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Terapia Cognitiva e Prevenção de Transtornos em Crianças e Adolescentes

Terapia Cognitiva e Prevenção de Transtornos em Crianças e Adolescentes. ITC – Drª Ana Maria Serra –Turma 2009 Componentes: Célia da Graça Pimenta Lopes Kátia Regina Wolff Jorge Paula Cristina Biscaro de Oliveira Rita M.T.Russo. Seligman (1995) .

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Terapia Cognitiva e Prevenção de Transtornos em Crianças e Adolescentes

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  1. Terapia Cognitiva e Prevenção de Transtornos emCrianças e Adolescentes ITC – Drª Ana Maria Serra –Turma 2009 Componentes: Célia da Graça Pimenta Lopes Kátia Regina Wolff Jorge Paula Cristina Biscaro de Oliveira Rita M.T.Russo

  2. Seligman (1995) Queremos mais para nossas crianças do que corpos saudáveis. (...) Nossa maior esperança é que a qualidade de vida delas seja melhor do que a nossa, o nosso maior desejo é de que elas aprendam todos os nossos pontos fortes e pouco de nossas fraquezas. (p. 6)

  3. Psicologia Positivista • Seligman → um dos defensores da Psicologia Positivista. • [...] Além de a psicologia ter como objeto de estudo a patologia e seu tratamento, buscou-se abrir espaço para o estudo de habilidades positivas do ser humano, levando o enfoque para promoção da qualidade de vida e prevenção de doenças (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000). • Nesta tendência da psicologia positiva se enquadram os estudos de Seligman (1995) sobre otimismo, estudos estes que se desenvolveram a partir de investigações sobre como prevenir a depressão em adultos e crianças. • Nas pesquisas a respeito do desamparo aprendido, Seligman descobriu que pessoas pessimistas eram mais propensas ao desamparo e tinham maior risco de entrar em depressão. Já as pessoas otimistas não desistiam diante de problemas sem solução e resistiam ao desamparo (Seligman, 1995).

  4. Otimismo • Para Seligman (1995) a definição de otimismo é baseada no “estilo explicativo” (explanatory style), ou seja, na forma de se explicar a causa de eventos ruins ou bons que aconteceram no passado. • Há três dimensões para explicar o porquê da ocorrência de um evento bom ou ruim: a permanência, a difusão e a personalização.

  5. Três dimensões para o estilo explicativo • Permanência = o quanto os efeitos do evento se prolongam no tempo; • Difusão= o quanto os efeitos do evento se propagam para outras situações; • Personalização = o quanto a causa é atribuída a fatores externos ou internos (Seligman, 1995).

  6. Otimistas e Pessimistas OTIMISTAS • Atribuem explicações permanentes, difundidas e internas para os eventos bons, e explicações temporárias, específicas e externas para eventos ruins. PESSIMISTAS • Os eventos bons são vistos como temporários, específicos, e externos (externo porque o indivíduo acredita que o evento bom nunca foi determinado pelo seu próprio esforço). Os eventos ruins são vistos pelo pessimista como permanentes, difundidos e internos (internos porque a pessoa se culpa sempre pelos acontecimentos ruins). • A forma de o indivíduo explicar as causas de eventos bons e ruins (estilo explicativo) está associada com a saúde futura dele (Kamen & Seligman, 1987).

  7. Ensinar um estilo explicativo otimista para as crianças • Pode ser uma forma de prevenir algumas doenças. Seguindo este raciocínio, surgiu o programa The Penn PreventionProgram para crianças de idade escolar. A aplicação deste programa apresentou o aumento do otimismo e a redução de sintomas depressivos em crianças com risco de depressão (Seligman, 1995), resultado que se repetiu em amostras de crianças latinas (Cardemil, Reivich & Seligman, 2002) e chinesas (Yu & Seligman, 2002). • Numa tentativa de prevenção em outro nível, este programa foi estendido a pais e educadores, pois são eles os principais responsáveis pelo aprendizado do estilo explicativo das crianças. É importante ressaltar este ponto, pois ninguém nasce otimista ou pessimista. A partir da forma como os pais (e mais tarde outros educadores) explicam os erros e acertos da criança ou deles próprios, se desenvolve o estilo explicativo dos filhos (Seligman, 1995). Pesquisas, como a de Seligman, Peterson, Kaslow, Tanenbaum, Alloy e Abramson (1984), encontraram correlação significativa entre o otimismo ou pessimismo das mães com o de seus filhos.

  8. Como medir o otimismo de uma criança • A forma mais utilizada nos Estados Unidos é o Questionário de Estilo de Atribuição para Crianças (Children’s Attributional Style Questionnaire - CASQ). Validado por Seligman e outros colaboradores (Seligman, 1995).Objetivo do Questionário: Medir o otimismo da criança. • O CASQ foi criado por dois alunos de Seligman Doutores Nadine Kaslow e Richard Tanenbaum (Seligman, 1995p.67)

  9. CASQ - Composição 48 questões, cada uma apresentando situações hipotéticas e duas opções (letra “A” e “B”) de possíveis explicações para a causa da situação. As 48 questões avaliam seis dimensões (cada uma contendo oito questões): ERPm - eventos ruins permanentes (questões 13, 18, 24, 28, 31, 33, 35 e 36); EBPm -eventos bons permanentes (5, 9, 23, 39, 40, 41, 42 e 43); ERD - eventos ruins difundidos (12, 15, 20, 21, 27, 46, 47 e 48); EBD - eventos bons difundidos (1, 3, 17, 25, 30, 32, 34 e 37); ERPs - eventos ruins pessoais (6, 7, 10, 11, 14, 26, 29, e 38); EBPs - eventos bons pessoais (2, 4, 8, 16, 19, 22, 44 e 45).

  10. Avaliação do CASQ • Pontuação deste instrumento consiste em atribuir valor 0 ou 1 para as respostas (A ou B) escolhidas pelo participante. • Nas questões 1, 4, 6, 11, 12, 13, 16, 17, 18, 22, 23, 26, 30, 33, 34, 35, 38, 39, 40, 43, 44, 46, 47, 48, a letra A recebe 1 ponto e a letra B recebe 0 ponto. • Nas questões 2, 3, 5, 7, 8, 9, 10, 14, 15, 19, 20, 21, 24, 25, 27, 28, 29, 31, 32, 36, 37, 41, 42, 45, a letra B recebe 1 ponto, e a letra A recebe 0. • Cada grupo de dimensões (ERPm, EBPm, ERD, EBD, ERPs, EBPs) deve ter sua soma individual para obter-se o total de pontos para os eventos ruins (Total R) e o total de pontos para os eventos bons (Total B). • O escore final advém de B – R, ou seja, da subtração dos eventos ruins dos bons, portanto, quanto maior esse escore mais otimista é a criança. • A soma dos eventos ruins permanentes (ERPm) e dos eventos ruins difundidos (ERD) fornece o escore de passividade (hopelessness).

  11. Aplicação CASQ (Aprender a ser otimista ) Paciente: T.F. (menina) – 11 anos – 6º ano 5ª série E.F. Paciente com PA(processamento Auditivo) alterado PmM = 05 PmB = 05 AbM = 04 AbB = 05 PsM = 02 PsB = 05 EsM = 09 Total M = 11 Total B = 15 B-M (15-11 = 4) Risco de depressão

  12. Aplicação CASQ (Aprender a ser otimista ) Paciente: L.C. (menina) – Idade 11 anos – 6º ano 5ª série E.F. Paciente com TDA – Tipo desatento PmM = 01 PmB = 01 AbM = 01 AbB = 05 PsM = 03 PsB = 03 EsM = 02 Total M = 05 Total B = 09 B-M (09-05 = 04) Risco de depressão

  13. Aplicação CASQ (Aprender a ser otimista ) Paciente: T.P.O. (menino) – Idade 08 anos – 3º ano 2ª série E.F. PmM = 04 PmB = 05 AbM = 02 AbB = 04 PsM = 03 PsB = 04 EsM = 06 Total M= 09 Total B = 13 B-M (13-09 = 04) Risco de depressão

  14. Aplicação CASQ (Aprender a ser otimista ) Paciente: V.M. (menina) – Idade 11 anos – 6º ano 5ª série E.F. PmM = 01 PmB = 01 AbM = 02 AbB = 04 PsM = 07 PsB = 04 EsM = 03 Total M= 10 Total B = 09 B-M (09-10 = -1) Pessimista e risco de depressão

  15. Desamparo • Seligman passou sua vida profissional trabalhando com questões ligadas ao desamparo e ao controle das próprias emoções. • Os EUA e a maioria dos países desenvolvidos estão passando por uma epidemia de depressão e estresse. • Três coisas contribuíram para isto: • Transtorno do “eu” = fracasso na própria visão relacionada às suas metas • Diminuição de recursos espirituais para se “consolar”, e poucos laços familiares • Autoestima sem valores – gera depressão e violência

  16. Aprendendo a ser Desamparado • DESAMPARO: “é o estado de coisas em que nada do que você se propõe fazer afeta o que lhe acontece.” (Seligman, 2005:28) • “Foi esse meu primeiro contato com o sofrimento que o desamparo acarreta. Ver meu pai naquela decadência física, como o vi tantas vezes até sua morte, alguns anos depois, determinou o rumo da minha procura. Seu desespero, fortaleceu minha determinação.” (Seligman, 2005:44). Seligman com 13 anos, ao ver seu pai sendo carregado de maca removido para um hospital – 3 enfartes

  17. Teoria do Desamparo Aprendido • Teste com cães (choque) e depois com humanos (ruídos) • Experimento Triádico: No 1º grupo, choques que os cães pudessem desligar com o focinho – cão teria controle porque uma de suas ações surtiria efeito. • No 2º grupo, o dispositivo do choque seria “casado” com o utilizado para o primeiro grupo: nada do que fizessem cessaria o choque, somente quando o cão “casado” do 1º grupo empurrasse o painel. • O 3º grupo não receberia qualquer tipo de choque. • Uma vez que os cães tivessem passado por esta experiência, cada um na sua categoria de grupo, seriam colocados numa caixa com uma barreira fácil de escapar (pular) do choque.

  18. Teoria do Desamparo Aprendidocontinuação • A hipótese de que os cães do 2º grupo ficariam sentados sem reagir ao choque foi confirmada. • A cura: Steve Mier (estudante) e Seligman pegaram os cães do 2º grupo, que tinham aprendido o desamparo, e os “arrastaram” de um lado para o outro da caixa e por cima da divisória (barreira), até começarem a se mexer por conta própria e perceber que suas ações funcionavam. • A cura tornou-se 100% confiável e permanente. “Foram 10 anos de minha vida para provar à comunidade científica que o que afetava aqueles cachorros era o desamparo, e que esse fenômeno pode ser aprendido, e portanto, também pode ser desaprendido.” – (Seligman 2005:47)

  19. Teoria do Desamparo Aprendido continuação • Donald Hiroto: nipo-americano de 30 anos, aluno de pós graduação da OregonStateUniversity, procurando tema para sua tese. • Utilizou pessoas para a experiência, e também dividiu-as em 3 grupos: • Num quarto com som muito alto com a tarefa de aprender a desligá-lo. Mas não sabiam que isto era impossível • Este grupo conseguia desligar o som • Não foi exposto a nenhum som • Depois, Hiroto levou as pessoas para outro quarto, onde havia uma caixa. Tocando um lado da caixa ouvia-se um som cortante e desagradável, e tocando do outro lado, o som parava. • A maioria das pessoas que anteriormente não conseguiam desligar o som, ficaram estáticas quando tocaram a mão na caixa. As pessoas dos outros 2 grupos, aprenderam a desligar o som facilmente.

  20. Teoria da Atribuição • John Teasdale: conferencista do depto. de psiquiatria do Hospital Maudsley – Londres – disse que a teoria do desamparo não explicava os cães ou pessoas do grupo do desamparo, que conseguiram sair do desconforto (pular a caixa/desligar o som). • A solução de Teasdale, é de que este fato deve-se a como as pessoas explicam a si mesmas as coisas ruins que lhe acontecem. • Assim, Seligman começou a pesquisar este fato juntamente com Teasdale.

  21. Teoria da Atribuição continuação • Lyn e Judy, duas estudantes do próprio grupo de pesquisa de Seligman, também concordavam com J.Teasdale. • Se empolgaram com a novidade de Bernard Weiner – final dos anos 60, jovem psicólogo social do campus da UCLA, que começou a dizer porque algumas pessoas são grandes realizadoras e outras não: concluiu que o que importava era a maneira como pensavam sobre as causas dos êxitos e fracassos. Sua abordagem foi chamada de Teoria de Atribuição. • Weiner falava de 2 dimensões de explicação: Permanência e Personalização. Seligman introduziu uma 3ª : a abrangência. Weiner estava interessado em realização e Seligman e col. em terapia e doenças mentais.

  22. Personalização X Responsabilidade e Depressão • Quando coisas ruins acontecem, podemos nos culpar (interiorizar) ou culpar os outros ou circunstâncias (exteriorizar) • Seligman nos adverte sobre a responsabilidade: é justo só culpar os outros para se sentir melhor? As pessoas precisam assumir consequências de seus atos, e para serem responsáveis, precisam ter um estilo interior. Para mudar, é preciso ser responsável, ou seja, assumir responsabilidade. • Mas, na depressão as pessoas assumem muito mais responsabilidade pelas adversidades do que lhes cabe. Aqui, a interiorização não é tão decisiva quanto a permanência, que não deixa a pessoa agir. Precisam adotar um estilo temporário para os reveses da vida, para acreditarem que independente das causas elas saibam que podem modificar.

  23. Sentir Esperança • A esperança depende de duas dimensões de nosso estilo explicativo: abrangência e permanência. • Ver razões temporárias e específicas para as adversidades é a arte da esperança: as razões temporárias limitam o desamparo no tempo, e as razões específicas limitam o desamparo à situação original. • As razões permanentes estendem o desamparo até o futuro, e as razões universais/globais espalham o desamparo para muitas áreas/situações da vida. Atribuir razões permanentes e universais para as adversidades é praticar o desespero.

  24. A criança e o desamparo • A vida começa no mais completo desamparo. • A infância consiste na superação do desamparo e na conquista do controle pessoal, que é a capacidade de modificar as coisas pela ação voluntária. É o oposto da impassibilidade. • Espera-se que a cada ano haja uma constante diminuição do desamparo e crescente conquista do controle pessoal • Muitas coisas na vida estão além do nosso controle, mas muitas outras podemos assumir o controle, ou cedê-los a outras pessoas. A maneira como pensamos sobre a vida pode aumentar ou diminuir o controle que temos dela. – Isto começa na infância.

  25. Formação de Esquemas nas Crianças • Os esquemas das crianças tendem a não ser tão consolidados quanto os esquemas de adultos. Nolen-Hoeksema e Girgus (1995) concluíram que o estilo atributivo pessimista é determinado por volta dos 9 anos, mas os efeitos nocivos deste estilo podem aparecer somente vários anos mais tarde. • Nos primeiros meses de vida, ainda que não possa se expressar verbalmente, a criança começa a formar pré-esquemas. (Serra, 2004a) • A forma como se educa um filho, refletirá no modo como ele se comportará e nos aspectos que valorizará na vida, pois a criança estrutura sua realidade tomando como referência as opiniões e comentários expressos por outros sobre ela, sobre o mundo ou a respeito dos indivíduos em geral. • A postura de pais mais otimistas ou pessimistas diante de determinadas situações (erros e acertos) envolvendo o filho está intimamente relacionada à construção de esquemas funcionais ou disfuncionais.

  26. Esquemas Disfuncionais • Segundo Young(2003), ambiente familiar com dificuldades de vínculo, contido, imprevisível ou abusivo, onde as crianças precisam suprimir aspectos importantes de si mesmas para obter amor, atenção e aprovação, gera esquema... De Não-estima • Ambiente familiar intrusivo, que impede a confiança da criança em si mesma para ter bom desempenho competente fora da família. Há ênfase no dever, na crítica severa, nas experiências rígidas, no perfeccionismo, na evitação de erros e na obediência às regras, gera esquema... De Incapacidade • Ambiente familiar caracterizado pela falta de direção e limites, dificuldades em estabelecer metas e de tolerar níveis normais de desconforto, gera esquema... De Inadequação • Ambiente familiar com excesso de controle dos sentimentos, impulsos e escolhas espontâneas, além de tendência a um padrão de preocupação excessiva de que as coisas possam não dar certo se a pessoa não for vigilante e cuidadosa o tempo todo. (Young, 1994) - gera esquema... DeVulnerabilidade

  27. Os Estilos de Atribuição • Conforme postula Seligman (1995), esses “estilos de atribuição” são aprendidos durante a infância através da influência dos pais, e mais tarde de outras pessoas, constituindo as verdadeiras bases psicológicas do indivíduo. • A partir do modo como os pais explicam os erros e acertos da criança ou deles próprios, desenvolve-se o estilo explicativo dos filhos. • Em outras palavras, a noção de realidade construída pela criança irá variar de acordo com o modo como os pais explicam um fato, tendo em vista 3 dimensões: personalização, permanência e abrangência.

  28. Os Estilos de Atribuiçãocontinuação • Um exemplo negativo: “Vc. não é capaz de fazer nada certo, é desastrado e sempre se comporta mal.” – pessoal, permanente e abrangente. • Atribuir caráter de permanência e abrangência a um erro pode gerar problemas relacionados aos esquemas de autoestima, competência ou adequação. Se a criança ou adolescente acredita que a falha persistirá em todas as áreas da vida, poderá tornar-se passiva, e em casos mais extremos, desenvolver preocupações e depressão. Não se deve usar “sempre” ou “nunca”, e deve-se mostrar que erros são temporários, específicos e mutáveis. Ao chamar atenção da criança, o foco deve ser sobre o seu o comportamento, e não sobre sua pessoa. Isto mostrará o caráter transitórios da falta, e não a permanência desta. (Seligman, 1995)

  29. O PAPEL DOS PAIS NA PREVENÇÃO • É importante que os pais percebam o quanto e como se fala, os comentários que são feitos diante dos filhos e as formas de intervenção utilizadas, pois as construções mentais dos filhos surgem daí. Muitos pais ignoram o impacto que suas opiniões e comportamentos tem na formação dos filhos. • Os pais devem ser o exemplo vivo daquilo que desejam que seus filhos se tornem. Isto torna o processo de aprendizagem mais coerente. – Comportamentos, valores, gostos, etc. “Meus pais são um exemplo a seguir. Eu reconheço em mim muitas características deles. Quero trabalhar e crescer profissionalmente. Ao mesmo tempo, desejo construir uma família como a que meu pai e minha mãe construíram.” – citação de Maria Laura – filha de Patrícia Quaresma Ragone – Laços. Edição do autor. Belo Horizonte, 2009. – pág. 52

  30. O PAPEL DOS PAIS NA PREVENÇÃOcontinuação • Tornem-se “guardiões de si mesmos”, de suas idéias, emoções e ações, percebendo o quanto influenciam a formação de seus filhos. “A Ana Flávia era pequenininha...Um dia, ela estava almoçando e briguei com ela não sei por quê. O fato é que ela olhou para mim, a lágrima correu no olho e falou comigo: ‘um dia eu vou crescer, vou ter minha casa e você não vai entrar dentro dela’. A mensagem era ‘hoje você manda e eu engulo, mas vai ter um dia que não vai ter para você não’. A partir daí eu comecei a rever meu posicionamento.” Zeca (esposo da autora Ragone 2009:55) “Comecei a repensar minha forma de intervir vendo as meninas brincando de boneca. Passei a reparar na forma como a Ana Flávia reclamava das bonecas dela, como chama a atenção dos alunos nas brincadeiras e como, às vezes, ela chamava a atenção da Elisa. Vi que minha rigidez, as minhas ordens podiam ser excessivas. Eu tenho tentado ser uma mãe menos brava.” (Ragone 2009:55)

  31. O PAPEL DOS PAIS NA PREVENÇÃOcontinuação • “O estilo de pai que favorece a formação de uma criança saudável do ponto de vista psicológico e com esquemas mais funcionais é aquele mais otimista, flexível, negociador, participativo, engajado, lúdico.” (Ragone, 2009:62). E SOBRE FRACASSO? • Seligman diz que as crianças precisam falhar. Precisam se sentir tristes, ansiosas, iradas, ou seja, ter a experiência legítima das emoções negativas. E se os pais protegem os filhos disto, vão privá-los de um aprendizado de habilidades. Evitando-se que o filho sinta-se “mal”, cria-se mais dificuldade para que sintam-se bem. Os pais precisam perceber, e ensinar o filho a perceber também qual é a responsabilidade dele naquela situação.

  32. 5 passos para efetuar corretamente uma punição • Identificar o erro cometido, pois os filhos necessitam saber exatamente em que se atrapalharam • Deixar claro que tipo de sentimento tal comportamento gerou no pai • Sugerir uma ou mais alternativas de resolução para o comportamento • Indicar claramente a punição que será aplicada • Deixar clara a expectativa que se tem em relação a comportamentos futuros. (Ragone, 2009:89)

  33. A importância da comunicação • A comunicação é essencial para a existência de vínculos sólidos entre pais e filhos. A base do vínculo está na criação de laços e aliança. • Para criar laços: investir tempo, dar atenção, escutar, olhar de maneira que a outra pessoa se sinta aceita e querida e estabelecer uma relação de empatia. • Importante lembrar que os ADOLESCENTES tem uma necessidade de isolamento. Deve-se respeitar isto, mas com limites. Não é para se afastar completamente do filho. Isto tem caráter transitório, e o adolescente também precisa de atenção.

  34. A comunicação e o contato • As famílias precisam ter momentos específicos do casal, com os filhos, com as famílias de origem e com os amigos • Crianças e adolescentes devem ser respeitados em seus momentos particulares (churrascos, viagens, saídas com amigos) • Cada ser humano é único: para algumas crianças ou adolescentes, basta explicar ou pedir uma vez, para outros 10 vezes pode não ser suficiente. • Respeitar escolhas, preferências e gostos dos filhos. Mas, cuidar – fazer o filho pensar nos prós e contras de determinada escolha. • O campo de atuação dos pais, à medida que os filhos crescem vai diminuindo. E isto é natural se o objetivo é gerar filhos autônomos. • Até determinada idade se tem um controle mais fixo sobre a ação dos filhos, depois, resta só o conselho. • Mas os pais não podem abandonar sua missão nem mesmo depois de os filhos se tornarem adultos.

  35. CONCLUINDO... “Os pais devem ter em mente que são os primeiros modelos dos filhos e que estes vão se basear nesse formato para poderem se guiar no mundo exterior. Devem ser os melhores modelos de ética. O comportamento e a noção de certo e errado vão sendo sedimentados desde cedo e permanecem nos atos, independentemente do que possam ser as tendências atuais.” (Ragone, 2009:145).

  36. Outros materiais... • Trechos do texto Aprenda a cultivar o alto astralpor Roberto Shinyashiki – site http://www2.uol.com.br/vyaestelar/alto_astral.htm “...O pessimista acredita que os eventos negativos têm origem em condições definitivas. Por exemplo: "Perdi o horário do vôo porque sempre dou azar com avião". Para ele, os eventos positivos provêm de circunstâncias temporariamente positivas: "Meu chefe me elogiou porque queria que eu fizesse hora extra". O otimista, ao contrário, atribui uma falha a um motivo circunstancial: "Perdi a partida porque estava exausto". E, para ele, as situações favoráveis são causadas por fatos permanentes: "Meu marido trouxe flores para mim porque me ama". Quando as coisas dão errado para um pessimista, ele logo faz a decepção invadir todas as esferas de sua vida e se culpa, ainda que o erro não tenha sido seu. O otimista, ao contrário, reage com tranquilidade e pensa: "Bem, todo mundo tem seu dia de azar". Em seguida, procura uma solução para livrar-se logo do problema. Diante de uma dificuldade, o pessimista acha que ela nunca será superada e que aparecerão muitas outras, enquanto o otimista tem a capacidade de analisar qualquer tipo de questão, organizá-la e solucioná-la rapidamente...”

  37. Outros materiais... • Revista SAÚDE – Editora abril - setembro/2009 - no. 315 Depressão: de pai para filho “Acredite: milhões de meninos e meninas Brasil afora enfrentam as dores da alma ao longo da infância ou da adolescência. E o pior: com altos índices de reincidência depois das primeiras manifestações. O mais impressionante, no entanto, é o que revelam dois recentes estudos americanos, um da Universidade de Vanderbilt e outro do Johns Hopkins Children’s Center. Eles mostram que filhos de pais depressivos ou com desordens de ansiedade são até sete vezes mais suscetíveis do que outras crianças a apresentar esse tipo de transtorno. “Esses problemas, que incluem a síndrome do pânico e as fobias, resultam de uma combinação entre predisposição genética e fatores ambientais”, resume a psiquiatra infantil Ana Kleinman, coordenadora do Programa de Transtornos do Humor da Infância e Adolescência (Proman) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Pais depressivos ou ansiosos, além dos genes que transmitem aos filhos, podem ter maior dificuldade para dar a atenção de que a moçada precisa”, acredita. A falta de paciência, a agressividade e a indiferença dos adultos podem gerar uma sensação de abandono emocional na garotada. “

  38. Outros materiais... Segundo Thomas Borkovec • As teorias de desenvolvimento infantil sugerem dois fatores que parecem predispor determinadas crianças a desenvolverem transtornos de ansiedade na infância ou na vida adulta. 1.- Super-proteção por parte dos pais que nunca deixa a criança explorar o mundo sozinha, evitando que esta desenvolva auto-confiança e habilidades para lidar com problemas. 2.- A indisponibilidade emocional parental, o que faz com que a criança não receba dos pais o suporte emocional necessário quando ela volta para casa depoisdas suas “aventuras pelo mundo”. • Membro da APA, da Association for Behavioral and Cognitive Therapies, da Society for Psychotherapy Research, da British Association for Behavioural and Cognitive Psychotherapy. Foi um dos pioneiros a investigar empiricamente a eficácia da terapia cognitivo-comportamental em reações fisiológicas. Atualmente é considerado um dos maiores especialistas em terapia cognitivo-comportamental de transtorno da ansiedade generalizada e preocupação crônica. Entrevista 5/4/2008-Rio de Janeiro. NUNAN, Adriana. Entrevista com Thomas Borkovec. Rev. bras.ter. cogn., dez. 2008, vol.4, no.2, p.139-145. ISSN 1808-5687. Psicóloga, doutora em Psicologia Clínica pela PUC-Rio

  39. Outros materiais... Thomas Borkovec PREVENÇÃO: Eu focaria o trabalho de prevenção no desenvolvimento de habilidades parentais, naturalmente no sentido de prover uma proteção realista contra os perigos do mundo, mas dando uma abertura suficiente para que a criança se sinta encorajada a explorar seu próprio mundo. Ao mesmo tempo, quando esta criança retornar das suas aventuras os pais devem estar emocionalmente disponíveis, especialmente quando a criança está assustada com algum desafio que enfrentou. NUNAN, Adriana. Entrevista com Thomas Borkovec. Rev. bras.ter. cogn., dez. 2008, vol.4, no.2, p.139-145. ISSN 1808-5687 - Psicóloga, doutora em Psicologia Clínica pela PUC-Rio

  40. Referência Bibliográfica • Ragone, Patrícia Quaresma. Laços – Contribuições da Terapia Cognitiva para as relações familiares. Belo Horizonte,Edição do autor 2009 • Seligman, M.E.P. Aprenda a ser otimista. 2 ed. Rio de Janeiro, Nova Era, 2005. • Seligman, M. E. P., & Csikszentmihalyi, M. (2000). Positive Psychology: an introduction. American Pscyhologist, 55, 5-14. • Seligman, M. E. P. (1995). The optimistic child: a proven program to safeguard children against depression and build lifelong resilience. New York: Harper Perennial. • Seligman, M. E. P., Peterson, C., Kaslow, N. J., Tanenbaum, R. L., Alloy, L. B., & Abramson, L. Y. (1984). Explanatory style and depressive symptoms among school children. Journal of Abnormal Psychology, 93, 235 - 238. • Weber, L. N. D., Brandenburg, O. J., & Viezzer, A. P.(2003) A relação entre o estilo parental e o otimismo da criança. Psico-USF, 8 (1), 71-79. • Weber, Lidia Natalia Dobrianskyj, PRADO, Paulo Müller, BRANDENBURG, Olivia Justen et al. Avaliação da validade do questionário de estilo de atribuição para crianças (CASQ). Psicol. esc. educ., dez. 2003, vol.7, no.2, p.161-170. ISSN 1413-8557.

  41. Referência bibliográfica • Weber, L. N. D., Brandenburg, O. J., & Viezzer, A. P.(2003) A relação entre o estilo parental e o otimismo da criança. Psico-USF, 8 (1), 71-79. • WEBER, Lidia Natalia Dobrianskyj, PRADO, Paulo Müller, BRANDENBURG, Olivia Justen et al. Avaliação da validade do questionário de estilo de atribuição para crianças (CASQ). Psicol. esc. educ., dez. 2003, vol.7, no.2, p.161-170. ISSN 1413-8557. • Trechos do texto Aprenda a cultivar o alto astralpor Roberto Shinyashiki – site http://www2.uol.com.br/vyaestelar/alto_astral.htm • Revista SAÚDE – Editora abril - setembro/2009 - no. 315 - Depressão: de pai para filho • NUNAN, Adriana. Entrevista com Thomas Borkovec. Rev. bras.ter. cogn., dez. 2008, vol.4, no.2, p.139-145. ISSN 1808-5687. Psicóloga, doutora em Psicologia Clínica pela PUC-Rio

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