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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE MEDICINA DISCIPLINA DE PEDIATRIA. ALEITAMENTO MATERNO Prof. José Aparecido Granzotto/UFPe/2009. PLANO DE AULA – EXPOSITIVA INTRODUÇÃO VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO O PREPARO PARA A AMAMENTAÇÃO FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO TÉCNICA DA AMAMENTAÇÃO
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTASFACULDADE DE MEDICINADISCIPLINA DE PEDIATRIA ALEITAMENTO MATERNO Prof. José Aparecido Granzotto/UFPe/2009
PLANO DE AULA – EXPOSITIVA • INTRODUÇÃO • VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO • O PREPARO PARA A AMAMENTAÇÃO • FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO • TÉCNICA DA AMAMENTAÇÃO • CARACTERÍSTICAS DO LEITE MATERNO • FASES DA PRODUÇÃO LÁCTEA • AFECÇÕES DA MAMA • CONTRA-INDICAÇÕES AO ALEITAMENTO MATERNO • SITUAÇÕES ESPECIAIS • MITOS • INICIATIVA HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA
INTRODUÇÃO A amamentação constitui uma das questões mais importantes para a saúde humana, principalmente nos primeiros anos de vida, pois atende às necessidades nutricionais e metabólicas, além de conferir proteção imunológica ao lactente. Recomendações do Ministério da Saúde e da OMS são: • Aleitamento materno (AM) exclusivo nos primeiros 6 meses de vida. • Introdução de alimentação complementar a partir dos 6 m, não sendo recomendados outros leites como: industrializado, de vaca, soja, cabra, etc. • O leite materno deve ser mantido, no mínimo, até os dois anos de vida.
VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO Para a criança: • Alimento completo do lactente até os 6 m. • Menor incidência de doenças diarréicas e quando as adquire estas são de menor gravidade. • Sofre menos risco de infecções do trato respiratório inferior, de otite média, de meningite bacteriana, etc. • Maior vínculo afetivo • Diminui probabilidade de maus tratos.
VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO Para a mãe: • Favorece a involução uterina, a perda de peso e diminui a hemorragia pós-parto. • Diminui risco de câncer de mama, ovário e endométrio. • É mais barato, prático e limpo.
O PREPARO PARA A AMAMENTAÇÃO Deve ser iniciado ainda no período pré-natal. Alguns cuidados são recomendamos para evitar problemas futuros: • Evitar sabonetes nos mamilos para evitar rachaduras e retirada da oleosidade natural da pele. • Expor a mama ao sol pode diminuir a sensibilidade do mamilo. • Para mamilos planos ou invertidos, um orifício no sutiã, durante o terceiro trimestre, facilita a protusão. Ordenha ou pressão negativa estão contra-indicados
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO A produção de leite materno decorre de complexa interação neuro-psico-endócrina. O que promove produção láctea é a sucção. Terminações nervosas areolares levam estímulos para a adeno-hipófise que produz prolactina que atuará nas células alveolares mamarias produzindo o leite. A ocitocina liberada na adeno-hipófise em vigência do estimulo de sucção é responsável pelo reflexo de descida do leite.
CÉLULAS MIOEPITELIAIS 5 CÉLULAS ALVEOLARES DUCTO LACTÍFERO SEIO LACTÍFERO MAMILO ARÉOLA GLÂNDULA DE MONTGOMERY ALVÉOLO TECIDO DE SUSTENTAÇÃO Anatomia da Mama
9 Fisiologia da Lactação
10 Fisiologia da Lactação
Como amamentar? • Pega correta é ESSENCIAL!
Invertido Protruso Plano
Afecções da MamaINGURGITAMENTO MAMÁRIO • Congestão vascular + quantidade de leite retido na mama • Clínica: mamas quentes, dolorosas, brilhantes e pode ocorrer febre
Afecções da MamaINGURGITAMENTO MAMÁRIO • Orientações: massagem e ordenha, compressas frias • Começar a mamada pelo seio que está mais ou menos túrgido?
Afecções da MamaFISSURAS MAMILARES • Fatores Causais:má posição; higiene desnecessária e principalmente da técnica incorreta de sucção.
Afecções da MamaFISSURAS MAMILARES • Orientações: • Prevenção: - boa pega e posicionamento ao seio adequado; - exposição dos mamilos ao sol; - aumentar frequência das mamadas.
Afecções da MamaMASTITE • Processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama • Mastite infecciosa: Staphylococcus aureus
Ingurgitamento mamário Mastite
Contra-indicações da amamentação • HIV • Drogas: antineoplásicas e imunossupressoras; substâncias radioativas; derivados da ergotamina; lítio • Mães com Limitações Temporárias • Galactosemia
TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO É indicado iniciar a amamentação ainda na sala de parto. O RN permanece acordado e alerta por cerca de 6h após o nascimento. Após esse período o lactente entra em sono profundo (“reparador”) por cerca de 12h o que o impede de sugar. O leite materno deve ser oferecido em livre demanda. O RN deve sugar a mama até esvaziá-la. O leite materno posterior é 2-3 x mais rico em lipídeos que o leite anterior isto permite que o lactente fique mais saciado, aumente o intervalo das mamadas e chore menos. Nos primeiros dias de vida, o colostro não sacia o recém nascido como o leite maduro, logo mamadas mais freqüentes e de curta duração são ideais, o que evita a sucção ineficaz. As duas mamas devem ser oferecida em todas as mamadas, sendo que a mama não esvaziada na mamada anterior deve ser a primeira a ser ofertada na próxima mamada.
Posicionamento no colo e pega corretos: • A mão deve estar relaxada, confortável e bem apoiada. • Bebê deve ter seu corpo voltado para a mãe, mantendo um eixo axial único. • A boca do lactente deve estar centrada em frente ao mamilo, seus lábios devem estar virados para fora e sua língua sobre a gengiva inferior • RN deve abocanhar toda a areola, com a boca bem aberta. • O lábio inferior deve estar evertido, com o queixo tocando a mama. • Após a mamada, deve-se deixar a criança em posição mais elevada, para que possa expelir o ar que engoliu durante a amamentação.
6. CARACTERISTICAS DO LEITE MATERNO O leite materno não é uniforme na sua constituição. Cada mãe produz um leite especial para seu filho. O conteúdo de gordura é maior no final da mamada, sendo fundamental para o ganho calórico do lactente. Isto também acontece no decorrer do dia: à tarde e á noite o teor de gordura é maior do que pela manhã.
FATORES PROTETORES • Ig A secretória: não é digerida pelas secreções gástrica e intestinal não sendo absorvida. Ig A específica atua contra patógenos os quais a mãe é exposta e que será transferida para o RN. Reveste a mucosa intestinal impedindo a agressão por bactérias, toxinas ou antígenos estranhos. • Fator bífido é um carboidrato nitrogenado, substrato para o crescimento do Lactobacillus bifidus, bacilos anaeróbios que compõem a flora intestinal predominantemente em crianças amamentadas exclusivamente ao peito. São flora saprófita e impedem proliferação de microorganismos patogênicos.
Lisozima é produzida por macrófagos e neutrófilos e age através da lise da parede celular de bactérias Gram – e +. • A lactoferrina é uma proteína carreadora de ferro que, por quelação diminuía biodisponibilidade de ferro para os patógenos principalmente Staphylococcus sp., E. coli e Candida sp. E aumenta a biodisponibilidade para o lactente. A terapia com ferro oral pode inibir esse processo.
CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS • A concentração protéica do leite humano é menor que do leite de vaca, o que é adequado para o crescimento normal do lactente e não provoca sobrecarga renal. A relação caseína/proteínas do soro no leite de vaca é cerca de 80/20, ocorrendo a formação de um coalho mais duro, dificultando a digestão e aumentando o tempo de esvaziamento gástrico. • A proteína do soro com maior concentração no leite humano é a alfalactoalbumina humana, que tem potencial alergênico praticamente nulo ( LV é beta-lactoalbumina). • O LM tem maior digestibilidade, pois tem lipase, que é ativada logo que entra em contato com os sais biliares no duodeno.
Contém ácidos graxos de cadeia longa que têm ação primordial no desenvolvimento neuropsicomotor e na formação da retina. • A lactose é o principal carboidrato do LM que por hidrólise fornece glicose e galactose, sendo esta importante para formação dos cerebrosideos. • A menor concentração de sódio no LM impede a sobrecarga renal e diminui o risco de desidratação hipertônica frente a qualquer tipo de agravo. • O ferro está em baixa concentração em ambos os leites, porém a biodisponibilidade do ferro do leite hum,ano alcança 50%, sendo apenas 10% do ferro do leite de vaca absorvido.
FASES DA PRODUÇÃO LÁCTEA 7.1 - COLOSTRO • Secretado nos primeiros 5 dias após o parto. • Valor energético: 67-70Kcal/100ml (=leite maduro) • Composição: em relação ao leite maduro o colostro apresenta maior conteúdo de eletrólitos, proteínas, vitaminas lipossolúveis (vit A dá coloração amarelada), minerais e imunoglobulinas (IgA, lactoferrina). Por outro lado possui menos gordura, lactose e vitaminas hidrossolúveis. • Basicamente é um esxudato plasmático. • Facilita a eliminação do mecônio nos primeiros dias de vida e permite a proliferação de Lactobacillus bifidus na luz intestinal.
7.2- LEITE DE TRANSIÇÃO • Aproximadamente do 6º dia até a segunda semana pós-parto. • Intermediário entre o colostro e o maduro. 7.3- LEITE MADURO • Produzido á partir da 2ª quinzena pós-parto. • Maior teor lipídico e de lactose. Menor quantidade de proteínas. O leite anterior é ralo e doce (solução), ocorrendo predomínio de proteína do soro e lactose. No meio da mamada é maior a quantidade de caseína (suspensão). O leite posterior tem grande concentração de gordura, necessária para saciar o lactente (emulsão).
MITOS • “Leite Fraco” Não existe. É uma das queixas mais comuns das lactantes e parece ser decorrente da associação entre o aspecto físico do leite materno e seu valor nutricional. A melhor forma de analisar o leite materno é pelo ganho ponderal da criança. • “Pouco Leite” A pouca produção de leite deve-se geralmente a erro na técnica de amamentação ou pela baixa freqüência da sucção das mamas. O diagnostico é feito pela observação da mamada. • “Cerveja preta aumenta a produção de leite” Não há evidencias que algum tipo de alimento aumente a produção de leite. A nutriz tem necessidade de maior reposição hídrica. Bebidas alcoólicas devem ser evitadas.
“NADA MAIS NATURAL QUE AMAMENTAR; NADA MAIS IMPORTANTE QUE APOIAR”