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III Dimensões da ação humana e dos valores. A dimensão estética: análise e compreensão da experiência estética. 1. A experiência e o juízo estético. Definir e caracterizar experiência estética Definir juízo estético A justificação do juízo estético: objetivismo e subjetivismo estético.
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III Dimensões da ação humana e dos valores A dimensão estética: análise e compreensão da experiência estética
1. A experiência e o juízo estético • Definir e caracterizar experiência estética • Definir juízo estético • A justificação do juízo estético: objetivismo e subjetivismo estético
Problema • O que é uma experiência estética? • Vamos analisar a dimensão estética do ser humano e a natureza da arte. • Para desenvolvermos a nossa sensibilidade estética e a nossa capacidade de leitura crítica das imagens, vejamos:
Miguel Ângelo representou a Mãe de Jesus com o corpo do filho morto. • A escultura foi encomendada pelo cardeal Jean de Bilheres para a Capela dos Reis de França (Basílica de São Pedro, Vaticano) • Observámos diferentes formas de representação de um drama da existência (escultura, pintura, poesia). • Os seus autores usaram meios diferentes para retratar a emoção sentida por Maria, Mãe de Jesus.
Caracterização da experiência estética • Apesar de se tratar de uma obra de arte sacra, e de representar a morte de Cristo (um momento importante do Cristianismo), a Pietá pode ser interpretada como uma representação simbólica do sofrimento de todas as mães perante a morte de um filho. • A beleza formal da escultura estimula a nossa sensibilidade, provocando um estado afetivo paradoxal: somos ao mesmo tempo tocados pela dor e atraídos pela beleza da obra. • A este tipo de experiência chamamos experiência estética.
Experiência estética • É um estado afetivo de agrado e de prazer suscitado pela apropriação subjetiva de um objeto, seja a contemplação da natureza, seja a criação de uma obra de arte.
Objeto estético • O s objetos considerados belos podem ser: • Objetos artísticos, produzidos pelo homem com o objetivo de serem apreciados (uma pintura, uma escultura,…) • Objetos naturais (uma montanha, uma árvore, …) • Objetos comuns (uma caneta, uma jarra, …) Discóbolo de Miron
O que é o belo ? O belo é uma noção estética que traduz a existência de algo que possui ou mostra beleza. A beleza evoca uma experiência de prazer. Este prazer é desinteressado. Ao apreciarmos um objeto por interesse dizemos que é bom, útil, desejável, etc. Se o avaliarmos esteticamente o que está em causa é o comprazimento que podemos ter, independente da utilidade e do interesse.
Atitude estética é a atitude desinteressada, fixada apenas no sentimento de prazer proporcionado pela perceção do objeto. Miró
A experiência estética é… • Universal – todos os povos e todas as culturas possuem manifestações estéticas.Independentemente das culturas e das épocas históricas, os indivíduos, ao adquirirem capacidades para se deleitarem com os objetos, desenvolveram uma sensibilidade estética. • Plural – Sobre um objeto não existe uma única experiência estética, mas uma pluralidades de experiências. • Desinteressada e contemplativa – (atitude estética) o que desperta o prazer estético no sujeito não é a utilidade do objeto, não há qualquer intenção. Arte Maia
Uma experiência estética pode ser suscitada: • Pela contemplação da natureza, da sua beleza, do seu poder, grandiosidade e magnificência.
Pela contemplação de objetos estéticos, especialmente pela contemplação da arte. A Pietá é um objeto estético porque a sua contemplação provoca uma emoção estética: um sentimento de prazer que está para além do dramatismo da situação.
Sensibilidade estética • Se nos colocarmos numa atitude estética, perceberemos os objetos como algo de que se gosta ou não se gosta. Miró • Sensibilidade estética é a capacidade de perceber e apreciar as formas, em termos de um sentimento de agrado ou desagrado. • Embora seja uma capacidade natural, a sensibilidade estética precisa de ser educada e desenvolvida.
Em síntese • Se adotarmos uma atitude estética, olharmos os objetos desinteressadamente, fixando-nos no sentimento de agrado que o objeto nos dá, acedemos a uma experiência afetiva a que chamamos experiência estética. • Segundo Kant, a experiência estética não se centra no objeto, nas suas caraterísticas ou utilidade, nem tem qualquer preocupação prática. Refere-se ao sentimento de prazer ou de desprazer vivido pelo sujeito. • Se educarmos a nossa sensibilidade estética, poderemos aceder a experiências estéticas de grau mais elevado.
Juízos estéticos • Ao fazermos apreciações em termos de beleza estamos a exprimir um juízo estético. • Juízo estético é a expressão da apreciação dos objetos em termos de beleza. ‘O quadro de Klimt é belíssimo’ Gustav Kimt, O Beijo (1862-1918)
Qual o fundamento do juízo estético? • Em que nos baseamos para dizer «A Vénus de Milo é uma escultura magnífica!», na emoção que sentimos ou nas suas características intrínsecas enquanto objeto? • A cada uma destas alternativas corresponde uma conceção acerca da natureza dos juízos estéticos: subjetivismo ou objetivismo estético?
Subjetivismo estético Gosto é a capacidade de julgar o sentimento de prazer ou desprazer que acompanha a representação de um objeto (Kant). Ora, se o gosto é que julga com base no sentimento de prazer ou desprazer, então, o juízo estético é determinado por um sentimento subjetivo desinteressado de belo ou de sublime. Para Kant o juízo estético • não expressa características do objeto; • refere-se ao sentimento de prazer resultante da contemplação. Oscar Niemeyer, Catedral de Brasília
Segundo Kant o valor dos objetos depende do sentimento de prazer que a sua contemplação provoca – chamamos a isto subjetivismo estético. Afirmar «A música de Mozart é bela!» significa que: • ouvi-la produz comprazimentos (sentimento de prazer); • esse sentimento não depende de nenhum interesse prático no objeto; • a beleza designa o sentimento de prazer provocado no sujeito.
Objetivismo estético • Defende que os juízos estéticos são objetivos. • Os defensores desta posição argumentam que existem propriedades que fazem parte dos objetos e que fundamentam o juízo estético para lá da apreciação subjetiva de cada um, ou seja, dos sentimentos de prazer ou desprazer que o objeto provoca no sujeito.