Considerações sobre a Difusão do Conhecimento Científico

1. Considerações sobre a Difusão do Conhecimento Científico Carlos E.A. Coimbra Jr. Escola Nacional de Saúde Pública – Fiocruz CIBRAN - Rio de Janeiro - 2006

2. “Fazer ciência é publicá-la” (Fletcher SW & Fletcher RH. Ann Intern Med, 14:698, 1991) Resolução CONEP196/96 (Cap.VI.2.m): Os resultados de pesquisa devem ser tornados públicos, sejam eles favoráveis ou não.

3. A produção científica brasileira alcançou um patamar inédito em 2005: foi responsável por 1,8% de todos os artigos publicados em periódicos científicos indexados na base de dados do ISI (Institute for Scientific Information, Philadelphia). Em números absolutos, a quantidade de artigos publicados em 2005 chegou a 15.777, diante de 13.313 em 2004, quando atingiu 1,7% da produção mundial. Um destaque nos dados de 2005 é a contribuição dos pesquisadores da área médica. Em 2005 alcançaram 19,7% da produção nacional e tiraram pela primeira vez o 1º. lugar dos pesquisadores da área de física, com 15% do total. Fonte: Revista Pesquisa FAPESP, no. 126, agosto 2006.

5. Trabalhos de colaboração. O crescimento global observado no Brasil foi primordialmente devido ao crescimento do número de publicações dos trabalhos em colaboração, na verdade, um fenômeno internacional que se repete no Brasil. • Não houve crescimento de publicações de grupos isolados. Essas prevaleciam há dez anos e hoje se constituem em minoria.

6. A produção nacional em revistas não indexadas no ISI/Medline chega a cerca de 75-80% e se mantém submersa, pouco visível. Qual será a qualidade dessa produção?Qual será a visibilidade nacional e internacional dessa produção?

7. Do ponto de vista dos autores e leitores, as bases de indexação são os meios mais eficientes de disseminação de resultados de pesquisas (Medline-PubMed, ISI-Web of Science, Nutrition Abstracts, etc).Ao consultar uma dessas bases, além de acesso ao título e ao resumo de um determinado artigo, na maioria dos casos o leitor interessado também poderá obter o endereço dos autores, mesmo sem acesso à revista na qual o trabalho foi publicado. Portanto, pesquisadores de diferentes países interessados em um determinado tema, por mais que não tenham contato, têm a oportunidade de se comunicar, solicitar separatas e trocar informações.Para os editores, a indexação de um periódico nas principais bases de dados internacionais representa muito mais do que um veículo de disseminação de informação científica. A inclusão de revistas em determinadas bases consideradas como de maior prestígio tem sido percebida por número crescente de profissionais (tanto pesquisadores como agências de fomento) como parâmetro indicativo da qualidade de um periódico e, por extensão, dos artigos neste publicados.

8. A indexação da bibliografia científica não se constitui em "invenção" recente, fruto da era da informática. Tampouco foi criada com o objetivo de avaliar a qualidade de revistas e, muito menos, de artigos. • A indexação bibliográfica teve início no final do século XIX e no início do XX, resultante da iniciativa de grupos de pesquisadores que, impossibilitados de acompanhar a crescente quantidade de materiais que se publicava sobre um determinado assunto, viram-se impelidos a desenvolver sistemas que racionalizassem e facilitassem o acesso às informações. 1864 - Zoological Society of London e British Museum of Natural History -- Zoological Records 1917 - Society of American Bacteriologists -- Abstracts of Bacteriology 1918 – Grupo de editores em botânica -- Botanical Abstracts 1879 – National Library of Medicine -- Index Medicus

12. ● Língua ● Periodicidade. ● Regularidade da publicação. ● Impressão, acabamento, etc. ● Indexação. ● Tiragem e distribuição. ● Acesso on-line CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DA REVISTA PARA PUBLICAR

13. Fatores que influenciam a dinâmica das citações Fatores Sociológicos: • Área temática da revista (ciências básicas, ciências humanas, tecnologias); Revistas “generalistas” x “especializadas”; Linha editorial predominante (artigos curtos ou longos, revisão, cartas, resenhas, etc.); • Número médio de autores por artigo; “Cultura” acadêmica (títulos mais consultados, artigos x livros x outros). Fatores de Acesso: • Língua predominante dos artigos publicados; Distribuição (coleções disponíveis em bibliotecas de referência); Periodicidade. Fatores Estatísticos: • Total de artigos publicados ao ano; Período de avaliação (dois anos ou +?); A questão numerador/denominador (o que é que conta como artigo?).