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Gerenciando Fluxos Externos – O Papel dos Fundos Soberanos de Riqueza

Gerenciando Fluxos Externos – O Papel dos Fundos Soberanos de Riqueza. DDC e MdB. Perguntas Relevantes. Como instrumentos de reciclagem dos superávits – aceleram as correções dos desequilíbrios ou retardam?

johnda
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Gerenciando Fluxos Externos – O Papel dos Fundos Soberanos de Riqueza

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Presentation Transcript


  1. Gerenciando Fluxos Externos – O Papel dos Fundos Soberanos de Riqueza DDC e MdB

  2. Perguntas Relevantes • Como instrumentos de reciclagem dos superávits – aceleram as correções dos desequilíbrios ou retardam? • Instrumentos de poder dos novos superavitários – saudável evolução, perigosos instrumentos de confrontação ou substitutos das combalidas instituições multilaterais? • Vão sobreviver como instituições relevantes para os movimentos de bens e de capitais? Requerem mais estatização das decisões de investimento e portanto constituem uma mudança importante na tendência à liberalização das decisões de alocação internacional de recursos?

  3. Roteiro segunda parte • Reservas e Fundos; tamanhos • Tipos de Fundos, o que são, ? • Monetização de reservas • Potencial estabilizador? • Código de Conduta • Regras e Efeitos sobre EMs • Observações finais

  4. BPs e Reservas Abundantes

  5. BPs e Reservas Abundantes • Para grande parte das economias emergentes, o volume de reservas hoje ultrapassa os limites estabelecidos por algumas “regras de bolso” utilizadas para avaliar o nível “ótimo” de reservas: • Cobertura por meses de importação: risco de conta-corrente; • Cobertura por % da dívida de curto prazo (vencimento residual) ou regra de Greenspan-Guidotti: risco de liquidez; • Cobertura por % do M2 e do investimento estrangeiro em carteira: risco de fuga de capitais.

  6. BPs e Reservas Abundantes • Reservas Internacionais e Valores de Referência

  7. BPs e Reservas Abundantes

  8. BPs e Reservas Abundantes

  9. BPs e Reservas Abundantes

  10. Tamanho dos FSRs

  11. Tipos de FSRs • Classificando estes fundos por suas fontes de recursos, há essencialmente 2 tipos de FSRs: • Fundos financiados por receitas de exportação de matérias-primas; • Fundos financiados diretamente pela transferência de reservas internacionais.

  12. O que são FSRs?

  13. Argumentos Macroeconômicos para os FSRs • Foco nos FSRs financiados por reservas. • Vantagens Macroeconômicas: • Aliviam a valorização indesejada da moeda de países superavitários; • Limitam a excessiva volatilidade cambial, sinalizando, aos investidores, fluxos de caixa mais estáveis para projetos de produção de exportáveis; • Aliviam a sobrecarga de objetivos da política monetária, sem necessidade de controles de capital. • Principal Desvantagem Macroeconômica: • Estatização das decisões de investimento pode retardar a correção de desequilíbrios estruturais via taxa de câmbio. Grande relevância para a China, mas também para outros países.

  14. Argumentos Macroeconômicos para os FSRs • Balancete estilizado da Autoridade Monetária de Cingapura • Sem GIC: • Monetização e Esterilização • Com GIC: A P A P R M R M T T A P R M T GIC

  15. Argumentos Macroeconômicos para os FSRs • Isto é, os FSRs podem ser usados como forma de segregação das reservas que evita a monetização, seja por causa de um choque positivo na conta-corrente, ou devido a uma entrada especulativa de capitais. • Além disso, o FSR pode ser usado como um instrumento de financiamento público ao setor privado. • Porém, com algum cuidado já que se os recursos do FSR são usados para financiar empreendimentos domésticos -- convertendo ativos externos em moeda doméstica -- desfaz-se a operação de alívio monetário. • Esta é uma das razões (mas não a única!) para que fundos financiados por reservas, como os da Cingapura (os mais antigos fundos de reservas), restrinjam-se a investimentos externos.

  16. Argumentos Macroeconômicos para os FSRs • Finalmente, cabe mencionar os efeitos macroeconômicos de natureza dinâmica: • A curto prazo, diminuir a pressão valorizadora deveria diminuir a volatilidade cambial. • A médio prazo, a generalização dos FSRs poderia significar fontes mais permanentes de financiamento externo, o que fortaleceria a conta-corrente dos exportadores. • O importante seria que as políticas de investimento destes fundos soberanos estivessem voltadas para atividades capazes de aumentar a produtividade e as perspectivas de crescimento da economia. • O problema é que estes investimentos podem servir de fachada para objetivos relacionados com o aumento de influência política (setores estratégicos, etc).

  17. Papel Estabilizador?

  18. Argumentos Macroeconômicos para os FSRs • A priori, é difícil ter-se uma posição simplesmente “a favor” ou “contra”. • O que motiva os principais argumentos contrários aos FSRs tem maior relação com questões de ordem política que de ordem macroeconômica: • A generalização destes fundos como instrumento de poder de Estados superavitários exacerba a reação nacionalista dos deficitários, que detêm maior poder político.

  19. Transparência

  20. Código de Conduta • Will it have any bite? • Não, porque: • Devedores não têm leverage – EUA não está em posição de impedir fluxos de capital. • Nada garante que FSRs vão stick to their commitments s/ transparência, investimentos em setores “estratégicos”, etc. Não há regras de enforcement. • Sim, porque: • País recipiente pode limitar o acesso a certos setores. • Setser: US is a unique debtor – não há nenhum país no mundo com a capacidade de absorver a poupança excedente dos EMs. • Mais provável – somewhere in the middle • É verdade que o país recipiente tem a “soberania” para estabelecer a regra que quiser, porém, se há falta de recursos esta ameaça perde credibilidade: • Ex: leis que limitem o acesso de FSRs pouco transparentes ao mercado americano poderia levar alguns a desfazer-se de seus investimentos (eg setor bancário), com sérias consequências.

  21. Regras e Efeitos sobre EMs • Regras que dificultem acesso dos FSRs aos EUA, Europa, podem desviar parte destes recursos para emergentes – valorização das moedas locais, controles de capital etc. • Setser observa que fluxos são grandes demais para serem absorvidos por emergentes, mas isto não muda o fato de que algum desvio poderia ter implicações significativas. • Simon Johnson: ativos dos FSRs pequenos em comparação ao mkt capitalization global, mas grande em comparação ao dos EMs.

  22. Até agora, mais benefícios • A atuação dos FSR tem sido benéfica: • 1. Diminuem os recursos que os bancos centrais precisam comprometer nas tarefas de resgate, o que torna as ações das autoridades menos questionáveis do ponto de vista fiscal. • 2 Diminuem os riscos de moral hazard que retardam as ações compensatórias dos governos no socorro dos náufragos. Fundos soberanos estão sujeito a perdas de riqueza quando agem como agentes privados e tomam riscos de mercado. • 3. Dadas as dificuldades de encontrar soluções cooperativas viáveis em tempo útil para evitar o pior, os FSR são um veículo com um potencial que não pode ser desprezado para diminuir os riscos de desastre no cenário internacional de 2008.

  23. Limites aos FSRs • Assimetria de informação entre os fundos soberanos dos países superavitários e os governos dos países receptores. • São “reguláveis”? Setser

  24. Conflitos entre objetivos fora da crise • Os fundos têm seus próprios objetivos de diversificação (não necessariamente, mas sem descartar o objetivo de poder político) quando mostram interesse em aportar capital aos bancos mais atingidos. • Os países receptores têm, por outro lado, além da preocupação razoável quanto a uma ação potencialmente desorganizadora de movimentos repentinos de vendas desses fundos seja por motivação especulativa seja por motivação política, suas próprias agendas ocultas, como o controle nacional sobre a intermediação financeira e empresas “estratégicas

  25. Agendas explícitas e ocultas • Por trás dessas assimetrias, as agendas explicitadas não podem ser levadas a sério. • Receptores falam de “códigos de conduta”, exigem “transparência” e “profissionalismo” na administração dos fundos soberanos. Supostamente, tentam proteger-se contra o “patriotismo” nas decisões que afetam a vida de várias empresas. Aceitam objetivos de “maximizar o retorno econômico dos acionistas”, mas não objetivos “políticos”, leia-se objetivos políticos contrários aos seus.

  26. FMI poderia agir como um fundo multi-soberano? • Esta seria uma forma de restaurar as discussões sobre governança que tiveram lugar na crise dos anos 80. Árabes e japoneses se ofereceram para capitalizar o Fundo (que precisou de um esforço especial para fazer um programa de US$ 6 bilhões com o Brasil) em troca de maior poder de voto. Prevaleceu o veto americano. • A longo prazo a instituição perdeu relevância, mesmo antes dos EUA tornarem-se o principal país com desequilíbrio externo ameaçador para a estabilidade financeira do mundo. • Pode o FMI tornar-se um veículo adequado para amenizar os danos da crise de crédito? Não com a atual governança. • Poderá o Fundo mudar a tempo de ser mais eficaz na crise atual? É pouco provável. Talvez uma solução tempestiva só poderia vir mesmo dos novos superavitários, o que não deixa um sinal otimista.

  27. Futuro • Algumas especulações gratuitas sobre o papel futuro dos fundos soberanos na alocação internacional de capitais. • Pressuposto: até agora, globalização financeira deixou a desejar do ponto de vista de incentivos e conquista dos hearts & minds dos políticos e seus eleitores.

  28. Os Fundos vão sobreviver como instituições relevantes para os movimentos de bens e de capitais? • Minha resposta tentativa é sim para o primeiro, mas provavelmente os das economias pequenas tendem a se internacionalizar – parecer cada vez mais com private wealth funds, em suas estratégias.

  29. Requerem mais estatização das decisões de investimento? • Provavelmente sim. • Talvez com burocratas mais esclarecidos, falando a linguagem dos mercados e mais justificados pelas falhas de mercados reveladas na crise atual e pelas soluções politicamente insatisfatórias da desregulamentação: • incentivos de remuneração favorecem risco; excesso de confiança em cálculos provisórios e hipóteses ousadas baseadas em dados precários; governos cúmplices do excesso de risco, sem beneficiar-se disso; efeito concentrador da riqueza;

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