1 / 27

CARTA AOS COLOSSENSES

CARTA AOS COLOSSENSES. 1. A cidade de Colossos

teal
Download Presentation

CARTA AOS COLOSSENSES

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. CARTA AOS COLOSSENSES

  2. 1. A cidade de Colossos Colossos ou Colossas era uma antiga cidade da Frígia, situada na margem esquerda do rio Lico. Distava 200 kmde Éfeso e uns 15 km de Laodicéia e 20 km de Gerápolis (Hierápolis). As três cidades estavam situadas na região sul da Frígia. No I século tinha em torno a 200 mil habitantes. Os escritores gregos, Heródoto e Xenofonte, descrevem Colossos como a mais bela, rica e importante cidade da região. Por ela passava uma importante estrada que unia Éfeso à Cilícia e à Síria. Por ali passaram os exércitos dos reis persas Ciro e Xerxes em suas conquistas da Ásia Menor. A região circunvizinha era rica em pasto; daí a grande criação de gado miúdo. Colossos era importante porque nela havia uma grande indústria de lã.

  3. Porém, a partir de 250 aEC, a cidade foi perdendo importância, pois Antíoco II Theós fundou sobre a antiga cidade chamada Dióspolis ou Roas, a cidade de Laodicéia em honra de sua mulher Laódice. A nova cidade, distante apenas 16km de Colossos, tornou-se uma importante sede de uma escola de médico-oculistas (Ap 3,8) e anos mais tarde tornou-se a capital do distrito. Toda essa região tornou-se depois domínio do rei Átalo III de Pérgamo, que em 133 aEC deixou seu reino para os Romanos. Em 129 aEC a Frígia tornou-se parte da Província Romana da Ásia.

  4. Localização de Colossos

  5. Assim, na época de Paulo, Colossos era uma pequena e insignificante cidade da Ásia. Pelo ano de 60/61 aC, durante o império de Nero, as três cidades, Colossos, Laodicéia e Gerápolis, foram destruídas por um terremoto que assolou todo o vale do rio Lico. As cidades foram reconstruídas, mas a primazia coube a Laodicéia e Gerápolis. Gerápolis tinha se tornado um importante centro por causa de suas águas termais. Em 628, a cidade foi novamente destruída por outro terremoto e nunca mais foi reconstruída. Seus habitantes fundaram uma nova cidade 4km ao norte com o nome de Khonas.

  6. O povo frígio era propenso ao misticismo e à fantasia. Praticava um culto supersticioso aos anjos e demônios que existia ainda no século IV como demonstram as atas do Concílio de Laodicéia. Na região havia também um grande número de judeus. Segundo Flavio Josefo (Ant. XII, 147-153), o procônsul romano Valério Flacco (61-62 aEC) seqüestrou o dinheiro dos judeus recolhido para o Templo de Jerusalém (por isso foi processado e deposto). Foi dessa região que saiu o fundador dos montanistas, um antigo sacerdote de Cibele convertido ao cristianismo. O culto principal era o de Cibele. Porém, graças ao trabalho dos colaboradores de Paulo, a região tornou-se profundamente cristã e muito unida ao apóstolo Paulo.

  7. 2. A comunidade de Colossos Segundo os Atos dos Apóstolos, Paulo evangelizou a Frígia em duas ocasiões: na sua segunda viagem missionária quando percorreu a região norte indo da Psídia para a Galácia (At 16,6); e na terceira viagem ao dirigir-se para Éfeso (At 18,23). Porém, baseados em Cl 2,1, podemos deduzir que ele nunca esteve em Colossos e Laodicéia. Por conseguinte, essas comunidades não foram fundadas diretamente por ele. Foram seus colaboradores que evangelizaram a região sul da Frígia.

  8. As Igrejas de Colossos e as de Laodicéia e Gerápolis foram fundadas por Épafras, um colossense. Provavelmente com Filemon, um outro colossense, e Ninfas, natural de Laodicéia, encontrou Paulo em Éfeso e se converteu. Paulo o chama de “nosso amigo e companheiro de serviço...” (Cl 1,7). Não sabemos se Épafras fundou as comunidades cristãs de Colossos e das cidades vizinhas a mando de Paulo ou não. O certo é, que ele mantém Paulo sempre informado sobre a comunidade (Cl 1,9) e recorre ao Apóstolo para superar as dificuldades que surgem. De outro lado, Paulo fala e age com a consciência de ter autoridade sobre a comunidade como se fosse ele o fundador.

  9. A única fonte de informação sobre a comunidade de Colossos é a própria carta. Dela resulta que a Igreja de Colossos era composta em sua grande maioria por cristãos provenientes do paganismo (Cl 1,21-27; 2,13). Porém, devia haver uma percentagem de judeu-cristãos. Épafras devia ser de origem pagã. Também as comunidades de Laodicéia e Gerápolis deviam ter a mesma constituição. Convém notar que Laodicéia é recordada no Apocalipse (Ap 3,14) e ali se celebrou um concílio no final do século IV. N.B.: O cristianismo, além da Frígia, floresceu também na Misia e Lídia. As comunidades de Pérgamo, Esmirna, Sardes, Filadélfia e Tiatira serão Igrejas ativas no final do século I. Não sabemos nada sobre suas fundações. Porém, podemos supor que elas também nasceram durante o ministério efesino de Paulo.

  10. 3. A Carta Colossenses é uma das “Cartas do Cativeiro”, pois Paulo ao escrever a carta afirma estar preso (Cl 4,3.10.18). Mas não diz o lugar de sua prisão, porque provavelmente, era conhecido dos destinatários. Segundo Atos dos Apóstolos, Paulo foi encarcerado ao menos três vezes: - At 16,23-40: Em Filipos, durante sua segunda viagem missionária, mas por uma única noite; - At 23,33–26,32: Em Cesaréia, na Palestina, por dois anos, entre 58-60; - At 28,16.30: Em Roma, em liberdade vigiada, ou prisão domiciliar, por dois anos, entre 61-63. A carta aos Efésios é muito próxima de Colossenses pelo estilo, linguagem e teologia, e, portanto, ambas devem ter sido escritas do mesmo lugar. Em Fm 23-24 e Cl 4,10-14 são lembradas as mesmas pessoas, o que também supõe a mesma data. A prisão romana de Paulo parece ser a data e o local mais indicado para as três cartas.

  11. Épafras, fundador da Igreja de Colossos, se encontrava junto do apóstolo. Paulo o chama de “meu companheiro de prisão em Cristo Jesus” (Fm 23). Não quer dizer que ele também estivesse preso, mas que condividia a mesma sorte de Paulo, pois, provavelmente morava na mesma casa. Provavelmente, Épafras tenha ido a Roma relatar a Paulo o estado da comunidade de Colossos e, ao mesmo tempo, pedir conselhos e ajuda contra uma nova doutrina que perturbava o ambiente da comunidade. Épafras sabia do grande interesse de Paulo pela comunidade cristã de Colossos e também de Laodicéia.

  12. Os colossenses tinham progredido em sua fé e na caridade (1,4.8; 2,5). Porém, surgia uma falsa doutrina que ameaçava o bem-estar da Igreja. Não é fácil, precisar com exatidão que doutrina era essa. Paulo a chama de “filosofia” (2,8). Note-se que se entendia por filosofia qualquer doutrina, mesmo religiosa, sobre o mundo e a vida. Não sabemos se Paulo tinha ou não elementos suficientes para saber exatamente o conteúdo dessa doutrina. As alusões na carta são muito vagas. Podemos detectar algumas suas características:

  13. - Em primeiro lugar, nota-se um certo influxode correntes judaizantes. Não se trata do judaísmo que Paulo combate energicamente em Gálatas e Romanos. Mas um resquício de judaísmo misturado com idéias de outras religiões pagãs. Paulo faz apenas uma menção à circuncisão (2,11-13). Talvez esses “filósofos” pregassem a circuncisão, porém sem dar-lhe importância para a salvação como faziam os judaizantes. Pregavam a observância de festas anuais, mensais e dos sábados (2,16); a rígida abstinência de alimentos (2,16.20-22);

  14. Davam grande importância às “potências”, isto é, a seres celestes que estariam associados aos astros e que exerciam um certo papel sobre o mundo. Paulo fala de “elementos do mundo” (Cl 2,8) de culto dos anjos (2,18), de “tronos, dominações, principados e potestades” (2,10.15). Esses seres aparecem como mediadores entre Deus e os homens, religando a segundo plano a mediação de Cristo. Nesses elementos todos, vislumbra-se uma clara influência das religiões de mistério, tão em voga na época; • - Um terceiro elemento parece provir de uma espécie de “gnosis”, pois se ressalta a importância do “conhecimento”. Não se sabe qual o conteúdo desse conhecimento. Porém, através dele, se tinha acesso a um mundo superior.

  15. Não sabemos também se o pregador dessa doutrina era judeu, pagão ou cristão. Paulo chama esse perigoso sistema doutrinal de “argumentos capciosos” (2,4), de “vãs e enganosas especulações da filosofia” (2,8). Não se trata de uma apostasia do cristianismo, mas de um desvio doutrinal. As conclusões de Paulo são rigorosas: “Quem se une a essa doutrina se separa do Cristo. Ele é o único mediador entre Deus e os homens” (Cl 2,9-15).

  16. Não sabemos se Paulo escreveu a carta por sua própria iniciativa ou a pedido de Épafras. É bem provável que o próprio Épafras tenha feito a tarefa de secretário. A carta foi levada a Colossos por Tíquico (4,7) que deve ter levado também o bilhete a Filemon e acompanhado Onésimo (4,9). Épafras continuou em Roma assistindo Paulo em sua prisão (4,12). A ordem de Paulo para que a carta fosse lida também em Laodicéia, dá a entender que também ali se sentia o mesmo perigo .

  17. Timóteo é nomeado como o remetente junto com Paulo, enquanto que Tíquico é enviado a Colossos com Onésimo, obviamente com o encargo de levar a Carta (4,7-9). Junto com Paulo se encontram diversos colaboradores: Aristarco, Marcos, Jesus chamado o Justo, Lucas, Demas e sobretudo Épafras (4,10-14). Este último é apresentado como aquele que, depois de ter fundado a comunidade de Colossos, informou o Apóstolo sobre a fé da comunidade e os problemas existentes. A Carta contém também uma saudação de Arquipo (4,17). Todos estes personagens (a exceção de Tíquico e Jesus chamado Justo) são nomeados também no bilhete a Filemon (Fm 2.11.23), o cristão em cuja casa se reunia com muita probabilidade a comunidade de Colossos. E no fim a Carta traz a firma de Paulo.

  18. 4. Divisão da carta Pré-escrito (1,1-2) I. Exordium (1,3-23) - Agradecimento de Paulo (3-8) - Intercessão (9-14) - Expansão cristológica (15-20) - O anúncio dos temas a serem tratados (21-23) a) a obra de Cristo para a santidade dos fiéis (21-22) b) fidelidade ao Evangelho recebido (23a) c) e anunciado por Paulo (23b)

  19. II. Argumentação (1,24–4,1) (desenvolvimento em ordem inversa aos temas anunciados acima) A) O combate de Paulo pelo anúncio do Evangelho (1,24–2,5) B) Fidelidade ao Evangelho recebido (2,6-23) - exortações iniciais gerais (6-7) a. advertências às práticas de culto (8) b. motivos cristológicos: Cristo e os fiéis com ele (9-15) a’. retomada das advertências: resistir às doutrinas erradas (16-19) - exortações conclusivas (20-23)

  20. C) A santidade dos fiéis (3,1–4,1) - exortações gerais e princípios introdutivos (1-4 a. mortificar o homem terreno (5-9a) b. motivações: desvestidos do homem velho e revestidos do homem novo (9b-11) a’. viver a novidade em Cristo (12-17) - exortações sobre a vida familiar e doméstica (3,18–4,1) III. Exortação final (4,2-6) Pós-escrito (4,7-18)

  21. 5. Autenticidade: A autoria paulina é atestada pela tradição antiga da Igreja. Porém, no final do século XVIII e início da século XIX, essa foi fortemente contestada. Muitos biblistas, tanto Católicos como Protestantes, questionam se a Carta é de Paulo; se é de um discípulo (Timóteo?); se é um resumo da Carta aos Efésios. A Escola de Tubinga a considerou um produto dos círculos gnósticos do II século. Motivos para duvidar é que não faltam: 34 vocábulos que não estão em outras partes do NT; 28 que não estão nas demais Cartas Paulinas; uma dezena que se encontram somente em Efésios. Existem muitas repetições e sinônimos; faltam alguns dos temas mais caros a Paulo: justiça, justificação, Lei... O estilo é mais solene. Também ele depende do assunto a ser tratado. Também a teologia de Colossenses não é tão diferente das outras cartas.

  22. 6. Mensagem: O objetivo da Carta aos Colossenses é combater um erro que existia na comunidade: uma excessiva importância era dada ao culto das potências angelicais. O autor, lembra que Deus no seu plano salvífico assegurou a Cristo uma tarefa importante. Ele é o mediador da criação (1,15); mediante o seu sangue derramado reconciliou todas a humanidade com Deus. Cristo é a “cabeça do corpo que é a Igreja” (1,18.24), e em modo diverso é também o chefe das potências celestes (2,10). Aprouve a Deus em Cristo fazer habitar toda a Plenitude (1,19) para poder comunicar aos fiéis “a Plenitude da divindade” que habita em Cristo plenamente (2,9-10), garantindo assim plena dignidade a todos os batizados. Hoje deveríamos pensar também em tantos erros que de tempos em tempos surgem em nossas comunidades e produzem estragos grandes. A exemplo de Paulo, deveríamos também estar preocupados com a boa formação doutrinal e catequética dos nossos dirigentes das comunidades.

  23. b) Através da obra de Cristo os fiéis são libertados do poder das trevas e obtém a remissão dos pecados (1,13-14). Assim os fiéis são reconciliados com Deus e com todo o universo (1,20). Tudo isso por meio do batismo, para despojar-se do homem velho e revestir-se do homem novo. O mundo moderno com todas as suas “luzes”, não deixa de ter as “trevas” que levam tantos à perdição. Tantas pessoas que vivem alienadas, oprimidas, vivendo como “pessoas velhas”. Se queremos dar continuidade ao reino de Deus, anunciado e iniciado por Jesus, precisamos construir a nova sociedade, com homens novos, mulheres novas, que vivam os novos valores do Reino.

  24. c) Os batizados passam a fazer parte da Igreja “corpo de Cristo”, onde não há mais divisões (3,11). A Igreja é a unidade de todos os seus membros. Ela continua a ser de caráter local (4,15), mas assumindo uma dimensão universal, pois através dela e por meio dela Cristo realiza desde agora sua senhoria cósmica. Somos também chamados hoje a superar as divisões em nossas comunidades, a ajudar a construir este “corpo de Cristo”. E “agindo localmente e pensando globalmente” cuidar também de toda a vida terrestre, afinal Deus é o Criador de tudo e a nós humanos foi confiado o cuidado da criação. Não idolatrar a natureza, mas prestar-lhe todo o cuidado e respeito que ela merece.

  25. d) A adesão a Cristo e a Igreja dá origem ao conhecimento da vontade Deus e de levar uma vida santa, que se distingue pela prática do amor fraterno e das virtudes (3,12-15), seja nos deveres familiares e sociais. Maridos, mulheres, pais, filhos, patrões, servos... todos são chamados a um relacionamento novo e fraterno. (OBS. Este item está melhor elaborado na Carta aos Efésios). Hoje vivemos uma situação de grave crise familiar. Seja entre os esposos, mas também entre pais e filhos. Missão de nossa Igreja é acompanhar as famílias e ajudá-la nas suas crises, através das pastorais, preparando bem as pessoas para o matrimônio. Igualmente, o relacionamento social entre patrões e trabalhadores precisa ser iluminado pela Palavra de Deus e pela Doutrina Social da Igreja. Vivendo “revestidos da caridade” faremos “reinar a paz de Cristo em nossos corações” (cf. 3,14-15)

  26. Créditos • Coordenação geral da Produção: Irmã Bernadete Boff, fsp • Texto: Padre Antônio Luiz Catelan Ferreira • Arte do power point: Irmã Matilde Aparecida Alves, fsp Irmã Ivonete Kurten,fsp Bianca Russo • Fotos: Arquivo Paulinas – Proibida a reprodução e cópia de imagens - Direitos reservados

More Related