  25. Síndrome Hemolítico-urêmica • Classificação: • 1. SHU típica (clássica,epidêmica ou enteropática) – está bastante associada a infecções intestinais por E. coli sorotipo 0157:H7 produtora de verotoxinas; • 2. SHU atípica (esporádica) – Não associada a história anterior de diarréia, podendo estar relacionada ao uso de drogas (ciclosporina A, anticoncepcionais orais, antineoplásicos) e Doença de Kawasaki. • 3. Hereditária – Doença autossômica

  26. Síndrome Hemolítico-urêmica • Infecção intestinal por carne mal-cozida, leite não-pasteurizado e água contaminada. • Contato pessoa a pessoa. • E. coli êntero-hemorrágica.

  27. Síndrome Hemolítico-urêmica • Fisiopatologia: Lesão vascular renal pela endotoxina, liberando substâncias vasoativas e agregantes plaquetários, levando a formação de edema e microtrombos,causando uma coagulação intravascular renal glomerular local. As hemácias que passam pelos glomérulos são deformadas ou destruídas, o que resulta na anemia microangiopática e trombocitopenia.

  28. Síndrome Hemolítico-urêmica • Fisiopatologia: • Lesão endotelial: • Toxinas Shiga-like (incluindo as toxinas da E. coli) inibem a síntese da proteína eucariótica e diretamente lesa a célula endotelial vascular. Os receptores para a toxina estão predominantemente nas células do córtex renal. • A neuroaminidase derivada de S. pneumoniae remove o ácido siálico da membrana dos eritrócitos, plaquetas e células endoteliais, expondo o antígeno Thomsen-Friedenreich, que levará a aglutinação das células e lesão endotelial.

  29. Síndrome Hemolítico-urêmica • Fisiopatologia: • Agregação plaquetária: É o maior constituinte do microtrombo da SHU, porém não se sabe se ocorre devido lesão endotelial ou uma anormalidade plaquetária primária. • Sabe-se: Ocorre  do antígeno Von Willebrand (ativa e promove a agregação plaquetária) . • Papel do sistema imunológico: obscuro.

  30. Eritrócitos normais Eritrócitos deformados Síndrome Hemolítico-urêmica

  31. Síndrome Hemolítico-urêmica Microangiopatia trombótica à biópsia renal, contendo agregantes plaquetários e fibrina.

  32. Síndrome Hemolítico-urêmica Quando suspeitar: • Pré-escolar com anemia súbita, petéquias e oligúria com antecedente de diarréia sanguinolenta.

  33. Síndrome Hemolítico-urêmica Seqüência Clínica: • Criança de 1 a 5 anos, previamente saudável, no verão. • Diarréia aquosa • Evolui para diarréia sanguinolenta com dor abdominal (colite hemorrágica) • Após 5-7 dias, palidez súbita com ou sem icterícia (hemólise) e petéquias (plaquetopenia) • Após alguns dias, oligúria (IRA) com uremia • Manifestações extra-renais (neurológicas e febre).

  34. Síndrome Hemolítico-urêmica Manifestações Clínicas: • Fase prodrômica • Fase aguda • Fase crônica Qualquer órgão pode ser acometido

  35. Síndrome Hemolítico-urêmica Manifestações Clínicas: Fase prodrômica - 2 a 14 dias • Diarréia (geralmente com sangue e muco) • Dor abdominal intensa • Palidez • Febre baixa • Vômitos • Irritabilidade

  36. Síndrome Hemolítico-urêmica Manifestações Clínicas: Fase aguda – 1 a 2 meses Pode haver período de 1 a 5 dias sem sintomas e, após, comprometimento renal e hematológico. Renais: oligúria/anúria (60% dos casos), HAS, hematúria macroscópica, edema, ICC. Hematológicas: palidez cutâneo-mucosa, petéquias, púrpuras, equimoses, hemorragia digestiva, icterícia, TS prolongado na punção venosa.

  37. Síndrome Hemolítico-urêmica Manifestações Clínicas: Fase aguda: Neurológicas: Irritabilidade, sonolência, letargia, nistagmo, tremores, paralisias transitórias, convulsão (focal ou generalizada) e coma. Cardiorrespiratórias: edema, dispnéia, cardiomegalia, hepatomegalia, taquicardia, HAS. Pancreáticas: Pancreatite, DM insulinodependente, disfunção exócrina. Hepáticas: Disfunção hepatocelular leve e transitória. Outras raramente: Rabdomiólise, necrose cutânea, parotidite, colelitíase, infarto de retina.

  38. Síndrome Hemolítico-urêmica Manifestações Clínicas: Fase crônica: Seqüelas renais crônicas Seqüelas crônicas não renais: • Encefalopatia crônica – 5% • Infarto intestinal ,necessitando de colostomia – 2% • Estenose intestinal • DM – 8% • Disfunção pancreática exócrina < 1%

  39. Síndrome Hemolítico-urêmica Diagnóstico laboratorial: • Hemograma: anemia intensa (Hb 4 a 6g/dL), trombocitopenia (10x10³ a 100x10³), leucocitose. • Lamina de sangue periférico: esquisócitos, reticulocitose. • Teste de Cooms: SHU típica – negativo e SHU atípica – positivo. • EAS: Hematúria, proteinúria, cilindrúria.

  40. Síndrome Hemolítico-urêmica Diagnóstico laboratorial: Bioquímica: • ↑LDH (anemia hemolítica) • ↑ BI (hemólise intensa) • ↑ Uréia e creatinina • Hipercalemia (↓TFG, acidose metabólica e hemólise) • Hiponatremia (dilucional) • Hiperfosfatemia • Hipoalbuminemia • Outros: ↑colesterol, triglicerídeos, lipídios totais, ácido úrico, transaminases, lipase e amilase, glicose.

  41. Síndrome Hemolítico-urêmica Diagnóstico diferencial: • Fase prodrômica: Doença inflamatória intestinal, abdome agudo • Fase aguda: Púrpura Trombocitopênica Trombótica, sepse com CIVD

  42. Síndrome Hemolítico-urêmica • Manejo terapêutico • Tratamento de suporte. • Tratamento específico. • Diálise

  43. Síndrome Hemolítico-urêmica • Tratamento de suporte: • Equilíbrio Hidroeletrolítico Restrição hídrica, de sódio e potássio. Monitorar e tratar hipercalemia prontamente. • Anemia Transfusão de concentrado de hemácias – 5 a 10 ml/kg, lentamente, se Ht < 15% ou Hg < 6g/dL. • Trombocitopenia Somente em sangramento grave, pré-op, procedimentos invasivos.

  44. Síndrome Hemolítico-urêmica • Tratamento de suporte: • HAS Nifedipina: 0,25 a 0,5 mg/kg/dose VO 6/6 h a 2/2 h Hidralazina: 0,2 mg/kg/dose IV 6/6 h Nitroprussiato de sódio (HAs grave): 0,5-8mg/kg/min, IV, inf. Contínua. • Convulsão Benzodiazepínico e manutenção com fenobarbital ou fenitoína. • Suporte Nutricional

  45. Síndrome Hemolítico-urêmica • Tratamento específico: • Plasma fresco congelado: 30 a 40 ml/kg/dia no primeiro dia e, após, 10 a 20 ml/kg/dia. Indicações: Adultos, comprometimento neurológico, formas recorrentes. Restante controverso. Contra-indicado em SHU pneumocócica (presença de anticorpos anti-T no plasma). • Plasmaférese: Mesmas indicações • Prostaciclina e Antioxidantes (vitamina E): Podem ser benéficos, mas há necessidade de maiores estudos.

  46. Síndrome Hemolítico-urêmica • Tratamento dialítico A diálise peritonial é a mais indicada. Indicações: • Sobrecarga hídrica • Distúrbios eletrolíticos e ácido-básicos severos, refratários ao tto conservador • Uremia • Hiperuricemia • Elevação rápida da Ur e |Cr, sem perspectiva de recuperação imediata.

  47. Síndrome Hemolítico-urêmica Evolução e prognóstico: A melhora do prognóstico depende do cuidadoso manejo de líquidos e de eletrólitos e indicação precoce de diálise. • Mortalidade precoce: 5%. • Desenvolve IRC e requer diálise permanente: 5% • Pode haver recuperação completa inicial e aparecimento de complicações anos depois. • Insuficiência renal crônica em 10-15% com necessidade de tratamento conservador. • Biópsia renal não é necessária para o diagnóstico, mas pode predizer o prognóstico (necrose cortical renal focal indica futura IRC).

  48. Fontes Bibliográficas • Emergência pediátricas: IPPMG/UFRJ. – São Paulo: Editora Atheneu, 2000. • Pediatria: diagnóstico + tratamento / Jayme Murahovschi. – 6. ed. – São Paulo: SARVIER, 2003. • Pediatria básica: pediatria clínica especializada, tomo III/ Eduardo Marcondes... [et. Al]. – 9. ed. Ver. E ampl. – São Paulo : SARVIER, 2004. • http://www.emedicine.com/ped/topic960.htm • http://kidney.niddk.nih.gov/kudiseases/pubs/childkidneydiseases/hemolytic_uremic_syndrome/ • www.joplink.net/ prev/200507/14.html

More Related