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Vidas Secas

Biografia. . . . . .

Gabriel
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Vidas Secas

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Presentation Transcript


    1. Vidas Secas Graciliano Ramos

    2. Biografia

    3.      Considerado o maior representante da geração neo-realista nordestina, Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrângulo, Alagoas. Foi o primogênito de um casal de sertanejos de classe média que teve 15 filhos. Dois anos depois, a família muda-se para Buíque, Pernambuco, e logo depois volta para Alagoas, morando em Viçosa e Palmeira dos Índios até 1914. Em 1914, vai para o Rio de Janeiro, onde mora durante um ano e trabalha como jornalista. No ano seguinte, volta para Palmeira dos Índios. Graciliano já, nessa época, escreve para jornais e trabalha com comércio. Elegeu-se prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, em 1928; cidade que seria palco de seu primeiro romance Caetés. Em 1930, renuncia à prefeitura e vai para Maceió, onde é nomeado diretor da Imprensa Oficial, mas demite-se no ano seguinte, voltando em seguida para Palmeiras dos Índios, onde funda uma escola e escreve o romance São Bernardo. Em 1933, é nomeado diretor da Instrução Pública de Alagoas e volta a Maceió. Sua carreira é interrompida em 1936, quando é demitido por motivos políticos. Nesse mesmo ano, publica o romance Angústia e acaba sendo preso sob a suspeita de ligação com o Partido Comunista Brasileiro, é enviado ao Rio de Janeiro. Dessa fase em que passa preso resultaria, mais tarde, seu livro Memórias do Cárcere. Ao sair da prisão, em 1937, passa a morar no Rio de Janeiro, onde escreve para jornais. No ano seguinte, publica a obra Vidas Secas, escrita num quarto de pensão. Em 1939, é nomeado Inspetor Federal do Ensino. Somente em 1945, Graciliano entra para o Partido Comunista Brasileiro de orientação soviética e sob o comando de Luís Carlos Prestes; anos depois, visitou a Rússia e os países socialistas. Graciliano Ramos falece de câncer do pulmão na capital carioca, em 20 de março de 1953, aos 60 anos.

    4. Obras Romances Caetés (1933) São Bernardo (1934) Angústia (1936) Vidas Secas (1938)       Conto Insônia (1947)       Memórias Infância (1945) Memórias do Cárcere (1953) Viagem (1954) Linhas Tortas (1962) Crônica Viventes das Alagoas (1962) Literatura infanto-juvenil A terra dos meninos pelados (1937) Histórias de Alexandre (1944) Dois dedos (1945) Histórias incompletas (1946)

    5. Enredo

    6. Vidas secas A história começa com a fuga de uma família nordestina fugindo da seca do sertão. Fabiano, o pai da família, é um vaqueiro com dificuldade de se expressar. Não tem aspirações nem esperanças de vida. Sinha Vitória é a mãe, é mais "madura" do que seu marido Fabiano, também não se conforma com sua situação miserável, e sonha com uma cama de couro como a de Tomás de Bolandeira. Os dois filhos e a cadela Baleia acabam por concluir essa família. O menino mais novo sonha ser como o pai, já o mais velho desejava a presença de um amigo, conformando-se assim com a presença de sua cadela Baleia, a qual portava-se não como um animal, mas sim tratada com um ente e ajudava Fabiano e sua família a suportar as péssimas condições. Depois de muito caminhar a família chega a uma fazenda abandonada, onde acabam ficando. Após de um curto período de chuva o dono da fazenda retorna e contrata Fabiano como seu vaqueiro. Fabiano vai a venda comprar mantimentos e lá se põem a beber. Aparece um policial que Fabiano chama de Soldado Amarelo, que o convida para jogar baralho com os outros. O jogo acontece e numa desavença com o Soldado Amarelo, Fabiano é preso maltratado e humilhado, aumentando assim sua insatisfação com o mundo e com sua própria condição de homem selvagem do campo. É solto e continuando assim sua vida na fazenda. Sinha Vitória desconfia que o patrão de Fabiano estaria roubando nas contas do salário do marido. A família participa da festa de Natal da cidade onde se sentem humilhados por diversos "patrões" e "Soldados Amarelos". Baleia fica doente e Fabiano a sacrifica. Não satisfeito e sentindo-se prejudicado com o patrão, Fabiano resolve conversar com seu patrão, este que ameaça despejar Fabiano da fazenda. Fabiano tenta esquecer o assunto e acaba ficando muito indignado. Na voltada venda Fabiano encontra o Soldado Amarelo perdido no mato. Fabiano pensa em matar o Soldado Amarelo, porém sentindo-se fraco e impossibilitado, acaba ajudando o soldado a voltar para a cidade. A seca atinge a fazenda e faz com que toda a família fuja novamente, só que desta vez, todos vão para o Sul, em busca da cidade grande, sem destino e sem esperança de vida.

    7. Personagens Personagem Protagonista Fabiano – Nordestino pobre, marido de Sinha Vitória, pai de dois filhos. Possui barba e cabelos ruivos, olhos azuis, rosto avermelhado. Possui grandes dificuldades lingüísticas, mas é consciente delas. Homem bruto com dificuldade de se expressar, possui atitudes selvagens. Por não saber se expressar entra num processo de isolamento, aproximando-se dos animais, com os quais se identifica melhor. Personagem Antagonista Soldado Amarelo – Corrupto, oportunista e medroso, o Soldado Amarelo é símbolo de repressão e do autoritarismo pelo qual é comandado (ditadura Vargas), porém não é forte sozinho; sem as ordens da ditadura, é fraco e acovarda-se diante de Fabiano. Personagens Secundários Sinha Vitória – Mulher de Fabiano, sofrida, mãe de dois filhos, lutadora, sonhadora e inconformada com a miséria em que vive, trabalha muito. É a mais inteligente de todos controlando assim as contas e os sonhos de todos. Filho mais novo e Filho mais velho – São crianças pobres e sofridas que não tem noção da miséria em que vivem. O mais novo vê no pai um ídolo, sonha sobressair-se realizando algo, enquanto o mais velho é curioso, querendo saber o significado da palavra inferno, desvendar a vida e ter amigos. O dono da fazenda – Contrata Fabiano para trabalhar em sua fazenda, desonesto e explorador. O fiscal da prefeitura – Intolerante e explorador. Baleia – Cadela da família, tratada como gente, humanizada em vários momentos e muito querida por todos. Tomás de Bolandeira - Aparece somente por meio de evocações, é tido como referência por Fabiano e Sinha Vitória. Seu Inácio – Dono do bar.

    8. Análise da obra A obra “ Vidas Secas” possui 13 capítulos com caráter fragmentário. São "quadros", episódios que acabam se interligando com uma certa autonomia, pela repetição de alguns motivos e temas, como a paisagem árida, a zoomorfização ou animalização e antropomorfização ou humanização das criaturas, os pensamentos fragmentados das personagens e seu conseqüente problema de linguagem. Seus traços estilísticos fundamentais: o caráter autônomo e completo de seus capítulos, podem ser lidos como peças independentes, e como tal foram publicados em jornais, mas reúnem-se com uma organicidade exemplar. Os capítulos de Vidas Secas mantêm uma estrutura descontínua, não-linear, como que reafirmando o isolamento, a instabilidade da família de retirantes: Capítulo 1 - Mudança Capítulo 2 - Fabiano Capítulo 3 - Cadeia Capítulo 4 - Sinha Vitória Capítulo 5 - O Menino Mais Novo Capítulo 6 - O Menino Mais velho Capítulo 7 - Inverno Capítulo 8 - Festa Capítulo 9 - Baleia Capítulo 10 - Contas Capítulo 11 - O Soldado Amarelo Capítulo 12 - O Mundo Coberto de Penas Capítulo 13 - Fuga

    9. As personagens são focalizadas uma por vez, o que mostra o afastamento existente entre elas. Cada uma tem sua vida particular, acentuando-se a solidão em que vivem. Vidas Secas é, portanto, a dramática descrição de pessoas que não conseguem comunicar-se. Nem os opressores comunicam-se com os oprimidos, nem cada grupo comunica-se entre si. A nota predominante do livro é o desencontro dos seres. Os diálogos são raros e as palavras ou frases que vêm diretamente da boca das personagens são apenas xingatórios, exclamações, ou mesmo grunhidos. A terra é seca, mas sobretudo o homem é seco. Daí o título Vidas Secas. A narração é em terceira pessoa, com narrador onisciente. Podemos encontrar muitas vezes os discursos indiretos livres, com a finalidade de penetrar no mundo introspectivo dos personagens já que esses não têm o dominio da linguagem necessário para estabelecer a comunicação. É o próprio narrador que revela o interior dos personagens através de monólogos interiores. O foco narrativo ganha destaque ao converter em palavras os anseios e pensamentos das personagens. "... Aí, a cólera desapareceu e Fabiano teve pena". (p. 10) O discurso do narrador é igualmente construído com frases curtas, incisivas, enxutas, quase sempre períodos simples.

    10. Tempo e espaço O espaço é físico, refere-se ao sertão nordestino, descrito com precisão pelo autor. "... na lagoa seca, torrada, coberta de caatingas e capões de mato".(p. 99) O tempo da narrativa é psicológico e circular. "... Sinha Vitória é saudosista. Lembra-se de acontecimentos antigos, até ser despertada pelo grito da ave e ter a idéia de transformá-la em alimento".(p. 11) Possui algumas referências cronológicas. “Passam por duas secas. A primeira que traz a família para a fazenda e a segunda que a leva para o Sul”.

    11. Época O romance Vidas Secas foi publicado em 1938. O romance apresenta características da época em que Graciliano vivia (1930 – 1945). Quebra da Bolsa de Nova Iorque. A Revolução de 30, que deu início a Era Vargas e a ditadura Vargas. Industrialização; diversificação do capital. Remodelação da estrutura econômica agroexportadora. Modernização dos engenhos açucareiros do Nordeste. Exemplo: O soldado amarelo é símbolo de repressão e do autoritarismo pelo qual é comandado (ditadura Vargas).

    12. Características Literárias da época Após a revolução artística, fruto das novas tendências modernistas, no período de 1922 a 1930, surge uma Literatura Brasileira de caráter social e de um realismo regionalista. Essa nova tendência brasileira surgiu depois do famoso Congresso Regionalista de Recife, em 1926, organizado por Gilberto Freire, José Lins do Rego e José Américo de Almeida. Esse congresso tinha como proposta básica organizar uma literatura comprometida com a problemática nordestina: a seca, as instituições arcaicas, a corrupção, o coronelismo, o latifúndio, a exploração de mão-de-obra, o misticismo fanatizante, a decadência do modelo oligárquico patriarcal, com a extinção dos antigos engenhos de açúcar e os contrastes sociais.

    13. Tema Aborda a problemática da seca e da opressão social no Nordeste do Brasil.

    14. Escola literária: O MODERNISMO (2ª Geração) Modernismo segunda geração - período de 1930 à 1945. Neo-Realismo é o tipo de Realismo em que o caráter cientificista e determinista do Naturalismo do século XIX é substituído por enfoque político, de problemas regionais como a condição e os costumes do trabalhador rural, a seca, a miséria etc. Tais problemas, vistos na perspectiva da luta de classes, da opressão do homem pelo homem que caracteriza a sociedade capitalista, ganham conotação universal e intemporal, saindo do pitoresco e do localismo tradicionais em nossa produção regionalismo.

    15. Características do Neo-Realismo na obra Com estilo seco, conciso e sintético, o autor deixa de lado o sentimentalismo a favor de uma objetividade e clareza. Exprime a amarga realidade do homem nordestino. Descreve os tipos e as paisagens do nordeste evocando os problemas que ali se encontram. A exploração da mão-de-obra. Mostra um perfil psicológico e sócio-político que nos indica uma versão crítica dos rumos que a sociedade moderna toma. Confronta o homem comum que vive com classes superiores e autoritárias.

    16. Principais escritores e obras do Neo-Realismo brasileiro José Américo de Almeida - A Bagaceira (1928); Rachel de Queiroz - O Quinze (1930); José Lins do Rego – Fogo Morto (1943); Jorge Amado – O País do Carnaval (1931); Graciliano Ramos – Vidas Secas (1938); Érico Veríssimo – O Tempo e o Vento (1954-1962).

    17. Conclusão A obra Vidas Secas não deve ser considerada apenas regionalista, ela transcende o regionalismo e seu contexto específico. O esmagamento de Fabiano e de sua família é explicado pela seca, pelo fator geográfico, confundida com a paisagem áspera do sertão, a seca do Nordeste, a opressão dos pobres, a condição animalesca em que vivem para esculpir o ser humano universal. Percebemos que a importância da obra Vidas Secas é denunciar a desigualdade entre os homens, a opressão social, a injustiça.

    19. Bibliografia Ramos, Graciliano ,1892-1953. Vidas Secas; posfácio de Álvaro Lins, Ilustrações de Aldemir Martins. 65ª. Ed. Rio,São Paulo, Record, 1994. Novas Palavras: português, volume único: livro do professor / Emília Amaral... – 2ª. Ed. São Paulo: FTD,2003. Cereja, William Roberto Literatura brasileira: ensino médio / William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 2ª. Ed. reform. – São Paulo: Atual, 2000. De Nicola, José. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias / José De Nicola. – São Paulo: Scipione, 1998. http://www.portrásdasletras.com.br

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