AUTOR DO TCC: ANDRÉA HELENA QUINTELA MIRANDA [1] ORIENTADORA: MARCELA GAMA DA SILVA GOMIDE [2]

1. UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO MUNICÍPIO DA SERRA NO ESPÍRITO SANTO AUTOR DO TCC: ANDRÉA HELENA QUINTELA MIRANDA [1] ORIENTADORA: MARCELA GAMA DA SILVA GOMIDE [2] [1] Pedagoga, Faculdade Batista de Vitória. Professora de séries Iniciais da Rede Municipal da Serr, Pedagoga da rede Estadual. E-mail: andreahquintela@gmail.com [2] Pedagoga, Mestre, UFES, Vitória - ES. E-mail: marcelagamas@yahoo.com.br 4. CONCLUSÃO 1. INTRODUÇÃO Através de nossos estudos percebemos que Educação e Política caminham numa via de mão única, considerando os reflexos que ambas causam entre si. Diante dessa correlação entre Educação e Política foi possível observar claramente que a Educação sempre esteve voltada para atender aos interesses das classes dominantes e ainda nessa reflexão observamos também como durante muitos anos pouco se fez para oferecer aos jovens e adultos uma educação voltada para atender aos anseios, necessidades e especificidades desses sujeitos. A LDBEN 9.394/96 trouxe grandes avanços pra a EJA, pois, a partir dessa lei a EJA passa a ser considerada como uma modalidade Educativa. No que se refere à EJA no município da Serra é importante relatar que o mesmo vem buscado se adaptar, a fim de atender as questões propostas pela Constituição Federal e pela LDBEN. No entanto durante nossos estudos percebemos alguns entraves quanto às legislações, no qual merece destaque a carga horária mínima estabelecida no artigo 24 inciso primeiro da LDBEN que determina: Diante disso, percebemos que o aluno da EJA possui uma grande dificuldade de cumprir com o que é proposto pelo inciso citado. Objetivando amenizar esse problema o Município buscou formas alternativas de atender aos alunos, criando as Atividades Curriculares Diversificas (ACD). De acordo com os resultados de nossa pesquisa as ACDs na prática não funcionam devendo diante disto ser uma questão que precisa ser avaliada e reestruturada. Em nossas observações percebemos que tanto o horário da entrada como o horário da saída é um fator a ser avaliado já que a grande maioria dos alunos chega mais tarde e todos os alunos saem antes do horário estabelecido. Merece também uma atenção especial a necessidade de formar profissionais para atender aos alunos da EJA visto que em nossos estudos a metodologia inadequada foi colocada como questão de entraves para se alcançar uma educação de qualidade. Retomamos nossas afirmações enfatizando a necessidade de lutarmos por melhorias não só na EJA, mas em todo o âmbito educacional, no entanto, vale reforçar a necessidade do comprometimento que se deve ter ao assumir a profissão de educador. É através do comprometimento que o professor irá demonstrar respeito pelo educando e por si próprio como afirma Paulo Freire (2006): Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia escreve sobre a necessidade do comprometimento que o educador precisa ter ao ensinar. O referido autor afirma que não é possível exercer a atividade do magistério como se nada acontecesse, Freire compara a ação desinteressada tão impossível de ser considerada como o ato de sair na chuva exposto totalmente a ela e não se molhar (p.96). Os alunos da EJA são sujeitos que por alguma razão não puderam concluir seus estudos na idade apropriada. O fato de não saber ler e escrever muito contribui para a exclusão social e econômica deste sujeito, no entanto, estes são trabalhadores mal remunerados ou desempregados merecedores de respeito. É baseado no respeito que todos os educandos merecem e nas afirmações de Paulo Freire que esta pesquisa se embasa com a finalidade de compreender a realidade da EJA no Município de Serra no Espírito. Com base nos problemas enfrentados, nas necessidades individualidades, e especificidades do aluno da EJA e, sobretudo amparados à luz da teoria de Paulo Freire que efetuaremos nossos estudos a fim de verificar a aplicabilidade do discurso da Secretaria de Educação da Serra verso a prática ocorrida no cotidiano escolar do mesmo Município. O objetivo de nossos estudos é pesquisar junto à Secretaria de Educação do Município da Serra, a proposta do ensino da EJA e comparar com a prática do cotidiano escolar. A carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escola... (LDBEN9.394/96 2. metodologia O referido estudo se configura em uma pesquisa de campo qualitativa tendo com base de coleta de dados a entrevista com professores de EJA e Secretaria de Educação, a observação do cotidiano escolar e a análise de documentos. 3. Resultados e discussão O Município da Serra conta atualmente com 17 (dezessete) escolas que ofertam a modalidade EJA com cerca de 3500 (três mil e quinhentos) alunos matriculados. Atualmente a Serra conta com quatro profissionais para o atendimento às unidades que ofertam a EJA, devido à escassez de pessoal a função de assessoria Pedagógica muitas vezes se desvia para uma assessoria administrativa. A assessoria elabora um circuito para atender às escolas. O atendimento se dá um intervalo aproximado de dois meses, salvo se acontecer imprevistos. A grande dificuldade, hoje, em se fazer um processo seletivo específico para EJA é a falta de especialização para a área. Nesse sentido, a seleção de profissionais para atuar na EJA acontece concomitantemente à seleção dos profissionais destinados a atuar no ensino regular. As formações oferecidas pela Secretaria de Educação do Município aos profissionais são raras. No ano de 2010 houve uma formação de três dias prevista no calendário. Em 2011 a formação foi destinada a avaliação da modalidade. Para o próximo ano a Secretaria de Educação tem pretensão de aumentar a carga horária de formação para a EJA. A Secretaria de Educação do Município vem buscando se organizar considerando sempre os pressupostos legais. Neste sentido merece destaque o Parecer CNE/CEB Nº 05/97 que trata da aprendizagem pra além da sala de aula. Amparados pelo referido Parecer, a SEDU/Serra elaborou e aprovou as Atividades Curriculares Diversificadas (ACD), proposta educativa que tem por princípio a articulação entre conteúdos extra-escolares e as demais áreas do conhecimento desenvolvidas fora do espaço escolar. Apesar de ser uma forma de flexibilização do horário as ACDs não acontecem na prática em nenhuma escola. O cumprimento de horário é a grande dificuldade para o aluno da EJA. Como educador, devo estar constantemente advertido com relação a este respeito que implica igualmente o que eu devo ter por mim mesmo. (FREIRE, P.590). aGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus, primeiramente, por nos dá condições de concluir nossos estudos, agradecemos às funcionárias da SEDU/Serra que nos receberam com muito carinho e educação e aos profissionais e alunos da escola pesquisada. Por fim, agradecemos a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que alcançássemos a vitória, neste sentido incluo a minha amiga Raquel a qual considero peça chave da minha persistência. REFERÊNCIAS BRASIL. Congresso Nacional. Constituição Federal da República Federativa do Brasil. 5 de outubro de 1988. COSME,Martins Gerliane. Fundamentos Filosóficos e sociológicos da EJA Material Impresso do PROEJA. 2010 FILHO, Geraldo Francisco. A Educação Brasileira no Contexto Histórico. Campinas: Alínea, 2001. FREIRE, Paulo Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa (São Paulo: Paz e Terra). 2006. ______. Lei Federal Nº 9.394,de 20/12/1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, n. 248, de 23/12/1996. BORGES, Clério. Serra: origem e evolução histórica. Disponível em: <http://www.clerioborges.com.br/cidadesserra.html> Acesso em: 18 de ago, 2011.