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CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Macroeconomia. CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS. Aula 05 Teoria Clássica de Comércio Internacional. Tópicos de discussão. O mercantilismo Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo

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CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

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Presentation Transcript


  1. Macroeconomia CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Aula 05 Teoria Clássica de Comércio Internacional Professor Luís Antonio Paulino

  2. Tópicos de discussão • O mercantilismo • Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith • Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo • Fronteira de Possibilidades de Produção e Preços Relativos • Fronteira de Possibilidades de Produção e Ganhos de Comércio • A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill Professor Luís Antonio Paulino

  3. Mercantilismo • Doutrina econômica que caracteriza o período histórico da Revolução Comercial (séculos XVI-XVIII) marcado pela desintegração do feudalismo e formação dos Estados Nacionais Professor Luís Antonio Paulino

  4. Mercantilismo • Na visão mercantilista uma nação seria tanto mais rica quanto maior fosse sua população e seu estoque de metais preciosos • Poder militar para o Estado • Acúmulo de riquezas (ouro e prata) para a burguesia (em contraposição à posse de terras pela Igreja e pela nobreza). Professor Luís Antonio Paulino

  5. Mercantilismo • Princípios básicos da política mercantilista • O Estado deve incrementar o bem-estar nacional, ainda que em detrimento dos vizinhos e das colônias (o comércio é uma atividade de “soma zero”). • A riqueza da economia depende do aumento da população e do aumento do volume de metais preciosos no país. • O comércio exterior deve ser estimulado, pois é por meio de uma balança comercial favorável que se aumenta o estoque de metais preciosos. • O comércio e a indústria são mais importantes para a economia nacional que a agricultura. Professor Luís Antonio Paulino

  6. Mercantilismo • O mercantilismo era mais um doutrina política do que uma teoria econômica stritu senso, com objetivos não só econômicos como também político-estrategicos. • Em resumo advogava: • Intenso protecionismo estatal • Ampla intervenção do Estado na Economia • Sua aplicação variava conforme a situação do país, seus recursos e modelo de governo. • Na Holanda, o poder do Estado era subordinado às necessidades do comércio. • Na Inglaterra e na França a iniciativa econômica estatal constituía o outro braço das intenções militares do Estado. Professor Luís Antonio Paulino

  7. Mercantilismo • Os mercantilistas aprofundaram o conhecimento de questões com as da balança comercial, das taxas de câmbio e dos movimentos de dinheiro. • Principais representantes: • Os ingleses Thomas Mun e Josiah Child • Os franceses Barthélemy de Laffemas e Antoine de Montcrestien (ambos seguidores de Colbert na época de Henrique IV) • O italiano Antonio Serra Professor Luís Antonio Paulino

  8. Teoria das Vantagens Absolutas • David Hume, em Political Discurses (1752) foi dos primeiros a atacar a lógica mercantilista. • O acúmulo de ouro, via superávits comerciais, afetaria a oferta interna de moeda, elevando os preços e salários internos, comprometendo a competitividade das exportações. • Mecanismo preço-fluxo-espécie Professor Luís Antonio Paulino

  9. Teoria das Vantagens Absolutas • Adam Smith (1723-1790) em Riqueza das Nações (1776) estabeleceu as bases do moderno pensamento econômico a respeito das vantagens do comércio. • Para ele, “a riqueza não consiste em dinheiro, ou ouro e prata, mas naquilo que o dinheiro pode comprar” (teoria do valor-trabalho). Professor Luís Antonio Paulino

  10. Teoria das Vantagens Absolutas • Para Adam Smith , a falha dos mercantilistas foi não perceber que uma troca deve beneficiar as duas partes envolvidas no negócio, sem que se registre necessariamente, um déficit para uma das nações envolvidas. • Sua teoria das vantagens absolutas atestava que o comércio seria vantajoso sempre que houvesse diferenças de custos de produção de bens entre países. • O comércio se justificaria apenas quando fosse mais barato adquirir itens produzidos em outra economia. Professor Luís Antonio Paulino

  11. Teoria das Vantagens Absolutas • Diz-se que um país tem vantagem absoluta na produção de um determinado bem ou serviço se ele for capaz de produzi-lo e oferece-lo a um preço de custo inferior aos dos concorrentes. • Na visão de Adam Smith esta vantagem absoluta decorreria da produtividade do trabalho, que está relacionada com a especialização. • No caso de produtos agrícolas, a condição climática favorável é fundamental. Professor Luís Antonio Paulino

  12. Teoria das Vantagens Absolutas • Hipóteses: • 2 países no mundo • B – Brasil • W – Resto do Mundo • 2 produtos • M – Produtos industrializados • X – Produtos agrícolas • 1 fator de produção • L – Trabalho M = f(L) e X = f(L) • Valor das mercadorias • Quantidade de trabalho (L) • Coeficiente técnico de produção • IM = L/M • IX = L/X • Os países B e W têm 1.200 horas de trabalho disponíveis Professor Luís Antonio Paulino

  13. Teoria das Vantagens Absolutas • O país B tem vantagem absoluta na produção de X • O país W tem vantagem absoluta na produção de M Cada país se especializa na produção do bem no qual tem vantagem absoluta Professor Luís Antonio Paulino

  14. Teoria das Vantagens Absolutas • O aumento nas quantidades consumidas de bens caracteriza o que se denomina benefícios ou ganhos de comércio Professor Luís Antonio Paulino

  15. Teoria das Vantagens Absolutas • Problemas não resolvidos por Smith: • a proporção em que seriam feitas as trocas entre os dois países, ou seja, quais seriam os termos de troca ou relações de troca entre as mercadorias X e M. • O que aconteceria se um país não produzisse nenhuma mercadoria a custos menores que seus possíveis parceiros comerciais? Estaria essa nação condenada a ficar excluída dos benefícios da especialização e das trocas? Professor Luís Antonio Paulino

  16. Teoria das Vantagens Comparativas • A partir da crítica à teoria de Smith, David Ricardo (1772-1823), em Princípios de Economia Política e Tributação (1817) formulou a teoria das vantagens comparativas. • Ricardo notou que a idéia de vantagens absolutas determina o padrão de trocas internas em um país com perfeita mobilidade de fatores de produção, levando, no limite, à uniformização dos preços dos fatores. • No mercado internacional, contudo, a lógica é distinta, dada a baixa (ou inexistente) mobilidade de fatores entre os países. Há a necessidade de considerar a estrutura produtiva de cada país. Professor Luís Antonio Paulino

  17. Teoria das Vantagens Comparativas • A cada nação estão associadas características particulares que permitem explicar quais são os bens produzidos e, logo, quais são os bens exportados (os que são produzidos além da demanda nacional) e quais são os bens importados (os que são demandados pelos consumidores mas cuja produção não existe, foi abandonada ou é insuficiente). Professor Luís Antonio Paulino

  18. Teoria das Vantagens Comparativas • Nesta condição o país W tem vantagens absolutas na produção de ambas as mercadorias (X e M). • Pelo raciocínio de Smith, não teria por que se especializar na produção de nenhum dos dois bens, nem de comercializar com o país B Professor Luís Antonio Paulino

  19. Teoria das Vantagens Comparativas • Pelo argumento de Ricardo, o país W tem vantagem comparativa na produção do bem M, pois seu custo é equivalente a 40% do custo em B (2h em W/5h em B) , enquanto o custo de produção de X é 75% daquele apresentado em B (3h em W/4h em B). Professor Luís Antonio Paulino

  20. Teoria das Vantagens Comparativas Professor Luís Antonio Paulino

  21. Teoria das Vantagens Comparativas • Os países B e W têm 1.200 horas de trabalho disponíveis Professor Luís Antonio Paulino

  22. Teoria das Vantagens Comparativas • Preços relativos dos bens X e M no país W e no país B Professor Luís Antonio Paulino

  23. Limites da abordagem tradicional • O princípio das vantagens comparativas • A contribuição fundamental de Ricardo à teoria do comércio internacional é o princípio das vantagens comparativas: o importante, no interior de uma mesma nação, são as diferenças relativas entre as condições de produção dos bens que podem ser definidas a partir do custo de oportunidade. • Sacrificando-se uma unidade de um bem, as duas nações aumentam em proporções diferentes a produção de outro bem. • Existe, então, a vantagem comparativa que leva cada nação a especializar-se na produção do bem que ela pode produzir relativamente de maneira mais eficaz que a outra. • Se a especialização se faz segundo este princípio, e se as nações entram na troca, elas podem então simultaneamente ganhar nas trocas em um sentido preciso: obtêm uma maior quantidade de bens do que a quantidade que seria disponível em autarquia. Professor Luís Antonio Paulino

  24. Teoria das Vantagens Comparativas • Os países B e W têm 1.200 horas de trabalho disponíveis • O país B troca 200 unidades de X por 230 unidades de M (200 x 1,15) Professor Luís Antonio Paulino

  25. Teoria das Vantagens Comparativas Professor Luís Antonio Paulino

  26. Fronteiras de possibilidades de produção • A fronteira de possibilidades de produção nos indica as quantidades máximas que um país pode produzir de cada bem. • Essas quantidades dependerão da disponibilidade de fatores de produção e dos coeficientes técnicos de produção Professor Luís Antonio Paulino

  27. Fronteiras de possibilidades de produção Hipótese • 0s países B e W têm 1200 horas de trabalho disponíveis Hipóteses: • Os coeficientes técnicos de produção são constantes e, como temos apenas um fator de produção, o trabalho as funções de produção têm retorno constante de escala • O trabalho é um fator homogêneo Professor Luís Antonio Paulino

  28. Fronteiras de possibilidades de produção • Custo social ou custo de oportunidade é quantidade de um bem que precisa ser sacrificada para se produzir uma unidade adicional de outro bem. • O custo em termos do bem X de uma unidade de M é 60/75 = 1,25. Cada unidade de M, “custa” 1,25 unidade de X. • O custo em termos do bem M de uma unidade de X é 75/60 = 0,80. Cada unidade do bem X “custa” 0,80 unidade do bem M, ou seja, o custo social de uma unidade a mais de X é 0,8 unidade do bem M Professor Luís Antonio Paulino

  29. Fronteiras de possibilidades de produção Professor Luís Antonio Paulino

  30. Fronteiras de possibilidades de consumo e ganhos de comércio Hipótese • 0s países B e W têm 1200 horas de trabalho disponíveis Professor Luís Antonio Paulino

  31. Fronteiras de possibilidades de consumo e ganhos de comércio • O país B, ao deixar de produzir uma unidade do bem X, consegue produzir 0,8 unidades adicionais do bem M. • O pais W, para produzir uma unidade do bem X, preciso deixar de produzir 1,5 unidades do bem M. • Se os dois países acertarem um termo de troca de 1,15 unidades de M, por uma unidade de X será vantajosos para os dois paises. • Para o país B a troca é vantajosa, pois ela obterá uma 1,15 unidade de M por unidade de X, ao invés de apenas 0,8. • Para o país W a troca também é vantajosa, pois para obter uma unidade de X ele precisará de apenas 1,15 unidade de M quando antes precisa de 1,5. Professor Luís Antonio Paulino

  32. Fronteiras de possibilidades de consumo e ganhos de comércio Professor Luís Antonio Paulino

  33. A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Enquanto David Ricardo preocupou-se em demonstrar os ganhos de comércio para os países participantes do comércio internacional, John Stuart Mill (1806-1873), em sua obra Princípios de Economia Política (1873), procurou discutir a questão da divisão dos ganhos Professor Luís Antonio Paulino

  34. A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Enquanto David Ricardo preocupou-se em demonstrar os ganhos de comércio decorrentes do comércio internacional, John Stuart Mill (1806-1873), em sua obra Princípios de Economia Política (1873), procurou discutir a questão da divisão dos ganhos entre os países. • Para J.S.Mill a questão da demanda internacional do produtos é determinante. Professor Luís Antonio Paulino

  35. A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Se um país oferece, no mercado internacional, produtos pouco demandados no mercado mundial, ele obterá um preço pouco elevado e o país se beneficiará pouco do ganho de comércio mundial ou até mesmo terá um ganho nulo. Professor Luís Antonio Paulino

  36. A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Esse país deverá, então, diversificar sua produção, mesmo que ela não tenha uma vantagem comparativa máxima ou uma desvantagem comparativa mínima na sua produção. Professor Luís Antonio Paulino

  37. A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • No sentido oposto, se a demanda é alta, os preços serão mais elevados, o que permitirá ao país ofertante apropriar-se de uma parte maior do comércio mundial. Professor Luís Antonio Paulino

  38. A Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill • Mill considera, portanto, que a lei da oferta e da procura é determinante para a divisão internacional dos ganhos de comércio. Professor Luís Antonio Paulino

  39. Bibliografia Carvalho, Maria Auxiliadora e Silva, César Roberto Leite. Economia Internacional. São Paulo: Editora Saraiva, 2004, capítulo 1 (p. 3-24) Professor Luís Antonio Paulino

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