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Apostila alfa

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Apostila alfa

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Presentation Transcript


  1. Conceitos fundamentais Português CURSO PREPARATÓRIO PARA AS ESCOLAS TÉCNICAS. “Despertando o talento que adormece em você”

  2. Aula 1 NÍVEIS DE LINGUAGEM Norma e Variação linguística [...] qualquer falante de português possui um conheci- mento implícito* altamente elaborado da língua, muito embora não seja capaz de explicitar esse conhecimento. E [...] esse conhecimento não é fruto de instrução recebi- da na escola, mas foi adquirido de maneira tão natural e espontânea quanto nossa habilidade de andar. * implícito – subentendido. PERINI, Mário. Sofrendo a Gramática. São Paulo: Ática, 1997.p.13 O UNIVERSO DA LINGUAGEM A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tem- po, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méri- tos, mas é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser autoritariamente aplicada a todo resto da língua [...] Leia o poema a seguir, de Carlos Drummond de Andra- de, ele servirá de ponto de partida para uma primeira reflexão sobre algumas características da língua portu- guesa. Aula de português A linguagem na ponta da língua tão fácil de falar e de entender. BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico – o que é como se faz. São Paulo: Loyola, 2001. P. 9 A partir dos textos analisados, ficou claro que o univer- so da linguagem é bem mais amplo e complexo do que imaginamos, não é mesmo? Por essa razão, iniciare- mos nossa abordagem da língua, analisando os seus elementos constituintes, ou seja, a linguagem, a língua e a fala. O HOMEM A LINGUAGEM E A COMUNICAÇÃO A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que quer dizer? Professor Carlos Góis, ele é quem sabe, e vai desmatando o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas*, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a língua, breve língua entrecortada do namoro com a priminha. O português são dois; o outro, mistério. * esquipático – extravagante, esquisito, excêntrico. ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. 10a ed. Rio de Janeiro: Record, 1987. Como você pôde inferir, a partir da leitura do poema acima, o estudo da gramática deve sempre levar em consideração os contextos da enunciação: o espaço, o tempo e as circunstâncias sob as quais foi produzido um determinado enunciado. Veja agora o que dizem os teóricos a respeito desse assunto: A linguagem é a capacidade que permite ao ser humano co- municar-se com os seus semelhantes através de um código. 01

  3. NORMA E VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS Norma culta ou norma padrão Dialeto padrão: também chamado norma padrão culta, ou, simplesmente norma culta, é o dialeto a que se atribui, em determinado contexto social, maior prestigi- o; é considerado o modelo – daí a designação de pa- drão, de norma – segundo o qual se avaliam os de- mais dialetos. É o dialeto falado pelas classes sociais privilegiadas, particularmente em situações de maior formalidade, usado nos meios de comunicação de massa (jornais, revistas, noticiários de televisão etc), ensinado na escola, e codificado nas gramáticas escolares (por isso, é corrente a falsa ideia de que só o dialeto padrão pode ter uma gramática, quando qualquer variedade linguística pode ter a sua). É ain- da, fundamentalmente, o dialeto usado quando se es- creve (há naturalmente diferenças formais, que decor- rem das condições especificas de produção da língua escrita, por exemplo, de sua descontextualização). Excetuadas diferenças de pronúncia e pequenas dife- renças de vocabulário, o dialeto padrão sobrepõe-se aos dialetos regionais, e é o mesmo, em toda a exten- são do país. SOARES, Magda. Linguagem e escola. Uma perspectiva social. 3a ed. São Paulo: Ática, 1986, pp. 82-83. Linguagem coloquial ou norma popular Os princípios da norma popular compõem uma verda- deira gramática popular e implicam uma simplificação considerável da gramática culta, num uso muito gran- de de elementos afetivos, numa pronúncia menos cui- dada, num abundante vocabulário gírio e outros ele- mentos afetivos da língua e, em geral, revelam uma menor dose de reflexão na escolha das formas lingüís- ticas pelo usuário. PRETI, Dino, Sociolingüística. Os níveis da fala. 7a ed. São Paulo: Edusp, 1994, p. 56. Língua e Variedade linguística Linguagem Humana é a capacidade de comunicar-se por meio de uma língua. LÍNGUA E FALA Língua ou idioma é um código, ou seja, um conjunto de elementos e de regras combinatórias que possibili- ta a troca de infinitas informações. Conhecida e utiliza- da por todo um grupo social e a todo o momento, a língua, embora constitua um sistema praticamente fechado, permite a transmissão de qualquer mensa- gem desejada. Portanto, seu emprego é ilimitado. Não Esqueça Segundo Ferdinand Saussure, a língua é uma con- cepção abstrata, que só se realiza quando empregada concretamente em um momento de comunicação . Fala é a realização concreta da língua, feita por um indivíduo de uma comunidade num determinado ato de comunicação. Linguagem e comunicação no Vestibulinho Considere a charge de Henfil Coleção Henfil, Geração Editorial, s/ data. (ETEC – SP) A comparação entre o desenho da ban- deira e os dizeres “ordem e progresso” revela, sobre o Brasil, uma situação de (A) utopia. (B) soberania. (C) conciliação. (D) incoerência. (E) crescimento. Resolução comentada Alternativa D – A contraposição da imagem ao texto tem por objetivo acentuar a incoerência entre discurso e prática, quando o assunto é a preservação ambien- tal. Para tanto, o examinador lança mão de elementos essências do processo de comunicação tais como, símbolos, palavras e desenhos. Códigos que fazem parte da linguagem humana. 02

  4. Variação Histórica Variação resultante da evolução da língua em um de- terminado período de tempo. É um processo gradual e pode ser constatado ao se comparar diferentes esta- dos de uma língua. A forma mais antiga permanece entre as gerações mais velhas até a consolidação da variante mais recente. Nesse tipo de variação, as mudanças podem ser tanto de grafia quanto de significado. Antigamente ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se moiselles e eram todas mimosas e muito prenda- das. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pes- soas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca e não caíam de cavalo magro. ANDRADE. Carlos Drummond de. In Quadrante (1962), Para inicio de conversa, é preciso deixar claro que qualquer língua, falada por qualquer grupo social, exi- be, em maior ou menor grau, variações. Portanto, a diversidade linguística deve ser encarada não como um problema insolúvel, mas como uma qua- lidade inerente à própria língua. Aquilo que convencionamos chamar de Língua Portu- guesa resulta em uma diversidade de falares distribuí- dos em regiões tão dispares como Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé, Príncipe etc. Compreender esse universo linguístico é uma tarefa tão complexa quanto a diversidade cultural e política dos povos que o compõem. Os tópicos a seguir procurarão, na medida do possível, analisar essa diversidade, conferindo-lhe um sentido. As variações da língua Dialetos Podemos entender por dialeto as variações de pronúncia, vocabulário e gramática pertencentes a uma determinada língua. Os dialetos não ocorrem somente em regiões diferen- tes, pois numa determinada região existem também as variações dialetais etárias, sociais, referentes ao sexo masculino e feminino e estilísticas. Regionalismo made- O Regionalismo é a linguagem popular, utilizada por pessoas de determinadas regiões geográficas, que guarda características específicas reconhecidas pelos grupos que as constituem. José Olympio, 1970 Comunidade Lusófona A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma organização composta pelos países lusófonos e insti- ga a aliança e a amizade entre os signatários. Sua sede fica em Lisboa e seu atual Secretário Executivo é Domingos Simões Pereira, da Guiné-Bissau. A organização promove a data de 5 de Maio como Dia da Língua Portuguesa e da Cultura lusófona. Países da comunidade lusófona 03

  5. Geralmente, expressa oposição aos valores tradicio- nais da sociedade e preserva a segurança do grupo, uma vez que em determinadas situações a comunica- ção é nula com aqueles que não pertencem a ele. Gíria comum Ocorre quando o uso da gíria de grupo expande-se e passa a fazer parte do léxico popular e torna-se uma gíria comum. Variação social Variação existente em função da classe social à qual pertencem os indivíduos. Nesse tipo de variedade lin- guística podemos incluir os jargões profissionais e as gírias. Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. Andrade. Oswald. Poesias completas. São Paulo: Martins Fontes, 1972. Você sabia? A norma culta, adquirida durante a vida escolar e solici- tada como forma de ascensão social e profissional, é igualmente utilizada como instrumento de dominação e discriminação social. Variação situacional Variante que resulta do uso que se faz da língua de acordo com a situação em que se encontram os inter- locutores. Gírias A Gíria é um fenômeno de linguagem especial usada por certos grupos sociais pertencentes a uma classe ou a uma profissão em que se usa uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distin- guir o grupo dos demais criando um jargão próprio. É empregada por jovens e adultos de diferentes clas- ses sociais, e observa-se que seu uso cresce entre os meios de comunicação de massa. Trata-se de um fenômeno sociolinguístico cujo estudo pode ser feito sob duas perspectivas: gíria de grupo e gíria comum Gíria de grupo Você sabia? Idiotismos Idiotismos ou idiomatismos são expressões ou cons- truções típicas de um determinado grupo social, geralmente de caráter familiar ou vulgar, que não têm tradução literal em outras línguas. É usada por grupos sociais fechados e restritos, que têm comportamento diferenciado. Possui caráter crip- tográfico, ou seja, é uma linguagem codificada de tal forma que não seja entendida por quem não pertence ao grupo. 04

  6. b) Haviam muitos barcos espalhados pelo porto, espe- rando a hora de partir. c) Os turistas se aglomeravam para o embarque, curi- osos mais também apreensivos. d) Mau o capitão autorizou a subida aos barcos, foi aquele alvoroço geral. e) Todos se referiam à fascinante e misteriosa beleza da região do rio Amazonas. Texto para a questão 2 Uma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth, Estados Unidos, 2006. Paramount) – Al Gore passou décadas de sua carreira fazendo papel de chato ao falar insistentemente sobre um problema que parecia distante, o aquecimento global. Ficou com fama de bobão e, como se sabe, perdeu a eleição para George W. Bush de forma nebulosa. Enquanto a popularidade do atual presidente despenca, entretanto, a dele anda nas alturas – até em Prêmio Nobel já se fala. Tudo graças a esse bem urdido documentário sobre o tema mais caro ao ex-vice-presidente: as mudanças climáti- cas. Envolvente, ritmado e didático sem ser condes- cendente, o filme chega ao DVD com dados atualiza- dos em relação à versão vista no cinema e é um pro- grama quase que obrigatório para quem deseja enten- der por que o clima anda tão louco e o que se pode fazer, no dia-a-dia, para não agravar o problema. Revista Veja, São Paulo, 07 fev. 2007. 2. (ETEC – SP) O texto caracteriza-se por: I. Dar ao leitor informações sobre quem é o responsá- vel pela obra. II. Trazer um resumo da ideia central do trabalho. III. Apresentar, de forma impessoal, os aspectos da obra. IV. Utilizar linguagem formal, rebuscada e hermética. Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) I, II, III e IV. 3. (ETEC – SP) Leia as orientações que uma empresa, preocupada com o meio ambiente, passou aos seus funcionários. NORMA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO VESTIBULINHO Leia a tira a seguir: ADÃO ITURRUSGARAI (LICEU – SP) Analise as informações I. Na primeira fala, substituindo “O poder” por “O poder e a sabedoria”, obtém-se: O poder a sabedoria não se impõem pela força... II. Na segunda fala, substituindo “concordar” por “discordar”, obtém-se: E se alguém discordar com is- so? III. Mantendo o sentido do texto, a primeira fala pode ser redigida da seguinte forma: Se impõe o poder pela força, e não pelas ideias. Está em conformidade com a norma padrão da língua portuguesa apenas o contido em: a) I. b) II. c) III. d) I e II e) II e III Resolução comentada Alternativa A – De acordo com a norma culta da língua, o verbo “discordar”, quando transitivo indi- reto, exige a preposição “a” e não a preposição “com”. Quanto à fala do primeiro quadrinho, a mu- dança de posição do advérbio de negação altera por completo o sentido da fala. Portanto, a alter- nativa “a” é a única que esta de acordo com o que prescreve a norma culta da língua, ou seja, sujei- to composto anteposto ao verbo exige verbo no plural. EXERCÍCIOS MODELO 1. (ETEC – SP) Assinale a alternativa em que a frase esteja escrita de acordo com o padrão culto da língua. a) As águas do rio estavam agitadas, por que há pou- co chovera e ventara muito. 05

  7. como voluntário para organizar o local. d) Quando o tenente ver o recruta Zero dormindo so- bre os colchões, o soldado será punido. e) No final da vistoria, o tenente considerou os barra- cões e as instalações inadequados. A questão 5 baseia-se na charge abaixo. Avalie se é mesmo necessário imprimir algo que já está gravado em seu computador. Utilize melhor as folhas, não jogue as folhas fora e aproveite o verso para fazer anotações e rascunhos. Retire seu nome do mailing de empresas que não interessam. Leve os papéis já aproveitados para nosso posto de coleta seletiva. Assinale a alternativa em que o trecho, em desta- que, está reescrito de acordo com a norma padrão da língua portuguesa. a) ... não jogue-as fora... b) ... não as jogue fora... c) ... não jogue elas fora... d) ... não jogue-lhes fora... e) ... não lhes jogue fora... 4. (IFSP) Considere a tirinha e assinale a alternativa correta de acordo com a norma padrão: 5. (IFSP) Assinale a alternativa correta. a) O termo em destaque está corretamente emprega- do: De agora em diante, haverá MENAS mortes entre os povos. b) A frase seguinte está correta quanto à acentuação e à pontuação: O povo de Israel para com os atenta- dos e nós palestinos, paramos de mandar matá-lo. c) Em – com os atentados CONTRA Israel – a palavra destacada é um adjetivo e, portanto, deveria estar no plural, concordando com atentados. d) Quanto à concordância verbal, está correta a frase: Não acontecerá mais matanças entre israelenses e palestinos. e) Em – TÁ combinado – a forma em destaque indica um uso próprio da língua falada, em situações infor- mais de comunicação. WALKER, MORT. O melhor do Recruta Zero – 2. L&PM Pocket. a) Ao meio-dia e meio, o tenente passou pelos barra- cões para fazer a inspeção. b) Pela manhã, haviam muitos colchões para arejar no pátio do quartel. c) Fazem duas semanas que o recruta se ofereceu 06

  8. ca. As provas estão nas tatuagens e grafites por aí, sem falar nas pessoas pulando nas modernas cavernas chamadas boates. “Então” lhes digo que, mais uma vez, os mineiros, como diria meu pai, nesse assunto, dão um quinau. Pois conseguimos elevar a linguagem fática ao mais puro requinte da comunica- ção. Dois mineiros conversando são capazes de usar todos os elementos da linguagem fática, essas palavras que não significam nada e, no entanto, estabelecer uma rica comuni- cação. E essa arte atinge o seu virtuosismo supremo quando dois mineiros conversam em silêncio. Que papos! Que excelsa comunicação! SANT‘ANNA. Affonso Romano. Muletas de Linguagem. Jornal Estado de Minas. Belo Horizonte, 16 abr. 2006. EXERCÍCIOS PARA CASA Texto para as questões de 1 a 3 Muletas de linguagem Vocês já repararam que os paulistas deram para começar suas frases com um ―então‖? A primeira vez pensei que fosse cacoete de uma conhecida minha. Ela começava a conversa sempre com um “então” e, ao primeiro “então”, seguiam-se outros “entões” na abertura de todas as demais frases. Daí a pouco, acho que já tinha “então, como vai?”, “então, bom dia”, só faltava chegar no “então, então!”. E o “então” era algo enfático, pois havia uma pausa, quase um suspense, algo entre a vírgula, o ponto e vírgula e até mesmo dois pontos. Era o prenúncio de alguma coisa. Sim, parecia que ela ia dizer algo grave, revelar, dar uma explica- ção final que, afinal, não vinha. Caderno de Cultura 1. (IFMG) A norma padrão da língua foi utilizada em: a) “E, outro dia, uma filha me chegou em casa com esse “então”.” b) “Então”, no princípio era o fuck. E, como conse- quência, veio o Bush...” c) “E essa arte atinge o seu virtuosismo supremo quando dois mineiros conversam em silêncio.” d) “Tinha uma conhecida, por exemplo, que ia falando e, de repente, metia na frase um pererê, pererê.” 2. (IFMG) O dinamismo linguístico é visto pelo autor com a) ressalva. b) simpatia. c) desprezo. d) indiferença. 3. (IFMG) A palavra ―muletas‖ no título significa a) expressões de apoio. b) palavras sem nexo. c) vícios de linguagem. d) dificuldades de comunicação. 4. (SENAI – SP) A frase que respeita as normas da língua-padrão é: a) Aos dezessete anos conheci meu primeiro e único namorado, onde estamos juntos a sete anos. b) O povo viveria melhor, teríamos uma vida mais dig- na se houvessem mais empregos. c) Podes me dizer porque você armou toda essa con- fusão? d) Na escola particular, as diferenças são enormes, desde as pessoas até a maneira de ensinar. e) O relatório de cuja autenticidade eu não duvido foi entregue ontem. 5. (IFMG -Adaptada) Vamos combinar: internauta nunca mais, está bem? O uso da abominável palavra internauta revela um preconceito que já não tem cabimento hoje em dia. Sugere um ser alienado e esquisito, quando deveria se referir ao público em geral. Simplesmente era uma muleta linguística. Daí comecei a observar que os paulistas todos estão falando assim, seja na televisão, no rádio, nas ruas e lojas. E, outro dia, uma filha me chegou em casa com esse “então”. “Então”, pensei, a coisa está ficando grave. O “então” invadiu minha praia. Isso está se parecendo a uma outra expressão que invadiu a fala de todo mundo e que foi propalada pelo presidente Lula. Refiro-me a esse “até porque”. Lá vai a pessoa falando, pode ser um feirante, um entrevistado, sobretudo políticos que se contaminaram com a fala presidencial, “até porque” vivem ali ouvindo isso dia e noite. Não tem jeito. Não se fala mais “mesmo porque”, nem “sobretudo” ou coisas que tais. Tem que ser “até porque”. Há décadas, venho observando esses cacos de linguagem. Sugiro (é um vício antigo) que alguém faça, se ainda não fizeram, uma tese sobre isso. Tinha uma conhecida, por exem- plo, que ia falando e, de repente, metia na frase um pererê, pererê. Por exemplo: “Ela chegou lá em casa, sentou-se à mesa e pererê, pererê, acabou contando...” Outra variante disso é o “parará, parará”. A última vez em que tentei achar tais ruídos no dicionário não encontrei. E fiquei pensando como é difícil as pessoas aprenderem uma língua estrangeira. Nenhuma gramática nossa se refere a isso, como não se refere também a essa mania de falar “assim’. Esse “assim” é uma calamidade. E, agora, vem colado ao “tipo assim”. São palavras que não adicionam informação alguma, apenas marcam ritmo e dão tempo subjetivo para o falante organizar seu pensamento ou parecer que tem pensamento. E, de repente, isso, que tinha que ser acidental e acessório, acaba dominando todo o discurso. Toda língua tem esses cacos. Os americanos tinham mania de ficar mascando uns ruídos – ahm... ahm.. ahm –, marcan- do intervalo das frases, isto antes de entulharem tudo com todas as variações de fuck. Quer dizer: “então”, aquela língua de Shakespeare, que diziam ser tão rica, acabou convertida, “tipo assim”, numa única palavra. “Então”, no princípio era o fuck. E, como consequência, veio o Bush... No caso brasileiro, existe por aí uma linguagem considerada jovem, que acaba sendo o enfileiramento só desses cacos, e já não estranha a gente ouvir coisas assim: “Cara, tipo assim, aí, cara, pô, vou te contar, uhaal! Pirou, cara! Tipo assim, pô”. Isso se parece peça de Ionesco. Peça de Beckett. Nos estu- dos de linguística costumam dizer que isso pode ser chama- do de “linguagem fática”, “tipo assim”, quando você diz “alô” no telefone ou um “aí” no meio da narração. Mas o mais sin- tomático é que esse termo foi primeiro usado pelo antropólo- go Malinoswsky, no século 19, estudando comunidades pri- mitivas. “Então”, acho que estamos mais primitivos que nun- 07

  9. Os trechos a seguir confirmam o padrão de lingua- gem anunciado pelo título, EXCETO: a) “Pegando carona nos temas já abordados aqui no webinsider (...)” b) “Por isso que eu torço o nariz quando ouço – ou leio – a tal palavrinha.” c) “É o fim da picada alguém se referir ao usuário da rede como internauta‘.” d) “Dessa forma, não é ofensa ou xingamento chamar de usuário quem usa a rede.” ANOTAÇÕES 08

  10. Aula 2 O DISCURSO Pagu Mexo, remexo na inquisição Só quem já morreu na fogueira Sabe o que é ser carvão Eu sou pau prá toda obra Minha força não é bruta Não sou freira Nem sou puta... Porque nem! Toda feiticeira é corcunda Nem! Toda brasileira é bunda Meu peito não é de silicone Sou mais macho Que muito homem Nem! Toda feiticeira é corcunda Nem! Toda brasileira é bunda Meu peito não é de silicone Sou mais macho Que muito homem... Sou rainha do meu tanque Sou Pagu indignada no palanque Fama de porra louca Tudo bem! Minha mãe é Maria Ninguém Rita Lee e Zélia Duncan. Pagu. http://letras.terra.com.br/rita- lee/81651/. Acessado em 05/03/2011. A letra acima, de Rita Lee e Zélia Duncan, já mostra uma mu- lher libertária e pouco afeita à submissão. Não é à toa que o título da música é Pagu, pseudônimo de Patrícia Rehder Gal- vão, escritora brasileira do início do século XX. Ligada ao movimento comunista, Pagu foi uma de nossas primeiras fe- ministas e também a primeira mulher a ser presa por ques- tões políticas no Brasil. DISCURSO E TEXTO "o uso da linguagem e a produção de textos se fazem na interação" M.H. MOURA Língua, discurso e texto A língua é um sistema abstrato e social, que se materi- aliza através de diferentes discursos produzidos pelos mais diversos grupos sociais. Os discursos, por sua vez, materializam-se através dos textos produzidos por indivíduos pertencentes à uma determinada comunidade linguística. Ai, que saudades da Amélia. Nunca vi fazer tanta exigência Nem fazer o que você me faz Você não sabe o que é consciência Nem vê que eu sou um pobre rapaz Você só pensa em luxo e riqueza Tudo o que você vê, você quer Ai, meu Deus, que saudade da Amélia Aquilo sim é que era mulher Às vezes passava fome ao meu lado E achava bonito não ter o que comer Quando me via contrariado Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!" Amélia não tinha a menor vaidade Amélia é que era mulher de verdade Ataulfo Alves e Mário Lago. Ai, que saudades da Amélia. www.mpbnet.com.br/.../ai_que_saudades_da_amelia.htm. Acessado em 05/03/2011 O texto acima de 1941, de autoria de Mário Lago e Ataulfo Alves, mostra uma visão de mulher que mulher que aceita toda sorte de privações e/ou vexames sem reclamar, por amor a seu homem.Graças a essa música a palavra amélia foi dicionarizada como sinônimo de mulher ―mulher amorosa, passiva e serviçal‖ Vista com a ―fada do lar‖ a mulher no início do século XX tinha sua imagem tendenciosamente ligada às atividades domésti- cas. Veja agora uma outra visão de mulher 09

  11. Em outras palavras o texto caracteriza-se pela coe- rência conceitual e pela coesão sequencial de seus elementos constituintes. Para melhor compreender esse conceito é importante ressaltar duas das principais características do texto: O texto constitui uma totalidade coerente; O texto é uma tessitura de sentidos. A esse respeito veja o que dizem a professora Ingen- dore Koch e o professor Luiz Carlos Travaglia, espe- cialista no estudo do texto: O texto será entendido como uma unidade linguística concreta, que é tomada pelos usuários da língua, em uma situação de interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconheci- da, independentemente da sua extensão. KOCH & TRAVAGLIA. Texto e coerência. Nos dias de hoje, a publicidade explora a imagem da mulher vendendo-a não como uma serviçal, mas como objeto sexu- al ou um mero bem de consumo. São Paulo, Cortez, 1989. DISCURSO, TEXTO E ENUNCIADO Discurso Enunciado Resultado da produção discursiva, o enunciado pode ser concebido como parte de um discurso, oral ou es- crito, em associação com um determinado contexto. Embora o discurso possa ser definido como um ―enunciado oral ou escrito que supõe, numa situação de comunicação, um locutor e um interlocutor‖, definir o âmbito de sua abrangência não é tarefa das mais fáceis. Portanto, para sua compreensão e necessário que tenhamos claro algumas de suas principais caracterís- ticas. Vejamos: O discurso é uma organização situada para além da frase; O discurso é orientado não apenas porque é con- cebido em função de uma perspectiva assumida pelo locutor, mas também porque se desenvolve em um tempo, de maneira linear; O discurso é uma forma de ação todo discurso constitui, como a enunciação, em um ato que visa mu- dar uma situação; O discurso é interativo um troca entre binômio eu e você. A frase ―não fume‖pronunciada a esmo é pura e simples- mente uma frase, desprovida de sentido. No entanto, na forma de aviso, como se apresenta acima, passa a ser um enunciado pois constitui-se em uma unidade elementar da comunicação verbal. Discurso e ideologia Se considerarmos que na produção do discurso, os interlocutores não são apenas dois extremos do cir- cuito comunicativo, mas indivíduos situadas num tem- po histórico e num espaço sociocultural bem definidos, é possível compreender de que maneira a atividade discursiva desses indivíduos é regida por parâmetros de ordem ideológica e sociocultural. Em outras palavras, o discurso que eles produzem não existe despretensiosamente, mas é determinado pelas posições ideológicas do processo sócio- histórico em que foi produzido e também reproduzi- do. Isso por que o discurso é o produto de um ato de e- nunciação, ou seja a manifestação da língua na comu- nicação efetiva entre os membros de uma comunida- Para ajudar a melhor compreender essas característi- cas vale a pena considerar as palavras do filósofo da linguagem Michel Pêcheux O discurso não deve ser entendido como uma simples transmissão de mensagem de um locutor para um interlocutor. O discurso é o efeito de sentidos que são construídos durante uma interlocução. PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirma- ção do óbvio. 3.ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1997a. Texto O texto pode ser concebido como um sequência de unidades discursivas inter-relacionadas de acordo com princípios lógico-semânticos. 10

  12. A RAPOSA E AS UVAS De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de u- vas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo o que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e re- dondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: “Ah também, não tem importância. Estão muito ver- des.”E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia risco de despencar, esticou a pata e... Conseguiu! Com avidez colocou na boca quase o ca- cho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes! MORAL: A FRUSTRAÇÃO É UMA FORMA DE JULGA- MENTO TÃO BOA COMO QUALQUER OUTRA. MAFALDA - QUINO Na tirinha acima, de Quino, há um claro posicionamento ideológico no que toca à valorização da cultura na sociedade ocidental. A fala de Suzanita, que indigna, Mafalda retrata, em certa medida, o imaginário da pequena burguesia oci- dental urbana. Discurso e originalidade Millôr Fernandes A relação discursiva entre os dois textos, o primeiro do sécu- lo V a.C e o segundo contemporâneo a nós, evidencia a iteração dialógica entre ambos. Como são fábulas, ambos apresentam como marca ideológica o caráter didático- pedagógico. Ao escolher como estratégia de comunicação a releitura de um texto já existente, Millôr Fernandes confirma, igualmente, a teoria bakhtiniana sobre a originalidade dos discursos. DISCURSO, TEXTO E ENUNCIADO NO VESTIBULINHO A natação, hoje considerada um dos esportes mais comple- tos, já era mencionada na Grã-Bretanha, desde os tempos da dominação romana, época em que era considerada uma prática da elite. Com a chegada do feudalismo, a natação torna-se rara, pois era incompatível com guerreiros que fre- quentemente usavam armaduras. Mas o interesse pelo es- porte ressurgiu no fim do século XVI, quando em 1587, o professor Everard Digby publicou o livro intitulado A arte de nadar. Ele queria transformar a natação em um esporte para fidalgos, na tentativa de torná-los mais parecidos com os romanos. A obra de Digby, cujos capítulos explicam e ilus- tram como nadar, foi indicada, por outros educadores, aos fidalgos da Inglaterra dos ―Tudor e dos Stuarts‖. (Revista BBC Knowledge, maio de Segundo o teórico russo Mikhail Bakhtin, nenhum dis- curso é original. Toda palavra é uma resposta à pala- vra do outro, todo discurso reflete e refrata outros dis- cursos. Nesse sentido o diálogo entre os mais diversos textos e discursos, assume um papel indispensável na cons- trução de qualquer enunciado. Oportunamente, voltaremos a esse assunto em uma aula dedicada especialmente ao diálogo intertextual. Por enquanto vamos apenas analisar os pontos de contato entre os textos que seguem, extraídos, res- pectivamente, da obra de Esopo e Millôr Fernandes. A RAPOSA E O CACHO DE UVAS 2010. Adaptado) (ETEC-SP) Sobre o livro de Digby, é valido afirmar que foi a) escrito na Antiguidade Clássica, período em que prevaleceu a cultura cristã. b) divulgado quando o antropocentrismo e o individua- lismo renascentista prevaleciam. c) indicado às necessidades dos senhores feudais que estavam interessados na natação. d) escrito no período do Iluminismo, filosofia que tinha como base o racionalismo, o liberalismo e o pensa- mento científico. e) publicado pelo autor numa época em que a Inglater- ra passava por profundas mudanças econômicas, de- vido à Revolução Industrial. Uma raposa faminta, ao ver cachos de uva suspensos em uma parreira, quis pegá-los, mas não conseguiu. Então, afastou-se dela, dizendo: “Estão verdes.” Assim também, alguns homens, não conseguindo rea- lizar seus negócios por incapacidade, acusam as cir- cunstâncias. Esopo 11

  13. Analise os textos. ―O espírito do profissional esportivo não é mais o espírito lúdico, pois lhe falta a espontaneidade, a despreocupação. No caso do esporte de massas, temos uma atividade nominalmente classificada como jogo, mas levada a um grau tal de organiza- ção técnica e de complexidade científica que o verdadeiro espírito lúdico se encontra ameaçado de desaparecimento. O autêntico jogo desapare- ceu da civilização atual, e mesmo onde ele parece ainda estar presente trata-se de um falso jogo.‖ HUIZINGA, Johan. Homo ludens – O jogo como ele- mento da cultura. Trad.: João Paulo Monteiro. São Pau- lo: Perspectiva, 2004, p. 219-229. Adaptado. Hoje o futebol profissional condena o que é inútil, e é inútil o que não é lucrativo. O jogo converteu- se em espetáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, que não se organiza para jogar, mas para impedir que se jogue. A burocracia do esporte foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que re- nuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousa- dia. GALEANO, Eduardo. El fútbol a sol y sombra. México: Siglo XXI, 1995, p. 2. Adaptado. 2. (ETEC-SP) Considere as afirmações. I. Os jogos modernos vêm se tornando cada vez mais tecnicamente organizados para gerar resultados efici- entes e rentáveis. II. O espírito lúdico do futebol tende a desaparecer à medida que os jogadores perdem a espontaneidade e a autonomia de jogar o chamado futebol arte. III. O futebol profissionalizado ganha características de jogo técnico, rápido, brincalhão, emocionante e educa- tivo, fazendo desaparecer o velho espírito despreocu- pado e relaxado do jogo. De acordo com a opinião defendida pelos autores, é válido o que se afirma em a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. Leia o texto a seguir, que servirá de base para so- lução das questões 3 e 4 Segundo o historiador John Monteiro, do Departamento de Antropologia da Unicamp, tem se tornado cada vez mais inaceitável o uso de ternos que apontam para a discrimina- ção ou exclusão social, buscando-se, por isso, uma termino- logia que seja ―politicamente correta‖. ―Muitas vezes, são as elites políticas e intelectuais que propõem novas expressões com a intenção de corrigir termos, usados no passado, asso- ciados com a discriminação social, o desrespetio ao meio ou o estrangeirismo‖, afirma Monteiro. Resolução comentada Alternativa B – O século XVI representa o auge do Renascimento e marca a consolidação dos valores antropocêntricos, que tomam o homem como medida de todas as coisas. O período determina a transição da Idade Média para a Idade Moderna e foi caracteri- zado por transformações econômicas, políticas e sócio-culturais que mudaram o perfil ideológico do período. O Livro de Digby é um dos indícios dessa mudança de viés ideológico presente nos discursos da época. EXERCÍCIOS MODELO 1. (ETEC-SP) No final dos anos 1920 e começo dos anos 1930, em São Paulo, grupos de tendência comu- nista junto a sindicatos empreenderam uma campanha pela ―proletarização do esporte‖, notadamente dos clubes de futebol. Sobre isso, leia o documento a seguir: Viva o Esporte Proletário! A necessidade do esporte para a juventude é um fato incontestável. A burguesia se aproveita desse fato para canalizar todos os jovens das fábricas para os seus clubes. Que fazem os jovens nos clubes burgueses? Defendem as cores desses clubes. Se o clube é de uma fábrica, é o nome e a cor da fábrica que defendem; a burguesia cultiva neles a paixão e a luta contra a juventude das ou- tras empresas.(...) Mas todo operário futebolista deve ingressar nos clubes proletários. Já existem alguns, outros clubes, entretanto, devem ser cria- dos. No mundo obreiro, ninguém mais ignora que o esporte bretão tem sido útil ao capitalismo para desviar a atenção das massas trabalhadoras dos seus sindicatos profissionais. (Jornal O Trabalhador Gráfico, 25.05.1928. Adaptado). DECCA. Maria Auxiliadora Guzzo de. Indústria, trabalho e cotidiano. Brasil – 1889 a 1930. São Paulo: Atual, 1991. Adaptado. Pensando nisso, é válido afirmar que a) o futebol era utilizado pela burguesia para fortalecer o movimento operário. b) os clubes proletários foram criados para promover a profissionalização do esporte. c) os sindicatos se preocupavam em criar clubes de futebol que, através do esporte, defenderiam a causa proletária. d) tanto a burguesia como a classe operária viam, nos clubes de futebol, uma maneira de lutar contra o capi- talismo. e) a juventude operária ansiava por ingressar nos clu- bes de futebol das fábricas, pois desejava lutar contra a burguesia. 12

  14. inseridas. IV. porque são usadas no lugar de outras, apesar de seu significados não serem os mesmos, e carregarem consigo algum tipo de preconceito ou discriminação. Indique a alternativa que contém todos os motivos válidos: a) Apenas II b) Apenas III c) Apenas I e III d) Apenas I, II e IV e) I, II, III e IV Mauricio de Souza. A Turma da Mônica: O Estatuto da Criança e do Ado- lescente. MEC/FAE/Editora Maurício de Souza, 1993. 5. . (ETEC-SP) Mônica e Magali conversam a respeito do Estatuto da Criança e do Adolescente. Mônica disse: ―Seos direitos das crianças não forem respeitados, eu sofrerei muito‖. Magali respondeu: ―Seos direitos das crianças e dos adolescentes forem respeitados, eu serei feliz‖. Sendo os direitos das crianças respeitados, a partir das afirmações, conclui-se que a) Mônica não sofrerá e Magali será feliz. b) Mônica e Magali serão felizes. c) Mônica e Magali sofrerão. d) Mônica não sofrerá. e) Magali será feliz. Para a Profª Anna Cristina Bentes, do Departamento de Lin- guística da Unicamp, quanto maior o grau de consciência do sujeito sobre a carga semântica das palavras, maior será o uso do politicamente correto na escrita e na fala. Exemplos de uso do ―politicamente correto‖: 3. (ETEC-SP) Considere os seguintes argumentos a respeito de algumas palavras ou expressões, dentre os exemplos dados, sem considerados politicamente incorretas. I. A AIDS não se manifesta necessariamente em todas as pessoas que contraíram o vírus HIV (as soropositi- vas) e a palavra aidético ainda é muito associada ao uso de drogas e à promiscuidade sexual. II. A palavra menor refere-se ao status jurídico daquele que não completou a idade legal para gerir sua pesso- a e seus bens e ser responsabilizado e punido por determinados atos. Criança e adolescente se referem ao período da vida humana relativo à idade que a pes- soa se encontra. III. Baianada é uma palavra que privilegia os nascidos na Bahia, atribuindo apenas a eles o direito de errar. Indique a alternativa que contém todos os argumen- tos válidos: a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e II d) Apenas I e III e) I, II e III 4. (ETEC-SP) Do ponto de vista de muitos defensores da escolha politicamente correta das expressões a serem usadas na comunicação oral e escrita, certas palavras deveriam se evitadas pelos seguintes moti- vos.: I. porque são estrangeirismos introduzidos na língua oral do país e substituem progressivamente palavras do idioma nacional de igual sentido. II. porque associam ação, situação ou qualidade des- favorável a determinado grupo de pessoas. III. porque são estrangeiras e não representam coisas já conhecidas ou em uso no pais onde estão sendo 13

  15. As questões de números 3 e 4 baseiam-se no texto a seguir. Com Palmos Medida O inimigo da gente é o latifundiário, que submete nós todos a esse cruel calvário. Pense um pouco, meu amigo, não vá seus filhos matar. É contra aquele inimigo que nós devemos lutar. Que culpa têm os seus filhos? Culpa de tanto penar? Vamos mudar o sertão pra vida deles mudar. Enquanto Chico falava, no rosto magro de João uma luz nova chegava. E já a aurora, do chão de Sapê, se levantava. Ferreira Gullar – João Boa-Morte, cabra marcado pra EX ER CÍCIOS PARA CAS A Leia atentamente o fragmento do texto abaixo. A ele se referem as questões 1 e 2. ―Importante meio de pesquisa para os alunos, a internet também se tornou um bom instrumento para os que buscam vida fácil na escola. ―Pego todos os meus trabalhos lá, nem leio. Só preciso fazer uma capa‖, conta Augusto, 16, que está no segundo ano do ensino médio de uma das maiores redes de colégios de São Paulo. Por que faz isso? ―Preguiça‖, diz ele. Casos como esse ficaram tão comuns que obriga- ram as escolas a mudar a forma de cobrar os tra- balhos dos alunos, para evitar a simples cópia de textos dos sites. Vale até voltar ao passado, exi- gindo que os alunos gastem a caneta para entre- gar atividades manuscritas, o popular ―à mão‖. Retirado do jornal Folha de São Paulo de 23/10/05. morrer. 3. (IFSP) De acordo com o texto, João mata seus fi- lhos se a) os faz lutar contra o latifundiário. b) não permite que lutem a seu lado. c) lhes evita o sofrimento. d) os deixa submetidos ao cruel calvário. e) os põe a lutar com o inimigo em seu lugar. 4. (IFSP) É correto afirmar que a) as palavras de Chico não levaram João a refletir sobre a sua condição de vida. b) João é contra o latifundiário porque este explora seu amigo Chico. c) a luz nova que chegava, além da aurora, pode ser o surgimento da consciência para João. d) Chico quer que João fique contra o latifundiário, que quer melhorar a vida no sertão. e) Chico e João são contra o latifundiário porque que- rem sair do sertão. CESSAR FOGO 1. (LICEU-SP) De acordo com o texto, é correto afir- mar a) a internet se tornou um instrumento inconveniente para os alunos, porque é por meio dela que eles de- vem copiar todos os seus trabalhos escolares. b) os adolescentes copiam os trabalhos da internet, porque as escolas evitam estimular a preguiça dos alunos, como fator importante na formação destes. c) na luta contra a preguiça de adolescentes em fazer seus trabalhos escolares, as grandes escolas estão proibindo seus alunos de utilizarem a internet. d) embora a internet seja um instrumento de pesquisa avançado, as escolas ainda adotam o popular trabalho ―àmão‖, pois estão presas ao passado. e) o popular trabalho “à mão” é adotado pelas escolas como alternativa para que seus alunos evitem a pre- guiçosa e simples cópia de sites da internet. 2. (LICEU-SP) O texto utiliza uma estratégia em seu discurso a fim de convencer os leitores da verdade dos fatos relatados. Este recurso, típico do texto jorna- lístico, está caracterizado a) na revelação do jovem aluno, que descreve com detalhes como realiza seus trabalhos escolares utili- zando o popular ―àmão‖, por causa de sua preguiça. b) no exemplo que o jornalista utilizou, ao colher, em entrevista, o depoimento de um adolescente que reve- lou nunca ter feito as capas de seus trabalhos. c) no testemunho do adolescente, comprovando que as escolas estão cada vez mais presas ao passado, porque exigem a cópia ―àmão‖nas tarefas de casa. d) na entrevista em que um adolescente revela jamais ter feito capas da internet para seus trabalhos escola- res porque tem preguiça de cortar e colar textos. e) no depoimento de um adolescente, que revela copi- ar todos os seus trabalhos escolares da internet sem ao menos ler os textos que usa, por pura preguiça. 14

  16. 5. (IFSP) A frase final da charge significa que a) os líderes políticos querem preservar as vidas em suas nações. b) o dirigente de Israel se sente ameaçado pelos pa- lestinos. c) a matança entre palestinos e israelenses banaliza a vida humana. d) os palestinos pretendem continuar matando os isra- elenses. e) os israelenses e os palestinos mostram-se preocu- pados com a vida humana. ANOTAÇÕES 15

  17. Aula 3 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Segundo a teoria da comunicação em qualquer situa- ção comunicativa são identificáveis os seguintes ele- mentos: 1- emissor - emite, codifica a mensagem 2- receptor - recebe, decodifica a mensagem 3- mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor 4- referente - contexto relacionado ao emissor e ao receptor 5- canal - meio pelo qual circula a mensagem 6- código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem A LINGUAGEM A linguagem pode ser concebida como um meio de represen- tação simbólica que nos possibilita um distanciamento do mundo para, voltando a ele transformá-lo. É por intermédio da linguagem que desenvolvemos nossa capacidade de compreender o mundo que nos cerca e nele agir. No tocante a linguagem como um meio de representa- ção simbólica vale a pena considerar as observações do filósofo da linguagem Danilo Marcondes: . ... a linguagem dever ser entendida, sobretudo, como prática social concreta, como um sistema de atos simbólicos realizados em determinado contexto social com objetivo preciso e produzin- do certos efeitos e consequências convencionais. Nesse sentido, rompe-se a tradição filosófica predominante que considera a linguagem como meio através do qual se descreve o mundo ou interpreta a realidade. A linguagem deve ser vis- ta, ao contrário, como o modo por excelência de agirmos no mundo, isto é, de interagirmos social- mente em uma comunidade. MARCONDES. Danilo. Filosofia, linguagem e comunica- ção. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2000. A COMUNICAÇÃO Exercida como processo efetivo de transformação a ação humana é coletiva e exercida como tarefa social através da qual a palavra ganha sentido por intermédio do diálogo. Veja que no texto acima estão presentes todos os elementos do processo de comunicação há um emissor (Hagar), um receptor (Eddie Sortudo), uma mensagem (a fala das perso- nagens), um referente (o contexto no qual se insere assunto sobre o qual falam), um canal de transmissão da mensagem (a língua escrita) e um código (a língua portuguesa). FUNÇÕES DA LINGUAGEM Função de linguagem é o resultado da intenção e do sentido que se quer dar a uma mensagem ao elaborá- la. Nesse sentido, a comunicação constitui uma forma de nos situarmos em relação à sociedade. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO Nas situações de comunicação, alguns elementos são sempre identificados. Isto é, sem eles, pode-se dizer que não há comunicação. Relação entre as funções da linguagem e os elementos da comunicação. 16

  18. A função conativa & a publicidade Função Emotiva (Expressiva) Centrada no emissor, revela suas opiniões, suas emo- ções. Tem como marcadores textuais a 1ª pessoa do dis- curso, as interjeições e as exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, da poesia lírica e das cartas de amor. Esta presente na poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, e no texto que comenta outro texto. Carinhoso Meu coração, não sei por quê Bate feliz quando te vê E os meus olhos ficam sorrindo E pelas ruas vão te seguindo, Mas mesmo assim foges de mim. Ah se tu soubesses Como sou tão carinhoso E o muito, muito que te quero. E como é sincero o meu amor, Eu sei que tu não fugirias mais de mim. Pixinguinha/João de Barro. Carinhoso. http:// letras.terra.com.br/pixinguinha/358582/. Acessado em 08/03/11. Como na função conativa (ou apelativa) predomina o dese- jo de atuar sobre o receptor levando-o a uma mudança de comportamento, por intermédio de um apelo, uma ordem, uma súplica, uma sugestão, é muito comum encontrá-la em textos publicitários Trata-se de uma função usada quando se quer atrair a aten- ção do receptor, influenciando-o a receber a mensagem. Os publicitários sabem muito bem disso e agem como no anun- cio acima, no qual o principal objetivo é convencer o de que a mortadela Bambina é de fato saborosa. Tanto que dá ―água na boca‖. Função Poética Centrada na mensagem, explora recursos imaginati- vos criados pelo emissor. Utiliza-se da linguagem afe- tiva, sugestiva, conotativa e metafórica. Valoriza as palavras e suas combinações. Está presente em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas etc. Faltando um Pedaço O amor é um grande laço, um passo para uma armadilha Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha: Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha O amor é como um raio galopando em desafio Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho Na pureza de um limão ou na solidão do espinho Djavan, Faltando um pedaço. http://letras.terra.com.br/ djavan/45524/. Acessado em 08/03/11. Observe como no texto acima a mensagem é posta em des- taque, chamando atenção para o modo como foi organizada. Valorizam-se as palavras e suas combinações a dimensão afetiva, sugestiva e metafórica da linguagem. No texto acima, de Pixinguinha e João de Barro, o emissor transmite informações sobre quem ele é, aquilo que pensa, o que sente e a forma como age. Além disso, os verbos e pronomes estão em primeira pessoa: sei, meus, mim etc. Predomina nele, portanto, a função emotiva. Função Apelativa (Conativa) Centrada no receptor; nela o emissor procura influen- ciar o comportamento do receptor. Tem como marcadores textuais o uso do tu e do vo- cê, do nome do interlocutor, além dos vocativos e im- perativos. Comum nos discursos, sermões e nas peças publicitá- rias que se dirigem diretamente ao consumidor. O Mundo É Um Moinho Ainda é cedo amor Mal começaste a conhecer a vida Já anuncias a hora da partida Sem saber mesmo o rumo que irás tomar Preste atenção querida Embora saiba que estás resolvida Em cada esquina cai um pouco a tua vida Em pouco tempo não serás mais o que és Ouça-me bem amor Preste atenção, o mundo é um moinho Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos Vai reduzir as ilusões à pó. Preste atenção querida De cada amor tu herdarás só o cinismo Quando notares estás a beira do abismo Abismo que cavastes com teus pés Cartola. O Mundo é um moinho.http://letras.terra.com.br/ cazuza/96668/. Acessado em 08/03/11 17

  19. Está presente nas conversas telefônicas, nas sauda- ções e outros atos da fala dessa natureza. A função poética nas artes plásticas A função fática no mundo contemporâneo Claude Monet – Nascer do sol Nesta pintura, de Claude Monet, dada a maneira sugestiva, conotativa e metafórica com que a imagem foi tratada, per- cebe-se, claramente, um predomínio da função poética da linguagem. Função Referencial (Denotativa) Centrado no referente, nela o emissor procura ofere- cer informações da realidade. Sua linguagem é objetiva, direta, denotativa, prevale- cendo a 3ª pessoa do singular. É a linguagem típica das notícias de jornal e dos livros científicos. A percepção humana O texto acima, tirado de uma canção do compositor Paulinho da Viola, é um bom exemplo do uso da função fática no coti- diano da vida contemporânea. O que é a percepção? Antes de mais nada, é um modo de nossa consciência relacionar-se com o mundo exterior pela mediação de nosso corpo. Em segundo lugar, é um certo modo de a consciência relacionar-se com as coisas, quando as toma como realidades qualitativas (cor, odor, tamanho, forma, distâncias, agradáveis, desagradáveis, dotadas de fisionomia e de sentido, belas, feias, diferentes umas das outras, partes de uma paisagem etc.). Função fática na publicidade CHAUÍ. Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994. Percebe-se que o objetivo do texto de Marilena Chauí é sim- plesmente informar, com o máximo de clareza possível, o que é a percepção. Portanto, a autora dá ênfase ao conteú- do e às informações. Os textos nos quais predomina a função referencial são do- tados de objetividade, o principal objetivo deles é informar, explicar, traduzir a realidade. Esta função é encontrada, sobretudo, em textos jornalísti- cos, didáticos e científicos. Fique atento! Função Fática Observe que no anúncio publicitário acima, utiliza-se a fun- ção fática da linguagem para discutir-se a lei “cidade limpa” promulgado pela Prefeitura Municipal de São Paulo, em ja- neiro de 2007 . Centrada no canal, tem objetivo prolongar ou não o contato com o receptor. Procura, igualmente, testar a eficiência do canal. 18

  20. A metalinguagem no mundo das artes Cinema Função Metalinguística Centrada no código, utiliza a linguagem para falar dela mesma. Os dicionários caracterizam por explorar a metalingua- gem. Se considerarmos que a placa do aviso acima se refere a ela mesma, temos um exemplo de função metalinguística. Uma vez que um determinado código para falar dele mes- mo. Além dos textos literários, nos quais é comum encontrá-la há um sem número de filmes e peças teatrais que utilizam a metalinguagem como recurso expressivo. No teatro, há exemplos como o do italiano Luigi Pirandello e o seu já clássico Seis personagens à procura de um autor. No cinema, autores como Woody Allen nos têm brindado com obras primas tais como A rosa púrpura do Cairo e Des- construindo Harry, nos quais brinca com os limites entre ficção e realidade, num jogo de metalinguagem digno de um mestre. Artes plásticas Poesia e metalinguagem A procura da poesia Fragmento Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra e seu poder de silêncio. Não forces o poema a desprender-se do limbo. Não colhas no chão o poema que se perdeu. Não adules o poema. Aceita-o como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço. Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? ANDRADE. Carlos Drummond de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. Esta gravura de Escher é um clássico exemplo da metalin- guagem explorada no universo das artes plásticas. Este poema de Carlos Drummond de Andrade é um belo exemplo de como a metalinguagem é uma constante no universo literário, sobretudo, na poesia. 19

  21. 1. (IFSP) Considerando a tirinha e o texto ―Odesgaste das palavras‖, pode-se concluir que, em ambos os textos, está presente a função da linguagem denomi- nada a) fática, pois vários termos, embora desprovidos de significado, permitem o início do processo comunicati- vo. b) metalinguística, pois se reflete sobre o valor das palavras, isto é, sobre o uso da língua e sua função social. c) apelativa, pois está ausente a intenção de atingir o receptor com o intuito de modificar o seu comporta- mento. d) emotiva, pois o eu lírico pode expressar livremente as emoções com as quais está em conflito. e) poética, pois o importante é passar as informações de forma clara e objetiva, desprezando-se a preocupa- ção com a elaboração da linguagem. 2. (SENAI-SP) Quanto às funções da linguagem, a que tem por objetivo expor dados da realidade de for- ma direta é a função a) emotiva. b) fática. c) apelativa. d) referencial. e) poética. AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM NO VESTIBULINHO Observe, abaixo, esta gravura de Escher: (IFSP) - Na linguagem verbal, exemplos de aproveita- mento de recursos equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, com freqüência, a) Nos jornais, quando o repórter registra uma ocor- rência que lhe parece extremamente intrigante. b) Nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos que têm a mesma utilidade. c) Na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e distanciamento a experiência de que trata. d) Na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso. e) Nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma determinada seqüência de operações. Resolução comentada Alternativa D – O uso da própria linguagem para expor os procedimentos construtivos de um texto são típicos da metalinguagem, mesmo recurso utilizado por Escher em sua gravura. Exercícios modelo 3. (IFGO) Na tira acima, o elemento que não está per- mitindo a comunicação é: a) canal fechado. b) falta de referencial. c) ausência de emissor. d) ausência de receptor. e) código desconhecido. BROW NE, Dik. O melhor de Hagar, o Horrível;v.1 Porto Alegre: L&PM, 2009. 20

  22. EXERCÍCIOS PARA CASA 1. (IFAL) Está INCORRETA a classificação da função da linguagem na frase: a) Comunicação é a transferência de informação por meio de mensagem = Função Metalinguística. b) Psiu! Atenção! Olhe aqui! aonde vai? = Função Fática. c) Não percas tempo em mentir. Não te aborreças = Função Apelativa. d) Nem todos os alunos são capazes de valorizar de- vidamente a escola onde estudam = Função Referencial. e) Os moradores da periferia dirigiam-se ao prefeito solicitando verbas para a canalização do rio = Função Emotiva. 2. (IFSP) Observe os pares de versos: "Substantivo (concreto) é tudo quanto indica Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta." "Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido: Basta provares o seu gosto..." Considerando-se o título e os sentidos propostos no poema, é correto afirmar sobre os versos que a) o primeiro par remete à ideia de gramática; o se- gundo, à ideia de linguagem. Neles predominam, respectivamente, a função metalinguística e a apelativa. b) ambos os pares remetem à ideia de gramática; portanto, neles predomina a função metalinguística. c) o primeiro par remete à ideia de gramática; o segundo, à ideia de linguagem. Nos dois pares, predomina a função referencial. d) ambos os pares remetem à ideia de linguagem. No primeiro, a função é metalinguística; no segundo, referencial. e) o primeiro par remete à ideia de linguagem; o segundo, à ideia de gramática. Em ambos os pares, es tão presentes as funções apelativa e referencial. Texto para a questão 3 Leia o seguinte texto de Ubirajara Inácio de Araújo: . Todo texto é uma seqüência de informações: do início até o fim, há um percurso acumulativo delas. Às informações já conhecidas, outras novas vão sendo acrescidas e estas, depois de conhecidas, terão a si outras novas acrescidas e, assim, su- cessivamente. A construção do texto flui como um ir-e-vir de informações, uma troca constante entre o dado e o novo. 4. (GV-SP) É correto afirmar que, nesse texto, predo- minam: a) Função referencial e gênero do tipo dissertativo. b) Função fática e gênero de conteúdo didático. c) Função poética e gênero do tipo narrativo. d) Função expressiva e gênero de conteúdo dramáti- co. e) Função conativa e gênero de conteúdo lírico. Texto para a questão 5 . AULA DE PORTUGUÊS A linguagem na ponta da língua tão fácil de falar e de entender. A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que quer dizer? Professor Carlos Góis, ele é quem sabe, e vai desmatando o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a língua, breve língua entrecortada do namoro com a priminha. O português são dois; o outro, mistério. . A revista TPM nº 40 (p. 58) convidou a atriz Alinne Moraes para servir de guia aos jornalistas paulista- nos ―nas areias escaldantes das praias cariocas‖. Como diz o texto, Alinne, ―pra virar uma carioca autêntica, só falta deixar de chamar padaria de pa- doca‖. esquipática - extravagante, esquisito, estapafúrdio. Carlos Drummond de Andrade. "Esquecer para lembrar". Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. Vejamos um dos passeios que a atriz recomenda a quem vai ao Rio de Janeiro: 5. (ENEM) Explorando a função emotiva da lingua- gem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em Mesmo sendo longe da minha casa, sempre que posso vou ao Cine Odeon, no Centro, para uma sessão de cinema. Lá, tudo é especial: a pipoca parece mais caseira, o cinema tem cara de cinema, as poltronas são fofinhas, tudo com aquele gla- mour que só as coisas antigas têm. a) situações formais e informais. b) diferentes regiões do país. c) escolas literárias distintas. d) textos técnicos e poéticos. e) diferentes épocas. 21

  23. 5. (IFSP) Leia os versos de Almeida Garrett para responder à questão 5 Este inferno de amar Este inferno de amar — como eu amo! Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi? Esta chama que alenta e consome, Que é a vida — e que a vida destrói — Como é que se veio a atear, Quando — ai quando se há-de ela apagar? Nos versos de Garrett, predomina a função a) metalinguística da linguagem, valorização da subjetividade no jogo entre o espiritual e o profano. b) apelativa da linguagem, num jogo de sentido pelo qual o poeta transmite uma forma idealizada de amor. c) referencial da linguagem, privilegiando-se a expressão de forma racional. d) emotiva da linguagem, marcada pela não conten- cão dos sentimentos, dando vazão ao subjetivismo. e) fática da linguagem, utilizada para expressar as ideias de forma evasiva, como sugestões. ANOTAÇÕES . Se você estiver com fome antes ou depois da ses- são, aproveite que lá dentro tem uma filial do ―Ateliê Culinário‖, um dos meus restaurantes prediletos. Peça uma das quiches com salada. Se estiver frio, vá de chocolate quente. Coisas simples que lá são super bem feitas. Por que o Odeon é meu cinema preferido? Sabe quando a gente sente saudades do que você não viveu? É meio isso: lá eu tenho essa sensação. Gosto de coisas que me remetem ao passado. Sou um pouco assim com tudo. com extrema 3. (ENEM) Como ocorre com qualquer texto, esse foi escrito com determinados objetivos: toda comunicação tem uma determinada função, a linguagem nunca é usada à toa. Tomando por base o que você leu, mar- que a alternativa correta: a) Ocorre no texto apenas a função referencial da linguagem: o enunciador dá informações sobre o Rio de Janeiro de forma objetiva, usando uma linguagem informal. b) Há no texto apenas a função apelativa, como se percebe nos trechos “aproveite”, “peça”: a atriz quer convencer o leitor a visitar o Rio, usando uma linguagem informal para criar um efeito de aproximação com o público, como nos trechos “fofinha” e “super bem feitas”. c) A única função da linguagem presente no texto é a emotiva, como se nota por meio da relação emocional entre a atriz e o espaço descrito: o efeito de subjetividade está presente no uso de uma linguagem despojada, mais próxima do leitor, e de termos como ”saudades”, “preferido”, “tenho essa sensação”. d) No texto estão presentes as funções referencial, apelativa e emotiva. A linguagem utilizada é predominantemente informal, de acordo com os trechos ”fofinha” e “super bem feitas”. A construção “que me remetem ao passado”, contudo, apresenta maior formalidade. e) Há no texto três funções: a referencial, a emotiva e a apelativa. Como se trata de um texto jornalístico, apenas a função referencial deveria ter sido explorada, para criar uma impressão de objetividade no relato. A linguagem, também, deveria ser mais formal. 4. (IFMG) Compre produtos HP e livre-se do BUG do Milênio. Aí sobra mais tempo pra você se preocupar com o fim do mundo, dilúvio universal e outras profecias apocalípticas. O texto acima exemplifica o uso da linguagem em fun- ção predominantemente: a) conativa. b) fática. c) emotiva. d) metalinguística e) referencial. 22

  24. Aula 4 TEXTO, CONTEXTO E INTERLOCUÇÃO negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toa- lha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guarda- napo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Es- cova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefo- ne interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, fo- lheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gra- vata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapa- tos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chine- los. Coberta, cama, travesseiro. RAMOS. Ricardo, Circuito fechado. Rio de Janeiro: TEXTO Record, 1978. o texto é uma manifestação lingüística dotada de uni- dade sócio-comunicativa, semântica e formal. No texto acima, de Ricardo Ramos, a coerência textual é obtida a partir da relação implícita estabelecida entre o signi- ficado das palavras utilizadas e o seu valor cultural em nossa sociedade. O estilo curto e telegráfico é o responsável pela coesão e pela articulação entre as partes, conferido ao todo a unidade de sentido pretendida pelo autor. Intencionalidade Todo texto é escrito a partir da perspectiva de quem o produziu. Essa perspectiva é reveladora da visão de mundo do autor e da perspectiva que ele tem da reali- dade que o circunda. No cartum acima, de Angeli, fica evidente que a intenção do autor é criticar a situação de extrema penúria em que se en- contram alguns setores da educação básica em nosso país. Um texto pode ser escrito ou oral e, em sentido mais amplo, pode igualmente ser uma manifestação não verbal. Nesse sentido podemos afirmar que o texto e um teci- do, um entrelaçamento lógico cujo objetivo é a trans- missão de ideias, conceitos e informações. O texto se caracteriza pela presença dos seguintes elementos constitutivos: Totalidade Todo texto é uma unidade geradora de sentidos, ne- nhuma parte dele pode ser tomada isoladamente, uma vez que cada uma delas se liga ao todo. Observe: Circuito Fechado Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Esco- va, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blo- cos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fós- foro. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Pa- péis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Me- sa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro- 23

  25. Intertextualidade Como nenhum texto se produz em um vácuo, em um vazio cultural, o diálogo que ele mantém com outros textos, outras realidades é essencial para compreen- são de seu significado, daquilo que ele procura trans- mitir. Ideologia Todo texto traz consigo um discurso ele é que revela a visão de mundo do autor, os valores da vida social responsáveis por sua formação cultural, histórica e social. Em outras palavras, o discurso revela a ideolo- gia daquele que produz o texto. O texto acima revela o ideário de seu autor, crítico severo da instabilidade do capitalismo e das intempéries causadas pelas oscilações de um sistema financeiro regido pelas leis do imponderável. Hendrick Sorgh. O tocador de alaúde. 1661 Contexto O contexto é a circunstância, a situação concreta em que um texto é produzido. O contexto pode ser de natureza, social, histórica, cultural, estética, política etc. A identificação do contexto em que foi produzido um texto é essencial para que compreendamos em sua totalidade. Joan Miró. Interior Holandês. 1928 Pelo que se pode inferir a partir da análise das obras acima, ambas abordam o mesmo tema, mas de maneira distinta. O quadro do pintor holandês Hendrick Sorgh é um exemplo de arte figurativa, enquanto que o quadro de Joan Miró foi cria- do a partir de uma tendência mais abstrata. No entanto, é evidente que as obras dialogam entre si. Rosário Andrade. Adão e Eva, 2005 Óleo sobre tela O texto acima só ganha coerência no contexto da cultura judaico cristã. Fora dela é um mero acúmulo de imagens sem sentido algum. 24

  26. Interlocutor O interlocutor é aquele em o autor pensa no momento da produção do texto. Portanto, todo texto tem um interlocutor preferencial, um alguém a quem se dirige. R esoluç ão c omentada Alternativa— B A questão exige do candidato, além da identifica- ção de variantes lingüísticas de natureza regional e sócio-cultural, conhecimentos sobre uma realidade histórico-geográfica do Brasil, dentro de um deter- minado contexto ideológico. EXERCÍCIOS MODELO Texto para as questões de 1 a 3 Talvez o esporte haja nascido de uma sublimação da guer- ra. Tanto melhor para os homens de boa vontade. A guerra só se faz com morte. E o esporte exige o máximo de vida. Guerra só traz euforia nacional ou tragédia. Esporte traz riqueza de emoções. Se bem que ele já não seja mais tão santo, dada a violên- cia, como também não seja mais puro, dado o poder do dinheiro. Isso explica por que, em condições normais, ne- nhuma seleção de basquete vence a seleção americana. Os americanos têm sob o basquete um império feito para funcionar. Mas no futebol não adiantam os impérios. Hun- gria, Holanda e Camarões não tinham grande tradição, e assombraram o mundo. Nada impede que um time da Áfri- ca venha a ser o furor da copa. A vocação futebolística é a que menos depende de estruturas e investimentos. Ela nas- ce casualmente. O dinheiro compra o craque, mas não faz o craque. O que faz o craque é o azar, o destino. É raro vermos uma encestada casual no basquete. No futebol, metade dos gols é acidente. Essa poética do acaso no fute- bol é que faz a chance dos pobres. Em qualquer subúrbio pode nascer um Dener. A. M. Rodrigues. O Estado de S. Paulo, O anúncio publicitário acima tem como interlocutor especifi- co o público escolar formado por alunos do Ensino Funda- mental e Médio. Por isso, o jargão típico da linguagem esco- lar. TEXTO, CONTEXTO E INTERLOCUÇÃO NO VESTIBULI- NHO 14 de maio de 1994 1. (IFSC) No primeiro parágrafo o autor estabelece uma comparação entre esporte e guerra. O esporte teria nascido de uma sublimação da guerra: a) porque esporte e guerra exigem o máximo de vida. b) porque guerra e esporte tanto podem trazer euforia nacional como podem provocar riqueza de emoções. c) porque guerra se faz com morte e esporte exige vida. d) porque, enquanto o esporte exige o máximo de vida, a guerra só se faz com morte. e) porque guerra e esporte envolvem euforia nacional. 2. (IFSC) A locução se bem que, entre o 1º e o 2º parágrafos, estabelece uma relação de concessão: a) porque, em condições normais, nenhuma seleção de basquete vence a seleção americana. b) porque os americanos têm sob o basquete um im- pério feito para funcionar. c) porque o basquete é o esporte mais popular nos Estados Unidos. d) porque o basquete é o esporte mais popular nos Estados Unidos. e) porque o esporte já perdeu sua santidade em função da violência, e sua pureza, haja vista os grandes financiamentos. (ENEM) O problema enfrentado pelo migrante e o sen- tido da expressão "sustança" expressos nos quadri- nhos, podem ser, respectivamente, relacionados a a) rejeição / alimentos básicos. b) discriminação / força de trabalho. c) falta de compreensão / matérias-primas. d) preconceito / vestuário. e) legitimidade / sobrevivência. 25

  27. medicamentos e terapias continuam sendo um desafio. 3. (IFSC) Segundo o autor do texto, há uma diferença significativa entre o futebol e o basquete americano. Para tal, quais das informações abaixo são relevantes para a sua argumentação: Existem outros: o aumento constante da população mundial, por exemplo. É necessário que se produzam mais alimentos, assegurando, porém, a proteção da natureza. Texto publicitário da HOECHST 5. (ETEC-SP) De acordo com o texto: a) apesar de ainda não haver cura para muitas doenças neste final de milênio, graças ao fantástico progresso da Medicina, estamos muito próximos da solução de problemas como a AIDS, por exemplo. b) o único desafio da Medicina, neste final de milênio, é encontrar medicamentos que curem a AIDS, o câncer, o mal de Alzheimer e o reumatismo, entre outras doenças. c) a cura de todas as doenças que afligem a humani- dade não é o único desafio da ciência neste final de milênio. d) hoje, outro grande desafio da ciência é o controle da natalidade. e) é impossível produzir mais alimentos para a população mundial, que aumenta constantemente, e ao mesmo tempo assegurar a proteção da natureza EXERCÍCIOS PARA CASA Texto para as questões de 1 a 3 A casa de veraneio da família era um pequeno paraíso plantado em frente ao mar, na praia de Itapema. Era uma casa pequena, de madeira; sua dimensão sentimental, porém, ampliada infinitas vezes pelas lembranças dos mágicos verões ali passados com a família e agora revividos pelos ne- tos, fascinados pela imponente “casa do vovô”. Quase que grudada ao mar, tinha por quintal a extensa faixa de areia branca que bordava o oceano poderoso em frente a ela. O avô era um homem doce e terno, contador de histórias que se iam mesclando umas às outras num interminável rosário que ele desfiava com alegria juvenil. A avó era uma mulher belíssima, de cintilantes olhos verdes, o cabelo sempre composto a emoldurar um rosto de traços harmoniosos e bem definidos. QUEIROZ, Perpétua. Retratos de família. Florianópolis: Editora Seco, 2003, p. 91 1. (IFSC) Assinale a alternativa CORRETA. A autora descreve a casa como “um pequeno paraíso”. Isso quer dizer que: a) a casa era um lugar muito agradável. b) a casa era pequena e de madeira. c) a casa localizava-se em região litorânea. d) todas as casas em frente ao mar são um paraíso. 2. (IFSC) Assinale a alternativa CORRETA, segundo a leitura do texto. a) No futebol não adiantam os impérios. Hungria, Holanda e Camarões não tinham grande tradição, e assombraram o mundo. b) A vocação futebolística é a que menos depende de estruturas e investimentos. Ela nasce casualmente. c) No futebol, metade dos gols é acidente. d) Os americanos têm sob o basquete um império feito para funcionar. e) O que faz o craque é o azar, o destino, o acidente, a poética do acaso, a chance dos pobres. Texto para a questão 4 4)( Prova Brasil) Leia o texto abaixo e responda: A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost- writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda mais um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é a alma que põe em continuada venda. Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. Ensaio p. 110. O texto foi escrito com o objetivo de a) conscientizar o leitor. b) apresentar sumário de uma obra. c) opinar sobre um livro. d) dar informações sobre o autor. e) narrar um fato científico. Texto para a questão 5 A Medicina deu passos fantásticos neste final de milênio. Mas ainda não encontramos a cura para um terço das doenças, entre elas a AIDS, o câncer, o mal de Alzheimer e o reumatismo. Novos 26

  28. a) O avô fascinava com suas histórias mágicas. b) A casa era pequena, mas para os netos parecia grande. c) A casa ficava bem perto do mar e era grande. d) A profissão do avô era a de contador de histórias. 3.(IFSC) A casa de veraneio “tinha por quintal a extensa faixa de areia branca” (linha 7/8). A expressão sublinhada SIGNIFICA que: a) a faixa de areia branca era extensa. b) a casa parecia um paraíso, porque ficava em Itapema. c) o oceano era poderoso, por causa das lembranças. d) a praia ficava na frente da casa, onde se podia brincar. Texto para a questão 4 CIDADÃS DE SEGUNDA CLASSE? As melhores leis a favor das mulheres de cada país- membro da União Europeia estão sendo reunidas por especialistas. O objetivo é compor uma legislação continental capaz de contemplar temas que vão da contracepção à equidade salarial, da prostituição à aposentadoria. Contudo, assegure a inclusão social das cidadãs deve contemplar outros temas, além dos citados. 4. (ENADE) São dois os temas mais específicos para essa legislação: a) aborto e violência doméstica. b) cotas raciais e assédio moral. c) educação moral e trabalho. d) estupro e imigração clandestina. e) liberdade de expressão e divórcio. A questão 5 refere-se à tirinha abaixo uma legislação que 5. (Prova Brasil) O comportamento da personagem Pina no terceiro quadrinho sugere a) caridade. b) entusiasmo. c) gratidão. d) interesse. e) satisfação. 27

  29. Aula 5 FONOLOGIA E FONÉTICA sua passagem pelo aparelho fonador. Estes obstáculos incluem os lábios, os dentes, a língua, o palato, o véu palatino e a úvula. Função e articulação de consoantes e vogais Vogais Na língua portuguesa brasileira, usamos 13 sons vocá- licos. Veja-os representados nos quadros abaixo: Orais Fonema e Aparelho fonador O fonema é a menor unidade sonora da língua. Pelo fato de ser uma unidade capaz de estabelecer distin- ção entre as palavras, a troca de um único fonema pode determinar o surgimento de uma outra palavra ou de um som sem sentido. Aparelho fonador Os sons da fala são produzidos pelo aparelho fonador, que pode ser assim representado: Funcionamento do aparelho fonador O ar é expelido pelos pulmões, via dos brônquios, pe- netra na traqueia chega à laringe e ao atravessar a glote encontra o primeiro obstáculo à sua passagem. A glote, que fica à altura do pomo de Adão, é a abertura entre duas pregas musculares das paredes superiores da laringe, conhecidas como cordas vocais, a passa- gem do ar através das cordas vocais retesadas as faz vibrar, produzindo o som característico das articula- ções sonoras. Classificação dos fonemas Nasais Os fonemas são classificados em vogais e consoan- tes. As vogais são fonemas produzidos quando o ar expeli- do pelos pulmões não encontra nenhum obstáculo na sua passagem pelo aparelho fonador. Já as consoantes são fonemas produzidos quando o ar expelido pelo pulmões encontra algum obstáculo em 28

  30. Consoantes O encontro consonantal pode ocorrer: Na mesma sílaba cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo Em sílabas diferentes af-ta, com-pul-só-rio Dígrafo Ocorre quando duas letras representam um só fone- ma. Dígrafo Consonantal Desempenha a função de consoantes ch (chuva), lh (molho), nh (unha), rr (carro) Dígrafos vocálicos Desempenham a função de vogais nasais am (campo), en (bento), om (tombo) FONÉTICA E FONOLOGIA NO VESTIBULINHO As 19 consoantes da língua portuguesa são classifi- cadas de acordo com os critérios abaixo: Encontros Vocálicos Ditongo Junção de vogal + semivogal (ditongo decrescente), ou semivogal + vogal (ditongo crescente), na mesma sílaba. Observe: noite ditongo decrescente rio ditongo crescente Hiato Junção de duas vogais pronunciadas separadamente, formando sílabas distintas. saída è saúva è coelho è rainha Tritongo Junção de semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba. Paraguai è Jaceguai è Arguiu Não esqueça As vogais /i/ e /u/ quando apoiadas em outra vogal funcionam como semivogais Encontros Consonantais Ocorre quando há Quando existe uma sequência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra. 29

  31. e) As palavras CHAPEUZINHO e CRISTÃMENTE são proparoxítonas. (IFPE) Levando em conta as informações do primeiro quadrinho, identifique a alternativa que apresenta a palavra que também sofreu alterações na acentuação gráfica devido à regra mencionada. a) plateia b) heroico c) gratuito d) baiuca e) caiu Resolução comentada Alternativa D – Baiuca é paroxítona o ―u‖ tônico e precedida de ditongo ―ai‖. Portanto, como afirma o primeiro quadrinho da tirinha acima, não leva mais acento. A questão 5 refere-se à tirinha abaixo 5. (IFSM) Analise as afirmações relacionadas a "Às vezes, o rei concede ao prisioneiro redução da pena por bom comportamento". I. A fala expressa-se por meio de uma frase, um perío- do composto e duas orações. II. O fonema /z/ aparece representado por duas letras diferentes. III. O fonema /s/ aparece representado por uma mes- ma letra. EXERCÍCIOS MODELO 1. (ETEC - RJ) No trecho "Quanto ao morro do Curve- lo, o meu apartamento, o andar mais alto de um velho casarão em ruína..." temos: a) 4 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes, 1 hiato. b) 6 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes, 2 hiatos. c) 4 ditongos decrescentes, 1 ditongo crescente, 1 hiato. d) 6 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes, 1 hiato. e) 5 ditongos decrescentes, 2 ditongos crescentes, 1 hiato. Está(ão) correta(s) a) apenas I. b) apenas lI. c) apenas III. d) apenas I e II. EXERCÍCIOS PARA CASA 1. Qual das alternativas abaixo possui palavras com mais letras do que fonemas? 2. (IFMG) Assinale a única afirmativa incorreta. No vocábulo: a) Caderno b) Chapéu d) Flores e) Livro a) Insônia há um ditongo oral crescente. b) Quando há um ditongo nasal crescente. c) Raios há um tritongo. d) Também há um ditongo nasal decrescente. e) Pior há um hiato. 2. Ele chegou às carreiras, trazendo do colégio a notícia da saída do professor. As palavras em itálico na frase anterior apresentam, respectivamente: a) hiato, ditongo decrescente, ditongo crescente b) ditongo crescente, ditongo decrescente, hiato c) ditongo decrescente, ditongo crescente, hiato d) ditongo decrescente, ditongo crescente, ditongo decrescente e) hiato, ditongo crescente, ditongo decrescente 3. Assinale a melhor resposta. Em papagaio, temos: a) um ditongo b) um tritongo c) um trissílabo d) um oxítono e) um proparoxítono 3. (SENAI - MG) Não são paroxítonas as palavras: a) salada - varanda - tarde b) leite - escada - senhora c) violetas - brigas - mesa d) amanhã - última - perdão e) verdade - presença - janela 4. Assinale a alternativa verdadeira. a) Nas palavras HISTÓRIA, ENQUANTO e TRANQUI- LO, encontramos ditongos crescentes. b) É correta a separação silábica de BA-LEI-A, EX- CUR-SÃO, TRANS-A-MA-ZÔ-NI-CA. c) As palavras PSEUDÔNIMO e FOTOGRAFIA têm, respectivamente dígrafo e encontro consonantal. d) As palavras ENIGMA e SUBLINGUAL são polissíla- bas. 30

  32. 4. Assinale a série em que apenas um dos vocábulos não possui dígrafo: a) folha - ficha - lenha - fecho b) lento - bomba - trinco - algum c) águia - queijo - quatro - quero d) descer - cresço - exceto - exsudar e) serra - vosso - arrepio – assinar 5. Assinale a alternativa que inclui palavras da frase abaixo que contêm, respectivamente, um ditongo oral crescente e um hiato. As mágoas de minha mãe, que sofria em silêncio, ja- mais foram compreendidas por mim e meus irmãos. a) foram - minha b) sofria - jamais c) meus - irmãos d) mãe - silêncio e) mágoas - compreendidas ANOTAÇÕES 31

  33. Aula 6 PROCEDIMENTOS DE LEITURA I Leia com muito cuidado os enunciados das questões para entender com clareza a intenção do que foi pedi- do Analise igualmente Contexto de produção do texto em que época foi escrito, quem é o autor, quais a suas in- tenções. Leia com muito cuidado os enunciados das questões para entender com clareza a intenção do que foi pedi- do. Sublinhe palavras como: erro, incorreto, correto etc. para não se confundir no momento de responder à questão. Escreva, ao lado de cada parágrafo ou de cada es- trofe, a idéia mais importante contida neles. Considere igualmente a forma do texto cada gênero possui estruturas diferentes e desperta expectativas distintas. Explorar suas características oferece pistas para antecipar a interpretação. Não leve em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que de fato ele disse, o que escreveu Se o enunciado mencionar tema ou idéia central, examine com atenção a introdução e/ou a conclusão. Todos lemos ... Para vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos para compreender, ou para começar a compreender. Não podemos deixar de ler. Ler, como respirar, é nossa função essencial Alberto Manguel Ler de maneira competente implica uma concepção de leitura que conceba a interpretação de textos não ape- nas como uma prática individual e única, mas também como uma experiência interpessoal e dialógica. Qualquer processo interpretação de textos que pretenda ser eficaz deverá levar em consideração os diversos aspectos envolvidos na leitura a fim de que a seleção de informações crie as condições necessárias para a compreensão do con- texto de produção daquilo que vai ser lido. Portanto a observância do itens relacionados a seguir é de suma importância para uma leitura eficaz e con- sequente. Leia duas vezes o texto. A primeira para tomar con- tato com o assunto; a segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido. Observe se um parágrafo em relação ao outro pode indica uma continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição. Sublinhe, em cada parágrafo, a idéia mais importan- te ( tópico frasal). Anotação e sublinhado Antes de sair grifando ou anotando, cada aluno deve ter claro o motivo da tarefa. Se a opção é destacar apenas as palavras-chave, anotações à margem podem comen- tar o que o termo escolhido expressa. Já se a intenção é revelar argumentos, por exemplo, os grifos devem des- tacar ideias completas. No anúncio acima, a ideia central é de que o leitor tenha uma opinião própria e não se transforme num mero ouvinte ou reprodutor da opinião alheia. Revista Nova Escola 32

  34. Se o enunciado mencionar argumentação, observe como se da o desenvolvimento desta. Procure identificar no conteúdo do texto aspectos específicos do tema abordado. Isso facilitará no trabalho de interpretação e compreensão dos e- nunciados. Tome cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relati- vos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos etc.) A compreensão da charge acima só será possível a partir de uma análise que valorize todas as informa- ções nela contida, tanto no que diz a seus aspectos textuais quanto extratextuais. Uma análise que os despreze será reducionista e incompleta. Contradição Consiste em entender-se o contrário do que está es- crito. É bom que se tome cuidado com algumas pala- vras, como: “pode”; “deve”; “não”; verbo “ser” etc. Observe como no anúncio acima o cinco ―xis‖ apresentados funcionam como se fossem um vocábulo relator trazendo à memória do interlocutor o slogan ―vem pra caixa você tam- bém‖e ao mesmo tempo em que sugere a ideia de senha de uma conta bancária. Extrapolação Ocorre quando o leitor foge àquilo que foi dito no texto e interpreta o que não está escrito. Às vezes, a informação até faz parte do mundo vivido, mas não aparece no texto. Observe que o nome do estabelecimento comercial acima demonstra um entendimento completamente equivocado de quais sejam os atributos de uma tar- taruga, quelônio cujo nome muitas vezes é utilizado como sinônimo de pessoa lerda ou pachorrenta. Veja que o efeito cômico da tirinha acima é feito a partir de uma extrapolação feita a partir da pergunta do agente censitário. Em uma situação de exame no entanto esse tipo de extrapolação pode resultar em uma ideia falsa sobre a enunciação. R edução Ocorre quando se valoriza apenas uma parte do con- texto, sem considerá-lo em sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo, analisando-se apenas um aspecto de sua tessitura. 33

  35. Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e retorcidos, sem folhas, sem flores, sem frutos. Sinais de seca brava, terrível Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando os companheiros e o gado. Toque de saída. Toque de estrada. Lá vão eles, deixando no estradão as marcas de sua passagem. TV Cultura, Jornal do Telecurso. 1. (PROVA BRASIL) A opinião do autor em relação ao fato comentado está em a) “os mandacarus se erguem” b) “aroeiras expõem seus galhos” c) ―Sinais de seca brava, terrível!!‖ d) “Toque de saída. Toque de entrada”. A questão 2 baseia-se no poema Pneumotórax, do modernista Manuel Bandeira (1886-1968). Pneumotórax* Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: - Diga trinta e três. - Trinta e três... trinta e três... trinta e três... - Respire. ....................................................................................... - O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. - Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? - Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argenti- no. BANDEIRA, Manuel Libertinagem. Rio de Janeiro: Re- PROCEDIMENTOS DE LEITURA NO VESTIBULINHO (ENEM) A leitura do poema "Descrição da guerra em Guernica‖ traz à lembrança o famoso quadro de Picas- so. Entra pela janela o anjo camponês; com a terceira luz na mão; minucioso, habituado aos interiores de cereal, aos utensílios que dormem na fuligem; os seus olhos rurais não compreendem bem os símbolos desta colheita: hélices, motores furiosos; e estende mais o braço; planta no ar, como uma árvore a chama do candeeiro. (...) Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999 Podem ser relacionadas ao texto lido as partes: cord: 1988. a) a1, a2, a3 b) f1, e1, d1 c) e1, d1, c1 d) c1, c2, c3 e) e1, e2, e3 *pneumotórax – introdução, espontânea ou acidental, de ar ou gases inertes em cavidade pleural. O pneumotórax terapêutico é empregado como tratamento de moléstias do pulmão, particular- mente a tuberculose. 2. (IFPSP) A presença do humor negro e o feitio de poema-piada são traços modernistas de "Pneumotórax". Quando, nesse poema, o médico e- nuncia a frase "A única coisa a fazer é tocar um tango argentino", o paciente deve entender que a) não há mais nada que a medicina possa fazer por ele. b) ainda há solução para o seu problema de saúde. c) o tango argentino é o processo terapêutico para curá-lo. d) figurativamente, deverá buscar ajuda com especia- listas portenhos. e) nem a musicoterapia é recomendável para o trata- mento de seu problema pulmonar. Resolução comentada Alternativa C Tida como obra-síntese da pintura contemporânea, a tela Guernica retrata o massacre ocorrido na cidade homônima pelas tropas e aviões nazistas, que du- rante a Guerra Civil Espanhola, apoiavam o General Franco contra os republicanos. O poema de Carlos de Oliveira retrata um dos momentos de maior ten- são da obra, descrito no quadrante superior esquerdo Exercícios modelo No mundo dos sinais Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem, cheios de espinhos. 34

  36. verbo ("sabe") -, sua atitude revela Texto para as questões 3 e 4 a) medo e desespero. b) ironia e melancolia. c) indignação e agressividade. d) humor e surpresa. e) espanto e tristeza. GOLS DE COCURUTO O melhor momento do futebol para um tático é o minu- to de silêncio. É quando os times ficam perfilados, ca- da jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema - e para- dos. Então o tático pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí começa o jogo e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o fute- bol passa a ser regido pelo imponderável, esse inimi- go mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes estrategistas cruelmente traídos pela dinâmica do jogo. O Tim, por exemplo. Tático exem- plar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da entrada em campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura de sua reputação no vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro. O problema do Tim, diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do que seus jogadores. EXERCÍCIOS PARA CASA Leia a tira a seguir: L. F. Veríssimo, O Estado de São Paulo, 23/08/93 3. A tese que o autor defende é a de que, em futebol: a) o planejamento tático está sujeito à interferência do acaso. b) a lógica rege as jogadas. c) a inteligência dos jogadores é que decide o jogo. d) os momentos iniciais decidem como será o jogo. e) a dinâmica do jogo depende do planejamento que o técnico faz. 1. (IFGO) A tira diz respeito à reação da personagem perante os programas exibidos pelas emissoras de televisão. Esse comportamento evidencia que a a) personagem constrói interpretações violentas para os programas a que assiste. b) esposa da personagem condena as variedades de programas da televisão. c) programação televisiva faz alusão à violência urbana. d) personagem sente-se perturbada por sua esposa nos seus momentos de entretenimento. e) violência presente nos programas retrata os aconte- cimentos cotidianos. 4. No texto, a comparação do campo com um quadro negro aponta: a) o pessimismo do tático em relação ao futuro do jo- go. b) um recurso utilizado no vestiário. c) a visão de jogo como movimento contínuo. d) o recurso didático preferido pelo técnico Tim. e) um meio de pensar o jogo como algo previsível. A questão 5 refere-se à tirinha abaixo Analise a charge a seguir: 2. (IFGO) De acordo com as informações verbais pre- sentes na charge e com a situação representada pelo desenho, conclui-se que 5. (ENEM) No último quadrinho, observando-se a expressão de Liberdade e o que ela diz - seja pela pontuação (???), seja pela reiteração do 35

  37. 5. (IFSC) O vocabulário do texto mostra que o jornalis- ta optou por uma expressão mais à vontade e infor- mal. Essa opção pode ser comprovada pelo emprego de (0,5) a) "toda animada" e "categórico". b) "categórico" e "tascou". c) "esticou" e "tascou". d) "beijinho" e "encerramento". e) "encerramento" e "beneficente". a) o cartunista sugere ao leitor a seguinte interpreta- ção: a guerra dos EUA contra o Iraque é movida por interesses econômicos. b) o comboio de tanques, dirigindo-se para o Iraque contém uma alusão ao sentimento imperialista do mundo ocidental. c) a política intervencionista dos EUA e da Inglaterra é enfatizada pela placa que aponta a direção do país que vai ser invadido. d) o caminhão com a frase "Oil company" tem a finalidade de dar suporte técnico ao comboio de tanques. e) os tanques são os veículos de combate mais ade- quados para guerras travadas no deserto. Texto para a questão 3 Senhor feudal Se Pedro Segundo Vier aqui Com história Eu boto ele na cadeia. Oswald de Andrade 3. No contexto, a expressão "com história" significa: a) um colóquio de intelectuais. b) uma conversa fiada. c) um comunicado urgente. d) uma prosa de amigos. e) um diálogo sério. Para responder às questões, leia o texto a seguir: Selinho, sim, mas só para poucos Primeiro, Hebe Camargo, toda animada, pediu a Sílvio Santos um "selinho" (beijinho). Não ganhou, "Nem selinho, nem selo, nem selão", ouviu dele, categórico. Em seguida, Gilberto Gil entrou no palco, de mão estendida para cumprimentá- lo. O que fez o apresentador? Disse "selinho", esticou os lábios e zás - tascou um beijinho na boca do músico. A cena foi ao ar de madrugada, no encerramento do "Teleton", a Maratona beneficente exibida pelo SBT. Gil ficou surpreso. Hebe fingiu brabeza e Sílvio riu muito. "Tirei uma onda, foi só uma bicotinha", diz ele. "Tudo tem uma primeira vez". Veja, 07.11.2001, p. 101 4. (IFSC) O termo "selinho" é bastante utilizado na linguagem atual. O diminutivo no uso da palavra serve para enfatizar que se trata de um beijo a) indiscreto. b) demorado. c) engraçado. d) indecente. e) breve. 36

  38. Aula 7 ACENTUAÇÃO GRÁFICA Acentuação Gráfica De acordo com a nova ortografia Oxítonas Seguem essa mesma regra Os MONOSSÍLABOS TÔNICOS terminados em Para que serve A acentuação gráfica tem por objetivo oferecer ao leitor orientações que lhe permitam pronunciar adequada- mente a palavra que lê.  O conhecimento e aplicação das regras de acentuação é essencial para todos quantos utilizem, em situações formais, a língua escrita culta. á(s), é(s), ê(s) ó(s), ô(s): lá(s), pé(s), pó(s) As FORMAS VERBAIS OXÍTONAS do mesmo tipo, seguidas ou não de pronomes  amá-lo, está(s), vendê-lo, propôs, contém, conténs A seguir apresentamos a principais orientações para a correta utilização dessas regras de acordo com o novo acordo ortográfico a língua portuguesa. Acentuam-se igualmente as OXÍTONAS terminadas em ditongo aberto  ÉIS: papéis, bacharéis ÉU(S): chapéu, chapéus Ói(S): herói, heróis As palavras polícia e célula são acentuadas por serem res- pectivamente, paroxítona terminada em ditongo crescente e proparoxítona. 37

  39. Seguem essa mesma regra Não esqueça As PAROXÍTONAS terminadas em ditongo crescente  mágoa, tênue, rádio, ânsia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar ad- mitem duas pronúncias em algumas formas do pre- sente do indicativo, do presente do subjuntivo e do imperativo: Não são acentuadas As PAROXÍTONAS terminadas em  ns: itens,folhagens, jovens, nuvens m: item, folhagem, jovem, nuvem Se forem pronunciados com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas graficamente: enxá- guo, enxáguas, enxágue, delínques, delínquem, de- línqua; Se forem pronunciados com u tônico, elas não são acentuadas: enxaguo, enxaguas, delinquem, delinqua. Os ditongos abertos ei, oi, das PAROXÍTONAS  assembleia, estreia, jiboia, heroico delinques, No português do Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. o i e o u TÔNICOS, precedidos de ditongo  feiura, baiuca Acento diferencial O acento diferencial permanece nos seguintes ca- sos: Verbo pôr – para diferenciar da preposição por: Eu pedi para ela pôr o pão no armário por causa das moscas. Pôde – terceira pessoa do singular do pretérito perfei- to do indicativo do verbo poder para diferenciá-lo de pode - terceira pessoa do singular do presente do in- dicativo do mesmo verbo: Ela não pôde passar na tua casa ontem, mas pode passar hoje. Importante O acento diferencial é facultativo em: Dêmos – primeira pessoa do plural do presente do subjuntivo do verbo dar e demos – primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo do mesmo verbo; Fôrma (substantivo) e forma (substantivo, terceira pessoa do singular do presente do indicativo e segun- da pessoa do singular do imperativo afirmativo do verbo formar). Proparoxítonas árvore, chávena, maiúsculo, Cândido, medico Hiatos Acentuam-se o i e u tônico dos HIATOS  Saúde - saúva – saída - caída Não são acentuados O i, em hiato, seguido de nh:  rainha, moinho Os HIATOS oo e ee:  voo, creem Trema Verbos terminados em guar, quar e quir Não se usa o acento agudo no u tônico das formas  arguis, (ele) argui, (eles) arguem, presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir. Só é usado em nomes estrangeiros e seus derivados  Müller, mülleriano. 38

  40. Verbos ter e vir Levam acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente do indicativo para diferenciar da terceira pessoa do singular smo tempo verbal ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm. do me 2. Identifique as regras de acentuação utilizadas nos vocábulos abaixo: a) xícara: b) razão: c) hífen : d) parabéns: 3. Pelas novas regras de acentuação gráfica, apenas uma dessas palavras pode ser assinalada com acento circunflexo. Qual delas? a) Vôo b) Crêem c) Enjôo d) Pôde e) Lêem 4. Identifique a alternativa em que há um vocábulo cuja grafia não atende ao previsto no Acordo Ortográfico: a) aguentar – tranquilidade – delinquente- arguir – avereguimos b) cinquenta – aguemos – linguística – equestre – eloquente c) apaziguei – frequência – arguição – delinquência – sequestro d) avergiuei – insconsequente – bilíngue – lingüiça – quinquênio e) sequencia – redargüimos – lingueta – frequentemente – bilíngue. 5. (BB) “Alem do trem, vocês tem ônibus, taxis e aviões”. a) 5 acentos b) 4 acentos c) 3 acentos d) 2 acentos e) 1 acento 6) (OSEC) O plural de tem, dê, vê, é, respectivamente: a) têm, dêem, vêm b) tem, dêem, vêem c) têm, deem, veem d) têem, deem, veem e) têem, deem, vêm 7) (Mack) Indique a alternativa em que nenhuma palavra é acentuada graficamente: a) lápis, canoa, abacaxi, jovens b) ruim, sozinho, aquele, traiu c) saudades, ônix, grau, orquídea d) voo, legua, assim, tênis e) flores, açúcar, álbum, virus Seus derivados, como deter e intervir, seguem a acentuação das oxítonas terminadas por em, mas na terceira pessoa do singular do presente do indicativo levam acento agudo e na terceira pessoa do plural do mesmo tempo levam acento circunflexo, a fim de diferenciar as duas formas verbais ele detém, eles detêm; ele intervém, eles intervêm. ACENTUAÇÃO GRÁFICA NO VESTIBULINHO (GVSP) Assinale a alternativa correta quanto à acen- tuação e à grafia de palavras. a) Temas comuns, como a construção social do mer- cado, permitem entrevêr as possibilidades de uma saudável relação entre Sociologia e Economia, que não pode se paralizar em virtude de algumas diferenças. b) Em um de seus estudos mais célebres, Mark Granovetter vêm demonstrar que as pessoas se ligam às outras por laços fortes e laços fracos. Por isso, é imprecindível que as pessoas consigam entender essas ligações. c) Alguns temas revigoraram o debate entre a Sociologia e a Economia, sendo responsáveis por compor um novo cenário. O diálogo deve basear- se nos pontos positivos e comuns e não nas excessões. d) A falta de dialogo entre Sociologia e Economia perdurou pôr quase três séculos, mas é um quadro que parece estar mudando, sobretudo em função de fragrantes pontos em comum entre as disciplinas. e) Em meados dos anos 1970, parece que uma leve brisa intervém na falta de comunicação entre sociólogos e economistas, que não mais hesitam em pôr em discussão assuntos inerentes às duas disciplinas. Resolução comentada Alternativa - E As alternativas demais apresentam problemas, tanto de acentuação quanto de ortografia. EXERCÍCIOS MODELO 1. (UFF-RJ) Só numa série abaixo estão todas as palavras acentuadas corretamente. Assinale-a: a) rápido, séde, côrte b) ananás, ínterim, espécime c) corôa, vatapá, automóvel d) cometi, pêssegozinho, viúvo e) lápis, rainha, cor 39

  41. EXERCÍCIOS PARA CASA 1. (ITA) Dadas as palavras: 1. des-a-lento 2. sub-es-ti-mar 3. trans-tor-no Constatamos que a separação silábica está correta: gráfico: a) ele mantém/ eles mantêm b) ele dê / eles deem c) ela contém/ elas contêm d) ele vê/ eles veem e) ele contém /eles contêem 3) (Cefet-SP) Assinalar a alternativa correta quanto à acentuação: a) Para por o sotão em ordem foram necessárias duas pessoas. d) raízes – amável e) anhangabaú -bambú 5) (TRE-ES) “Aí” é acentuada pelo mesmo motivo de: a) aquí b) dá c) é d) baú e) porém a) apenas na número 1 b) apenas na número 2 c) apenas na número 3 d) em todas as palavras e) em nenhuma delas 2) (CESGRANRIO) Assinale o item em que ocorre erro orto b) Aqueles índios se alimentam de raizes e andam nús pela floresta. c) Já faz três meses que saí da presidência da empresa. d) O elevador só para se o botão for acionado. e) O remedio que combate esse vírus já foi descoberto? 4) ( TRE-RJ) A alternativa que apresenta erro quanto à acentuação em um dos vocábulos é: a) lápis - júri b) bônus – hífen c) ânsia – série 40

  42. Aula 8 CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMÂNTICO Campo lexical e campo semântico Não esqueça Léxico é o conjunto de palavras pertencentes a uma determinada língua. O léxico da língua por- tuguesa é formado pelo conjunto de todas as palavras pertencentes ao nosso idioma. Campo Semântico O conceito de campo semântico está associado a um conjunto de lexemas (morfemas, palavras ou locuções) que se encontram ligados semanticamente. Em outras palavras Campo Semântico é um conjunto estruturado de unidades vocabulares, expressões lexi- calizadas ou outras unidades lingüísticas, unidas se- manticamente por traços comuns em torno de um con- ceito-chave. As palavras relatório, pesquisa, escrever, escola, classe e tarefa,no contexto em que foram utilizadas pertencem ao Não esqueça Semântica é o estudo do significado, no caso das palavras, a semântica estuda a significação das mesmas individualmente, aplicadas a um contexto e com influência de outras palavras. Campo lexical Criado por lingüistas nas décadas de 20 e 30 do século xx, o conceito de campo lexical diz respeito a um con- junto de palavras cuja formação partiu de um radical comum. A noção de campo lexical é semelhante a de família de palavras. Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra em um ―campo lexical, as palavras estão relacionadas morfológica e etimologicamente. Uma vez que se criam novas pala- vras e se muda a relação entre os lexemas que for- mam um campo, os campos lexicais não estão fixos numa língua. Por exemplo, para a palavra mar pode- mos formar um campo lexical com as seguintes pala- vras: marinheiro, marítimo, maresia, amarar etc.” Observe que na imagem acima foram relacionadas palavras pertencentes a um mesmo campo lexical, formando uma família de palavras. Portanto, as palavras que se relacionam através de um dado conceito pertencem ao mesmo campo semânti- co ou família de palavras. 41

  43. a) Fulana dá na vista com seus óculos novos. b) Do avião, tem-se uma vista notável sobre o Guaíba. c) A sua vista de lince impressionava a todos. d) Ela não apreciava a paisagem por ser curta de vista. e) Seu apartamento é de encher a vista, de tão bonito. Texto para as questões 2 e 3 A DANÇA E A ALMA A DANÇA? Não é movimento, súbito gesto musical. É concentração, num momento, da humana graça natural. No solo não, no éter pairamos, nele amaríamos ficar. A dança - não vento nos ramos; seiva, força, perene estar. Um estar entre céu e chão, novo domínio conquistado, onde busque nossa paixão libertar-se por todo lado... Onde a alma possa descrever suas mais divinas parábolas sem fugir à forma do ser, por sobre o mistério das fábulas. Carlos Drummond de Andrade. ''Obra completa". Rio de Janeiro: O LEXICO NO VESTIBULINHO Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compre- ensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake* sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por expe- riência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drum- mond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Rubem Alves, "A complicada arte de ver". Folha de S.Paulo, 26.10.2004) *W illiam Blake (1757-1827) foi poeta romântico, pintor e gravador inglês. Autor dos livros de poemas "Song of Innocence" e "Gates of Paradise". (GVSP) A palavra epifania, presente no segundo pará- grafo, tem o sentido de a) unificação. b) manifestação. c) espera. d) milagre. e) ventura. Aguilar, 1964. p. 366. 2. O poema "A Dança e a Alma" é construído com ba- se em contrastes, com o "concentração". Em uma das estrofes, o termo que estabelece contraste com solo é: a) éter. b) seiva. c) chão. d) paixão. e) ser. 3 A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é a) a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os mo- mentos de sua existência. b) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito. c) a manifestação do ser humano, formada por uma sequencia de gestos, passos e movimentos descon- certados. d) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc. e) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por conseqüência, ao seu desenvolvimen- to intelectual e à sua cultura. "movimento" e Resolução comentada Alternativa - B Epifania significa, literalmente, aparição ou manifes- tação divina. Portanto, a alternativa B é a que melhor define o termo. EXERCÍCIOS MODELO A questão 1 refere-se à tirinha abaixo 1. (IFRS) A palavra "Vista", no primeiro quadrinho, é usada com o mesmo sentido na tira e na frase 42

  44. parte dizem desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. 1. No texto, a palavra lavor pode ser entendida como a) ornamento. b) aplauso. c) glorificação. d) obscuridade. e) obséquio. CONTRA A MARÉ A tribo dos que preferem ficar à margem da corrida dos bits e bytes não é minguada. Mas são os reniten- tes que fazem a tecnologia ficar mais fácil. 2. Nesta nota jornalística, a expressão "contra a maré" liga-se, quanto ao sentido que ela aí assume, à pala- vra a) tribo. b) minguada. c) renitentes. d) tecnologia. e) fácil. Texto para a questão 3 LUZ DO SOL Luz do sol, Que a folha traga e traduz Em verde novo, em folha, em graça, Em vida, em força e em luz Céu azul, Que vem até aonde os pés tocam a terra E a terra expira e exala seus azuis. Reza, reza o rio, Córrego pro rio, O rio pro mar. Reza a correnteza, Roça a beira, Doura a areia. Marcha o homem sobre o chão, Leva no coração uma ferida acesa. Dono do sim e do não Diante da visão da infinita beleza Finda por ferir com a mão essa delicadeza, A coisa mais querida: A glória da vida. Texto para a questão 4 Ninguém aí do poder em Brasília manja de marxismo e semiologia. Fala-se na necessidade de eliminar a herança feagaceana (que, aliás, não é maldita, é sinis- tra), mas não da ruptura lingüística com essa herança, ou seja, o PT reproduz a mesma linguagem feia e inestética do PSDB. "Custo Brasil" é de matar! A "flexibilização laboral" designa desemprego. Carteira de trabalho é luxo. Se a polícia der uma blitz e pedir carteira de trabalho, 40 por cento da população vai em cana. A linguagem revela a ideologia e governa os homens. Prova é que nunca até hoje existiu político mudo. Ao contrário, político é falastrão, fala qualquer coisa, fala pelos cotovelos. Não é senão por isso que o enigmáti- co ministro José Dirceu prestigia no Paraná o comedi- ante Ratinho, cujo gogó midiático agrada aos ouvidos da plebe boçalizada que não freqüentou os Cieps. VASCONCELLOS, Gilberto F. O Richelieu do Ratinho e a herança lingüística tucana. "Caros Amigos". São Paulo: Casa Amarela, n. 61, jul. 2003, p. 17. 4. (IFGO/ADAPTADA) O tom irônico do texto revela- se em aspectos linguísticos como a) a mistura de expressões arcaicas com nomenclatura moderna. b) o relacionamento de termos chulos com vocábulos teóricos. c) a associação de termos de gíria a palavras técnicas e eruditas. d) o agrupamento de palavras da linguagem científica com expressões literárias. e) a mescla de palavras de língua estrangeira com vocábulos portugueses. EXERCÍCIOS PARA CASA Texto para a questão 1 O pregar há-de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. (...) Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da outra há-de estar negro; se de uma parte está dia, da outra há-de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma Caetano Veloso 43

  45. ANOTAÇÕES 3. (ETEC-RJ) No verso "Que a folha TRAGA e TRA- DUZ", os vocábulos destacados correspondem, se- manticamente, a: a) absorve e transforma b) interage e insere c) engloba e exala d) dissipa e reflete e) dizima e capta Texto para a questão 4 POÇAS D' ÁGUA As poças d'água são um mundo mágico Um céu quebrado no chão Onde em vez de tristes estrelas Brilham os letreiros de gás Néon. Mario Quintana, "Preparativos de viagem", São Paulo, Globo, 1994. 4. De acordo com o dicionário Novo Aurélio 2000, POÇA significa depressão natural do terreno, de pou- ca fundura, com água. No texto, tal designação rela- cionada a um mundo mágico produz um determinado efeito de sentido. ldentifique-o nas alternativas abaixo. a) As poças d'água são simplesmente água acumula- da no chão. b) As poças d'água, bem como o mundo mágico, são cheias de mistério, estimulando, assim, a imaginação. c) As poças d'água são um terreno quebrado, logo refletem só pedaços de céu. d) As poças d'água são buracos no céu cheios de es- trelas. e) As poças d'água, por serem depressões do piso, revelam umidade no terreno. Texto para a questão 5 A característica da relação do adulto com o velho é a falta de reciprocidade que se pode traduzir numa tolerância sem o calor da sinceridade. Não se discute com o velho, não se confrontam opiniões com as dele, negando-lhe a oportunidade de desenvolver o que só se permite aos amigos: a alteridade, a contradição, o afrontamento e mesmo o conflito. Quantas relações humanas são pobres e banais porque deixamos que o outro se expresse de modo repetitivo e por- que nos desviamos das áreas de atrito, dos pontos vitais, de tudo o que em nosso confronto pudesse causar o cresci- mento e a dor! Se a tolerância com os velhos é entendida assim, como uma abdicação do diálogo, melhor seria dar-lhe o nome de banimento ou discriminação. Ecléa Bosi, "Memória e sociedade" - Lembranças de velhos 5. O termo ALTERIDADE liga-se, pelo radical e pelo sentido, a uma palavra que aparece no trecho: a) falta de reciprocidade. b) não se confrontam opiniões. c) que o outro se expresse. d) nos desviamos das áreas de atrito. e) abdicação do diálogo. 44

  46. Aula 9 OS GÊNEROS DO DISCURSO 1. abertura de uma narrativa ficcional. 2. telefonema. 3. receita culinária. 4. abertura de carta Noção de gênero Para definir a noção de gêneros, leva-se em conta: a ancoragem social do discurso, sua natureza comunicacional, as regularidades composicionais dos textos ou ainda suas características formais. Atualmente, a noção de gênero já não mais se vincula apenas à literatura, mas “para referir uma cate- goria distintiva de discurso de qualquer tipo, falado ou escrito, com os sem aspirações literárias” MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In Gêneros Textuais e Ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 147. Seleção do gênero Saber selecionar o gênero para organizar um discurso implica conhecer suas características, para avaliar a sua adequação aos objetivos a que se propõe e ao lugar de circulação, por exemplo. Quanto mais se sabe sobre determinado gênero, maiores são as possi- bilidades do discurso ser eficaz. Gêneros discursivos Gêneros do discurso são textos que circulam em determinadas esferas de atividades humanas e que, com pequenas variações, apresentam tema, es- trutura e linguagem semelhante. Discurso O discurso se manifesta linguisticamente por meio de textos. Isto é, o discurso se materializa sob a forma de texto. É por meio do texto que se pode enten- der o funcionamento do discurso. BRANDÃO, Helena H. N. (2004). Gêneros do discurso: unidade e diversidade. Polifonia. Cuiabá. Gêneros Existem varias classificações a cerca dos gêneros dos cor- déis (jornalísticos, fantasia, mal-assombrado etc.), o que con- firma a teoria dos gêneros. Podemos dividir os gêneros em três categorias de a- cordo com as suas especificidades: Gêneros autorais Têm como marca de autoria os traços de estilo. Apare- cem na literatura, no jornalismo, na filosofia etc. Os textos literários são exemplos de gêneros autoriais. Os gêneros têm marcas linguísticas mais ou menos fixas, ou estereotipadas; essas marcas indicam em que gênero se inserem, identificando-o: 45

  47. a) A classificação das forças da natureza humana que Platão estabelece decorre de uma hierarquia de valores universalmente aceitos. b) As forças humanas, segundo Platão, não podem ser submetidas a hierarquias de valores. c) A classificação das forças humanas, como foi con- cebida por Platão, deu-se em função da elevada capacidade de intelectual desse filósofo. d) Os sentidos e os desejos, embora inferiores às ou- tras forças humanas, são intelectualmente valoriza- dos pelos homens. e) Platão ao classificar as forças humanas, estabele- ceu entre elas uma hierarquia, alicerçada em crité- rio evidentemente pessoal. As questões de 2 a 4 são a respeito do texto abaixo. “Era uma galinha de Domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. Parecia calma. Desde Sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela... Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio. Foi pois uma sur- presa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou – o tempo da cozinhei- ra dar um grito – e em breve estava no terraço do vizi- nho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num pé ora no outro pé. A família foi chamada com ur- gência e consternada viu o almoço junto de uma chami- né. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante o calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com ur- gência ouro rumo . A perseguição tornou-se mais inten- sa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quar- teirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa, o grito de conquista havia soa- do. Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, ar- fava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofe- gante no beiral de telhado e, enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade, tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcan- çou-a. Entre gritos e penas, ela foi presa e pousada no chão da cozinha com certa violência.” 2. ( GV) Indique uma passagem em que o autor alude ironicamente ao recônditos instintos selvagens do do- no da casa. a)“o rapaz, porém, era um caçador adormecido. b)“ pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida... c) “... o rapaz alcançou-a.” d)“... resolveu seguir o itinerário da galinha...” Gêneros rotineiros Relacionam a práticas discursivas do dia-a-dia. Aparecem em entrevistas radiofônicas, consultas mé- dicas etc. Os gêneros rotineiros não mudam muito de situ- ação para situação e suas marcas autorais se mani- festam menos. Os avisos são um exemplo de gênero rotineiro. Gêneros conversacionais São gêneros de menor estabilidade e sem orga- nização temática previsível e se manifestam nas con- versações do cotidiano. EXERCÍCIOS MODELO 1. Quando Platão considerava os homens, pensava neles, naturalmente, do ponto de vista de seu próprio interesse pala vida do intelecto. Classificando as for- ças humanas desde a amais elevada até a amais bai- xa, citava em primeiro lugar a razão; depois a cora- gem, e por último, os sentidos e os desejos. Segundo o texto: 46

  48. 2. Assinale a alternativa em que se mantém o mesmo sentido das orações: "Não obstante os meus quarenta e tantos anos, entendi não tratar o casamento sem primeiro falar ao Cotrim": a) Por causa dos meus quarenta e tantos anos, com- preendi que não deveria acertar o casamento sem primeiramente falar dele ao Cotrim. b) Como já tinha quarenta e tantos anos, considerei que deveria combinar o casamento, mas falando inicialmente dele ao Cotrim. c) Quando já tinha quarenta e tantos anos, pensei que deveria combinar o casamento, embora antes de- vesse falar dele ao Cotrim. d) Apesar de meus quarenta e tantos anos, pensei que não deveria combinar o casamento sem pri- meiro falar dele ao Cotrim. e) Sem me incomodar com meus quarenta e tantos anos, considerei que deveria combinar o casamen- to, primeiramente falando dele ao Cotrim. 3. Releia o quarto período do trecho: "Mais: estava certo de que a sobrinha nutria por mim verdadeira paixão, mas se ela o consultasse, o seu conselho seria negativo". Considerando a correlação dos tempos dos ver- bos grifados, escolha a alternativa em que a correla- ção se mantém, sem prejuízo de sentido. a) está - nutre - consulta - será. b) está - teria nutrido - consultara - será. c) está - nutre - consultar - será. d) estivera - nutrira - consultara - fora. e) estivera - nutre - tivesse consultado - fora. 4. Comparando-se São Bernardo e Memórias póstu- mas de Brás Cubas, é correto afirmar que, apesar de suas diferenças, ambos têm em comum: a) a denúncia da violência no ambiente burguês e o protesto contra a injustiça social. b) a valorização do poder econômico, que permite aos homens obter tudo que desejam, mesmo destruin- do os inferiores. c) a crítica a valores morais arcaicos, que não podem sobreviver numa sociedade que se deseja moderna. d) a censura ao comportamento dos homens que se deixam dominar pelos poderosos. e) a caracterização do homem burguês como aquele que não hesita diante de nada para conseguir o que deseja. 5. Assinale a alternativa que expressa adequadamen- te a relação de sentido presente no período Não coma o torresmo que faz mal. a) Apesar de que faz mal, não coma o torresmo. b) Quando faz mal, não coma o torresmo. c) Não coma o torresmo, cujo faz mal. d) Não coma o torresmo, onde faz mal. e) Não coma o torresmo, pois faz mal. 3. (GV) Indique uma passagem que traduz exatamen- te o que representava a galinha para a família. a) “... ninguém olhava par ela...” b) “foi pois uma surpresa quando a viram abrir as a- sas...” c) “... viu o almoço junto de uma chaminé...” d) nenhuma das alternativas anteriores 4. (GV) A fuga da galinha causa consternação à famí- lia porque: a) ao alcançar o telhado, “lá ficou em adorno desloca- do...” b) “nunca se adivinharia nela um anseio.” c) Estava “sozinha no mundo, sem pai nem mãe...” d) “era uma galinha de domingo EXERCÍCIOS PARA CASA Texto para as questões 01 a 04 "Não obstante os meus quarenta e tantos anos, como eu amasse a harmonia da família, entendi não tratar o casa- mento sem primeiro falar ao Cotrim. Ele ouviu-me e res- pondeu-me seriamente que não tinha opinião em negócio de parentes seus. Podiam supor-lhe algum interesse, se acaso louvasse as raras prendas de Nhã-Loló; por isso calava-se. Mais: estava certo de que a sobrinha nutria por mim verdadeira paixão, mas se ela o consultasse, o seu conselho seria negativo. Não era levado por nenhum ódio; apreciava as minhas boas qualidades, - não se far- tava de as elogiar, como era de justiça; e pelo que res- peita a Nhã-Loló, não chegaria jamais a negar que era noiva excelente; mas daí a aconselhar o casamento ia um abismo. - Lavo inteiramente as mãos, concluiu ele. - Mas você achava outro dia que eu devia casar quanto antes... - Isso é outro negócio. Acho que é indispensável casar, principalmente tendo ambições políticas. Saiba que na política o celibato é uma rêmora. Agora, quanto à noiva, não posso ter voto, não quero, não devo, não é de minha honra." Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas 1. Considerando o trecho no conjunto da obra é corre- to afirmar que Cotrim, diante da perspectiva de sua sobrinha casar-se com Brás Cubas, a) expressa de maneira ambígua seu interesse pelo casamento, pois quer manter uma imagem de im- parcialidade. b) revela sua honradez, já que ambos são seus paren- tes e, portanto, não seria adequado aconselhar Brás Cubas. c) pensa que o casamento, como um negócio, tem de ser decidido apenas pelos principais interessados. d) dissimula seu ódio contra Brás Cubas, elogiando as boas qualidades do cunhado. e) recusa-se a dar opiniões porque tem muito afeto por Nhã-Loló e julga que Brás Cubas não a merece. 47

  49. Aulas 10 e 11 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Elementos mórficos Vogal temática Liga o radical às desinências e indica o tema da conju- gação. Em falávamos, a vogal temática é ―a‖, que a- lém de ligar o radial fal- às desinências indica que esse Vogal temática nominal As vogais temáticas nominais são –a, -e e –o, quan- do átonas finais, como em escola, dente, livro, essas vogais ligam as desinências indicadoras de plural, co- mo escolas, dentes, livros. Os nomes terminados em vogais tônicas não apresen- tam vogal temática, como café, cipó, caju, saci. verbo pertence à 1ª conjugação (-ar). Afixos Morfemas que modificam o sentido do radical. Apare- cendo antes do radical são chamados prefixos (desfazer, percorrer) caso apareçam depois, sufixos (felizmente). Vogal e consoante de ligação Desprovidos de significado são elementos que surgem nas palavras para facilitar a pronúncia. É o caso das palavras gás-ô-metro e pau-l-ada, nas quais o ―o‖e o ―l‖são respectivamente, vogal e consoante de ligação. Estrutura de palavras Ao estudarmos a estrutura das palavras estudamos os elementos que as formam, ou seja, os morfemas. O morfema é a menor unidade portadora de significa- do de uma palavra. São os seguintes os morfemas que constituem as palavras da língua: Radical Constitui a parte fundamental da palavra, uma vez que contém o seu sentido básico. Nas palavras jornal, jor- naleiro e jornalista o radical é jornal. Não esqueça As palavras que apresentam um mesmo radical são chamadas palavras cognatas, pois pertencem a mes- ma família de palavras. Na tirinha acima a palavras matutina e sortuda foram forma- das a partir do acréscimo de sufixos à palavra primitiva. Desinência As desinências são terminações que acrescentamos as palavras para flexioná-las. Dividem-se em: Nominal Indica gênero (masculino/feminino) e número (singular/ plural). Nas palavras curioso, curiosos e curiosa, curio- sas os morfemas ―o‖, ―a‖e ―s‖indicam, respectiva- mente, masculino, feminino e plural. Verbal Indica pessoa do discurso (1ª, 2ª, 3ª), número (singular/plural) e modo (indicativo/subjuntivo). Na for- ma verbal falávamos, os morfemas ―va‖e ―mos‖indi- cam, respectivamente, tempo e modo (pretérito imper- feito do indicativo), pessoa e número (1ª pessoa do plural). 48

  50. Aglutinação Ocorre quando um dos radicais envolvidos na compo- sição perde elementos. planalto (plano + alto), em- bora (em + boa + hora). Justaposição Ocorre quando os radicais envolvidos na composição não perdem elementos. passatempo, beija-flor, girassol. Hibridismo Forma palavras a partir de radicais de línguas diferen- tes. automóvel (auto = grego + móvel = latim), tele- visão (tele = grego +visão = latim). Redução ou Abreviação Consiste na abreviação ou redução de palavras já e- xistentes na língua. cine (cinema), cinema (cinem atogr af o), moto (m otocicleta) , pneu (pneumático). Siglas As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma seqüência de palavras que constitui um nome. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti- ca); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano). Onomatopeia São palavras formadas com o objetivo de imitar os sons naturais. Formação de palavras Derivação Processo de formação de palavras obtido a partir do acréscimo de afixos à palavra primitiva. Prefixal Obtida pelo acréscimo de prefixo à palavra primitiva. infeliz, imoral Sufixal Obtida pelo acréscimo de sufixo à palavra primitiva. felizmente, moralidade As palavras sentado e simplesmente são exemplos de derivação sufixal. Prefixal e Sufixal Obtida pelo acréscimo não simultâneo de sufixo e prefixo à palavra primitiva. infelizmente, imoralida- de Parassintética Obtida pelo acréscimo simultâneo de sufixo e prefixo à palavra primitiva. entristecer, anoitecer As palavras acima são exemplos de onomatopeia Neologismo Consiste na criação de novas palavras e/ou expres- sões. Regressiva Obtém-se pela redução da palavra primitiva. Forma substantivos a partir de verbos. trabalho (trabalhar), choro (chorar). Composição Processo de formação de palavras obtido a partir da junção de dois ou mais radicais. São dos os processos de composição: 49

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