320 likes | 407 Views
Inferências na Interface Lógico-Lingüística. Uma avaliação através de conetivos Jorge Campos/Pucrs Celsul 2008. Sobre Investigações nas Interfaces. Interfaces Externas ou Interdisciplinares Ex:. Física / Matemática Biologia / Química Lingüística /Computação
E N D
Inferências na Interface Lógico-Lingüística Uma avaliação através de conetivos Jorge Campos/Pucrs Celsul 2008
Sobre Investigações nas Interfaces Interfaces Externas ou Interdisciplinares Ex:. Física / Matemática Biologia / Química Lingüística /Computação Lingüística / Lógica Lingüística / Neurosciência Lingüística / Sociologia
Sobre Investigações nas Interfaces Interfaces Internas ou Intradisciplinares: Matemática: Álgebra, Geometria, Aritmética Física: Termodinâmica, Eletromagnetismo Neurociência: Neurofisiologia, Neurobiologia Computação: Programação, Web-design Lingüística: Fonologia, Morfologia, Lexicologia, Sintaxe, Semântica e Pragmática
Interfaces, Filosofia da Ciência O objeto real tem sua existência pressuposta O objeto de ciência é construção intrateórica A construção se dá nas interfaces externas As Interfaces externas contêm as internas As descrições se dão nas interfaces internas A explicação se dá nas interfaces externas Concepção perspectivista de ciência
Linguagem e Interfaces Interfaces Externas ou Interdisciplinares Lingüística, Lógica Clássica, Computação Objeto de investigação A inferência dedutiva em argumentos da linguagem natural
Linguagem e Interfaces Interfaces Internas-Intradisciplinares Lingüística: Sintaxe-Semântica-Pragmática Lógica Clássica: Proposicional, Predicados Computação: Prolog
Interface Lógico-lingüística Inferências: argumentos dedutivos cotidianos Forma lógica, regras, Inferência necessárias ou monotônicas Conteúdo lógico, contexto e inferências não- necessárias, não-monotônicas
Inferências Multiformes LÓGICAS: JOÃO COMEU E SENTOU P Q -------------------------------------------------- JOÃO COMEU P -------------------------------------------------- JOÃO SENTOU E COMEU Q P TODOS OS PROFESSORES SÃO IDEALISTAS (x) ( Px Ix) JOÃO É PROFESSOR Pj ------------------------------------------------------------------------------------------ João é idealista Ij
Inferências Lingüísticas Multiformes • Fonológicas (prosódicas) João beijou Maria/ não foi outro João beijou Maria/ não outra ação João beijou Maria/ não foi outra mulher
Inferências Lingüísticas Multiformes • LEXICAIS: JOÃO É SOLTEIRO -------------------------------- JOÃO NÃO É CASADO JOÃO É UMA PESSOA ---------------------------------------- JOÃO É UM SER HUMANO JOÃO COMPROU UM CARRO ---------------------------------------------- JOÃO COMPROU UM VEÍCULO
Inferências Lingüísticas Multiformes • Morfológicas João é feliz --------------------- João não é infeliz João recomeçou o texto ------------------------------------------- João já havia começado
Inferências Lingüísticas Multiformes • SINTÁTICAS: JOÃO AMA MARIA ----------------------------- MARIA É AMADA POR JOÃO JOÃO COMPROU UMA CASA DE MARIA ----------------------------------------------------------- MARIA VENDEU UMA CASA PARA JOÃO
Inferências Lingüísticas Multiformes • SEMÂNTICAS: JOÃO TEM TRÊS FILHOS --------------------------------------------- JOÃO TEM DOIS FILHOS JOÃO PAROU DE BEBER CERVEJA ------------------------------------------------------------ JOÃO BEBIA CERVEJA
Inferências Lingüísticas Multiformes • PRAGMÁTICAS: JOÃO É POLÍTICO, MAS É HONESTO ------------------------------------------------------- POLÍTICOS GERALMENTE NÃO SÃO HONESTOS ESTOU COM SONO TOME UM CAFEZINHO --------------------------------------- CAFEZINHO TIRA O SONO JOÃO TEM TRÊS FILHOS --------------------------------------- JOÃO TEM SÓ TRÊS FILHOS
Inferências Dedutivas e Multiformes “&” João foi ao Banco (P) João pegou o dinheiro (Q) João foi ao Banco e pegou o dinheiro(retirou) João pegou dinheiro e foi ao Banco(depositou) P&Q <--> Q&P inferência dedutiva necessária “retirou” e “depositou”inferências não-necessárias A comutatividade do & não vale na nossa linguagem P&Q / Q&P é mais do que P+Q ou Q+P Ordem gera informações adicionais/conexão e outra
Inferências Dedutivas e Multiformais “&” João foi para casa (P) João pegou o ônibus (Q) João foi para SP (R) 1João foi para casa, pegou o ônibus e foi para SP 2João foi para SP, pegou o ônibus e foi para casa 3(P&Q&R) < --- > (R&Q&P) A casa muda de lugar, o ônibus é diferente e A viagem pode ter sido ou não de ônibus Ordem relevante sobre as diferenças
Inferências Dedutivas Multiformes “V” João foi ao jogo ou ao cinema (PVQ) três alternativas verdadeiras: P, Q ou ambas Inferências: dúvida e interpretação exclusiva, P ou Q, mas não ambas. Por quê? Continuam sendo três informações, mas uma alternativa é eliminada, diminuindo a imprecisão e aumentando a relevância. Mesmo custo e menos alternativas de dúvida.
Inferências Dedutivas e Multiformes “” (Se...então...) A -> B, A |- B A->B, -B |- -A Inferências Válidas A -> B, -A |- -B A->B, B|- A Inferências Falácias Se chove, então não chove muito.Chove muito. Portanto, não chove Se João estava correndo, então parou de correr. Parou de correr. Portanto, estava correndo Se isto é uma flor, então é uma rosa. Não é uma flor Portanto, não é uma rosa Efeitos do conteúdo sobre a forma lógica
Inferências Dedutivas e Multiformes “-” (não) “in”=“não” : João é feliz (P) João é infeliz (-P) João é feliz ( P) ---------------- João não é infeliz (~ ~ P) O argumento deveria ser válido “Infeliz” propriedade morfossemântica positiva ou negativa?
Inferências Dedutivas e Multiformes “ <--->” ( se e somente se) Se, e somente se, lavas meu carro, te pago dez reais. Não lavaste. Portanto, não pago Se lavares meu carro, te pago dez reais. Não lavaste. Portanto, não pago. O segundo argumento parece válido porque carrega uma implicatura de bicondicionalidade, caso do primeiro argumento. Ao contrário, seria Irrelevante.
Interfaces externas e internas- exemplo • Há um acontecimento político, nesse momento (05/2001) com pesadas conseqüências para a realidade nacional brasileira: • O ex-presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (ACM), está sob acusação de ter violado o painel de votação secreta, no caso da cassação do Deputado Luís Estevão. Teriam participado do processo, como cúmplices, o senador J.R.Arruda (A) e a diretora do setor de informática do Congresso, Regina Borges (RB). A questão importante do caso é a cassação, ou não, de ACM, principal figura política envolvida.
Interfaces externas e internas- exemplo • ACM: Se eu tivesse pedido a violação, eu seria culpado. Se eu consultei RB, eu não pedi a violação; nesse caso, eu não sou culpado. • PS: Se ACM pediu a violação, então é culpado. Se não pediu a violação, mas não denunciou o fato, então é culpado. Ele não denunciou o fato. Portanto, ACM é culpado.
Interfaces externas e internas- exemplo Suponhamos com Grice/Horn/Gazdar que, dada uma es- cala do tipo a,b,c , asserir a significa acarretar b e c e, ao contrário, asserir c significa implicar conversacional- mente que não-b e não-c. Nesse caso, poderíamos assu- mir, no contexto de ACM, a escalaexigir,pedir,consultar considerando que afirmar “consultar”, implica, conversa- cionalmente, não-pedir e não-exigir, o que explicaria a nossa intuição de que –Q se segue, naturalmente de P.
Interfaces externas e internas- exemplo É preciso, contudo, considerar que uma implicatu- ra desse tipo é uma inferência não-necessária, ainda que seja quase-lógica. Ocorre que, na es- cala, a opção por “consultar” implicanão pedir, ou não-exigir, sendo a implicatura um tipo de infe- rência pragmática mais branda que o acarreta- mento a qual pode ser cancelada.
Interfaces externas e internas- exemplo • Q R, P -Q , P - -R • A pretensa demonstração abaixo • 1 (1) Q R S • 2 (2) P -Q S • 3 (3) P S • 2,3 (4) -Q 2,3 MP • 1,2,3(5) -R 1,4 MP (*) Além da segunda premissa ser obtida por implicatura, por Inferência cancelável portanto, a prova lógica também in- valida o argumento pelo passo falacioso de 4 a 5.
Interfaces externas e internas- exemplo A idéia básica que move o argumento de PS é a de que , tenha pedido ou não, a violação, ACM é culpado, já que não pedi-la, mas ob- tê-la e não denunciá-la, também caracteriza a culpabilidade.
Interfaces externas e internas- exemplo • PQ, (PR)Q, R Q • 1 (1) PQ P • 2 (2) (PR)Q P • 3 (3) R P • 4 (4) Q S(RAA) • 1,4 (5) P 1,4 MT • 1,3,4 (6)PR 3,5 I • 1,2,3,4(7)Q 2,6 MP • 1,2,3,4(8)QQ 4,7 I • 1,2,3 (9)Q 4,8 RAA • 1,2,3 (10) Q 9 DN Prova da validade do argumento de PS
Interfaces externas e internas- exemplo Se convincente e bem sucedido, o exercício acima deveria sugerir que argumentos da linguagem cotidiana freqüentemente são heteromórficos, exigindo compatibilizar Inferências formais com não-triviais.
Considerações Conclusivas 1 Os argumentos em linguagem natural são construídos com inferências multiformes 2 O tratamento de tais argumentos se dá nas Interfaces entre Lingüística e Lógica 3 Os conteúdos semânticos interferem na forma lógica dos argumentos 4 Os argumentos práticos envolvem validade, correção e relevância/problemas de formalização 5Conseqüência, problemas para a computação tipo Prolog
Bibliografia Relevante • CANN, R. Formal Semantics. New York: Cambridge University Press, 1993. • CHIERCHIA,G. & McCONNEL-GINET,S. Meaning and Grammar: an introduction to Semantics. Cambridge, Mass., MIT Press, 1990. • GRICE, P. Studies in the Way of Words. Cambridge, Harvard University Press, 1989 • GROARKE, L. Informal Logic. Stanford Encyclopedia of Philosophy, from http://plato.stanford.edu/entries/logic-informal/ 2006 • Johnson, Ralph J.,The Rise of Informal Logic. Newport News: Vale Press, 1996 • K. TURNER (ED.) The Semantics/Pragmatics Interface from Different Points of View (CRiSPI 1). Elsevier Science, 1999 • LEPORE, E. Meaning and argument. Oxford, Blackwell, 2000 • REED, C.A. & Norman, T.J. 2003. Argumentation Machines: New Frontiers in Argument and Computation.. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers.
Bibliografia Relevante • SAINSBURY, M. Logical Forms. Cambridge, Blackwell, 1991 • TINDALE, Christopher W. 2004. Rhetorical Argumentation: Principles of Theory and Practice. Sage Publications. • Walton, Douglas N. 2004. Abductive Reasoning. Tuscaloosa, University of Alabama Press. • Walton, 2004. Argument: Critical Thinking, Logic and the Fallacies • Woods, John, Andrew Irvine and Douglas Walton, Argument: Critical Thinking, Logic and the Fallacies, 2004 • Association for Informal Logic and Critical Thinking (AILACT)
Lingüística e Lógica, Links Relevantes • http://plato.stanford.edu/entries/logic-informal/ • http://pt.wikipedia.org/wiki/Lógica_informal • http://iml.univ-mrs.fr/~mrd/linguistic_page.html#abrusci • An argument is a tree of inferences • http://books.google.com.br/books?id=-xSPePoZveEC&printsec=frontcover&source=gbs_similarbooks_r&cad=4_1 • http://books.google.com.br/books?id=sudwUhM9KJUC&dq=logic+and+linguistics&printsec=frontcover&source=bn&hl=pt-BR&sa=X&oi=book_result&resnum=4&ct=result#PPP1,M1 • http://books.google.com.br/books?lr=&q=logic+and+linguistics&sa=N&start=0 • http://www.phillwebb.net/Topics/Communication/xLanguage.htm