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Sinais vitais Os sinais vitais, provavelmente é um dos procedimentos que a enfermagem mais realiza no seu dia a dia, sendo assim vamos aborda-la com detalhes. As alterações das funções corporais geralmente se refletem na temperatura do corpo, na pulsação, na respiração e na pressão arterial, podendo indicar enfermidades. Por essa razão são chamados sinais vitais. A avaliação dos sinais vitais instrumentaliza a equipe de saúde na tomada de decisão sobre as intervenções. Essas medidas fornecem informações muito importantes sobre as condições de saúde dos pacientes, pois é um método eficiente de monitoramento. TEMPERATURA Um dos sinais vitais a temperatura é mantida entre produção e perda de calor pelo organismo no ambiente e deve-se ao mecanismo controlado pelo hipotálamo. O ser humano é um ser homeotérmico, isto é, possui a capacidade de manter a temperatura corporal dentro de certo intervalo pré-determinado apesar das variações térmicas do meio ambiente (homeostasia térmica). O equilíbrio térmico é conseguido através do balanço entre a perda e a produção ou aquisição de calor.
Terminologia Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C Afebril: 36,1°C a 37,2°C Febril: 37,3°C a 37,7°C Febre: 37,8°C a 38,9°C Pirexia: 39°C a 40°C Hiperpirexia: acima de 40°C Valores de referência para a temperatura Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C Temperatura retal: 37°C a 38°C Verificação da temperatura axilar 1. Higienize as mãos 2. Prepare o material necessário 3. Explique o procedimento ao paciente 4. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70% 5. Enxugue a axila, caso seja necessário, coloque o termômetro na região axilar com o bulbo em contato direto com a pele do paciente, pedindo ao paciente que mantenha o braço por sobre o tórax, com a mão no ombro oposto e o cotovelo rente ao corpo 6. Retire o termômetro após 5 min, realiza a leitura e memorize o resultado 7. Agite o termômetro para que o mercúrio desça abaixo de 35°C 8. Realize a assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70% 9. Higienize as mãos 10. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.
Verificação de temperatura oral 1. Higienize as mãos 2. Prepare o material necessário 3. Explique o procedimento ao paciente 4. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70% 5. Coloque o termômetro sob a língua do paciente, recomendando a ele que o conserve na posição, mantendo a boca fechada 6. Retire o termômetro após 5 min, realize a leitura e memorize o resultado 7. Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70% e guarde-o em local apropriado 8. Higienize as mãos 9. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente. Verificação da temperatura retal 1. Higienize as mãos 2. Prepare o material necessário 3. Explique o procedimento ao paciente 4. Calce as luvas de procedimento 4. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70% 5. Coloque o paciente em decúbito lateral esquerdo com a perna direita flexionada (posição de Sims) 6. Lubrifique a ponta do termômetro e introduza-o no ânus, acompanhado a curvatura do reto, aproximadamente 1,5 cm em lactentes e 4 cm em adultos 7. Retire o termômetro após 3 min, realize a leitura e memorize o valor 8. Lave o termômetro com água e sabão 9. Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70%
10. Retire as luvas de procedimento 11. Higienize as mãos 12. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente. PULSO O pulso também compõe os sinais vitais que quando se palpa uma artéria, o pulso arterial é percebido como uma expansão da parede arterial síncrona com o batimento cardíaco. A expansão é devida à distensão súbita da parede arterial originada pela ejeção ventricular na aorta e sua transmissão aos vasos periféricos. Na realidade, o pulso arterial é uma onda de pressão dependente da ejeção ventricular e, por isso, a análise do pulso arterial proporciona dados inestimáveis da ejeção ventricular esquerda, do mesmo modo que o pulso venoso expressa a dinâmica do enchimento ventricular direito. Terminologia Pulso normocárdico: Batimento cardíaco normal Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos Taquisfigmia: pulso acelerado Bradisfigmia: frequência abaixo da faixa normal Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periférico
Valores de referência para pulsação Adultos – 60 a 100 bpm; Crianças – 80 a 120 bpm; Bebês – 100 a 160 bpm. Verificação do pulso periférico 1. Higienize as mãos 2. Explique o procedimento ao paciente 3. Aqueça as mãos se necessário, friccionando-as 4. Coloque as polpas digitais dos dedos médios e indicador sobre uma artéria superficial e comprima levemente 5. Conte os batimentos durante 1 min 6. Observe arritmias e amplitude 7. Higienize as mãos 8. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente. RESPIRAÇÃO Na respiração, o oxigênio inspirado entra no sangue e o dióxido de carbono (CO2) é expelido, com frequência regular. A troca destes gases ocorre quando o ar chega aos alvéolos pulmonares, que é a parte funcional do pulmão. É nesse processo que o sangue venoso se transforma em sangue arterial. A frequência respiratória em geral é mensurada através da observação da expansão torácica contando o número de inspirações por um minuto.
Terminologia Eupneia: respiração normal Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa. Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta. Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda. Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade Apneia: ausência da respiração Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com períodos de apneia. Quase sempre ocorre com a aproximação da morte Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, característica de como diabético. Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de apneia. Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios
Valores de referência para respiração Adultos – 12 a 20 inspirações/ min; Crianças – 20 a 25 inspirações/ min; Bebês – 30 a 60 respirações/ min. Verificação de frequência respiratória 1. Higieniza as mãos 2. Posicione o paciente confortavelmente 3. Coloque a mão no pulso radial do paciente, como se fosse controlar o pulso, e observe os movimentos respiratórios 4. Conte a frequência respiratória por 1 minuto e memorize 5. Higienize as mãos 6. Registre o valor e as características da respiração na folha de anotação de enfermagem PRESSÃO ARTERIAL Esse sinal vital é a medida da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. A pressão ou tensão arterial depende da força de contração do coração, da quantidade de sangue circulante e da resistência dos vasos. Ao medir a pressão arterial consideramos a pressão máxima ou sistólica que resulta da contração dos ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias e a pressão mais baixa ou diastólica, que ocorre assim que o coração relaxa. A pulsação ventricular ocorre em intervalos regulares. A PA é medida em mmHg. Difícil definir exatamente o que é pressão arterial normal.
Terminologia Hipertensão: PA acima da média Hipotensão: PA inferior à média Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam Valores de referência para pressão arterial Hipotensão – inferior a 100 x 60 Normotensão – 120 x 80 Hipertensão limite – 140 x 90 Hipertensão moderada – 160 x 100 Hipertensão grave – superior a 180 x 110 Verificação da pressão arterial 1. Higienize as mãos 2. Prepare o material na bandeja 3. Explique o procedimento ao paciente 4. Remova as roupas do braço no qual será colocado o manguito 5. Posicione o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima.
6. Realize a assepsia, com algodão embebido em álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio 7. Selecione o manguito de tamanho adequado ao braço 8. Centralize o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial 9. Solicite que o paciente não fale durante a mensuração 10. Palpe a artéria braquial e coloque o estetoscópio sobre ela sem comprimi-la excessivamente 11. Insufle o manguito até ultrapassar 20 a30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica ( ponto de desaparecimento do pulso radial) 12. Proceda à deflação lentamente 13. Determine a pressão sistólica na ausculta do primeiro som ( Fase I de Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares, e em seguida, aumente ligeiramente a velocidade de deflação 14. Determine a pressão diastólica no desaparecimento do som (Fase V de Korotkoff) 15. Ausculte cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confirmar seu desaparecimento 16. Informe o valor da pressão arterial medido ao paciente 17. Realize a assepsia com álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio 18. Guarde o material 19. Higienize as mãos 20. Registre o valor obtido na folha de anotação de enfermagem