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O MUNDO MARAVILHOSO DE MAMÃE

O MUNDO MARAVILHOSO DE MAMÃE.

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O MUNDO MARAVILHOSO DE MAMÃE

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Presentation Transcript


  1. O MUNDOMARAVILHOSO DE MAMÃE

  2. A história da sua predileção era a da mangueira que não podia dar frutos, porque era estéril. Quando contava, ela parecia realmente viver a situação da árvore. Sua imaginação transportava a minha para aquele mundo maravilhoso, cheio de amor, luz e alegria; mundo que era só seu, como que encantado dentro dela. Vez em quando, durante a narração, ela me puxava suavemente para junto de si e me beijava o rosto. Como tenho saudades dessa ternura de minha mãe!...

  3. Essas historinhas, a gente já não as ouve hoje em dia devido à parafernália tecnico-cientifica, saturada de modismos, que domina nosso dia-a-dia, corrompendo-nos... Aliás, já nem mais sabemos contá-las, as que contamos são mecânicas, apressadas, cheias de monstros, sexo, violência, típicas de um mundo híbrido, materialista-racional, vazias de emoções nobres, que até parecem não mais ser de seres humanos, mas de coisas pensantes. Eu ficava maravilhado ouvindo mamãe contar...

  4. Era sempre à noite, justo na hora em que ela me embalava na rede para dormir, e lá se vão sessenta e tantos anos! Geralmente, eu não ouvia o final da história, dormia antes. No outro dia, pedia-lhe que me contasse de novo. - Está bem, ela dizia, naquela manhã todos se encontravam brincando na casa da Nândia. Perguntava-lhe quem era Nândia e ela me respondia meigamente que é uma menina esperta, muito inteligente e bondosa, querida de todos, e que mora numa casa toda ajardinada e rodeada de árvores frutíferas, no sítio São Francisco (este sítio era uma fazenda de papai), no País dos Sonhos, em Alenquer.

  5. Ela contava que dentre as árvores do quintal, estão o bacurizeiro, o taperebazeiro, a sapucaia, o cajueiro, a mangueira e a bananeira, e que Nândia já tinha comido frutos de todas as árvores, menos da mangueira, a qual sofria muito por isso, porque achava que era castigo do Criador. Coitadinha, dizia mamãe, a mangueira não queria que as outras árvores soubessem desse seu drama, seria humilhação demais, por isso, chorava muito, mas só chorava de noite, quando todos árvores do quintal já estavam dormindo, dessa forma a terra em torno do seu tronco amanhecia úmido...

  6. Na verdade, filhinho, tudo começou numa certa manhã quando todos estavam brincando no quintal. Era uma alegria só. Os passarinhos chilreavam pulando de galho em galho nas árvores... As borboletas em rodopios dançavam no ar e pousavam nas plantas... O sol beijava calidamente as flores dourando as cores, e o vento soprava mansamente as folhagens balançando os cachos de frutos...

  7. Nesse corre-corre e voa-voa de todos, Nândia parou de brincar e foi até a mangueira ver se encontrava algum fruto caído. Nada encontrou, apenas notou o tronco encharcado, o que lhe intrigou bastante: - Já comi frutos de todas as árvores, somente da senhora ainda não comi, exclamou. A mangueira respondeu-lhe: - Não sou de dar frutos, cumpro uma pena que o Rei me imputou!... Nândia ficou decepcionada e lembrou-se de que o filho do Rei é seu amigo particular e foi correndo falar com ele.

  8. No outro dia, a mesma alegria matutina no quintal, cânticos de passarinhos, borboletas dançando, flores de todas as espécies colorindo e perfumando o ambiente, sol brilhando no céu, e apareceu Nândia na porta dos fundos da casa, que, tão logo viu a mangueira, maravilhou-se e com ela todos os que já estavam no quintal. Uma estupefação geral. A mangueira repleta de cachos de flores! Daquele dia em diante, todos só queriam brincar em torno da mangueira de ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta... E a árvore florida, no centro, sorrindo felicíssima.

  9. Depois que a mangueira frutificou, o quintal ficou mais harmonioso. A sapucaia, o cajueiro e a bananeira pediram-lhe perdão pelas troças feitas e tornaram-se amigas íntimas, confidenciando-lhe seus aborrecimentos e alegrias, contudo, ansiavam ardentemente descobrir o segredo de sua formosura e o autor daquela mudança repentina. Se antes não tinha dado sinal de flores, como apareceu florida de uma hora para outra, interrogavam-se as três árvores. A própria mangueira estava por saber. Ora, ela quase teve um troço na hora em que se viu cheia de cachos, pois já tinha perdido a esperança de florir, e acontece aquilo sem mais nem menos, sem um sinal de que seus rebentos iam chegar!...

  10. Quando todos já estavam acostumados com o acontecido, a formiga, retornando para casa carregando um pedaço de folha de juta às costas, parou para ouvir a conversa entre a jacina e o grilo no jirau de verduras: - Mas compadre, como é possível isto, ela não podia florir, como então de repente?... O grilo parou de grilar e respondeu: - Ora, comadre, tem coisas que não são da terra, são lá de cima... A jacina não entendeu: - Como lá de cima?... A formiga, muito esperta, ainda com a folha às costas, deu um sorriso maroto e falou para as suas perninhas: - É isso mesmo, só pode ter sido Ele!... E tudo se tornou claro para a formiga.

  11. Autor: Eliezer de Oliveira MartinsMusical: Moonlight Piano Sonata , Beethoven Daí em diante, eu não mais ouvia o que mamãe contava. Estava totalmente transportado para aquele seu mundo maravilhoso. No outro dia, à mesma hora, pedia-lhe para contar de novo a história e na sua liturgia materna começava: - Está bem, filhinho... E, carinhosamente, ajeitava-me ao seu lado na rede e contava tudo de novo: - Naquela manhã encontravam-se todos brincando no jardim...

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