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“A Questão”

“A Questão”. “A questão” é a versão portuguesa do livro “La Question”, escrito por Henri Alleg e traduzido em 10 línguas. O livro relata a tortura de que Alleg foi vítima, no campo de El-Biar, nos arredores de Argel, em 1957. A origem do título.

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“A Questão”

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Presentation Transcript


  1. “A Questão” • “A questão” é a versão portuguesa do livro “La Question”, escrito por Henri Alleg e traduzido em 10 línguas. • O livro relata a tortura de que Alleg foi vítima, no campo de El-Biar, nos arredores de Argel, em 1957.

  2. A origem do título • “A Questão” era o nome que os pára-quedistas da 10ª Divisão do general Massu davam à tortura que praticavam nos argelinos e mesmo em pessoas da sua própria pátria, como foi o caso de H.Alleg, durante a guerra da Argélia.

  3. A primeira edição do livro • A primeira edição de “La Question” foi escrita em finais de 1957, quando Henri Alleg se encontrava na prisão civil de Argel. O livro saiu folha a folha e foi publicado em Março de 1958, em Paris.

  4. A versão portuguesa • Em 2004 apareceu a versão portuguesa do livro, com o título “A Questão”. A questão que Henri Alleg coloca é a de saber se o seu livro continua a ser necessário. “…parece-me óbvia a resposta se prestarmos um mínimo de atenção ao aqui e agora em que vivemos, mesmo que ele nos chegue embebido no molho cor de rosa da comunicação que temos.” – afirma Alleg.

  5. “O sonho Argelino” • “La Question” deu origem a filmes documentais e de ficção. Entre outros filmes, o realizador Jean-Pierre Lledo fez “Le Rêve Algérien” (“O sonho Argelino”), com o regresso de Henri Alleg à Argélia, o encontro com os seus antigos companheiros de militância, de jornalismo e de prisão, e a visita ao lugar onde foi torturado.

  6. “Alger Républicain” • A partir de 1950 Henri Alleg foi director do jornal “Alger Républicain”, uma das mais importantes vozes da imprensa Argelina. Este jornal apoiava a luta do povo pela sua independência.

  7. O fim do jornal • Em Setembro de 1955 o Alger Rébublicain foi encerrado pelas autoridades coloniais. Em Novembro de 1956, Henri Alleg, militante do Partido Comunista Argelino passa à clandestinidade.

  8. A captura de Henri Alleg • Em 12 de Junho de 1957 H.Alleg foi capturado pela 10ª Divisão dos pára-quedistas franceses do general Massu, o temível corpo militar dos colonialistas. É sequestrado no campo de El-Biar, nos arredores de Argel, durante um mês, onde é brutalmente torturado.

  9. A tortura • Henri Alleg, mal chegou a El-Biar, foi preso a uma prancha suja, com os pulsos e tornozelos amarrados com correias de couro. Fixaram-lhe “pinças crocodilo” ao corpo, uma na orelha direita e outra no dedo, e deram-lhe várias descargas eléctricas.

  10. A tortura • Henri tinha a sensação de estar a ser atacado por algum animal selvagem que lhe ia arrancando a carne aos bocados.

  11. A tortura • Jacquet ligou a pinça ao sexo de Alleg. A descarga eléctrica provocou-lhe espasmos tão fortes que as correias dos tornozelos se soltaram.

  12. A tortura • Em seguida, borrifaram-no com água para acentuar a intensidade da corrente. Depois desamarraram-no e Erulin esbofeteou-o. Henri Alleg era incapaz de se manter direito.

  13. A tortura • Levaram-no para a cozinha e Lorca fixou um tubo de borracha à torneira e a outra extremidade à boca de Henri Alleg. Apertou-lhe um trapo à volta do nariz e enfiou-lhe um pedaço de madeira na boca, para que ele não pudesse fechá-la nem deitar fora o tubo.

  14. A tortura • Quando ficou tudo pronto Lorca disse-lhe: “quando quiseres falar basta-te agitar os dedos” e abriu a torneira. Alleg ficou com a impressão de que se estava a afogar e os dedos da sua mão agitaram-se involuntariamente.

  15. A tortura • Pararam a água e tiraram-lhe o pano. Bateram-lhe no ventre para o fazer deitar fora a água absorvida. Como Henri Alleg não falou colocaram-no outra vez debaixo de água.

  16. A tortura • Henri acabou por perder a consciência.

  17. A tortura • Quando recuperou deram-lhe bofetadas e pontapés e empurraram-no para a cozinha, onde o penduraram de cabeça para baixo.

  18. A tortura • Lorca iluminou lentamente uma tocha à altura dos olhos de Alleg e depois queimou-lhe os pêlos púbicos, os pêlos das pernas e depois a ponta de um mamilo. Espancaram-no e depois desamarraram-no de repente e ele caiu de chapa no chão.

  19. A tortura • Henri Alleg vestiu as calças e o casaco e trancaram-no numa cela com as mãos amarradas atrás das costas. Alleg tentava esfregar a ponta dos dedos contra o cimento áspero, na tentativa de os fazer sangrar para libertar um pouco a pressão das suas mãos inchadas, mas não conseguiu fazê-lo.

  20. A tortura • No dia seguinte foi levado para uma cela muito pequena, do tamanho de um armário. Erulin, Charbonnier e outro apareceram com um magneto, puseram-lhe uma mordaça, desabotoaram-lhe as calças, desceram-lhe as cuecas e ligaram-lhe os eléctrodos um em cada lado das virilhas. Deram-lhe várias descargas eléctricas e depois abandonaram-lhe com as pinças na carne.

  21. A tortura • Passado algum tempo os torcionários voltaram e Erulin deu um pontapé a Alleg, depois uma descarga eléctrica e em seguida colocaram-lhe o fio na boca e deram-lhe uma nova descarga eléctrica. Henri Alleg deixou de conseguir afastar os dentes, fosse qual fosse o seu esforço.

  22. A tortura • A corrente tinha atingido o seu limite e o sofrimento de Alleg também. • Erulin queimava-lhe a ponta dos mamilos, a planta dos pés, mas Henri não se mexia nem sequer gritava.

  23. A tortura • A corrente tinha deixado a língua de Alleg ressequida e os seus lábios e a garganta ásperos e duros como a madeira. Henri ainda não tinha bebido água desde que tinha chegado a El-Biar.

  24. A tortura • Erulin pegou numa caneca com água e ia vertendo o líquido em frente aos olhos de Henri, sem que este lhe conseguisse chegar.

  25. A tortura • Mais tarde Lorca deu-lhe mais descargas eléctricas e o capitão Devis esbofeteou Alleg com toda a violência.

  26. A tortura • Só passados três dias é que Henri comeu a sua primeira refeição – uma sopa quente. Engoliu, com dificuldade, algumas colheradas; ainda tinha os lábios e a língua irritados pelos rasgões dos fios eléctricos.

  27. A tortura • Henri Alleg estava muito debilitado. Tinha chagas e queimaduras nas virilhas, no peito e nos dedos, que estavam a infectar rapidamente.

  28. A tortura • Num outro dia Henri foi acordado por Erulin que o levou para a enfermaria. Iam experimentar em Alleg o Pentotal, o chamado “soro da verdade”.

  29. O Pentotal • É uma substancia narcótica, derivada do ácido barbitúrico, também chamada soro da verdade. • É administrada por via endovenosa, que anestesia a consciência e a vontade do paciente, permitindo explorar seu psiquismo. • O Pentotal desinibe o indivíduo e retira qualquer barreira moral e ética, deixando-o indefeso para que responda a qualquer pergunta sem nenhum tipo de restrição.

  30. A tortura • O doutor da enfermaria começou a questionar Henri Alleg, que resistiu com muito esforço. Depois foi levado novamente para a cela. • Alleg sentia-se a delirar, mas no dia seguinte já não tinha febre e sentia-se um pouco melhor.

  31. El-Biar • “…aquele ‘centro de triagem’ não era apenas um lugar de torturas para os argelinos, mas uma escola de perversão para os jovens franceses.”

  32. Fim do livro • O livro acaba no momento em que Henri Alleg é transferido para o “centro de alojamento” de Lodi. A partir deste campo, Henri Alleg faz chegar à França as suas denúncias sobre as torturas a que fora submetido.

  33. “A Questão” • Breve mas contundente, “La Question” constitui sem dúvida um dos livros mais importantes da literatura política mundial. A ressonância mundial do livro de Alleg contribuiu para apressar o fim da guerra da Argélia e colocou o autor na galeria dos maiores jornalistas do século XX.

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