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Representações das identidades lésbicas na telenovela Senhora do Destino

Representações das identidades lésbicas na telenovela Senhora do Destino. Silvia Gomide sgomide@gmail.com facebook.com/sgomide Mestre pela Universidade de Brasília (UnB). Eleonora e Jenifer. Eleonora e Jenifer no Orkut. Orkut – os telespectadores.

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Representações das identidades lésbicas na telenovela Senhora do Destino

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Presentation Transcript


  1. Representações das identidades lésbicas na telenovela Senhora do Destino Silvia Gomide sgomide@gmail.com facebook.com/sgomide Mestre pela Universidade de Brasília (UnB)

  2. Eleonora e Jenifer

  3. Eleonora e Jenifer no Orkut

  4. Orkut – os telespectadores • A análise da repercussão da novela na comunidade Eleonora & Jenifer que chegou a ter 1.457 membros • Os participantes mais constantes e articulados tinham na faixa dos 30/40 anos • Os mais jovens participantes eram adolescentes de 14/15 anos • Homossexuais e Heterossexuais

  5. Os vídeos

  6. Teoria e Metodologia de Pesquisa • A Teoria Queera ser usada como ferramenta de observação dasquestões da sexualidade e gênero • Estudos culturais foi nosso filtro na análise da inserção dessas representações nos meios de comunicação de massa e sua importância social. • Análise de conteúdo como ferramenta de exame dos discursos sobre homossexualidade presentes na novela e no Orkut

  7. A História do Movimento Gay e Lésbico • Movimento homófilo • Movimento de libertação gay • Feminismo Lésbico • Modelo étnico • Teoria Queer

  8. Telenovela: “nos revela a nós mesmos”

  9. A TV • De acordo com o IBGE 90% dos lares brasileiros tinham televisão em 2003. A geladeira estava presente em 87,3% dos domicílios. • A cobertura da Rede Globo, de acordo com a própria emissora, atinge 99,84% dos municípios.

  10. Que histórias contam as telenovelas? • Toda história principal de uma novela tem uma mesma idéia: o mocinho e a mocinha querendo ir para a cama e o resto (liderado por um/a vilão/ã) não quer deixar. • O gênero se alimenta de impasses de natureza moral. Quando a atitude do personagem coincide com a do espectador, dá-se a identificação. • As repetições são as mensagens que ficam e que permanecem na memória desses espectadores ao longo dos anos de convivência com a novela.

  11. Personagens lésbicas • Nas novelas brasileiras alguns casais lésbicos são retratados de maneira tímida – como Laís e Cecília de Vale Tudo (1986). • A explosão do casal Leila e Rafaela em Torre de Babel (1998) foi um “trauma” ainda não superado por parte da comunidade lésbica brasileira. • Em Mulheres Apaixonadas (2003) é anunciado que acontecerá um beijo lésbico entre as personagens Clara (Alinne Moareas) e Rafaela (Paula Picarelli). Na cena em que ocorreria o beijo e que foi ao ar no último capítulo, Rafaela está travestida e se fingindo de morta e o beijo é no queixo.

  12. Por que aparecer na novela? • Se a democracia representativa clássica era simbolizada pelo mercado e pelas assembléias públicas da Grécia antiga, a democracia no início do século XXI se desenvolve dentro de uma sociedade da informação e se caracteriza pela passagem do fórum público para a mídia. A participação no debate democrático na sociedade torna-se cada vez mais dependente em ser visível na mídia.

  13. A novela Senhora do Destino • 220 capítulos • Alcançou 81% de share (percentual de aparelhos de TV sintonizados na emissora) contra 68% atingido por Celebridade (novela anterior no mesmo horário) • A média de audiência da novela foi de 49 pontos (cada ponto são 50 mil aparelhos conectados na emissora) e 74% de share. A atração antecessora, Celebridade, teve média de 45 pontos e 67% de share. • Picos de audiência: Lindalva/ Isabel • A concretização do romance de Eleonora e Jenifer atingiu 50 pontos de audiência • A média diária de pessoas que assistem novela é calculada em 40 milhões de telespectadores, chegando a picos de 45 milhões • Calcula-se que as novelas atinjam em todo o mundo um público de 2 bilhões de espectadores.

  14. Conclusão - Antes "aquilo" que "coisa nenhuma" • A novela Senhora do Destino representou personagens homossexuais de maneira discriminatória. • Ainda assim configurou uma inovação na representação social de lésbicas no Brasil. • O casal foi retratado dentro da perspectiva do amor romântico associado aos casais heterossexuais e teve um “final feliz”, nos moldes usuais da narrativa ficcional audiovisual. • Incrementou a visibilidade social das lésbicas

  15. Homossexualidade • Na telenovela, a homossexualidade é associada a termos negativos e apresentada como algo sobre o que o indivíduo não tem escolha, algo mais forte do que a própria vontade. • A homossexualidade é apresentada como indesejável, porém inevitável quando acontece, e um fato com o qual as famílias têm que se “acostumar”, se “resignar”, “aceitar”.

  16. Amor e sexo • A telenovela em estudo veiculou cenas de amor e desejo entre as duas mulheres mais explícitas verbal do que visualmente • Houve um duplo padrão regendo os limites para os casais homossexuais e para os heterossexuais • Se as duas mulheres sequer tiveram uma cena de beijo romântico, os casais de homens e mulheres se envolveram em grande diversidade de práticas sexuais que fogem à sexualidade autorizada • O romance lésbico é dessexualizado e rapidamente a libido das personagens é voltada para a maternidade, tida como “função natural” de toda mulher.

  17. O namoro • A realização do amor monogâmico é tida como um pré-requisito para que o indivíduo encontre a felicidade • As palavras alegria e felicidade surgem usualmente associadas a estar junto de quem se ama, a coabitar, revelando uma perspectiva idealizada de amor romântico. • A relação amorosa homossexual seria algo que se faz sem incomodar as outras pessoas, por isso ninguém deveria intervir ou “se meter”. • A legalização da união entre as lésbicas é definida como casamento – que nada mais seria do que a assinatura de um contrato entre duas pessoas. • O estabelecimento de uma união homossexual estável é diversas vezes definido por personagens heterossexuais como “o fim do mundo” e a homossexualidade é apontada como causa inevitável de sofrimento.

  18. A adoção • Quando Eleonora e Jenifer efetivaram a adoção de Renato, tornaram-se a simulação de um casal heterossexual cuja única peculiaridade é ser formado por duas mulheres • Além de não ameaçarem o status quo, o reforçam e permitem a identificação com os telespectadores heterossexuais • A adoção de um menino pelo casal homossexual é definida como “o menor de dois males”.

  19. A beleza • A cobrança para que as duas lésbicas não retratassem o padrão estético dominante também pode ser discriminatória, se direcionada apenas aos homossexuais. • Essa crítica deve ser endereçada a todos os personagens, uma vez que se trata de um padrão que abrange todo o elenco. • Não há sentido de exigir-se mais diversidade étnica e estética apenas das lésbicas.

  20. A beleza e as telespectadoras • Alguns espectadores se disseram satisfeitos pelo fato de o casal ter sido representado por mulheres “femininas”, quebrando o estereótipo da “sapatão masculinizada” • Outros indivíduos acreditam que esse tipo de representação impinge às lésbicas as mesmas exigências estéticas que já pesam sobre as mulheres heterossexuais, além de aumentar a discriminação contra as homossexuais “masculinizadas” • Nos diálogos em exame não foram abordadas questões de classe e raça, mas, principalmente, de papéis de gênero e considerações estéticas.

  21. O telespectador • Percebemos nas telespectadoras em análise uma identificação com as personagens lésbicas, conforme prevê a literatura sobre o tema • Nas discussões examinadas houve narração de histórias de vida semelhantes às representadas na novela, especialmente no que tange à crise de identidade que uma das personagens enfrentou quando se percebeu homossexual. • Alguns espectadores contaram ter identificado alterações na sua própria perspectiva sobre a homossexualidade ao acompanhar a novela. Outros perceberam modificações no comportamento de amigos e familiares, principalmente de maneira positiva, na aceitação social de homossexuais.

  22. O beijo • O tema que mais mobilizou o grupo de espectadores em estudo foi a expectativa da veiculação de um beijo romântico entre o casal de lésbicas. • A esperança, no início da novela, de que ao menos um beijo fosse mostrado foi dando espaço à frustração à medida que a ficção se desenvolvia e o beijo não era veiculado, terminando com manifestações de raiva e frustração ao fim da narrativa. • A expectativa foi por representações do casal de lésbicas dentro das normas do amor romântico.

  23. Visibilidade • A imensa ansiedade por visibilidade e representação positiva de lésbicas na mídia massiva foi perceptível em nosso grupo durante os oito meses da veiculação da ficção seriada. • As espectadoras teceram inúmeras críticas ao padrão duplo de representação de personagens homossexuais e heterossexuais. • Há renitente argumentação no grupo analisado de que a diminuição do preconceito contra os homossexuais em sua representação ficcional faria parte de um processo evolutivo. • Nessa linha de raciocínio, “tempo”, “calma” e “paciência” levariam a uma representação menos discriminatória, que evoluiria a cada telenovela em comparação a outras anteriores.

  24. Repercussão social • Identificamos em nosso grupo de análise um “trauma” deixado pela novela Torre de Babel (1998), na qual um casal de lésbicas foi assassinado por desagradar parte da audiência. • Reações sociais variadas foram narradas pelos telespectadores de estudo. As reações negativas referiam-se mais comumente às reações de “nojo” expressas por familiares que acompanhavam a novela junto com os internautas. • O maior temor expresso pelas participantes mais jovens estava ligado às reações negativas das próprias mães. Várias internautas contaram o grande cuidado que tinham para esconder de familiares que acompanhavam o romance e que torciam por um final feliz para as lésbicas.

  25. Visão política da homossexualidade • No grupo também encontramos discussões teóricas e políticas sobre o lesbianismo, centradas especialmente na “saída do armário” e na defesa dos direitos civis dos homossexuais. • Percebemos ser mais comum acreditar em uma identidade gay estável do que em uma perspectiva mais fluida, queer, da orientação sexual. • Identificamos ainda a reverberação de diversos preconceitos contra as lésbicas, presentes no senso comum nacional, apesar de todos os participantes se posicionarem favoravelmente ao romance do casal ficcional.

  26. A adoção vista pelos telespectadores • A adoção de uma criança pelo casal lésbico não agradou aos espectadores do nosso grupo em análise. • Foi questionado inclusive como o público aceitaria ver o casal adotando uma criança, se não conseguia ver as lésbicas se beijando. • A adoção do menino foi percebida pelas participantes da comunidade como um tema politicamente importante para a comunidade gay e lésbica, mas visto como “chato” e “desinteressante” para a representação ficcional. • A questão racial e a ausência de vínculos “de sangue” entre as mães e o menino surgiram tanto no texto da novela quanto nas discussões do grupo em análise.

  27. Fim

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