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Existencialismo – Parte II. Martin Heidegger (1889 – 1976).
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Existencialismo – Parte II www.nilson.pro.br
Martin Heidegger (1889 – 1976) • Rompendo com a tendência dominante da filosofia moderna que, desde Descartes, estava voltada para a teoria do conhecimento, este alemão retomou a questão da ontologia, a investigação do ser. Para ele, o problema central da filosofia é o ser, a existência de tudo. • ‘a questão que me preocupa não é a existência do homem e sim a questão do ser em seu conjunto e enquanto tal’ • Para Heidegger, o ente é a existência, a manifestação dos modos de ser. • O ser é essência, aquilo que fundamenta e ilumina a existência ou os modos do ser. • A partir dessa diferenciação é possível estabelecer duas fases da filosofia heideggeriana. Na primeira, ela busca o conhecimento do ser através da análise do ente humano, da existência humana. Na segunda, o ente sai do primeiro plano e o próprio ser torna-se a chave para a compreensão da existência. www.nilson.pro.br
O despertar pela angústia • Um dos objetivos da obra de Heidegger Ser e tempo é investigar o sentido do ser. Para tanto, criou uma terminologia própria e, por vezes, obscura, denominando o modo de ser do homem, nossa existência, com a palavra Dasein, cujo sentido é ser-aí, estar aí. • Ponderando sobre a vida humana, o filósofo descreveu três etapas que marcam a existência e que, para a maioria dos homens, culminam numa existência inautêntica: www.nilson.pro.br
Existência inautêntica • Fato da existência: o homem é ‘lançado’ ao mundo, sem saber o porquê. Ao despertar para a consciência da vida, já está aí, sem ter pedido para nascer; • Desenvolvimento da existência: o ser humano estabelece relações com o mundo (ambiente natural e social historicamente situado). Para existir, o homem projeta sua vida e procura agir no campo de suas possibilidades. Move uma busca permanente para realizar aquilo que ainda não é. Em outras palavras, existir é construir um projeto; • Destruição do eu: tentando realizar seu projeto, o homem sofre a interferência de uma série de fatores adversos que o desviam de seu caminho existencial. Trata-se de um confronto do eu com os outros. Um confronto no qual o homem comum é, geralmente, derrotado. O ser ‘eu’ é destruído, arruinado, dissolve-se na banalidade do cotidiano, nas preocupações da massa humana. Em vez de tornar-se ‘si mesmo’, torna-se o que os outros são, assim, o eu é absorvido no com – o – outro e para – o – outro. www.nilson.pro.br
O sentimento profundo que faz o homem despertar da existência inautêntica é a angústia, pois ela revela o quanto nos dissolvemos em atitudes impessoais, o quanto somos absorvidos pela banalidade do cotidiano, o quanto anulamos nosso eu para inseri-lo, alienadamente, no mundo do outro. • Angústia = anseio de ser / temor ao nada. www.nilson.pro.br
Jean-Paul Sartre (1905-1980) • A principal obra filosófica de Sartre é O ser e o nada (1943). Nessa obra, ele ataca duramente a teoria aristotélica da potência. Para Sartre, o ser ‘é o que é’, trata-se do ‘ente em-si’. Esse ente não é ativo nem passivo, nem afirmação nem negação, mas simplesmente repousa em si, maciço e rígido. • Além do ente em-si, Sartre concebe a existência do ser especificamente humano, denominando-o ‘ente para-si’. Tal, específico do humano, opõe-se ao ente em-si, que representa a plenitude do ser. O ente para-si é o nada, ou seja, para Sartre, a característica tipicamente humana é o nada: um ‘espaço aberto’. Isso não significa que a totalidade do homem que, por exemplo, inclui seu corpo, seja nada. Esse nada é nossa característica típica, singular, aquilo que faz do homem um ente não-estático, não-compacto, acessível às possibilidades de mudança. www.nilson.pro.br
Não-ser e liberdade humana • Se o homem fosse um ser cheio, total, pleno, como uma essência definida, ele não poderia ter nem consciência nem liberdade. Primeiro, porque a consciência é um espaço aberto a múltiplos conteúdos. Segundo, porque a liberdade representa a possibilidade de escolha. Por intermédio de suas escolhas, o homem constrói a si e torna-se responsável pelo que faz. • Assim, para Sartre, se o homem não expressa esse ‘vazio do ser’, sua consciência já estaria pronta, acabada, fechada. E, nesse caso, ele não poderia manifestar liberdade, pois estaria preso à realidade estática do ser pleno, do ser em-si. www.nilson.pro.br
Outra conseqüência dessa característica específica do não-ser, é que não podemos falar da existência de uma natureza humana previamente determinada. Assim, para o filósofo, o que existiria é uma condição humana, isto é, o conjunto de limites a priori que esboçam a sua (do homem) situação fundamental no Universo • ‘As situações históricas variam: o homem pode nascer escravo numa sociedade pagã – ou senhor feudal ou proletário. Mas o que não varia é a necessidade para ele de estar no mundo, de lutar, de viver com os outros e de ser mortal.’ • Portanto, um dos valore fundamentais da condição humana é, segundo Sartre, a liberdade. É o exercício da liberdade, em situações concretas, que move o homem, que gera a incerteza, que leva à produção de sentidos, que impulsiona a ultrapassagem de certos limites. www.nilson.pro.br