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Psicologia Comportamental Aula 3

Psicologia Comportamental Aula 3. Bernardo Gomes Agosto 2011. Aula Passada. Texto Sério e Skinner Muitas dúvidas e pouca leitura Hoje: Texto Sério, leitura séria Capítulo 4 de W. Baum : “Teoria da Evolução e do Reforço”. O que está em jogo?. Comportamento. Herdado. Adquirido .

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Presentation Transcript


  1. Psicologia ComportamentalAula 3 Bernardo Gomes Agosto 2011

  2. Aula Passada • Texto Sério e Skinner • Muitas dúvidas e pouca leitura • Hoje: • Texto Sério, leitura séria • Capítulo 4 de W. Baum: “Teoria da Evolução e do Reforço”

  3. O que está em jogo? Comportamento Herdado Adquirido Biologia ψ

  4. Duas formas de Explicação • Mecanicismo: Depende de uma agente iniciador (ex: movimento corpos celestes) • Histórica: Sequência de eventos que ocorrem ao longo do tempo que se relacionam entre si (ex: seleção natural)

  5. Em se Tratando de Comportamento Tradicionalmente... Por que ama esta pessoa? Por que é bom? “Psicologicamente”... Por quer o namoro é uma fase importante da vida de um casal? E em termos de Behaviorismo?

  6. Sistemas Explicativos • Skinner critica algumas formas tradicionais de explicação em relação aos fenômenos observados nos três níveis: • Um ato anterior de criação • Propósito ou intenção • Certas essências • Algumas definições de bem e de valor

  7. Outros Modelos Causais • Teoria do Armazenamento • Nível biológico: Cromossomos armazenam a informação • Nível psicológico: Pessoas guardam e recuperam informações • Nível social: Artefatos e documentos são passados entre gerações • Teoria da Organização • Nível biológico: Organização é o que distingue o vivo do não • Nível psicológico: Gestalt - percepção e comportamento ocorrem de forma inevitável por sua organização • Nível social: Antrópólogos e linguistas explicam as culturas como resultado de organização • Teoria do Crescimento • Nível biológico: Espécies evoluem, se desenvolvem • Nível psicológico: Cognitivistas explicam as fases do desenvolvimento por meio de ordens fixas de maturação (Piaget) • Nível social: Antropólogos sugerem que diferentes culturas devem evoluir por fases pré-definidas

  8. Para Skinner • A Seleção por conseqüências substituiria TODAS estas explicações • Resiste-se a este modelo por ele deixar de lado um agente iniciador (mecânica clássica), ou seja, algo que provoca. Comumente dizemos que uma espécie se adapta ao ambiente, ao invés de o ambiente seleciona as características adaptativas, por exemplo.

  9. Texto Sério • Apresentar a proposta de Skinner para a Psicologia a partir da leitura dos textos do autor: • Objeto (Skinner, 1963 e 1969) • Método (Skinner, 1945) • Modelo de causalidade (Skinner, 1974)

  10. Sobre o Objeto Behaviorismo ≠ Análise do Comportamento Estudo Científico do comportamento Filosofia da ciência preocupada com o objeto e o método da Psicologia

  11. Crítica ao Objeto: “Mentalismo” X Behaviorismo • Os eventos descritos por ambos são os mesmos, contudo a natureza destes eventos será diferente: • Behaviorismo: são fenômenos físicos, materiais; em uma visão monista • Mentalismo: não são de natureza física, são de natureza mental ou psíquica

  12. Sobre o Método • Mas como definir os termos a serem estudados? Como superar o mentalismo? • Proposta Operacionista: Todo conhecimento deve ser fundamentado na descrição de fenômenos diretamente mensuráveis, descrevendo como estes ocorreram, operaram. Ex: Ao invés de descrever os elementos constituintes da inteligência, o cientista deveria defini-lo descrevendo o que ele faz para identificar e medir esses fenômenos

  13. Exemplo de Operacionismo – O Conceito de Comprimento* “O que queremos dizer com o comprimento de um objeto? Nós, evidentemente, sabemos o que queremos dizer com comprimento se podemos dizer qual é o tamanho de todo e qualquer objeto, e para o físico nada mais é preciso. Para saber o comprimento de um objeto, devemos executar certas operações físicas. O conceito de comprimento é, portanto, fixado quando as operações pelas quais o comprimento é medido são fixadas: isto é, o conceito de comprimento envolve tanto quanto, e nada mais, do que o conjunto de operações pelas quais o comprimento é determinado. Em geral, queremos dizer com qualquer conceito nada mais do que um conjunto de operações; o conceito é sinônimo de um conjunto correspondente de operações.” *Bridgman, 1927

  14. Crítica ao Método Operacionista • O operacionismo ainda padeceria da visão dualista • Proposta: Tratar os próprios conceitos como respostas verbais (comportamento verbal): “Buscar “os significados, os conteúdos e os referentes” entre os determinantes da resposta (ou seja, da palavra ou afirmação dita ou escrita) dirige nosso olhar para as condições nas quais a resposta é emitida (ou seja, para a situação presente quando a resposta é emitida e as transformações na situação produzidas pela emissão da resposta) e não para a forma da resposta. Assim, por exemplo, para identificarmos o significado daquilo que uma pessoa está dizendo, de pouco adiantará registrarmos e discutirmos as palavras e as afirmações que estão sendo ditas; precisamos identificar as condições nas quais a pessoa está dizendo aquilo e, mais, a história que ela viveu e que permitiu que tais condições estivessem relacionadas com aquele dizer.”

  15. Em última análise... Situação Indivíduo Comportamento (verbal*) “transformações produzidas pela emissão da resposta verbal que são responsáveis pela relação entre a resposta e as condições que a antecedem referem-se a transformações em comportamento de outros homens; a existência de uma comunidade verbal é condição necessária para a produção de respostas verbais.”  Nota: A inclusão de instrumentos científicos (“invasão instrumental”) não solucionaria o problema trazendo o evento privado a público: “Não importa quão claramente eventos internos possam ser expostos no laboratório, permanece o fato de que no episódio verbal normal eles são inteiramente privados”.

  16. Sobre o Modelo de Causalidade • Por que as pessoas se comportam? • Para Skinner equivale a: Quais as causas do comportamento humano? Quais as condições para a ocorrência do comportamento? (explicação histórica!)

  17. Mas, voltando a pergunta original • Quanto do nosso comportamento é herdado e quanto é adquirido? • Mesmo na explicação histórica, não-mentalista e que não seja operacionista? • Ainda que para o Behaviorismo Radical a seleção natural também seja um tipo de seleção por consequencias, até onde vai a herdabilidade?

  18. Texto Baum • Para haver seleção natural: • Fator ambiental que torna um aspecto vantajoso deve manter-se constante o tempo todo • A variação morfológica deve ser refletida em alguma parte a uma variação genética • Competição (recursos finitos do meio) Aptidão (genótipo): Tendência a aumento entre gerações de determinada variação gênica

  19. Reflexos e Padrões Fixos de Ação • Comportamentos produtos de seleção natural (não aprendidos) • Ligados à saúde e manutenção de sobrevivência e reprodução • Reflexos: Traços comportamentais simples que envolvem menor número de grupo musculares (Ex: piscar o olho). • Padrões Fixos de Ação: Reações comportamentais mais complexas (Ex: Sorriso)

  20. Comportamentos Aprendidos I • Condicionamento Respondente: • Partem de um reflexo ou padrão fixo • Mais diretamente ligados à alimentação, sobrevivência e reprodução • Ex: situações que envolvem dor inevitável induzem (eliciam) passividade extrema (desamparo aprendido) Nota: Eventos filogeneticamente importantes – Importantes para a espécie toda

  21. Comportamentos Aprendidos II • Condicionamento Operante • Eventos filogeneticamente importantes quando são consequencias de comportamento são chamados de reforçadores (Ex: alimento) punidores (ex: dor) • Quando é criada uma relação entre um evento e um comportamento que influencia sua ocorrência: Aprendizagem operante Nota: Eventos filogeneticamente importantes não são os únicos reforçadores possíveis: reforçador ou punidor condicional (Ex: Dinheiro). Nota II: Em boa parte das vezes os comportamentos têm consequencias mistas de reforço e punição (ex: um trabalho muito chato)

  22. Influências Fisiológicas na Aprendizagem • Mecanismos de privação e saciação • Aprendizagens pré-moldadas (ex: Aprovação e desaprovação em seres humanos) • Nota: Proposta do autor ao invés de separar punidores de reforçadores em condicionais e incondicionais: altamente condicional e minimamente condicional • Estrutura morfológica do corpo

  23. Seleção por Consequencias • Filogênese: Dentro de uma população de indivíduos que variam em genótipos os indivíduos que apresentarem maior sucesso se tornarão mais frequentes • Lei do Efeito: Princípio análogo na ontogênese e que fundamenta a aprendizagem operante. Ela diz que A probabilidade de uma resposta pode ser aumentada por algumas conseqüências (efeitos agradáveis) e reduzidas por outras (efeitos desagradáveis).

  24. Modelagem e Seleção Natural • “Assim como as diferenças no sucesso reprodutivo (aptidão) modelam a composição de uma população de genótipos, reforço e punição modelam a composição do comportamento de um indivíduo.” • Nota: Tanto a modelagem como na seleção natural operam sobre a MÉDIA (lembrar das aulas de laboratório!!)

  25. Condições para Estabilização Média Três ingredientes: Se intencional: Cruzamento seletivo Se intencional: Treino, ensino ou terapia

  26. Paralelo Entre Seleção Natural e Modelagem* *Baum, 1999

  27. Falácias sobre o Behaviorismo I* • O Behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais. • Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo. • Apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos, descrevendo a pessoa como um autômato, um robô, um fantoche ou uma máquina. • Não tenta explicar os processos cognitivos. • Não considera as intenções ou os propósitos. * Skinner, 1974

  28. Falácias sobre o Behaviorismo II* • Não consegue explicar as realizações criativas — na Arte, por exemplo, ou na Música, na Literatura, na Ciência ou na Matemática. • Não atribui qualquer papel ao eu ou à consciência do eu. • É necessariamente superficial e não consegue lidar com as profundezas da mente ou da personalidade. • Limita-se à previsão e ao controle do comportamento e não apreende o ser, ou a natureza essencial do homem. • Trabalha com animais, particularmente com ratos brancos, mas não com pessoas, e sua visão do comportamento humano atém-se, por isso, àqueles traços que os seres humanos e os animais têm em comum. * Skinner, 1974

  29. Falácias sobre o Behaviorismo III* 11. Seus resultados, obtidos nas condições controladas de um laboratório, não podem ser reproduzidos na vida diária, e aquilo que ele tem a dizer acerca do comportamento humano no mundo mais amplo torna-se, por isso, uma metaciência não-comprovada. 12. Ele é supersimplista e ingênuo e seus fatos são ou triviais ou já bem conhecidos. 13. Cultua os métodos da Ciência mas não é científico; limita-se a emular as Ciências. 14. Suas realizações tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso comum. 15. Se suas alegações são válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista behaviorista e, assim sendo, este diz apenas aquilo que foi condicionado a dizer e que não pode ser verdadeiro. * Skinner, 1974

  30. Falácias sobre o Behaviorismo IV* 16. Desumaniza o homem; é redutor e destrói o homem enquanto homem. 17. Só se interessa pelos princípios gerais e por isso negligencia a unicidade do individual. 18. É necessariamente antidemocrático porque a relação entre o experimentador e o sujeito é de manipulação e seus resultados podem, por essa razão, ser usados pelos ditadores e não pelos homens de boa vontade. 19. Encara as idéias abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções. 20. É indiferente ao calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a criação e o gozo da arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo. * Skinner, 1974

  31. Próxima Aula • Tarefa em grupo: Por que são falácias? Fundamentar cada uma das falácias do behaviorismo a partir dos textos de Skinner • Aula que vem: Controle Comportamental e Coerção • Bibliografia Básica: SIDMAN, M. Coerção e suas implicações. Campinas: Editora Livro Pleno, 2003, Cap. 1 e 2.

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