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III SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS CONHECIMENTOS EM DIÁLOGO: LINGUAGENS E ENSINO

III SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS CONHECIMENTOS EM DIÁLOGO: LINGUAGENS E ENSINO. A heterogeneidade como elemento constituinte e subversor do fantástico na literatura de distopia feminina pós-moderna. Dr. Alexander Meireles da Silva

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III SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS CONHECIMENTOS EM DIÁLOGO: LINGUAGENS E ENSINO

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  1. III SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOSCONHECIMENTOS EM DIÁLOGO: LINGUAGENS E ENSINO A heterogeneidade como elemento constituinte e subversor do fantástico na literatura de distopia feminina pós-moderna Dr. Alexander Meireles da Silva Professor Adjunto do Departamento de Letras da UFG – Campus Catalão

  2. Proposta • Este trabalho propõe uma leitura das transformações pela qual a literatura de distopia vem passando dentro do insólito desde as últimas décadas do século vinte, a partir da utilização de convenções de outras vertentes romanescas e de estratégias literárias diversas. Visando demonstrar como este processo constrói e subverte o elemento metaempírico da ficção distópica, este estudo irá analisar o romance Parable of the Sower (1993), da escritora afro-americana Octavia E. Butler.

  3. O lugar da distopia • O termo distopia, também conhecido como anti-utopia, utopia devolucionária, contra-utopia e utopia negativa, designa qualquer projeção de uma sociedade localizada em tempo e espaço específicos que o leitor pode perceber como pior que a sociedade na qual ele vive. (MOYLAN, 2000, p. 74). • Segundo M. K. Booker a distinção entre utopias e distopias se dá pelo fato de que, “o utopianismo é baseado em uma crítica sobre as deficiências do presente, enquanto que o pensamento distópico se baseia em uma crítica sobre perceptíveis deficiências no futuro” (BOOKER, 1994, p.19). • É exatamente esse recorrente impulso para o futuro em histórias de marcante ambientação tecnológica que levou críticos como Raymond Williams em “Utopia and Science” (1979), a associarem as distopias na literatura moderna com a ficção científica (FC).

  4. A distopia moderna • O romance Nós (1922), de Eugene Zamiatin é considerado o primeiro romance distópico moderno. Sua influência pode ser percebida pelos vários elementos que se tornaram convenções da literatura de distopia, tais como: • Narrativa em media res; • Alienação de sua condição de oprimido; • Contato com alguma força subversiva, representada por outro personagem, grupo ou evento; • Alienação do restante do seu mundo; • Oposição ao poder totalitário e; • Derrota pelas mãos das instituições mantenedoras da ideologia dominante.

  5. A distopia e Todorov • Segundo Todorov (2006, p. 160), a ficção científica se liga ao Maravilhoso pela naturalização do insólito, ou seja, a ocorrência de situações ou seres sobrenaturais não provoca qualquer reação nas personagens ou no narrador, visto que ambos estão imersos em um universo em que tudo é possível. Mas a qual FC ele está se referindo? • Ficção científica hard e ficção científica soft; • Pela construção de um universo ficcional fortemente preocupado com a observância das leis do mundo empírico no qual um fato sobrenatural se internaliza a tal ponto que se torna intrínseco a realidade retratada, padrão este observado por Todorov em relação à obra kafkiana (TODOROV, 1992, p. 180-181), o romance distópico se ligaria ao Fantástico. • A distopia pós-moderna, caracterizada pela presença da contra-narrativa utópica, subverte esta idéia por meio da construção do insólito na sua narrativa.

  6. Parable of the Sower (1993) • O romance narra o diário de uma jovem afro-americana que vive com sua família em uma comunidade fechada, mas cercada por gangues e pela anarquia em que se transformaram os Estados Unidos com a falência das instituições governamentais em decorrência de um capitalismo selvagem. • Motivada pelo temor em relação ao futuro de sua comunidade, Lauren cria uma nova e particular concepção de Deus. • Lançada em um ambiente hostil com a destruição de seu lar, Lauren passa por diversas adversidades à medida que se torna a líder e guia espiritual de um crescente grupo de pessoas de etnias e histórias diversas.

  7. Parable of the Sower e o fantástico furtadiano • A ligação de ParableoftheSower com o fantástico, nos termos colocados por Todorov, se reforça pela presença de uma arquitetura textual composta de uma combinação de elementos narratológicos propostos por Felipe Furtado em A construção do fantástico na narrativa (1980) tais como: • A presença de um narrador intradiegético que também compartilha o papel de protagonista; • A evocação de um espaço híbrido, indefinido, no qual o mundo real é subvertido gradativamente pelo metaempirismo.

  8. A contra-narrativa utópica • A contra-narrativa utópica no romance de Octavia E. Butler se dá pela utilização de elementos da literaturas afro-americana e pós-colonialista, sendo eles: • A identificação da personagem com a figura do Trickster afro-americano; • A presença intertextual de convenções das narrativas de escravos; • A ênfase na importância da multiplicidade, da incorporação da diferença, na força do híbrido. “Abrace a diversidade / Una-se - / Ou seja dividido, / roubado, / dominado, / morto / Por aqueles que vem você como uma presa. / Abrace a diversidade / Ou seja destruído” (BUTLER, 1993, p. 176).

  9. Fantástico ou Maravilhoso? • A arquitetura textual de Parable of the Sower subverte não apenas as convenções da literatura de distopia, mas do próprio fantástico. • Ainda que o romance distópico se enquadre no alcance deste gênero, a tessitura entre a temática da ficção científica com a figura folclórica do Trickster, os elementos das narrativas de escravos permeados de acontecimentos sobrenaturais e outras convenções recorrentes da literatura oral Afro-Americana faz com que Parable of the Sower, enquanto romance distópico pós-moderno, se desloque dos domínios do fantástico para adentrar nos territórios do Maravilhoso. • Nestes termos, a literatura de distopia pós-moderna se liga ao Maravilhoso em decorrência da mescla de elementos oriundos de outros textos também vinculados a este gênero especulativo, resultando em um espaço híbrido de ficção metaempírica.

  10. Referências • BOOKER, M. Keith. Introduction: utopia, dystopia, and social critique. In: BOOKER, M. Keith. The dystopian impulse in modern literature. London: Greenwood Press, 1994, p.1-23. • BUTLER, Octavia E. Parable of the Sower. New York: Warner Books, 1993. • FURTADO, Filipe. A construção do fantástico na narrativa. Lisboa: Horizonte, 1980. • GARCIA, Flavio, BATISTA, Angélica Maria Santana. Dos fantásticos ao Fantástico: um percurso por teorias do gênero. In: SILVA, José Pereira (Ed.). Revista SOLETRAS. n.10. São Gonçalo: FFP/UERJ, 2005. Disponível em http://www.filologia.org.br/soletras/10/11.htm • MOYLAN, Tom. Scraps of the untainted sky. Colorado: Westview Press, 2000. • TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. Trad. Maria Clara Correa Castello. São Paulo: Perspectiva, 1992. (Debates; 98) • TODOROV, Tzvetan. As estruturas narrativas. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 2006 (Debates; 14) • WILLIAMS, Raymond. Utopia and science fiction. Patrick Parrinder (ed.). Science fiction: a critical guide.London: Longman, 1979, p. 52-67.

  11. www.ensinosuper.com

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