1 / 13

Reanálise e mudança lingüística

XXVIII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica. Reanálise e mudança lingüística. Heloísa Macedo Coelho (CNPq-PIBIC) Rafael Saint-Clair Braga. Orientadoras: Aniela Improta França Miriam Lemle. TEORIA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA.

kimn
Download Presentation

Reanálise e mudança lingüística

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. XXVIII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica Reanálise e mudança lingüística Heloísa Macedo Coelho (CNPq-PIBIC) Rafael Saint-Clair Braga Orientadoras: Aniela Improta França Miriam Lemle TEORIA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA w w w . l e t r a s . u f r j . b r / c l i p s e n Novembro de 2006

  2. Arquitetura da Gramática Traços Abstratos [Det] [1ª] [pl] [CAUSA] [+ps] [Raiz] [Relacionador] [Qu-] [APLICATIVO] etc.. Lista 1 Morfologia Distribuída Operações sintáticas por fases (Concatenar, mover, copiar) Spell-Out Operações Morfológicas Forma Lógica Forma Fonológica (Inserção de itens do vocabulário Reajustes e regras fonológicas) Interface Conceptual (significado) Lista 2 Peças do Vocabulário /cachorro/: [Raiz][+cont][+animado]... /-s/:[Num] [pl]... /ei/:[pst]... /de/:[Relacionador]... etc... Enciclopédia (conhecimento não lingüístico) cachorro: quatro patas, canino, animal doméstico, por vezes morde, etc... No ambiente dar uma de __magro se refere a uma entidade do discurso que deixa a casa que está visitando tão logo tenha se alimentado Lista 3

  3. Desencontro entre etimologia e a percepção do falante restaurar restaur restaurante restaur Você consegue enxergar algum parentesco semântico nessas palavras? restaur restaurar Latrestauro restaur restaurante Etimologia fr. restaurant (1521) 'aquilo que repara as forças, alimento ou remédio fortificante', (1803) 'estabelecimento público para restabelecer as forças pela alimentação', part.pres. de restaurer 'renovar as forças pela alimentação'; ver restaur- ( Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa) Camada morfológica afetada n’ n nome v’ n v Raiz Raiz restaur ar nte nte restaur a

  4. A MD e a questão da reanálise lingüística Perda de uma camada morfológica... n’ v’ n v Raiz restaur ar nte Datação1845-1890 cf. CCBAss Datação1845-1890 cf. CCBAss acarreta outra leitura na Enciclopédia. n’ n’ Raiz Raiz n n restaur restaur nte nte a a hoje hoje

  5. Lista3 Enciclopédia (conhecimento não lingüístico) restaurar: reparar, recuperar,restabelecer A minúcia do processo v v Lista 1 Traços Abstratos [Det] [1ª] [pl] [CAUSA] [+ps] [Qu-] [APLICATIVO] etc.. [Raiz] [v] [Raiz] [v] n [n] restaur ar Lista 2 Peças do Vocabulário /cachorro/: [Raiz][+cont][+animado]... /-s/:[Num] [pl]... /ei/:[pst]... /de/:[Relacionador]... etc... [Raiz+1 morf.categorizador ] Restaur ar nte v [Raiz] [v] Interface Conceptual (significado) restaur ar

  6. A minúcia do processo n v Interface Conceptual (significado) [Raiz] n [v] restaur ar nte Enciclopédia (conhecimento não lingüístico) restaurarante:estabelecimento que se dedica ao negócio de servir refeições; salão ou aposento onde são servidas as refeições Como o primeiro morfema categorizador é suprimido, a raiz passa a ficar concatenada a um outro morfema categorizador, neste caso o nominalizador (enezinho), que agora passa a ser o primeiro morfema categorizador. Logo a sintaxe fica mais rasa e tudo passa a ser interpretado como um bloco indiviso na Enciclopédia. Restaurante perde seu significado original e ganha uma outra leitura semântica na Enciclopédia. Enciclopédia (conhecimento não lingüístico) restaurarante:estabelecimento público para restabelecer as forças pela alimentação

  7. A MD e a questão da reanálise lingüística: alguns exemplos inerentehavia em latim um verbo haereo, haeres,-si,-sum, haerere (prender, estar pegado a).Esse verbo caiu em desuso. Porém, temos derivados da raiz, combinada com vários prefixos: inerente, coerente, coesão, coeso, coesivo, aderir,aderente,adesivo, adesão n a a a T T a R R R a R Pr R a Pr R n T in er ente R T co er ente Pr R Pr co e s co e s ão o a n a v v T n T R v R T a R R T Pr Pr R a R v Pr R Pr R ad er ir ad e s ão ad e s ivo nte ad er  e O fato de que o verbo haereo caiu em desuso, possivelmente ainda no latim tardio, foi o que fez com que as gerações seguintes não analisassem mais como prefixos as partes in-, ad- e co- . Assim, estas palavras hoje são vistas como tendo muito menos estrutura interna do que a que tinham em latim antes de tornar-se obsoleto o verbo haereo.

  8. 2) excelente esse adjetivo se origina do verbo excello, -is, -ui, -ěre (vir do céu) v R v n n R Pr o ex coel  O prefixo e o nome coelo passaram a ser interpretados como um bloco indiviso, com uma sintaxe bem mais rasa: a a R excel ente

  9. 3)Graúdo O n de gra(n)uto caiu, um fenômeno de pura fonologia, perda de consoante intervocálica, com isso ficou perdida a conexão do adjetivo com o nome grão. com a perda desta conexão, a nova geração reanalisou o input: saco graudo saco grande, cheio de grãos Geração 1: saco gra(n)udo Geração 2: saco graúdo perda do [n] / v_v Geração 3: saco graúdo saco grande a a Análises possíveis: ou a R a R graud o gra udo

  10. 4) Contentecontineo, -es, -ui, contentum, continere - sustentar, conter te(n)ere > ter - tida continere > conter - contida Quando o verbo tenere passou a teer>ter, e o particípio passado dele virou tido, a forma contentus não mais foi reconhecida como flexão do verbo ter.Assim essa forma ganhou a estrutura apropriada para receber uma leitura saussuriana arbitrária: a R a um content A interpretação “contente”que é a nossa leitura moderna pode talvez ser explicada a partir da expressão contentus suis rebus, satisfeito com suas coisas.

  11. Conclusão Ao adotar um modelo de gramática mais modular, neste caso a Morfologia Distribuída, em que o léxico é montado fase a fase através da atividade dinâmica de três listas, cada uma delas responsável por uma tarefa, percebemos que é possível se explicar o fato de palavras etimologicamente aparentadas terem perdido o seu significado original. A razão para tal fato é a perda da camada morfológica com o primeiro morfema categorizador onde recaía a leitura primeira em que ocorre a negociação da arbitrariedade saussureana, a Lista 3, Enciclopédia. Com a perda desta camada a concatenação passa para a camada acima. A sintaxe por sua vez fica mais rasa e a leitura da integração da raiz com uma peça vocabular categorizadora passa a ser diferente da original, deixando o parentesco entre palavras muito mais distante em conseqüência da análise feita pelo falante nativo da nova geração.

  12. Referências bibliograficas HOUAISS, Antonio (2003). Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Editora Objetiva LEMLE, Miriam (2005). Mudança sintática e sufixos latinos. In:Lingüística: revista da Pós-Graduação em Lingüística da UFRJ, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 5-44. TORRINHA, Francisco (1937). Dicionário Latino Português. Porto

  13. Contatos rafaelsaintclair@ufrj.br helo_ufrj@ig.com.br

More Related