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O texto dissertativo

O texto dissertativo. Prof. Guga Valente. Uso do padrão culto da linguagem.

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O texto dissertativo

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Presentation Transcript


  1. O texto dissertativo Prof. Guga Valente

  2. Uso do padrão culto da linguagem “Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação (...) decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos.” (Manual de Redação Oficial da Presidência da República – 2002)

  3. Clareza “Escrever claro não é certo. Mas é claro, certo?” – Luis Fernando Veríssimo “Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação (...).” (Manual de Redação Oficial da Presidência da República – 2002)

  4. Concisão “Tudo deveria se tornar o mais simples possível, mas não simplificado.” – Albert Einstein “(...) Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. “O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de economia lingüística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho.” (Manual de Redação Oficial da Presidência da República – 2002)

  5. Dissertação • Registra o ainda mais famoso dicionário brasileiro, o Aurélio, que dissertar significa “fazer dissertação; tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário ou um tema qualquer; discorrer.” Esta acepção pode ganhar outros contornos, uma vez que se tem a indeterminação de que essa dissertação possa ser escrita ou oral. Em outras palavras, uma palestra é, também, uma dissertação.

  6. Continuando... • Quando fazemos uma dissertação, pretendemos mostrar que sabemos do que estamos falando, que conhecemos o assunto, que possuímos argumentos, que nossos argumentos nos levam a algum lugar e esse lugar se chama conclusão. • No entanto, para isso precisamos ter um projeto de texto. Esse projeto, em princípio, quando estamos ainda no período de prática, deve ser feito no papel. É o que chamamos de Topicalização.

  7. Topicalizando... e escrevendo • Fazer tópicos é a melhor maneira de organizarmos nossas palestras, nossas discussões, nossos pontos. Quando estamos redigindo, é importante que tenhamos a exata noção do que vamos tratar no texto. Parece um pouco anti-natural. O texto, a princípio, revela-se forçado, pois sua organização é forçada. Mas essa impressão passa quando adquirimos prática. A prática faz com que façamos tópicos cada vez mais precisos e mais rapidamente. Aquela confusão que parece permear nossa cabeça quando sabemos tudo sobre o tema, mas não sabemos por onde começar, desaparece quando nos organizamos.

  8. O rascunho • O rascunho é aquele pré-texto em que vamos esboçar nosso texto, desorganizado, com mais períodos do que podemos utilizar, ultrapassando as margens, com parágrafos escritos fora de ordem, com setas e rabiscos por toda parte. Palavras sendo substituídas por outras melhores, inserção de palavras por cima de outras, fazendo uma fenda na frase, frustrações, xingamentos e desespero. Ali, pode tudo, é nosso mesmo.

  9. Continuando... • Mas é o nosso espaço para fazermos nossas correções, nossa auto-crítica, nossas ponderações. É ali que vamos tentar colocar nosso texto de acordo com o que pede a instituição. Se for o CESPE/UNB, por exemplo – como tem sido na maior parte de grandes concursos – o ideal é que escrevamos 30 linhas. Cravadas.

  10. Paragrafação • O parágrafo é uma unidade de texto composta por uma ou mais frases, organizada em torno de uma idéia-núcleo, que é desenvolvida por idéias secundárias. Essa idéia-núcleo também se manifesta na introdução com outro nome, tese.

  11. Tipos de parágrafo • Declaração inicial – é o parágrafo mais comum, o que se inicia com uma afirmação e é rodeado por idéias secundárias. Costuma vir na introdução do texto, mas pode ser, também, o segundo parágrafo. Costuma abrigar a tese. • Interrogação – é o parágrafo que apresenta uma ou mais perguntas, uma reflexão sobre o que se está discutindo. Normalmente pede resposta, uma vez que o autor a faz quando esta não é uma pergunta retórica (aquela que não necessita resposta, ex.: Joãozinho, isso são horas de chegar em casa? Três e meia da manhã?)

  12. Continuação... • Definição – é o parágrafo que se vale do conceito de alguma coisa, normalmente o foco do tema. Procura fazer o mesmo trabalho do dicionário. Ideal para quem tem muita dificuldade em iniciar o texto. • Oposição e comparação – é o parágrafo que subdivide em dois grupos posições diferentes sobre um mesmo tema. Ótimo para temas complexos. Ex.: O problema do desarmamento ainda possui um agravante sério. É que de um lado há civis que não querem se desfazer de suas armas porque se sentem seguros assim, enquanto, do outro lado, outros civis acham que armados gerarão mais violência.

  13. Continuação... • Citação – quando utilizamos num parágrafo a fala de alguém, o discurso de uma autoridade no assunto, por exemplo, recortada por aspas, dizendo quem o disse depois (ou antes). Importante na sustentação do que se defende. Também se pode fazer a citação em discurso indireto, sem aspas. • Exemplificação – aqui enumeram-se os exemplos sobre uma questão que já foi explicada ou que virá a ser. A exemplificação dá base aos argumentos utilizados pois, como que provando ao leitor, os exemplos mostram o que se fala.

  14. Continuação... • Alusão histórica – este recurso é bastante utilizado em textos que remetem a fatos corriqueiros ou já acontecidos. Assim, se o tema refere-se à corrupção, pode-se voltar ao passado para comparar o que acontece hoje. • Ilustração – a ilustração é o exemplo que vai além da enumeração. É o exemplo que explica, que dá orientação ao leitor para saber exatamente do que se fala. Enquanto na exemplificação temos apenas os tópicos (e às vezes vários), na ilustração costuma-se ter apenas um exemplo, porém, com maior explanação sobre o que ele mostra.

  15. Observando um soneto De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto, TESE Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em louvor hei de espalhar meu canto ANTÍTESE E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive SÍNTESE Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama CONCLUSÃO Mas que seja infinito enquanto dure.

  16. Continuando... • É comum trabalharmos poesia distinguindo-a completamente dos textos dissertativos, uma vez que se trata de outro gênero, muito específico, com temática normalmente diferente do que se trabalha em dissertação e que, até na forma, parece não ter nada em comum com o texto expositivo-crítico. • Entretanto, via de regra, texto é texto. Discurso é discurso. E, por causa dessa premissa, eles obviamente têm algo em comum.

  17. Continuando... • Vemos que o famoso soneto de Vinicius de Moraes segue o esquema comum a esse tipo de poema, tem dois quartetos e dois tercetos, totalizando 14 versos. Possui rimas simples, porém, muito bem arranjadas e tem uma chave de ouro emblemática. Se nós não nos lembramos do poema, essa parte, pelo menos, nós sabemos quase de cor. • O soneto possui quatro partes distintas, sendo elas a tese, no primeiro quarteto; a antítese, no segundo; a síntese no primeiro terceto; e a conclusão e chave de ouro no segundo terceto.

  18. Continuando... • Se observarmos bem, isso se parece com o esquema do texto dissertativo, uma vez que esse apresenta na introdução uma tese; uma discussão no desenvolvimento (antítese); uma síntese mais para o final do texto e, grande parte das vezes, uma “chave de ouro” na conclusão. O raciocínio é simples e pode ser aplicado em textos dissertativos quando do seu planejamento. As partes necessárias que compõem a dissertação resumem-se aí.

  19. As partes fundamentais (?) • Introdução: apresentação das idéias a ser trabalhadas ao longo do texto. • Desenvolvimento: discussão das idéias sugeridas na introdução de modo que o tema fique evidente. • Conclusão: fechamento do texto, geralmente com uma opinião pessoal sobre o exposto.

  20. Ok. Isso estava em voga há uns 20 anos. Não cabe mais repetir esse modelo simplório numa prova de concurso público, pois que essa redação agora pode ser mais que a apresentação e desenvolvimento das idéias sugeridas na introdução. Em alguns casos, ela quer que façamos arte, tal é o emparelhamento dos concorrentes. • Façamos então um upgrade nesse modelo simplório, lembrando sempre que há maneiras e jeitos diversos de se atingir o mesmo objetivo. O objetivo da dissertação é trabalhar um tema específico. Portanto, temos de nos ater a ele e tomar cuidado para que, quando formos lançar mão de outros recursos argumentativos, não o deixemos de lado e evidenciemos esse outro recurso, porque senão zeramos a prova.

  21. Argumentos • O argumento lógico é aquele que permite-nos fazer deduções. Ou seja, partimos de uma premissa – que espera-se, no texto dissertativo, ser verdadeira – e chegamos a uma conclusão acerca dela. • O argumento causal tem como método valer-se de perguntas (ainda no projeto de texto) para que suas respostas concluam um ponto de vista. Depois das perguntas qual o tema? e qual nossa opinião?, o passo seguinte seria perguntar por quê? As respostas serão o eixo principal de nossa argumentação.

  22. Continuando... • O argumento consensual consiste naquele ponto-de-vista que é tido como consenso pelas pessoas. Seria como dizer que a educação é a base para uma população consciente e mais ativa. É um tipo de argumento que só serve para ilustrar uma redação, não deve ser utilizado como única fonte argumentativa, pois assim a opinião de quem escreve dá espaço ao lugar-comum. • Contra-argumento é o nome que damos ao ato de dizer o contrário do que diz uma opinião, com o intuito de provar que a opinião atual é que é a mais próxima da verdade, ou a mais plausível, ou a melhor saída, ou a mais racional decisão, etc. Assim, contra-argumentar é valer-se da opinião sugerida do outro, do consenso, sugerida pelo tema para montar um novo paradigma. Esse novo paradigma é baseado no contrário da opinião inicial.

  23. Bom exemplo de dissertação A favor dos videogames O cérebro humano é um órgão que absorve quase 25% da glicose que consumimos e 20% do oxigênio que respiramos. Carregar neurônios ou sinapses que interligam os neurônios em demasia é uma desvantagem evolutiva, e não uma vantagem, como se costuma afirmar. Todos nós nascemos com muito mais sinapses do que precisamos. Aqueles que crescem em ambientes seguros e tranqüilos vão perdendo essas sinapses, que acabam não se conectando entre si, fenômeno chamado de regressão sináptica.

  24. Continuando... Portanto, toda criança nasce com inteligência, mas aquelas que não a usam vão perdendo-a com o tempo. Por isso, menino de rua é mais esperto do que filho de classe média que fica tranqüilamente assistindo às aulas de um professor. Estimular o cérebro da criança desde cedo é uma das tarefas mais importantes de toda mãe e todo pai modernos. Sempre fui a favor de videogames, considerados uma praga pela maioria dos educadores e pedagogos. Só que bons videogames impedem a regressão sináptica, porque enganam o cérebro fazendo-o achar que seus filhos nasceram num ambiente hostil e perigoso, sinal de que vão precisar de todas as sinapses disponíveis. O truque é encontrar bons jogos, mas não é tarefa impossível.

  25. Continuando... O primeiro videogame que comprei para meus filhos foi o famoso SimCity, um jogo em que você é o prefeito de uma pequena vila, e, dependendo de suas decisões, ela pode se tornar uma megalópole ou não. Se você for um péssimo prefeito, a população se mudará para a cidade vizinha, e fim do jogo. Em vez de eleger prefeitos, seria muito melhor se empossássemos o vencedor do campeonato de SimCity em cada cidade. Um dia eu estava brincando de "prefeito" quando meus filhos de 11 e 13 anos de idade, analisando meu "planejamento urbano" inicial, balançaram a cabeça em desaprovação: "Tsk, tsk, tsk. Pai, daqui a cinqüenta anos você vai dar com os burros n'água". Eu, literalmente, caí da cadeira. Quantos de nós, aos 11 anos, tínhamos consciência de que atos feitos na época poderiam ter conseqüências nefastas cinqüenta anos depois?Quantos de nós pensaríamos em prever um futuro para dali a cinqüenta anos?

  26. Continuando... A lição que me deram com o famoso videogame Mario Brothers foi ainda melhor. Não tendo a paciência de meus filhos, eu vivia cortando caminho pelos vários atalhos existentes no jogo, quando novamente me deram o seguinte conselho: "Não se podem queimar etapas, senão você não adquire a experiência e a competência necessárias para as situações mais difíceis que estão por vir". A frase não foi exatamente essa, mas foi o suficiente para me deixar com os cabelos em pé. Dois garotos estavam me ensinando que cada etapa da vida tem seu tempo e aprendizado, e nela não se pode ser um apressado.

  27. Continuando... No jogo Médico, as crianças aprendem a fazer um diagnóstico diferencial, a pior das alternativas sendo uma apendicite. Nesses casos, elas têm de operar "virtualmente" o paciente seguindo condutas médicas corretas. Um dos procedimentos é a assepsia da pele, e ai de quem não escovar o peito do paciente, com o mouse nesse caso, por três minutos, o que é uma eternidade num videogame e para uma criança. Quem gasta menos do que isso é sumariamente expulso do hospital por erro médico. Que matéria ou professor ensina esse tipo de autodisciplina?

  28. Continuando... Em A-Train, o jogador é um administrador de empresa ferroviária. A criança tem de investir enormes somas colocando trilhos e locomotivas sem contar com muitos passageiros no início das operações. Aprende-se logo cedo que uma empresa começa com prejuízo social e tem de ter recursos para suportar os vários anos deficitários. Aos 12 anos, meus filhos já tinham noção de que os primeiros anos de um negócio são os mais difíceis, e controlar o capital de giro é essencial. Avaliar riscos e administrar o capital de giro, nem grandes empresários sabem fazer isso até hoje.

  29. Continuando... Como em tudo na vida, é necessário ter moderação nas horas devotadas ao videogame. Mas ele é uma ótima forma de estimular o cérebro da criança e impedir sua regressão sináptica, além de ensinar planejamento, paciência, disciplina e raciocínio, algo que nem sempre se aprende numa sala de aula. Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br) Editora Abril, Revista Veja, edição 1926, ano 38, nº 41, 12 de outubro de 2005, página 22

  30. Contatos • E-mail: gugaronio@gmail.com

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