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A Dislexia

Universidade Fernando Pessoa . A Dislexia. Disciplina : Avaliação Programação e Técnicas de Intervenção Pós Graduação em Domínio Cognitivo e Motor Docente: Doutora Fátima Paiva Discentes: Celeste Cordeiro Inês Pedro Marisa Claro

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Presentation Transcript


  1. Universidade Fernando Pessoa A Dislexia Disciplina: Avaliação Programação e Técnicas de Intervenção Pós Graduação em Domínio Cognitivo e Motor Docente:Doutora Fátima Paiva Discentes:Celeste Cordeiro Inês Pedro Marisa Claro Sílvia Pereira

  2. Índice

  3. Introdução No âmbito da Disciplina , leccionada pela Professora Doutora Fátima Paiva foi-nos proposto a realização de um trabalho, cujo objectivo é apresentar uma problemática no âmbito das dificuldades de aprendizagem e as respectivas estratégias de actuação. Assim, cruzando algumas experiências e dificuldades dos vários membros do grupo, achámos pertinente não falar somente da dislexia e, na impossibilidade de abordar as quatro (dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia), optámos por apresentar também a disgrafia.

  4. O conceito de Dislexia "A Dislexia é uma dificuldade duradoura de aprendizagem da leitura e aquisição do seu automatismo, junto de crianças inteligentes, escolarizadas, sem quaisquer perturbações sensoriais e psíquicas já existentes.” (APEDYS-França). Etimologicamente, a palavra dislexia deriva do étimo «dis», que significa dificuldade ou perturbação, e do étimo «lexia», que significa leitura em língua latina e linguagem em grego. Logo, o termo dislexia refere-se a dificuldades na leitura ou na linguagem. (Serra, 2002) “A Dislexia é uma dificuldade na aprendizagem da leitura que resulta lenta, silabada ou com erros, e que não pode ser explicada por ensino deficiente, défice cognitivo ou razões socioculturais.” (Antunes, A.L.,2009)

  5. Como funciona o cérebro humano ? A região inferior-frontalé a área da linguagem oral. É a zona onde se processa a vocalização e articulação das palavras e onde se inicia a análise dos fonemas. A subvocalização ajuda a leitura fornecendo um modelo oral das palavras. Esta zona está particularmente activa nos leitores iniciantes e disléxicos. A região occipital-temporalé a área onde se processa o reconhecimento visual das palavras, onde se realiza a leitura rápida e automática. É a zona para onde convergem todas as informações dos diferentes sistemas sensoriais e onde se encontra armazenado o “modelo neurológico da palavra”. A região parietal-temporalé a área onde é feita a análise das palavras. Esta área realiza o processamento visual da forma das letras, a correspondência grafo-fonémica, a segmentação e a fusão silábica e fonémica. Esta leitura analítica, que se processa lentamente, é a via utilizada pelos leitores iniciantes e disléxicos.

  6. Sinais de Alerta… Na Infância… • Atraso significativo na aquisição da linguagem. • Problemas de linguagem durante o seu desenvolvimento, em pronunciar determinados sons, linguagem muito infantil , … • Dificuldades de memorização e acompanhamento de canções infantis , rimas e das lenga-lengas. • Dificuldade na consciência e manipulação fonológica. • Falta de consciencialização ao nível da divisão dos sons das palavras e na consequente manipulação desses sons. • Moura (2010)

  7. Sinais de Alerta… Na Sala de Aula…. • Distrai-se com bastante facilidade, curtos períodos de atenção. • Melhores resultados nas avaliações orais do que nas escritas. • Dificuldades de memorizarão de informações verbais (memória de trabalho verbal). • Dificuldades ao nível da organização pessoal. • Apresenta “oscilações no processo de aprendizagem: nuns dias parece assimilar e compreender os conteúdos curriculares e noutros parece ter esquecido o que tinha aprendido anteriormente. • Lentidão na aprendizagem da leitura e escrita; • Dificuldades na descodificação grafema/fonema; • Na leitura de textos, inventa palavras; • A velocidade da leitura é inadequada para a idade; • Escrita com muitos erros ortográficos e a qualidade deficiente da caligrafia; • Dificuldades graves ao nível da organização das ideias no texto e da construção frásica; • Criação de estratégias e truques para fugir à leitura. ( Moura, 2010) • Revela contudo grande imaginação e criatividade, bom raciocínio lógico e abstracto, podendo evidenciar capacidades acima da média, destacando-se em áreas que não exijam a leitura e a escrita.

  8. Causas da Dislexia (Figueiredo, 1991)

  9. Tipos de Dislexia

  10. Como o leitor disléxico decifra um texto escrito A leitura integra dois processos cognitivos distintos e indissociáveis: a descodificação (a correspondência grafofonémica) e a compreensão da mensagem escrita. Deste modo, para que um texto escrito seja compreendido tem que ser primeiro lido, isto é, descodificado. O défice fonológico dificulta apenas a descodificação. Todas as competências cognitivas superiores, necessárias à compreensão, estão intactas: a inteligência geral, o vocabulário, a sintaxe, o discurso, o raciocínio e a formação de conceitos. Shaywitz,( 2008)

  11. De acordo com o esquema (fig. 1 ), usar o contexto consome tempo. Uma vez que a via directa para o significado não está ao alcance do leitor disléxico, ele tem de aplicar a sua inteligência, o seu vocabulário e raciocínio ao contexto em que se encontra a palavra desconhecida, para aceder ao respectivo significado. Isto significa encontrar uma via secundária para a leitura, a qual exige tempo extra. Texto Descodificação Significado Tempo extra Shaywitz,( 2008)

  12. Factores a ter em conta antes do diagnóstico definitivo de Dislexia … • Imaturidade ou falta de vontade para aprender; • Problemas emocionais; • Métodos de ensino/ aprendizagem inadequados; • Falta de conhecimentos científicos/ culturais; (Samaia, sd. )

  13. O Papel do Professor de Educação Especial O papel dos Psicólogos Educacionais e Técnicos de Educação Especial é, em primeiro lugar, confirmar o diagnóstico e definir as dificuldades que a criança apresenta, para depois trabalhar de forma lúdica, de forma a tornar esse esforço menos penoso (mas atenção! Só se aprende a ler…lendo!) Não se pode diagnosticar Dislexia antes de uma criança iniciar a aprendizagem da leitura. (Antunes, 2009)

  14. As Características mais frequentes nos alunos Disléxicos… • Substituição de letras, sílabas ou palavras que se assemelham graficamente (a-o, e-c, f-t, m-n, v-u); • Inversão de letras com grafia semelhante (b/p, d/p, d/q, b/q, b/d, n/u, a/e); • Troca de sílabas inversas (em/me, sol/los, las/sal, par/pra.) • Adição ou omissão de sons (casa> casaco, prato > pato) • Na leitura, pula linhas ou volta à anterior. • Leitura faseada: palavra a palavra, sílaba a sílaba, ou letra; • Ritmo lento de leitura (para a idade). • Ao ler, move os lábios e murmura.

  15. As Características mais frequentes nos alunos Disléxicos… (continuação ) • Dificuldades de orientação espacial, nomeadamente pela incapacidade de distinguir direita de esquerda. • Dificuldade de memorização de sequências, mesmo as mais simples como letras do alfabeto, dias da semana, meses do ano, as horas. • Dificuldade de memorização de acontecimentos passados como datas importantes. • Dificuldades em nomear objectos, nomes, sons, palavras ou mesmo letras. • Dificuldade de elaboração de textos escritos espontâneos, como ditados e composições.

  16. Estratégias para construir uma ponte para o sucesso… • O Papel do computador no processo de ensinar uma criança disléxica a ler: • com o recurso aos meios audiovisuais, disponibilizados • Por exemplo em CD-ROM, as crianças podem seleccionar palavras, • expressões ou páginas inteiras especificas que ouvirão serem-lhes • lidas em voz alta pelo computador. • A motivação é crucial na aprendizagem e pode ser reforçada aderindo a alguns princípios simples: • A criança disléxica, necessita de saber que o professor se preocupa com ela; • A motivação aumenta quando a criança tem alguma noção de controlo, tal como ter opção nos trabalhos a realizar (que livro irá ler ou que tópico irá desenvolver); • A criança necessita de ver de alguma forma reconhecido o facto de trabalhar afincadamente. O professor deve valorizar todo o seu esforço para atingir os objectivos. Shaywitz,( 2008)

  17. Não estimule a competição com colegas nem exija que ele responda no mesmo tempo que os demais. Oriente o aluno para que escreva em linhas alternadas, para que tanto ele quanto o professor possam entender o que escreveu e corrigi-los. Quando a criança não estiver disposta a fazer a lição, esporadicamente, não a force. Procure alternativas mais atractivas para que ele se sinta estimulado. Nunca critique negativamente os seus erros. Procure mostrar-lhe onde errou, porque o fez e como evitá-los. Mas não exagere nas correcções, isso pode desmotivá-lo. Procure mostrar apenas os erros mais relevantes. Peça aos pais que releiam os textos escritos pelos filhos sem os criticarem por não conseguirem fazê-lo, pois a criança pode esquecer o que foi lhe pedido e/ou não conseguir ler as instruções. Shaywitz,( 2008)

  18. Ensino através do recurso aos pares O objectivo é fazer com que um aluno com elevado rendimento ajude o colega que tenha dificuldades. Por exemplo, a leitura partilhada permite que os alunos com dislexia observem a forma como as estratégias de leitura são usadas pelos colegas. (Hennigh, 2008) Leitura partilhada A leitura partilhada constitui um momento agradável, cheio de energia, durante o qual as crianças interagem entre si e com o texto, num ambiente não intimidamente . (Routman, 1998. citado por Hennigh, 2003 ) Tutorias estabelecidas com alunos de diferente idades O objectivo é que o aluno mais velho reforce competências de leitura essenciais e promova uma perspectiva positiva da leitura, enquanto que o aluno mais novo recebe atenção particularizada. Isto auxiliará o professor que tem um aluno disléxico mais velho na sala de aula, na medida em que lhe permitirá desenvolver a responsabilidade, o reforço de competências indispensáveis e a auto-estima de forma positiva. (Hennigh, 2003)

  19. Para a Dislexia não existem remédios …só o treino faz com que as dificuldades sejam minimizadas !!! Os estudos que diferenciam os disléxicos em subtipos têm contribuído para que os investigadores considerem, cada vez mais, a dislexia como um conceito indicador não de um distúrbio único, mas de vários problemas relacionados com a aprendizagem da leitura e da escrita. Por isso, muitas vezes, à Dislexia podem estar associadas a Disgrafia, a Discalculia e a Disortografia. (Rebelo, 1993).

  20. A Disgrafia A escrita, de um modo geral, tem sido menos estudada mas, normalmente, o atraso na leitura traz associado o atraso na escrita. • Ao nível da escrita podem surgir dois tipos genéricos de problemas : • a disgrafia– que se prende com a codificação escrita, isto é, com problemas de execução gráfica e de escrita das palavras; • adisortografia– que se relaciona com a composição escrita, ou seja, destaca problemas ao nivel da planificação e da formulação escrita (Baroja, Paret & Riesgo, 1993; Monedero, 1989; Fonseca, 1984, citado em Cruz, 1999).

  21. O conceito de Disgrafia « A disgrafia é a falta de habilidade motora para transpor através da escrita o que captou no plano visual ou mental, a criança apresenta lentidão no traçado e letras ilegíveis. É uma desordem resultante de um distúrbio de integração visual-motora. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Também conhecido como letra feia. A criança com esse tipo de dificuldade não possui deficiência visual nem motora, e tão pouco qualquer comprometimento intelectual ou neurológico. No entanto não consegue transmitir informações visuais ao sistema motor.» (Magalhães etal., sd.) A Disgrafia atinge cerca de 8% das crianças, em regra em associação com outros problemas, nomeadamente a Dislexia. (Antunes, 2009)

  22. Tipos de Disgrafia • Disgrafia perceptiva • - não consegue fazer a relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam o sons, as palavras e frases; • - associada à leitura e à escrita. • Disgrafia motora (discaligrafia) • - consegue falar e ler; • - dificuldades na coordenação • motora fina (escrever as letras, • palavras e números); • - vê a figura gráfica, mas não • consegue fazer os movimentos • para escrever.

  23. Problemas associados à Disgrafia … • Pedagógicas • Orientação deficiente e inflexível; • Dificuldade de mudança de letra de imprensa para letra manuscrita; • Ênfase excessiva na qualidade ou na rapidez da escrita; • Prática da escrita como actividade isolada das exigências gráficas e das restantes actividades discentes. • Pessoais • Maturidade física; • Motora; • Inaptidão para a aprendizagem das destrezas motoras; • Falta de habilidade para pegar no lápis; • Adopção de posturas incorrectas; • Défices em aspectos do esquema corporal e da lateralidade.

  24. Biológicos: • Perturbação da lateralidade, do esquema corporal e das funções perceptivo-motoras. • Perturbação da eficiência psicomotora (motricidade débil): • - perturbações ligeiras do equilíbrio e da organização cinético-tónica; • - instabilidade • (APPDAE, 2010)

  25. Características Gerais da Disgrafia… • Dificuldade no traçado correcto das letras • Falta de paralelismo nas linhas • Letra ilegível e de tamanho irregular da • Alterações na pressão/ preensão do instrumento de escrita • Lentidão na escrita;

  26. Características da Disgrafia • Escrita desorganizada; traços irregulares ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves); • Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial; • Desorganização do texto,pois não conservam a margem parando muito antes ou ultrapassando, quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha; • Desorganização das letras:letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários a escrita ( um s ao invés do 5, por exemplo); • Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida; liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular O Disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas destas citadas.

  27. Estratégias para combater a Disgrafia … • Consciencialização do aluno para o seu problema e simultânea desdramatização das dificuldades; • Estimulação linguística global; • Um atendimento individualizado complementar à escola; • Recurso ao reforço positivo sempre o aluno consiga realizar uma tarefa difícil. • Evitar o uso de canetas vermelhas na correcção dos cadernos e provas. • Os agentes educativos ( pais, professores,…) devem evitar repreender a criança; • Em termos escolares, privilegiar a expressão oral. • Encorajar a expressão através de diferentes materiais (plasticina, pinturas e lápis). Todas as tarefas que impliquem o uso das mãos e dos dedos são positivas. • Incitar a criança a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar. • Promover situações em que a criança utilize a escrita • (ex.: escrever pequenos recados, fazer convites e postais). • Fazer actividades como contornar figuras, pintar dentro de limites, ligar pontos, seguir um tracejado, etc. • Deixar a criança expressar-se livremente no papel, sem corrigir nem julgar os resultados.

  28. Conclusão Ao longo deste trabalho, abordámos duas problemáticas comuns em crianças e adolescentes das escolas onde leccionamos: a Dislexia e a Disgrafia. De uma forma geral, apresentámos a sua natureza e indicámos algumas estratégias para contornar os diversos obstáculos por elas impostos. Deste modo, ficámos a conhecer mais profundamente um conjunto de possíveis formas de trabalhar a Dislexia e a Disgrafia, que além de nos serem úteis no imediato poderemos vir a complementar futuramente com novos conhecimentos. Assim sendo, este documento constitui para nós, professoras de educação especial ainda em formação, um ponto de partida, que nos permite simultaneamente fazer face a alguns obstáculos com que nos temos deparado e assegurar uma melhor aprendizagem para os nossos alunos.

  29. Bibliografia • Antunes, L.M.(2009). Mal Entendidos. Verso de Kapa. • Figueiredo, M (1991). Projecto de Formação contínua à distância Bola de Neve. Língua Portuguesa . Tema 2 Dislexia. Sl., se. • Shaywitz, S(2008). Vencer a Dislexia: Como dar resposta às perturbações da leitura em qualquer fase da vida. Porto Editora. • Hennigh, A. K. (2003).Compreender a Dislexia: um guia para pais e professores. Porto Editora

  30. Webgrafia • Samaia, S. (2008) «Distúrbios e transtornos» . Texto disponível on-line em http://prolilipropathy.blogspot.com/2008/09/disturbio-e-transtornos.html, consultado em 19 de Fevereiro de 2010. • Moura, A. (2009) «O que é a dislexia?» texto disponível on-line em http://psicopedagogiaeducacao.blogspot.com/2009/10/o-que-e-dislexia.html, consultado em 28 de Fevereiro de 2010. • Moura, O (2010) «Portal da Dislexia». texto disponível on-line em http://www.dislexia.web.pt/, consultado em 20 de Março de 2010. • Santiago, J. C. ( 2005) « Causas e Tratamentos da dislexia» . Texto disponível on-line em http://www.jcsantiago.info/dislexia.html, consultado em 19 de Fevereiro de 2010. • Sem autor «Dislexia e disgrafia» texto disponível on-line em disponível em http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm32/dislexia/disgrafia.htm, consultado em 27 de Fevereiro de 2010. • APPDAE - Associação Portuguesa de Pessoas com dificuldades de Aprendizagem Específicas (2010). «Disgrafia» texto disponível em http://www.appdae.net/disgrafia.html, consultado em 17 de Março de 2010. • Guerreiro, s. (2007) « Dislexia, Disortografia e Disgrafia» in Cravo e Canela. Texto disponível on-line em http://soniaguerreiro.blogs.sapo.pt/56791.html, consultado em 19 de Fevereiro de 2010.

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