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PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXXXII EVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO

PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXXXII EVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO. COISAS DE SANTO ANTÔNIO DE ALENQUER. O TESTEMUNHO DA MISERICÓRDIA DE DEUS.

saad
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PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXXXII EVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO

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Presentation Transcript


  1. PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXXXIIEVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO COISAS DE SANTO ANTÔNIO DE ALENQUER

  2. O TESTEMUNHO DA MISERICÓRDIA DE DEUS

  3. O crente católico não tem costume de testemunhar as graças que recebe misericordiosamente de Deus através da mediação de seu santo de devoção, guarda o fato só para si. Assim, dá a impressão de que ignora a graça, ou tem vergonha de parecer piegas se contar, ou, ainda, tem medo de torná-la pública, o que torna o católico fraco diante das coisas de Deus.

  4. Até que algumas vezes chega a contá-la em conversas triviais, mas sem a consciência religiosa de estímulo à sua fé espiritual ou à edificação do irmão, o que devia ser uma obrigação contar nesse sentido também nas celebrações e/ou assembléias em espaços e momentos adequados...

  5. Ora, naquele tempo, todas as obras que Jesus operou tornaram-se conhecidas sob o céu humano e a evangelização alastrou-se a ponto de Jesus não poder sair mais livremente em público. Estava revelado o Filho de Deus labutando como nós, no meio de nós, por nós!

  6. E como ficamos sabendo do poder divino de Jesus Cristo? Os próprios agraciados, ou as testemunhas oculares, faziam questão de proclamar de “cima dos telhados” os benefícios recebidos em reconhecimento ao Benfeitor.

  7. Os primeiros cristãos, tanto apóstolos como discípulos, nos contaram as graças através de suas narrações escritas, os evangelhos e as epístolas: cego de nascença que passou a ver, paralítico que levantou e andou, leprosos que ficaram limpos, fome de milhares saciada, ressurreição...

  8. Já pensou se todas essas obras ficassem na obscuridade? Será que Jesus Cristo não seria apenas mais um profeta judaico como Elias, Isaías, Jeremias, ou um filósofo como Sócrates, Platão, Parmênides, pois são estas obras que instrumentalizam o poder divino de sua Palavra?...

  9. Os padres não estimulam os fiéis a darem esses testemunhos de vida que, segundo Michel Quoist, que li em minha juventude, cimentam e fortalecem a estrutura religiosa do crente. Dessa maneira, muita substância que poderia fortalecer espiritualmente a fé do cristão católico e aconchegar mais os irmãos entre si, assim como o cimento entre os tijolos de uma construção, perde-se nas trevas da ignorância como reforço à tibieza do seu comportamento.

  10. Você, Osberto, nunca recebeu uma graça de Deus? A quantos testemunhou-a como um fruto de sua amizade com Deus através de um seu escolhido? Testemunhando-a, você compartilha-a, e isso também é comunhão eclesial...

  11. Um testemunho dessa natureza é fruto de fé, fé mesmo, de crença e amor a Deus, e não fruto da imaginação, nem de magia. Um crente católico que recebe uma graça, na verdade sua devoção está sendo premiada, que é o chamado de Deus em bom tom à evangelização do mundo que está envolvido demais pelo materialismo, foi por isso que Cristo veio e continua no meio de nós...

  12. FÉ, UMA AMIZADE SANTA

  13. É densa a devoção do povo alenquerense pelo seu Padroeiro Santo Antônio e são incontáveis as provas disso. Não será exagero afirmar que é quase impossível encontrar um alenquerense ao qual o santo não tenha intermediado perante Nosso Senhor Jesus Cristo.

  14. Sim, Santo Antônio é um grande amigo do peito do povo alenquerense, também conhecido como ximango! As graças que consegue vão desde harmonia no matrimônio, bom parto, escolha da mulher ou do homem certo, cura de doenças, solução de desemprego, melhoria nos negócios, classificação no vestibular, viagem tranquila, aumento do rebanho, boa colheita, pesca abundante, achado o perdido, fé reencontrada...

  15. Como consequência disso e numa prova de reconhecimento amoroso, tem o nome grafado em todo lugar, principalmente como nome de pessoas, casa comercial, escola, hospital, barco, praça, boteco, bar, etc.

  16. O alenquerense tem um costume singelo, quando manda correspondência ou encomenda para algum lugar, geralmente escreve S.A.T.G. sobre o envelope, embrulho, ou na etiqueta da bagagem, que quer dizer Santo Antônio Te Guie. Mamãe sempre usava esse termo quando enviava algo aos filhos que estudavam ou trabalhavam em outras cidades. Para mim, uma prova sublime de amizade entre o fiel, o padroeiro e Deus, e de amor da mãe pelos filhos!...

  17. Segundo alguns devotos mais íntimos, Antônio de Lisboa, Pádua, ou de Alenquer, é um santo brincalhão, que gosta de brincar antes de interceder pelo pedido; prega peças cômicas no amigo devoto, que acha que o santo está testando sua fé, por isso, corrige-se penitenciando-se, fato que mais fortalece o elo de amizade entre os dois...

  18. Durante o tempo de sua festa, que vai do dia 1 a 13 de junho, os alenquerenses onde quer que estejam no mundo inteiro ficam mais alegres e espirituosos, acesos mesmo, comem do melhor e usam tudo novo, especialmente nos dias 12 e 13.

  19. Como os festejos acontecem no tempo da enchente do Rio Amazonas, que transborda o Surubiú, que transborda o minúsculo Itacarará, banhador da cidade, inundando e arrasando casas e lavouras inteiras, embarcações locais e de quase todas as paragens da Amazônia, atravancam-se no caiszinho da frente, disputando lugar para melhor desembarcar as multidões de peregrinos que chegam.

  20. Gente de todas as classes, dos abastados aos humildes, entra e sai da igreja num movimento admirável, constituindo um corpo único de fé voltado para Jesus Cristo, através do Santo português. O largo da Igreja, todo enfeitado de bandeirolas, fica bordado de barracas que vendem artigos regionais, confecções, quinquilharias, comidas típicas, como pirarucu no leite de castanha do Pará, acari assado e no tucupi, bolinhos de piracuí. Espocar de fogos de artifício são ouvidos por toda parte da cidade toda hora do dia.

  21. Todo ano, Santo Antônio ganha dos pecuaristas, agricultores, comerciantes, do povo em geral, uma média de 80 reses/festividade, além de outros animais menores e objetos de valor, para serem leiloadas no dia 13. Em 1998, ele ganhou 135 reses. O recurso adquirido com o leilão é revertido em obras de manutenção da igreja, evangelização, catequese, obras sociais, nas comunidades no interior do município.

  22. Jesus Cristo ama Santo Antônio de modo especial, de quem é amicíssimo, tanto que se fez criança para brincar em seu colo em sua cela conventual. São muitas as graças que Deus derrama no seio do povo alenquerense através de seu Padroeiro!...

  23. Não seja passivo, testemunhe sua fé, ela anima e fortalece a vida e edifica o irmão. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo eternamente!...

  24. O DEVOTO CHICO

  25. Caboclo moreno, solteiro, estatura média, esperto, Chico vivia por viver, mas era companheiro fiel nos trabalhos rurais do agricultor Rivail Figueiredo, de quem era afilhado. Não sei se chegou a acalentar algum sonho, a lembrança que tenho dele é de uma criança num corpo adulto sempre sorridente...

  26. Por sua vez, o agricultor era casado, antes tinha sido seminarista, exemplar chefe de família, católico fervoroso desses de assistir Missa com adoremus na mão, e cidadão respeitado em Alenquer, onde tinha a fama de caçador e excelente atirador de rifle 22, a uma distância de 30 metros não errava alvo algum. Era um homem destemido, pacífico, um idealista...

  27. Num certo dia do mês de março, tempo chuvoso dos idos da década de sessenta do século passado, estavam os dois no retiro São João. Após cansativo dia de trabalho na lavoura de tomate, Chico avisou ao padrinho, que ía comprar tabaco e abade numa taberna que ficava a uma certa distância na estrada que liga os retiros São Francisco, do Luis Martins, e o Santa Cruz, do Azaury Valente, e segue para o Cuipéua. O São João é o ponto intermédio entre os dois retiros. Rivail sabia que o afilhado era chegado a uma pinga e, vez por outra, abusava da malvada.

  28. A noite arriou de vez, o tempo continuou fechado, com relâmpagos alumiando a mata até bem longe, e nada de Chico voltar. Cansado de esperar pelo afilhado, Rivail adormeceu.

  29. Por volta de meia noite, Rivail acordou ouvindo urros de onça. Sobressaltado, pulou da rede e foi ver se Chico tinha chegado. Nem sombra. Preocupado, pegou a lanterna, o terçado na bainha, a cartucheira 44, botou o chapéu de palha na cabeça, e rumou para a taberna sob o céu fechado.

  30. Ainda não estava na metade do caminho e Rivail encontrou o afilhado estirado no tronco de um ingazeiro, totalmente bêbado, cantarolando uma cantiga que só ele mesmo entendia.

  31. - Que vergonha, Chico, falou rispidamente Rivail, se eu soubesse que era bebida que estava causando a tua demora, eu tinha deixado a onça te comer!...

  32. - Eu conheço seu coração, padrinho, respondeu Chico tropegamente levantando-se do tronco da árvore, quando senti que não me aguentava mais em pé e ouvia o urro da onça chegando mais perto, pedi pra Santo Antônio lhe acordar e que depressa viesse me socorrer...

  33. Dias mais tarde, Rivail matou a onça que andava atormentando os moradores da redondeza...

  34. Este fato me foi contado pelo meu primo Waldinor Batista. Aliás, hoje, estes três personagens Rival, Chico e Waldinor são falecidos. Que Deus os tenha em seu aconchego de misericórdia e luz!...

  35. O BOI DO MANEZINHO

  36. O rol das historinhas sobre Santo Antônio e seus devotos alenquerenses é gigantesco e cheio de humor alegre. De um modo geral, os fatos contados transmitem um sentimento profundo de segurança e liberdade do devoto, assim como a presteza imediata do Santo. Este relacionamento do Santo com o Homem ou do Homem com o Santo, mostra um processo espiritual de convivência familiar íntima, fraterna, respeitosa, sincera, de igual para igual, que não leva em conta o nível cultural, nem social, tampouco riqueza. Só confiança no amigo e pronto. Veja o fato a seguir:

  37. A festa de Santo Antônio, ao longo do tempo, passou por inúmeras modificações na parte profana. Diziam os alenquerenses mais antigos que o evento começou a ser festejado anualmente na cidade a partir da chegada do padre italiano Secundo Bruzzi, em 1900, e a animação do arraial dependia da safra de Castanha. Se a safra fosse maior do que a anterior, assim também seria a participação popular nas festividades.

  38. Em 1918 o mundo inteiro vivia os horrores da I Guerra Mundial e o governo do Brasil, que se conservara neutro até 1917, resolveu entrar no conflito, deflagrando em todo território nacional a convocação através de sorteio dos jovens até 21 anos para o serviço militar. Além da guerra havia o temor da gripe espanhola, que estava matando muita gente e se alastrava no país. Esses dois flagelos, que castigavam o mundo inteiro, influenciaram sobremaneira o povo pacato e hospitaleiro de Alenquer, principalmente os pais com filhos em idade de serviço militar.

  39. Nesse ano a safra de castanha foi recorde no município, em compensação a enchente do Rio Amazonas foi forte demais, que alagou fazendas inteiras de gado e entrou na frente da cidade deixando em polvorosa a população ribeirinha. Os abastados comerciantes da rua da frente costumavam construir banheiros flutuantes para acompanhar a subida e a descida do rio exclusivamente para uso de seus familiares.

  40. Manuel Bentes da Silva, um jovem de 18 anos, para fugir de uma provável convocação do exército, pois como soldado poderia ir para a guerra, e se não morresse na guerra poderia contrair a gripe espanhola, incentivado pela mãe, prometeu a Santo Antônio que se o livrasse do sorteio da convocação ofertaria um boi para o leilão do dia 13 de junho, o que era costume acontecer logo após da missa solene das oito horas da manhã.

  41. Os interessados pelas ofertas a Santo Antônio compareciam ao leilão de terno e gravata, chapéu panamá na cabeça, sapatos engraxados, e, se casados, acompanhados das respectivas esposas e filhos também trajados a rigor. Os ditos, enquanto aguardavam o desfile dos animais para serem leiloados, concentravam-se sob uma ramada erguida provisoriamente em frente à capela, saboreando chocolate quente e bolo engorda-marido, que eram servidos em xícaras de porcelana.

  42. Como não foi convocado, Manezinho "Couro Seco", como era também conhecido o jovem Manuel, trouxe do Cucuí o maior boi da região, que na hora de desfilar na frente dos arrematadores, causou o maior alvoroço até então acontecido durante um leilão do Santo. Pois, mesmo preso em duas cordas de couro trançado, com facilidade dominou os vaqueiros, sendo um o próprio Manezinho.

  43. O "Boi Araçá", assim era chamado o prometido, derrubou uma parte da capela, destruiu postes de lampeões de gás carbureto, que servia para iluminar o arraial durante a noite, arrancou a ramada derrubando mesa de bolo e chocolate no chão, botando todo mundo para correr, e rumou na direção do rio, pondo abaixo um banheiro construído do meio da rua alagada e onde duas donzelas tomavam banho. A multidão dispersa e protegida por trás ou em cima das árvores do largo, assistia apavorada aos estragos que o boi fazia...

  44. O boi continuou sua rebeldia no rumo do bairro da Luanda com os vaqueiros e a meninada gritando e correndo atrás. Raimundo Coroca, vaqueiro que jamais se afastava do cavalo mesmo em tempo de festa, tomou para si aquela empreita e saiu atrás. Finalmente, o bovino foi dominado e conduzido pelo experiente vaqueiro para o local do leilão, onde os arrematadores tornaram a se concentrar.

  45. Manezinho, molhado e sujo de lama, cansado de tanto correr atrás do boi, humildemente, aproximou-se do padre e disse: - Padre mestre, pode providenciar o leilão que o bitelo já está preso!... - Meu filho, respondeu o padre com cara de compreensão, da próxima vez que fizeres promessa a Santo Antônio, promete uma rês, que seja fácil de dominar, como um mamote, quem sabe uma vitela, até mesmo um bezerro...

  46. Os problemas causados pelo boi do Manezinho foram de significativa importância para o futuro religioso e visual da cidade. A partir desse incidente o padre lançou uma campanha para a construção da nova igreja. O povo logo aderiu à campanha e em 1926 foi inaugurada a imponente igreja matriz de Santo Antônio de Alenquer.

  47. Uma homenagem a estes nossos fervorosos antepassados. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo eternamente!... Eliezer de Oliveira Martins DIÁCONO DA ARQUIDIOCESE DE BELÉM, PARÁ, AMAZÔNIA DO BRASIL Este texto foi adaptado, o original você encontra no link Alenquer, Padroeiro da Minha Terra, www.eliezer.ninhodanatureza.nom.br

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