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cirurgia

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  1. 1 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P INTRODUÇÃO À CIRURGIA AMBULATORIAL- AULA 01 Operações em regime ambulatorial realizadas sob qualquer tipo de anestesia, que não demanda internação hospitalar e o tempo de permanecia do paciente no serviço seja por menos de 24h. Cirurgias de pequenos porte- anestesia local e alta imediata do paciente, realizadas em consultórios ou ambulatórios. Exemplo (retirada de tumores de pele- nevos, lipomas, cistos), hemorroidectomia, postectomia, vasectomia. Cirurgia de grande porte- realizado sob qualquer tipo de anestesia, sendo necessário monitorização e/ou recuperação pós operatória. Exemplo (herniorragias inguinais, safenectomia, hernioplastias por videolaparoscopias). TIPOS DE UNIDADE DE CIRURGIA AMBULATORIAL Tipo 01- consultórios médicos adaptados possibilitando procedimentos de anestesia local Tipo 02-ambulatórios isolados, centros de saúde, UBS, conseguem fazer anestesia local ou loco regional, com ou sem sedação. Pode apresentar sala de observação para o paciente. Tipo 03-estabelecimento de saúde, anexo a um hospital geral. Possibilitada de realizar procedimentos em regime ambulatorial com apoio de infraestrutura da unidade hospitalar. VANTAGENS Menor alterações na rotina do paciente e familiares Menor risco de infecção Retorno às atividades diárias mais rápido Menor morbi-mortalidade Reduz custos em comparação com o regime ambulatorial hospitalar DESVANTAGENS Não realização de cuidados pós operatórios Necessidade de permanência além do esperado CONDIÇÕES DA UNIDADE Condições estruturais e sanitárias com condições para realização de desinfecção de instrumentos de acordo com a norma vigente Registro de prontuário Garantia mínima de anestesia Parceria com unidades de saúde caso haja necessidade de internação hospitalar SELEÇÃO DOS PACIENTES Pacientes hígido ou com distúrbios sistêmicos moderados controlados devido a doenças crônicas Procedimentos cirúrgicos que não necessitam de cuidados especiais no pós operatório Presença de um acompanhante adulto e lúcido CONDIÇÕES DA ALTA Orientado em tempo e espaço Estabilidade de sinais vitais Ausência de sinais e sintomas como náuseas e vômitos Sangramento mínimo ou ausente

  2. 2 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Controle da dor Orientações por escrito de cuidados pós operatório, analgesia e retorno Orientar sobre a higiene- lavar com água e sabão neutro Orientação quanto a necessidade de procurar uma unidade de urgência caso haja necessidade- se presença de secreção ou vermelhidão procurar a UBS mais próxima ou voltar ao médico do ambulatório. Orientar quais atividades pode ou não realizar AULA 02- CC ANESTÉSICOS LOCAIS Bloqueio de eixo blocoregional Bloqueio simples- anestesia local ANESTÉSICOS LOCAIS Interromper transitoriamente a transmissão e propagação do impulso nervoso Bloqueio de todas as modalidades de transmissão (autonômica, sensitiva e motora) Fibra de menor diâmetro para as de maior espessura Fibras simpáticas (mielinizadas ou não), fibras sensitivas, fibras motoras e proprioceptivas Bloqueios dos canais de sódio impedindo a propagação do impulso nervoso Dependente da dose, concentração e tipo Frio calor dor tato e pressão REAÇÕES ALÉRGICAS- EXTREMAMENTE RARAS (GRUPO ESTER) Comprometimento cardiovascular- arritmias (bupivacaina maior toxicidade) Comprometimento do SNC - dose dependente - parestesia perioral, gosto metálico na boca, zumbidos, escotomas visuais, convulsões generalizadas e coma. ADMINISTRAÇÃO NO TECIDO SUBCUTÂNEO ADJACENTE A ÁREA A SER OPERADA Propiciar analgesia para pequenos procedimentos cirúrgicos Técnica asséptica Pode ser necessário associar sedativos Contraindicação: recusa do paciente, risco de instabilidade hemodinâmica, infecção do local de punção (bloqueio do neuroeixo) e alergia ao anestésico a ser utilizado REAÇÃO AOS VASOCONSTRITORES Retardar a absorção da droga Prolongar o tempo de anestesia Reduzir a possibilidade de intoxicação Não deve ser utilizada em extremidades- risco de necrose LIDOCAÍNA Concentração 2% (20mg/ml) Tempo de ação de 2 min Dosagem: 5-7 mg/Kg sem vaso e 7-10 mg/kg com vaso Procedimentos de curta e média duração - 2 horas CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS- AULA 03

  3. 3 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P O processo de cicatrização tem como objetivo limitar o dano tecidual e permitir o restabelecimento da integridade e função dos tecidos afetados. Reparo do trauma tecidual: oRegeneração- neoformação de células semelhantes às do tecido lesado oCicatrização-deposição de tecido fibroso FASES DA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS Inflamação- - - - - -exsudato fibrinoso Proliferação- - - - -tecido de granulação Maturação- - - - - -margem de contração Todas as três fases podem ocorrer simultaneamente, e as fases podem sobrepor-se com seus processos individuais. RESPOSTAS DE CICATRIZAÇÃO HEMOSTASIA - Interrupção do sangramento (Inflamatória-reativa) - Quimiotaxia (Inflamatória-reativa) REGENERAÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO - Migração epitelial (Inflamatória-reativa) - Proliferação (Proliferativa-regenerativa) - Maturação (Maturacional- remodelagem) CONTRATURA - Contração (Maturacional- remodelagem) - Formação de cicatriz (Maturacional- remodelagem) - Remodelamento de cicatriz (Maturacional- remodelagem) FASE INFLAMATÓRIA Hemostasia Vasoconstrição arteríolar e capilar local intensa Ativação e agregação plaquetário Inflamação Vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular- (rubor/calor/dor/tumor) oLiberação de histamina e serotonina pelos mastócitos

  4. 4 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P oExtravasamento de plasma para o compartimento extracelular Quimiotaxia Citocinas pró-infamatórias e fatores de crescimento Ativação de células migratórias Quimiotaxia Estímulo a migração de células inflamatórias para a ferida Migração de neutrófilo oOpsonização de bactérias e fagocitose oRemoção de resíduos necróticos e corpos estranhos oTérmino da migração quando a contaminação da ferida estiver controlada oApós, são substituídos por células mononucleares CONTAMINAÇÃO CONTINUADA/INFEÇÃO SECUNDÁRIA oSuprimento constante de fatores quimiotáticos + fluxo constante de PMN para a ferida oFase inflamatória prolongada oAtraso na cicatrização OBS: PMN não são essenciais para a cicatrização, a célula essencial é o macrófago MACRÓFAGO Única célula verdadeiramente fundamental para a cicatrização de feridas, orquestra a liberação de citocinas e estimula processos subsequentes de cicatrização oSurgem por quimiotaxia 24-48h após a lesão oMacrófagos são monólitos ativados -fatores quimiotáticos para monócitos, produtos bacterianos, colágeno e TGF-beta oInduzem apoptose das células PMN oFagocitose de patógenos opsonizados oAtividade bactericida oRemoção de material estranho oAngiogênese e fibroplasia oSecreção de citocinas e fatores de crescimento: IL-1 e TNF-alfa- pirógenos endógenos, hemostasia, proliferação endotelial IL-6- proliferação de fibroblastos, ativação de linfócitos B e T

  5. 5 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P IL-8- quimiotaxia, adesão celular endotelial IFN-gama- ativação de PMN e macrófago, citotoxicidade, remodelação tecidual Fatores de crescimento- estímulo à proliferação de fibroblastos, células endoteliais e queratinócitos PDGF- síntese de colágeno e proteoglicanos TGF-alfa- crescimento epidérmico e angiogênese TGF-beta- migração e maturação de fibroblastos, síntese de MEC LINFÓCITOS Surgem no 5° dia, pico no 7° dia após a lesão Secretam citocinas anti-inflamatórias oIL4 e IL10 Estimulam o surgimento dos fibroblastos Inibem a migração de macrófagos FASE PROLIFERATIVA Angiogênese/ Fibroplasia/ Epitelização Formação de tecido de granulação- leito capilar, fibroblastos, frouxo arranjo de colágeno, fibronectina, ácido hialurônico ANGIOGÊNESE Processo de formação de novos vasos sanguíneos Fatores de crescimento estimulam migração de células endoteliais oFGF. PDGF. TGF-beta FIBROPLASIA Proliferação de fibroblastos a partir de fatores de crescimento Produção de componentes da MEC Função primária= síntese de colágeno Surgem 3-5 dias após lesão tecidual A partir da diferenciação de células mesenquimais em repouso EPITELIZAÇÃO Barreira física para impedir perda líquida e invasão bacteriana Início horas após lesão 1.Formação de coágulo

  6. 6 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P 2.Migração de queratinócitos localizados na cama basal da epiderme Se camada basal lesada— necessidade de reparo da camada basal Lentificação do processo de epitelização MEC- MATRIZ EXTRACELULAR Proteoglicanos +colágeno /elastina/ fibronectina Colágeno- proteína predominante na cicatriz Vitamina C no processo de síntese MEC da ferida muda de composição conforme a evolução da cicatrização oFase inflamatória- fibronectina e colágeno tipo III oFase proliferativa- colágeno tipo I-resistência a ruptura da ferida FASE DE MATURAÇÃO Duração de meses a anos Contração de ferida oMovimento centrípeto de toda a espessura da pele circundante oReduz a quantidade de cicatrizes desorganizadas oInteração complexa entre materiais extracelulares e fibroblastos não totalmente compreendida oFibroblastos- miofibroblastos- fibras de estresse/expressão de actina em feixes Remodelação oRegressão do número de fibroblastos e regressão da rede capilar oAumento progressivo da resistência da ferida a tração em 6 semanas, com patamar em 1 ano oResistência à tração da cicatriz corresponde a 30% da resistência da pele sadia Cicatriz- ausência de cristas intercapilares na interface dermoepidérmica CICATRIZAÇÃO ANORMAL DE FERIDAS Fatores que inibem ou dificultam a cicatrização Maior quantidade de tecido lesado Inoculação bacteriana ou corpos estranhos Tensão excessiva no fechamento Deltoide e esterno Feridas perpendiculares as linhas de Langer

  7. 7 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Isquemia Diabetes milito Radiação ionizante Idade avançada Desnutrição Deficiências vitamínicas- A e C Fármacos OBS: Cicatrizes hipertroficas e queloides (Deposição excessiva de colágeno) QUELOIDES Crescimento alem das margens da ferida Negros Hereditariedade Não podem ser prevenidos Raramente regridem com o tempo Tronco, clavículas, membros superiores e face Refratários a intervenção clínica e cirúrgica Predomínio de feixes de colágeno tipo I e III desorganizados OBS: No final da cicatrização deverá haver colágeno tipo I, o que não ocorre no queloide CICATRIZES HIPERTRÓFICAS Cicatrizes elevadas que respeitam o limite da ferida Podem ser prevenidas Pode haver regressão espontânea Predomínio de feixes de colágeno tipo III organizados CICATRIZAÇÃO ANORMAL DE FERIDAS Medidas preventivas Alívio de tensão Hidratação Uso de bandagens/ roupas de pressão Evitar exposição solar

  8. 8 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Utilizar protetor solar SPF 50+ OBS: Evitar exposição solar, em até um ano após a cirurgia Estratégias terapêuticas oLoções hidratantes oFolhas/géis de silicone Redução da perda por evaporação + ação por pressão oCorticoide intralesionais oTriancinolona 10-40 mg/ml oInjetados na derme papilar, limitados a cicatriz, a cada 2-4 semanas oÚnica opção de tratamento invasivo com evidência científica comprovada o50% recidiva oEfeitos adversos- atrofia cutânea, hipopgimentacao, telangiectasias, dor local oExcisão cirúrgica Refratariedade após 1 ano FERIDAS CRÔNICAS QUE NÃO CICATRIZAM oAusência de reparo ordenado, integridade anatômica e funcional após 3 meses oRedução da qualidade de vida oIsolamento social oAlto custo oÚlceras de pressão/ úlceras vasculares oFatores sistêmicos- desnutrição, envelhecimento, hipóxia tecidual, DM oFatore locais- colonização bacteriana, tecido necrótico, corpos estranhos oPersistência de células inflamatórias e citocinas pró-inflamatórias/ níveis reduzidos de fatores de crescimento e fibroblastos oSusceptibilidade a transformação neoplásica Úlcera de Marjolin INFECÇÃO Causa mais comum de atraso no processo de cicatrização Prolongamento da fase inflamatória Interferência de epitelização, na deposição de colágeno e na contração da ferida

  9. 9 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Tratamento mecânica/ ATB HIPÓXIA Oxigênio tem papel fundamental na síntese de colágeno Anemia Tabagismo Vasoconstrição periférica Maior concentração de monóxido de carbono Cardiopatia Pneumopatias Doença arterial DIABETES MELLITUS Microangiopatia Neuropatia sensorial Imunodeficiência oMenor resposta inflamatória oMenor atividade de quimiotaxia oHipofuncao de células de defesa oEliminação bacteriana ineficiente oMenor síntese de colágeno oMaior produção de citocinas pró-inflamatórias RADIAÇÃO IONIZANTE Lesão por radiação repetitiva Resposta inflamatória continua Superexpressao de citocinas Lesão de queratinócitos e fibroblastos Menor deposição de colágeno Fibroblastos geram feixes de colágeno desorganizados DESNUTRIÇÃO Deficiência vitamínica e proteica

  10. 10 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Albumina sérica < 2g/dl Vitamina C- síntese de colágeno Vitamina A- ativação de monócitos /adesão celular FÁRMACOS Quimioterápicos Doxorrubicina/ ciclofosfamida/ metotrexato Redução proliferação de fibroblastos e fatores de crescimento Glicocorticoides Redução da proliferação de fibroblastos e síntese de colágeno/menor formação de tecido de granulação Menor resistência da ferida OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA Inalação de O2 a 100% em pressão de 1,9 a 2,5 atm, por 90-120 minutos Custo elevado Aumenta a pressão parcial de oxigênio tecidual em 10 vezes Aumento da densidade capilar e neovascularização Redução da inflamação e estresse oxidativo Uso clínico- úlceras crônicas/ pé diabético/lesões pós radioterapia Complicações- barotrauma/ perfuração timpânica/ pneumotórax TERAPIA DE FERIDAS POR PRESSÃO NEGATIVA- TFPN Redução do edema crônico Aumento do fluxo sanguíneo local Estímulo ao tecido de granulação Utilização em feridas agudas, subagudas e crônicas Mecanismo exato ainda não determinado Redução do tempo de cicatrização Redução do tempo de internação Menores taxas de complicação da ferida

  11. 11 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P INFECÇÃO EM CIRURGIA- AULA 04 INFEÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) Qualquer localização do sítio cirúrgico após procedimento operatório. Presente em qualquer nível (incisional ou profundo) de um procedimento específico Diferente de infecção de feridas cirúrgicas OBS: ISC incisional superficial (tecido celular subcutâneo) e ISC profundo (fáscia e músculo).

  12. 12 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P 38% de todas as infeções de sítio cirúrgico Compreende as complicações entre 0-30 dias após a operação, podendo se estender até um ano caso tenha se utilizado implantação de material estranho Infecções incisionais são as mais comuns- 60-80% e tem o melhor prognóstico Infecções envolvendo órgãos correspondem a 93% das mortes relacionadas com ISC Maiores fontes de morbidade e mortalidade Prolongam o tempo de internação hospitalar Aumento dos custos hospitalares Microbiologia está relacionada com a área anatômica exposta durante o procedimento cirúrgico Entender a microbiologia local é fundamental para o tratamento empírico das infecções Tabela de fatores de risco para infeção do sítio cirúrgico (ISC) de acordo com as três principais determinantes de cada infecção MICRO-ORGANISMOS LOCAL DA FERIDA PACIENTE Infecção de sítio a distância Técnica cirúrgica: Idade Instituição de longa permanência Hematoma/ Seroma Imunossupressão Hospitalização recente Necrose Esteroides Duração do procedimento Suturas Doença neoplásica maligna Tipo de ferida Drenos Obesidade Pacientes de UTI Corpos estranhos Diabetes Antibioticoterapia precedente Desnaturação Tricotomia pré-operatória com lâmina Múltiplas comorbidades Número de bactérias, virulência e resistência antimicrobiana Transfusões Tabagismo Oxigênio Temperatura

  13. 13 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Glicemia TAXAS DE INFEÇÃO 1-5 % feridas limpas 3-11% feridas limpas- contaminadas 10-17% feridas contaminadas >27% feridas infectadas Classificação de feridas cirúrgicas de acordo com o grau de contaminação TIPOS DE FERIDA DEFINIÇÃO Limpa Ferida cirúrgica não infectada, sem inflamação, e os tratos respiratório, digestivo, genital ou urinário infectado não são violados. As feridas são primariamente fechadas e, se necessário, drenadas com drenagem fechada. Feridas cirúrgicas após traumas contusos devem ser incluídas nessa categoria, se respeitarem esses critérios. Limpa-contaminada Ferida cirúrgica na qual os tratos respiratório, digestório, genital, ou urinário são penetrados em condições controladas e sem contaminação grosseira. Contaminada Feridas traumáticas abertas, recentes, Além dessas, operações com quebra da técnica asséptica ou contaminação grosseira por extravasamento do trato gastrointestinal, e incisões nas quais se depara com infamação aguda não purulenta Suja Feridas traumáticas não recorrentes com tecido desvitalizado e aquelas que envolvem infecções clínicas existentes ou vísceras perfuradas. Essa definição sugere que os organismos causadores da infecção pós-operatória estavam presentes no campo operatório antes da operação.

  14. 14 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO INCISIONAL Deve ocorrer até 30 dias após o procedimento e deve envolver apenas a pele o tecido subcutâneo e apresentar alguns sinais: Drenagem de secreção purulenta da incisão Microorganismos isolados de maneira asséptica de secreção ou tecido Dor, edema, eritema ou calor local PREVENÇÃO As principais medidas para o controle das ISCs são a realização de uma técnica asséptica e antisséptica adequadas e o uso coerente de antibióticos profiláticos Medidas preventivas para infecções de sítio cirúrgico (isc) PERÍODO DE AÇÃO MICRORGANISMOS LOCAL PACIENTE Estadia pré-operatória breve. Remoção pré- operatória de pelos apropriada ou não remoção Otimizar nutrição. Pré-operatório Aquecimento pré- operatório. Banhos antissépticos pré-operatório. Controle rígido de glicose (gotejamento de insulina). Remoção pré- operatória de pelos apropriada ou não remoção. Parar de fumar. Evitar ou tratar infeções a distância. Profilaxia antimicrobiana. Assepsia e anti- sepsia. Oxigênio suplementar. Infra-operatório Técnica cirúrgica: Hematoma/Seroma. Evitar derramamento de material entérico em casos gastrointestinais. Aquecimento intra-operatório. Boa perfusão. Desabridamente completo. Reposição volêmica adequada. Espaços mortos. Controle rígido de glicose Suturas monofilamentares.

  15. 15 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Uso justificado de dreno (fechado) (gotejamento da insulina) Limitar o uso de suturas/ corpos estranhos. Fechamento primário retardado, quando indicado. Proteger a incisão por 48-72 horas. Curativo pós- operatório por 48- 72 horas Nutrição enteral precoce. Pós-operatório Remover drenos o mais precocemente possível. Oxigênio suplementar. Controle rígido de glicose (gotejamento da insulina). Evitar bacteremia pós-operatória Programas de vigilância. PROFILAXIA ANTIMICROBIANA Poderosa medida preventiva nas ISCs S.aureus é o agente mais frequente de infeção Uso indiscriminado deve ser desestimulado Cuidado com uso frequente de doses profiláticas Dose profilática não devem ser usadas em cirurgias limpas, de baixa complexidade e que não se tem uma contaminação grosseira óbvia ou inserção de um corpo estranho Quando a chance de infeção são menores que 1% e as possíveis complicações não são graves não se justifica o uso indiscriminado de antibióticos.  Antibioticoprofilaxia não substitui as técnicas assépticas e antissépticas corretas. Cefalosporina de primeira geração. ANTIBIOTICOPROFILAXIA Procedimentos gastroduodenais de alto risco Procedimentos biliares Anastomoses ou ressecação de cólon

  16. 16 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Procedimentos cardíacos Craniotomias Cirurgias vasculares de grande porte- aorta Implantação de qualquer material protéico permanente Cesarianas e histerectomias Feridas com conhecida contaminação grosseira ADJUVANTES NO CONTROLE DE ISCS Agentes tópicos podem diminuir a infeção de sítios cirúrgicos, no entanto seu uso concomitante com via parenteral não tem qualquer benefício e seu uso isolado e ,é-nos eficaz. Curativos devem ser mantidos por 48h, sendo que mais de 72h altera a microambiente por debaixo do curativo contribuindo para aumento das infeções. TUMORES BENIGNOS DA PELE E SUBCUTÂNEO- AULA 05 São muitos frequentes e representam cerca de 30% dos procedimentos cirúrgicos realizados em regime ambulatorial. Apresentam, em regra geral, estrutura semelhante a do tecido de origem, isto é, epiderme, tecido conjuntivo, glândulas, músculos, vasos, nervos, gordura e tecido mucoide. É difícil encontrar classificação adequada para os tumores benignos da pele e subcutâneo, não só pela falta de unanimidade, entre os autores, quanto a interpretação histopatogênica de algumas neoplasias, como também pela diversificação dos fatores patogênicos e dos locais onde são encontradas. CORNO CUTÂNEO TUMORES EPIDÉRMICOS Lesão tumoral sólida, crônica, circunscrita, hiperceratósica, de colocarão branca ou amarelada, que seja projetada acima do nível da pele, com comprometimento variável de alguns milímetros a vários centímetros. Pode ter origem, também, sobre outras lesões da pele, tais como carcinoma de células escamosas, ceratoacantomas, molusco contagioso, angiomas, verrugas vulgares, adenomas sebáceos, e etc. Esses dados indicam que, embora benigno, o tumor pode se assentar sobre lesões pré-cancerosas ou já cancerificadas. A grande maioria ocorre em áreas expostas a luz solar, atingindo, principalmente, as regiões da face, couro cabeludo, antebraços e mãos. Quando localizado na região do dorso da mão, porção cartilaginosa da orelha, dorso do nariz e vermelhidão dos lábios, tem, quase sempre, origem pré-maligna ou maligna. A incidência de lesões pré-malignas ou malignas subjacentes varia entre 38,9% e 58,6%, de acordo com diferentes casuísticas. É frequentemente assintomático, salvo quando tem como base, uma lesão degenerada, quando então costuma apresentar dor ou aumento de sensibilidade local. O tratamento cirúrgico está sempre indicado, devido a possibilidade de a lesão assentar-se sobre doença maligna ou pré-maligna. A exérese deve ser feita respeitando-se margem de segurança, e o material deve ser

  17. 17 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P enviado para estudo histopatológico. Procedimentos de destruição tissular, tais como criocirurgia, eletrocauterização, entre outros, embora descritos como tratamentos alternativos, devem ser evitados por não preservarem o espécime para análise histopatológica. PAPILOMA OU FIBROMA MOLE TUMORES CONJUNTIVO Trata-se de afecção extremamente comum, caracterizada por lesão pedunculada ou filiforme, de consistência amolecida, usualmente múltipla, com diâmetro variável de 1 a 10 mm, localizada predominantemente nas regiões cervical, axilar, palpebral, inguinal e/ou troncular de indivíduos de meia-idade ou idosos. O acrocórdon acomete cerca de 50% da população em geral. O tratamento é cirúrgico e, nos casos de pedículos muito finos, dispensa, inclusive, anestesia local. Consiste na secção do pedículo com tesoura. Outras opções terapêuticas incluem a eletrocauterização e a criocirurgia. LIPOMA TECIDO ADIPOSO O lipoma apresenta-se como nódulo subcutâneo, único ou múltiplo, não doloroso, de consistência amolecida, arredondado ou lobulado, móvel, de tamanho muito variável. Tumor benigno, constituído por células adiposas adultas, que pode ser encontrado em todos os locais onde estiver presente tecido gorduroso. Predomina no tecido subcutâneo das regiões cervical, costas, ombros, nádegas e porção proximal das extremidades. Pode ser encontrado em indivíduos de qualquer idade. Raramente produz sintomas, que, quando presentes, limitam-se a dor discreta ou ao aumento da sensibilidade local. Quando muito volumoso, costumam causar desconforto e/ou comprimir estruturas adjacentes. O lipossarcoma é condição maligna rara e pode ocorrerem lesão com aspecto de lipoma benigno. Predomina nas regiões dos ombros, retroperitônio e membros inferiores. Por esse motivo, alguns autores recomendam sempre a exérese cirúrgica dos lipomas, especialmente naqueles de crescimento rápido. A ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha e o que fornece melhores resultados. Após a remoção e, dependente do volume do tumor, pode restar uma loja que, funcionando como espaço morto, servirá para acúmulo de sangue e sedosidade. Após sutura da pele, realiza-se curativo compressivo. A peça cirúrgica deve ser enviada, obrigatoriamente, para exame histopatológico. As complicações cirúrgicas mais frequentes incluem infecção local, formação de hematoma, equimose e seroma. HEMANGIOMAS MALFORMAÇÕES VASCULARES Os hemangiomas não costumam estar presentes ao nascimento, mas crescem no espaço de 10 a 12 meses por hiperplasia, involuindo progressivamente por até 12 anos. MANCHA EM VINHO PORTO

  18. 18 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Macha em vinho do Porto. É também chamada, impropriamente, de hemangioma capilar. Trata-se de lesão não involutiva, de limites bem definidos, sendo considerada a mal formação vascular mais comum. Não apresenta nenhum relevo em relação à pele normal. Pode tornar-se elevada com o passar dos anos. A cirurgia só deverá ser programada quando se estiver seguro de que ela não trará mais sequelas ao paciente do que as próprias da lesão. HEMANGIOMA SENIL São lesões extremamente frequentes, em geral múltiplas, que predominam no tronco, onde se apresentam como máculas ou pequenas pápulas vermelhas ou purpúreas. Assintomáticas, essas lesões não têm importância médica e dispensam qualquer tipo de tratamento. Eventualmente podem ser cauterizadas. NEUROFIBROMA TECIDO NERVOSO O neurofibroma é um tumor individualizado mas não encapsulado. À neurofibromatose é o distúrbio genético mais comum dos que afetam o sistema nervoso. As manchas café com leite geralmente precedem o aparecimento dos tumores e estão sempre presentes na caracterização clínica da doença. O tratamento do neurofibroma único é cirúrgico. A indicação deve ser formal pela possibilidade de malignização e/ou pela presença de sintomas. Na neurofibromatose, a exérese de todas as lesões é inviável. O tratamento, nesse caso, depende das manifestações clínicas e/ou da evolução das lesões. CISTO SEBÁCEO CISTOS Os cistos sebáceos são lesões assintomáticas, de crescimento lento, consistência firme a flutuante, arredondados, que acometem preferencialmente as regiões do tronco, couro cabeludo, pescoço, face, dorso, escroto e retroauriculares. Quando o cisto é espremido, ocorre eliminação de material amorfo, caseoso e de cheiro râncido por esse orifício, equivalente ao conteúdo cístico, composto por queratina, lípides, bactérias e material em decomposição. Os cistos podem permanecer pequenos por anos ou crescer rapidamente. Costumam ser assintomáticos. A infeção do cisto é relativamente comum e pode ocorrer de forma espontânea ou ser secundária a ruptura da parede cística. Quando infectados, aparecem sinais flogísticos tais como calor, rubor, dor e aumento do volume da área cística. O tratamento é cirúrgico, devendo ser realizado sob anestesia local. Na presença de infeção, a cirurgia deve limitar-se a drenagem simples, uma vez que a tentativa de retirada de toda a lesão, nessas circunstâncias, além de difícil, pode romper as barreiras defensivas, propiciando a propagação da infecção. Deve-se proceder a dissecção cuidadosa, para não romper a cápsula. A remoção completa da parede é necessária para evitar a recidiva. VERRUGA SEBORRÉICA

  19. 19 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P As verrugas seborreicas apresentam grande variedade de formas clínicas que, frequentemente, provocam confusão diagnóstica. A forma mais comum é a de vegetação delimitada, geralmente múltipla, de cor castanho-escura, consistência mole, forma arredondada ou ovalada, com tamanho variando de alguns milímetros a 1 cm, ou até mais, localizadas na face e/ou tronco. Essa lesão constitui o diagnóstico diferencial mais comum com o melanoma maligno. O tratamento consiste, portanto, na exérese cirúrgica seguida de exame histopatológico. FERIMENTOS- AULA 06 Ferimento- lesão resultante da perda da integridade tecidual, provocado por algum agente traumático. Abertos Solução de continuidade do meio externo com o meio interno Fechados Mantida a integridade da pele Equimoses e hematomas à inspeção Superficiais Acometimento de pele, mucosa, subcutâneo, podendo atingir aponeurose e musculatura Não causam lesões a estruturas nobres (ossos, tendões, nervos, cartilagens, vísceras, vasos) Queimaduras 1º e 2º graus/ ferimentos polpa digital/ escoriações Profundos Acometimento de planos aponeuróticos e musculares e, estruturas nobres Queimaduras 3º grau/ lesão arcabouço nasal ABORDAGEM DO PACIENTE Anamnese dirigida Agente traumático Condições em que aconteceram as lesões Exame físico objetivo Detectar fatores agravantes O tratamento de um ferimento não deve ser prioritário quando existem outras lesões que possam colocar em risco a vida do paciente. CLASSIFICAÇÃO DOS FERIMENTOS Classificação dos ferimentos abertos quanto ao agente causador, ao grau de contaminação e à complexidade Agente causador Grau de contaminação Complexidade

  20. 20 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Incisos Limpos Simples Contusos Limpo-contaminados Complexos Perfurantes Contaminados Perfuroincisos Infectados Perfurocontusos Cortocontusos Quanto à natureza do agente agressor: Incisos/Cortantes Causados por instrumentos cortantes (facas/navalhas/pedaços de vidros) Bordas nítidas e lineares Ex. Ferida operatória Contusos Agente traumático não apresenta gume. Forçado impacto é responsável pela solução de continuidade da pele (pedra/barra de ferro/palmatória/cassetete) Bordas irregulares e retraídas Ex. Escoriações Perfurantes Agente causador com extremidade pontiaguda (pregos/agulhas/alfinetes) Profundidade > diâmetro Penetrante- penetra cavidade natural do corpo Transfixante- ultrapassa e espessura da estrutura Perfurocortantes Apresentam ao mesmo tempo gume e ponta Peixeiras/punhais Perfurocontusos Instrumentos perfurocontundentes Projeteis de arma de fogo Cortocontusos

  21. 21 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Ferimentos apresentam dois ou mais ângulos Bordas irregulares Dentes/enxadas/machados Quanto ao grau de contaminação: Limpos Ambiente cirúrgico Técnica asséptica Sem manipulação do sistema digestório, respiratório ou geniturinário Potencialmente contaminados Apresentam algum grau de contaminação Primeiros cuidados foram realizados em até 6h do trauma Ex. Ferimento cortante por faca de cozinha Contaminados Contato com terra, asfalto, fezes, mordeduras Primeiros cuidados foram realizados 6h após o trauma Infectados Pus, tecidos necróticos e desvitalizados, odor fétido Quanto ao grau de complexidade: Simples Complexos - Esmagamento - Infecção - Avulsão - Perda de substância CUIDADOS COM O FERIMENTO Analgesia Avaliar necessidade de exame complementar Ferimentos fechados superficiais - Equimose/hematoma

  22. 22 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P - Gelo local - Gel ou pomada à base de heparina sódica Ferimentos abertos superficiais Avaliar sutura primária ou fechamento por segunda intenção - Agente causador - Tempo de evolução - Grau de contaminação Ferimentos potencialmente contaminados Fechamento por primeira intenção - Suprimento sanguíneo adequado - Indivíduos sadios Ferimento contaminados e infectados - Habitualmente não devem ser suturados - Cicatrização por segunda intenção - Cicatrizes inestéticas/retração cicatricial - Avaliar fechamento por terceira intenção - Após resolução do processo infeccioso - Excisão das bordas da ferida e sutura, enxertos, retalhos - Ferimento por pregos - Não devem ser suturados - Ferimento por arma de fogo/mordeduras - Habitualmente não são suturados primariamente - Avaliar caso a caso - Em caso de sutura, optar por pontos simples espaçados Limpeza do ferimento + irrigação com solução salina - Clorexidina/ água oxigenada/ povidona-iodo Avaliar necessidade de anestesia local para manipulação do ferimento e limpeza adequada Hemostasia Desbridamento

  23. 23 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Retirada de corpos estranhos Síntese por planos - Músculos e tecidos celular subcutâneo - Fios finos e absorvíveis Pele - Fios inabsorvíveis Retirada dos pontos entre 7 a 21 dias - Avaliar a região suturada- face/palmas Antibioticoterapia ou antibioticoprofilaxia não substituem a limpeza cuidadosa, nem o respeito aos princípios cirúrgicos. Uso de antibióticos Fraturas expostas FAF Ferimentos contaminados e infectados Mordeduras Ferimentos complexos Casos graves- ATB parenteral FERIMENTOS EM REGIÕES ESPECÍFICAS Couro cabeludo Escalpelamentos- avulsão dos tecidos que recobrem a calota craniana com exposição da mesma Risco de alopecia em suturas com excesso de tensão Face Avaliar lesão do nervo facial em ferimentos profundos Ferimentos na língua Avulsão dentária Pálpebras Sutura precoce Edema palpebral dificulta reconstrução Nariz

  24. 24 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Ferimentos da mucosa Fios absorvíveis + tamponamentos 24 a 28h Lábios Alinhamento da transição mucocutânea Mucosa- fios absorvíveis Pele- fios inabsorvíveis Extremidades digitais Lesões frequentes, geralmente complexas Avaliar lesão óssea e tendínea Avaliar enxertos e retalhos em caso de perda de substância Hematomas subungueais Analgesia + gelo local Hematomas > 3mm diâmetro e dor pulsátil – Drenagem Grandes hematomas/laceração do leito ungueal - Excisão da unha/ sutura leito ungueal/ reposicionamento ungueal PROFILAXIA TÉTANO ACIDENTAL Exotoxinas Clostridium tetani Bacilo gram positivo anaeróbico esporulado Presente na natureza sob a forma de esporos Garante sobrevivência no meio ambiente por vários anos Transmissão Esporos através de soluções de continuidade da pele ou através de mucosas Período de incubação 1 dia- vários meses Condições favoráveis para o desenvolvimento do bacilo Ferimentos contaminados por terra, galhos, fezes, corpos estranhos, tecidos desvitalizados, fraturas expostas, queimaduras, mordeduras animais, PAF Limpeza vigorosa + retirada de corpos estranhos Redução do número de casos a partir da década de 90

  25. 25 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Notificação de casos suspeitos Letalidade 30% Esquema vacinal 3 doses primeiro ano de vida + reforço aos 15 meses + reforço aos 4-6 anos de idade Reforço a cada 10 anos TUMORES BACTERIANOS DE PELE- AULA 07 MECANISMOS DE DEFESA DO ORGANISMO PRIMÁRIA Epitélio estratificado da pele como barreira física à penetração dos microrganismos Fatores químicos Secreção glandular, pH ácido Bactérias da fora normal Ação bactericida Produção de antibióticos Transformação de ésteres da secreção sebácea em ácido oleico SECUNDÁRIA

  26. 26 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Atividade fagocitária local TERCIÁRIA Resposta sistêmica mediada por citocinas Resposta antígeno-específica CLASSIFICAÇÃO DAS INFECCÕES PELE E TECIDO SUBCUTÂNEO Erisipela Cefalite Abscesso Fleimão Paroníquia Linfadenite aguda ANEXOS DE PELE Furúnculo Carbúncalo Hidradenite supurativa ERISIPELA Infecção superficial da pele com importante envolvimento linfático Portas de entrada - Lesões traumáticas, picadas de inseto, Tinea pedis Fatores predisponentes - DM2, abuso de álcool, estase venosa, obesidade, linfedema, erisipela de repetição Recorrência em 10 a 30% dos casos 70 a 80% dos casos = pernas Adultos > 40 anos de idade Agente etiológico mais comum: Streptococcus beta hemolítico do grupo A Raramente: S. aureus ERISIPELA

  27. 27 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Manifestações locais: Lesão hiperemiada, quente, dolorosa, bem delimitada, edema local e linfadenomegalia Casos graves (5%): erisipela bolhosa Manifestações sistêmicas: Febre alta, calafrios, cefaleia Complicações: Celulite/abscessos/miosite/gangrena ERISIPELA - TRATAMENTO Repouso Elevação do membro Antibioticoterapia de escolha = penicilina - Penicilina G procaína 400.000UI IM 12/12h - Amoxicilina 500mg VO 8/8h - Ceftriaxona 1g EV 24/24h - Suspeita de S. aureus - Oxacilina 2g EV 4/4h Abscesso a drenagem cirúrgica Regressão em 7 dias com descamação e pigmentação local CELULITE Infecção do tecido celular subcutâneo Pode haver extensão superficial com acometimento da pele Fatores de risco - Sexo masculino/ insuficiência vascular periférica/ linfedema Lesões de parta de entrada Raramente por disseminação hematogênica Agente etiológico 1.Streptococcus beta hemolítico do grupo A 2.S. aureus - associação com celulite purulenta CELULITE Lesão hiperamiada, dolorosa, bordas mal delimitadas, edema associado

  28. 28 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Linfadenite raramente Manifestações sistêmicas leves Avaliar a presença de abscessos profundos Tratamento: Elevação do membro Repouso Abscesso = drenagem cirúrgica CELULITE - TRATAMENTO Celulite não purulenta Clindamicina Cefalexina 500mg 6/6h Celulite purulenta S.Aureus (MRSA) Clindamicina 300 mg 8/8h Sulfametoxazol + trimetoprima 800/160mg 12/12h Casos graves com necessidade de internação Oxacilina 2g EV 4/4h Clindamicina 600mg EV 8/8h ABSCESSO Infecção do tecido conjuntivo com destruição de tecidos e formação de pus Secundária a ferida traumática, complicações de infecções contíguas, bacteremia Abscesso = cavidade contendo pus circundada por membrana piogênica Agentes etiológicos: - Mais comum: S. aureus/estreptococos - Região perianal/ genital/ inguinal - anaeróbios - Abscessos recidivantes - flora mista Clínica Tumoração circunscrita, delimitada Consistência endurada - área de flutuação

  29. 29 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Geralmente circundada por área de celulite Sintomas locais (dor/ calor/ rubor) + manifestações sistêmicas ABSCESSO - TRATAMENTO Membrana piogênica impede que os ATB atinjam concentração terapêutica satisfatória na cavidade do abscesso Abscessos com área de flutuação = drenagem cirúrgica Indicações de antibioticoterapia: - Bacteremia - Abscessos > 5 cm/ abscessos múltiplos - Extremos de idade/ DM2/ imunodeprimidos - Áreas de difícil drenagem - face, mãos, genitália - Oxacilina/Clindamicina/Cefalexina DRENAGEM DE ABSCESSO Técnica cirúrgica asséptica Anestesia local geral/ raquianestesia Incisão no ponto de maior flutuação Drenagem e limpeza do conteúdo intracavitário Abscessos profundos - Dreno Penrose Manter ferimento aberto para drenagem continua Avaliar cicatrização por terceira intenção em grandes incisões FLEIMÃO Inflamação difusa e necrosante do tecida conjuntivo Evolução de quadros de celulite e abscesso Ausência de membrana piogênica facilitando a invasão de tecidos adjacentes Agente etiológico: Estreptococos / S. aureus Manifestações sistêmicas mais acentuadas Alterações locais mais intensas, podendo evoluir com gangrena Tratamento hospitalar - ATB endovenosa

  30. 30 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P - Oxacilina/Cefazolina/Vancomicina - Drenagem ampla + desbridamento rigoroso de septos e tecidos desvitalizados LINFADENITE AGUDA Infecção de linfonodos Propagação de infecção nas proximidades ou à distância Especifica - tuberculose, sífilis, linfogranuloma venéreo Inespecífica - agentes estafilocócicos e estreptocócicos Linfadenites superficiais inespecíficas Secundárias a infecções de pele, subcutâneo, mucosas Clínica - Linfonodos aumentados, enduradas, dolorosos, bordas regulares, móveis Periadenite - empastamento regional, aderência a planos profundos Abscesso linfonodal - flutuação local Fistulização Tratamento: Tratar o foco de infecção primária Abscesso linfonodal = drenagem cirúrgica FURÚNCULO Infecção necrosante do folículo pilassebáceo S. aureus Região cervical/ face/ axilas/ nádegas Patogênese Penetração bacteriana no interior do folículo pilossebáceo-foliculite Propagação para derme e tecido subcutâneo - furúnculo Formação de área de necrose central (pus) + aumento de volume, hiperemia local, dor, enduração circunjacente Drenagem espontânea de pus e material necrótico Evolução favorável com cura espontânea FURÚNCULO Complicações por disseminação local ou disseminação hematogênica

  31. 31 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Furunculose Aparecimento de furúnculos múltiplos Reinoculaação em pontos vizinhos Pesquisar fatores predisponentes-desnutrição/obesidade/DM2/HIV Tratamento Analgésicos + calor úmido local + imobilização/ repouso Avaliar ATB sistêmico- Penicilinas/ clindamicina Avaliar drenagem cirúrgica em lesões grandes e/ou área de flutuação Infecções recorrentes: ATB por 10 a 14 dias a cada novo episódio Soluções antisépticas/ lavagem frequente das mãos/ troca frequente de roupas de cama e banho CARBÚNCULO Infecção necrosante de várias folículos pilossebáceos contíguos Estágio avançado do furúnculo com propagação do processo infeccioso Região cervical posterior/ ombro/ quadril/ coxa Manifestações locais: Formação de extensa área de enduração, dor e hiperemia local Pontos de drenagem de secreção purulenta no centro através dos orifícios dos folículos pilosos Pele com aspecto em "favo de mel" Sintomas gerais: Febre alta/ calafrios/ anorexia/ astenia Evolução prolongada se não tratado CARBÚNCULO - TRATAMENTO Tratamento cirúrgico agressivo + tratamento clínico complementar Anestesia geral ou troncular Incisão ampla + drenagem + desbridamento de tecidos desvitalizados Avaliar necessidade de enxerto cutâneo HIDRADENITE SUPURATIVA Inflamação crônica, recorrente e debilitante

  32. 32 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Acometimento de ductos foliculares pilossebáceos Regiões intertriginosas axilar/ inguinal/ inframamária/ genital/ perianal Patogênese: 1. Oclusão do folículo sebáceo por queratina 2. Aumento da pressão intraductal com ruptura folicular 3. Inflamação e proliferação bacteriana 4. Processo infeccioso atinge derme, tecido subcutâneo e glândulas sudoríparas adjacentes 5. Fibrose, enduração, destruição de anexos da pele, formação de sinus HIDRADENITE SUPURATIVA Fatores de risco Mulheres (3:1) História familiar Obesidade DM2 Tabagismo Depilação com lâminas ou cera (?) Uso de desodorantes (?) Clinica Nódulo eritematoso, duro, profundo, doloroso + febre Evolução para área de flutuação - ruptura e drenagem de secreção purulenta Formação de tratos crônicos de drenagem, cicatrizes em ponte, fistulização HIDRADENITE SUPURATIVA Critérios diagnósticos: 1. Lesões típicas 2. Localização típica 3. Cronicidade e recorrência Classificação: Estágio 1 - Abscesso único ou múltiplo Estágio 2 - Abscessos recorrentes, evoluindo com formação de trato e cicatrizes

  33. 33 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P Estágio 3 - Envolvimento difuso, vários tratos comunicantes, fibrose local HIDRADENITE SUPURATIVA TRATAMENTO Abscesso » drenagem cirúrgica Lavagem da região com solução antisséptica Calor úmido local Antibioticoterapia tópica e/ou sistêmica Evitar fatores de risco Alternativas - Inibidores de produção de androgênios/ corticoides/ isotretinoína/ ciclosporina Casos graves e incapacitantes - Excisão local ou radical LESÕES TÉRMICAS-AULA 08 Em todos os doentes com lesões térmicas é necessário fazer a identificação e o tratamento das lesões mecânicas associadas e a manutenção da normalidade hemodinâmica através da reposição volêmica. TIPOS DE LESÕES TÉRMICAS oQueimaduras oLesões pelo frio QUAL É A PRIMEIRA PRIORIDADE? A B C D E Parar o processo de queimadura! Avaliar os ABCs VIA AÉREA E VENTILAÇÃO oLembrar da possibilidade de lesão por inalação oEstabelecer e manter a via área pérvia e considerar a possibilidade de intubação traqueal precoce oOxigenar e ventilar oGasometria arterial e dosagem de CO OBS: Em queimadura de via área é necessário lançar mão de uma via área avançada independente do estado neurológico do paciente. COMO IDENTIFICAR A LESÃO POR INALAÇÃO? oRouquidão e estridor oHipóxia

  34. 34 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P oInflamação de orofaringe oHistória de ter ficado em local fechado oExpectoração carbonácea oCarboxi-hemoglobina (COHb) > 10 % oChamuscamento de cabelo, sobrancelhas e cílios MANTER A PERFUSÃO ORGÂNICA oAcesso venoso adequado oMonitorar os sinais vitais oDébito urinário a cada hora oAdulto- 0,5 – 1 ml/kg/hora oCriança- 1ml/kg/h OBS- Parkland (reposição de volume em queimados) COMO ESTIMAR O TAMANHO E A PROFUNDIDADE DA QUEIMADURA?

  35. 35 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P QUAL A VELOCIDADE E QUE TIPO DE FLUIDO DEVE SER ADMINISTRADO? o2-4 ml de Ringer lactato aquecido X peso (kg) X % área queimada (número inteiro; por exemplo: 40, não 0,4) nas primeiras 24 h oAdministrar ½ do volume calculado nas primeiras 8 h oAdministrar o restante nas próximas 16 h oMonitorar o débito urinário OBS: História completa do trauma e tétano é essencial. Exemplos: 90 kg e 60% do corpo queimado 24h- 21600 8- 10800 16- 10800 90 x 60 x 4 = 21.600 OBS: Hidratação em pacientes com queimaduras de segundo grau que tenham de 20-40% do corpo queimado e terceiro grau sempre faz a hidratação. Exemplo- paciente de 70 kg com 50% do corpo queimado, a queimadura ocorreu as 08 da manhã e e chegou no hospital as 15 h 70 x 50 x 4 = 14.000 Nas primeiras 8h é feito 7.000 ml e nas 16 h seguintes é administrado mais 7000 ml OBS: nas primeiras 8 h de trauma fazemos metade do volume estimado e nas 16 h restantes é feito a outra metade do volume.

  36. 36 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P OBS: qual a razão de utilizarmos ringer lactato ao invés de soro fisiológico ( pois o soro fisiológico tem a presença de cloro, o que pode levar a uma acidose) OBS: Vacinar contra o tétano QUEIMADURAS ELÉTRICAS oLesão de fáscia e de músculo; pode poupar a pele acima oMioglobinúria- aumentar a reposição volêmica oManter perfusão adequada OBS: Nos ferimentos internos- O inchaço comumente atinge o pico 24-72 h, após o choque elétrico. Para aliviar a pressão, que poderia danificar os nervos e vasos sanguíneos, a pele pode ser aberta. QUEM DEVE SER TRANSFERIDO PARA CENTRO DE QUEIMADOS? Maior que 10% ACS (área de superfície corpórea) Queimadura de qualquer tamanho que afete: oFace oOlhos oOrelhas oMãos oPés oGenitália Todas as queimaduras de espessura total (III grau) (qualquer idade) Queimaduras elétricas significativas, incluindo lesões por raio Queimaduras elétricas significativas Lesão por inalação Doenças preexistentes que possam complicar o tratamento ou a recuperação Lesões associadas que possam necessitar de tratamento em centros de trauma, antes da transferência para centro de queimados LESÕES PELO FRIO oCrestadura (Frostnip) oCongelamento oLesão não congelante COMO TRATAR AS LESÕES LOCAIS PELO FRIO oDiminuir a duração do congelamento tecidual

  37. 37 João Victor Albuquerque Tavares João Victor Albuquerque Tavares- - CC 6º P oTrocar as roupas apertadas e molhadas por cobertores aquecidos oMergulhar a parte do corpo lesada em água circulante a temperatura constante de 40° C (140°F) até retorno da cor rósea e da perfusão ATENÇÃO oEvitar calor seco oNão esfregar nem massagear a área oO reaquecimento pode ser extremamente doloroso- fazer analgesia adequada (intravenosa)

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