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NAS FRONTEIRAS DA LEITURA: CONSTRUINDO IDENTIDADES A PARTIR DA DIFERENÇA

1º Fórum Bi-Nacional Brasil/Uruguai pela Melhoria das Bibliotecas Escolares 25ª Reunião do Fórum Gaúcho pela Melhoria das Bibliotecas Escolares. NAS FRONTEIRAS DA LEITURA: CONSTRUINDO IDENTIDADES A PARTIR DA DIFERENÇA. Maria Cristina Caminha de Castilhos França. Pensando a nação.

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NAS FRONTEIRAS DA LEITURA: CONSTRUINDO IDENTIDADES A PARTIR DA DIFERENÇA

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  1. 1º Fórum Bi-Nacional Brasil/Uruguai pela Melhoria das Bibliotecas Escolares 25ª Reunião do Fórum Gaúcho pela Melhoria das Bibliotecas Escolares NAS FRONTEIRAS DA LEITURA: CONSTRUINDO IDENTIDADES A PARTIR DADIFERENÇA Maria Cristina Caminha de Castilhos França

  2. Pensando a nação... • A nação “não é apenas uma entidade política, mas algo que produz sentidos – um sistema de representação cultural. As pessoas não são apenas cidadãos/cidadãs legais de uma nação; elas participam da ideia de nação tal como é representada em sua cultura nacional. Uma nação é uma comunidade simbólica e é isso que explica seu poder para gerar sentimentos de identidade e lealdade” (HALL, 2002, p.49).

  3. Projeto nacional e a sua consolidação • O conceito de nacionalidade compreende dois sentidos: ao fato de pertencer a um território (atributo ou qualidade natural) e a ideia de pertencimento a um continente sentimental onde se compartilham uma série de valores e tradições próprios. No entanto, a nacionalidade não pode ser vista como somatório dessas parcialidades, mas como uma relação em que os homens, vivendo em sociedade, constroem em processos de negociação (Oliven, 1987).

  4. “eu sou bem, bem brasileira, só nasci em Rivera, mas me registrei aqui”. “nací del outro lado, pero me educaron de este lado, nunca tuve registro allá, pero mi padre sí es brasilero... Viví siempre a cá, sollo nací allá y pasé para acá... Lá hija de esta hija mía nació em Porto Alegre y a los 3, 4 meses se vino, se vá a criar acá ahora, cuando sea grande va a ser brasilera, pero uruguaya”. “mi marido es doble chapa,, porque la madre es brasileña, tiene las dos nacionalidades pero vivió toda la vida acá, estudió acá”.

  5. Estados-nação e suas fronteiras • Observa-se a complexidade que contém os enunciados que refletem a densa trama de relações e significados que rodeia as pessoas que nascem em fronteiras, em especial na que estamos, uma vez que a fronteira é efetivamente uma linha imaginária. • Os enunciados revelam as relações práticas cotidianas que tratam do matrimônio, dos nascimentos, da educação escolar que, entre outras tantas práticas, transcendem os limites impostos pelos Estados nacionais.

  6. A força da “comunidade afetiva” • O Estado moderno é uma fonte poderosa de significados e um dos agentes mais importantes de identificação e categorização dos modos habituais de pertencimento. Ao estabelecer os atributos de identificação/pertencimento, também estabelece a existência de um outros, diferente de nós.

  7. Discursos: entre estereótipos e idealizações • O discurso da irmandade ou fraternidade estabelece uma imagem que se relaciona à ausência de estruturas físicas de controle dos Estados na linha fronteiriça. Esse fato promove a concepção de união e vinculação das populações e, basicamente, a ausência de conflitos. • As cidades revelam fortes influências recíprocas em diferentes âmbitos comerciais, sociais e econômicos. No entanto, a fixação de limites políticos entre Estados-nação trouxe efeitos materiais e simbólicos significativos.

  8. A imagem de justaposição cultural tão divulgada, de certa forma encoberta ações objetivas que resultem em uma efetiva integração cultural; como por exemplo, o diálogo entre os sistemas educacionais, apesar das escolas de ambos os lados acolherem alunos com índices percentuais importantes. • Os estereótipos operam com generalidades e levam a (pré) julgamentos que se refletem nas relações entre os indivíduos.

  9. O caso “Livramento e Rivera”

  10. O limite político internacional ou a linha • Santanenses e riverenses cruzam e usam do limite político ou linha, adaptando-a às suas urgências cotidianas sem, no entanto, esquecê-la. • As línguas distintas também estruturam-se em negociações: o portunhol ou o DPU (Dialetos Portugueses do Uruguai), em específico o PGF – o português gaúcho da fronteira. O bilinguismo se estabelece sobre a base de uma língua padrão (o espanhol) e o dialeto não padrão de outra língua , os DPU. • As ações praticadas de “um lado” ou de “outro” envolvem as línguas e as formas de comunicação como um instrumento participativo que implica ser reconhecido como membro de um coletivo.

  11. O contexto da fronteira: o que é de “cá” e o que é de “lá” • Entre pequenas e grandes rotinas cotidianas se estruturam valores e sentidos diferentes (compra de fiambre, roupa da cama, eletrodoméstico, a escolha do cônjuge, etc.). • As fronteiras também se erguem em inúmeras práticas que resultam em estereótipos locais nos quais o futebol é um forte recurso.

  12. A vida escolar em defesa do Estado-nação • A educação pública desempenha um papel central na consolidação de um modelo de configuração nacional, na reprodução e na afirmação de referentes culturais e institucionais para os membros de um Estado-nação. • A escola implica em uma expressão do Estado nacional para estabelecer os limites entre o permitido e o inaceitável: como exemplo, a não admissão das variáveis sociolinguísticas apoiada em uma pedagogia monolíngue.

  13. A leitura do(s) mundo(s) e os processos de conformação de identidades nacionais • No texto A importância do ato de ler, Freire coloca que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra” (FREIRE, 1984, p.11), promovendo a reflexão sobre o fato de que, antes de decodificar o signo, o leitor já realiza a leitura do mundo.

  14. Os processos de interação fornecem a possibilidade de que desde cedo se leia a realidade social, suas crenças, seus gostos, enfim, o mundo. Essa leitura vai sendo tecida com base nas representações pré-existentes e atualizadas em consonância com a dinâmica social. Essa interação se processa em meio a negociações entre a imagem que se tem do si e do outro e aquela que corresponde a atributos legítimos de ambos.

  15. Conclusões? Apenas reflexões... • Nessa comunicação houve a tentativa de reconhecimento de que nessa fronteira as práticas cotidianas resultam de processos interativos sem, contudo, reconhecer a existência de conflitos que se estruturam nas bases da constante fixação da força dos Estados-nação que fornecem limites claros e absolutos para a consolidação da perspectiva entre o nós e os outros.

  16. A consolidação de uma efetiva integração só se definirá quando o diálogo prevalecer, fundamentalmente no que tange aos sistemas educacionais e entre os órgãos administrativos que representam as duas “cidades-nação”, ambos com seus olhares voltados para o que as práticas cotidianas já acenam em uma integração espontânea.

  17. Destaco a iniciativa da realização do evento que trata das bibliotecas escolares como uma percepção dessa carência e um ato de iniciativa política na direção da construção concreta de uma “Fronteira da Paz”.

  18. REFERENCIAS HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. OLIVEN, Ruben. A Parte e o Todo: diversidade cultural no Brasil-nação. Petropolis-RJ:Vozes, 1992. SANCHEZ, Andrea Q. A Fronteira do Inevitável. Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social/IFCH da UFRGS, 2000.

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