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Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea

Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea. (Eleições de 3 de outubro de 1955). CAMPANHA -JK. CENA DE CAMPANHA. GOVERNO JK – 1956-1961. PRESIDENTE – JUSCELINO KUBITSCHECK DE OLIVEIRA - PSD (OBTEVE= 3.077.411 VOTOS) VICE-PRESIDENTE – JOÃO GOULART – PTB (OBTEVE 3.591.409 VOTOS)

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Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea

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  1. Campanha eleitoral –JK/JG- Comitê feminino da Gávea (Eleições de 3 de outubro de 1955)

  2. CAMPANHA -JK • CENA DE CAMPANHA

  3. GOVERNO JK – 1956-1961 • PRESIDENTE – JUSCELINO KUBITSCHECK DE OLIVEIRA - PSD • (OBTEVE= 3.077.411 VOTOS) • VICE-PRESIDENTE – JOÃO GOULART – PTB (OBTEVE 3.591.409 • VOTOS) • ___________________________________________ • VOTAÇÃO % DOS CANDIDATOS: • JK – TEVE 36% DOS VOTOS (ALIANÇA PTB/PSD) • JUAREZ TÁVORA – 30% • ADEMAR DE BARROS – 26% • PLÍNIO SALGADO – 8% • -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- • Fonte: MARANHÃO, Ricardo. O Governo Juscelino Kubitschek. São • Paulo: Brasiliense, 1981, p. 22. • Observação: Juscelino foi eleito por apenas 36% dos votos válidos (contra os 49% de Getúlio em 1950 e os 55% de Dutra em 1945 – BENEVIDES, Maria Victória. O governo Kubitschek: a esperança como fator de desenvolvimento. In: GOMES, Angel de Castro (Org.)O Brasil de JK. RJ: FGV/CPDOC. 1991, p. 15)

  4. DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS PELO PTB - 1945-1962 • --------------------------------------------------------------- • ENTRE OS PARTIDOS POLÍTICOS, O PTB APARECIA EM FRANCO CRESCIMENTO. A CADA LEGISLATURA EXPANDIA-SE*. • 1945 > 22 DEPUTADOS • 1950 > 51 DEPUTADOS • 1954 > 56 DEPUTADOS • 1958 > 66 DEPUTADOS • 1962 > 116 DEPUTADOS • EM 1962 > O PTB SUPERA A UDN E PASSA A DISPUTAR COM O PSD A LIDERANÇA DE MAIOR PARTIDO NACIONAL > É ESTIGMATIZADO > E ACUSADO DE “ESQUERDISTA”. • *Fonte: MARANHÃO, Ricardo. O Governo Juscelino Kubitschek. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 22.

  5. CENÁRIO POLÍTICO DA CONJUNTURA • 2. cont. • JK/JG > FORAM ELEITOS, EM 3 DE OUTUBRO/1955 PELA COLIGAÇÃO PTB/PSD> TIVERAM DIFICULDADES DE TOMAR POSSE EM DECORRÊNCIA DE QUESTIONAMENTOS SOBRE A LEGITIMIDADE PARA GOVERNAR. • ¬ • HAVIAM SIDO OS MAIS VOTADOS, MAS NÃO ATINGIRAM VOTAÇÃO MAJORITÁRIA (O QUE NÃO ERA EXIGIDO PELA CONSTITUIÇÃO). • ¬ • A UDN FEZ JOGO DE CENA > CONSPIROU COM FACÇÕES MILITARES PARA IMPEDIR A POSSE, O QUE NÃO FOI ACEITO POR PARTE DE OUTRA FACÇÃO MILITAR LIDERADA PELO MARECHAL LOTT QUE, EM DEFESA DA CONSTITUIÇÃO, GARANTIU A POSSE DOS ELEITOS. • DIANTE DESSAS INFORMAÇÕES > QUAL É O PERFIL DESSE GORVERNO?

  6. MOUREIRA, Vânia Maria Lousada. Os anos JK: industrialização e modelo oligárquico de desenvolvimento rural. In: FERREIRA, J. ; DELGADO, Lucília. O Brasil Republicano. RJ: Civilização Brasileira, 2003, v. 3. • PARA ISSO, VAMOS APRESENTAR ALGUNS TEXTOS QUE CARACTERIZAM O PERFIL DESSE GOVERNO, EM DIFERENCIADOS ASPECTOS. • INICIAREMOS COM VANIA LOUSADA, COM O TEXTO “OS ANOS JK...”. • A AUTORA COMEÇA A DISCUSSÃO SOBRE O ASSUNTO, IDENTIFICANDO CERTA PECULIARIDADE DO GOVERNO JK > TER SIDO UM HOMEM DE AÇÃO E O MAIS BEM SUCEDIDO GOVERNO DE EXPERIÊNCIA DEMOCRÁTICA, APÓS 1946.

  7. MOUREIRA, Vânia Maria Lousada. Os anos JK: industrialização e modelo oligárquico de desenvolvimento rural. In: FERREIRA, J. ; DELGADO, Lucília. O Brasil Republicano. RJ: Civilização Brasileira, 2003, v. 3. • P. 158 > A AUTORA AFIRMA QUE O SEU OBJETIVO NESTE TEXTO > É EXPLICAR O GOVERNO JK A PARTIR DAS INTER-RELAÇÕES POLÍTICAS ESTABELECIDAS ENTRE O SEU PROJETO NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTA > CONTRAPOSTO AOS DOIS OUTROS PROJETOS À DIREITA E À ESQUERDA: O RURALISTA (CONSERVADOR E AUTORITÁRIO) E O NACIONALISTA ECONÔMICO (CRESCENTEMENTE REFORMISTA E ABERTAMENTE POPULAR).

  8. O nacional-desenvolvimentismo • P. 159. O perfil desenvolvimentista de Juscelino > configurou-se ainda quando era Prefeito de Belo Horizonte. Foi em sua campanha à presidência da República e, sobretudo, em sua administração > que o nacional-desenvolvimentismo consolidou-se como estilo de governo e como um projeto social e político para o Brasil. • Traços desse projeto > 1). compromisso com a democracia e com 2).o desenvolvimento industrial de tipo capitalista.

  9. O Programa de governo de JK –assumiu a linguagem desenvolvimentista • Para tanto, foi formulado o famoso • “Plano de Metas” (programa de governo) > que era um documento essencialmente econômico. Esse programa dividiu-se em 30 metas, distribuídas por setores, a saber: • 1. setores de energia (metas 1 a 5); • 2. transporte (metas 6 a 12); • 3. alimentação (metas 13 a 18); • 4. indústria de base (19 a 29); • 5. educação (30). • A construção de Brasília só foi incorporada ao Plano de Metas durante a campanha e logo tornou-se prioritário para Juscelino.

  10. Plano de Metas - sustentáculo • O plano de Metas > projetava um desenvolvimento de 50 anos em 5 > tendo como sustentáculo a industrialização do país. Porém, seu modelo de industrialização > baseado na maior presença de capital estrangeiro > o que não era uma novidade. O mesmo padrão já estava em andamento desde o Estado Novo. Essa produção voltava-se para itens > classificados de substituição de importações. Esse modelo teve apoio de setores nacionalistas> parte deles nucleados no ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros, ligado ao Ministério de Educação.

  11. Projeto do desenvolvimentismo-nacional • Sustentação > movimento nacionalista, notadamente os segmentos considerados progressistas que se encontravam organizados no ISEB ou nas Alas Progressistas dos Partidos políticos, como o PSD (tinha um perfil nitidamente ruralista e conservador), UDN (partido de oposição que combatia a herança ideológica de Vargas e tinha como bandeira a “moralidade pública”) e o PTB, partido que defendia os interesses trabalhistas. • O que era o ISEB para esse governo?

  12. ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros • O ISEB > ERA CONSIDERADO UM DOS PRINCIPAIS CENTROS DE PRODUÇÃO E DIFUSÃO DO IDEÁRIO NACIONALISTA DURANTE A EXPERIÊNCIA DEMOCRÁTICA >E O SUSTENTÁCULO DESSE PROJETO POLÍTICO-IDEOLÓGICO. • COMPUNHAM OS SEUS QUADROS >INTELECTUAIS DE PRESTÍGIO, A SABER: ROLAND CORBISIER, HÉLIO JAGUARIBE, NELSON WERNECK SODRÉ, CÂNDIDO MENDES E OUTROS. A INSTITUIÇÃO DEFENDEU ABERTAMENTE A PLATAFORMA NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTA DE JK.

  13. ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros • O NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO> DEFINIA O PROJETO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DO ISEB E DO GOVERNO JK. MAS, “IDEOLOGIA DO DESENVOLVIMENTISMO NACIONAL” > OCULTAVA A DIMENSÃO DE CLASSE SUBJACENTE AO PROJETO NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTA. • A AUTORA VAI EXAMINAR NOS TÓPICOS SEGUINTES, A MOVIMENTAÇÃO DESSAS FORÇAS POLÍTICAS A PARTIR DE SUAS CONCEPÇÕES. INICIA SUA REFLEXÃO CARACTERIZANDO O PERFIL DOS PROGRESSISTAS.

  14. OS PROGRESSISTAS E O MOVIMENTO NACIONALISTA • P. 166 - Os Progressistas não eram apenas os setores organizados no PTB que defendiam os interesses trabalhistas e as reformas sociais. Eles também encontravam-se nos partidos conservadores como a “Ala Moça” do PSD e a “Bossa Nova” da UDN. • Para os progressistas as questões urgentes eram a incorporação das exigências populares > voto do analfabeto, a revisão da estrutura agrária, a extensão da legislação social e trabalhista aos trabalhadores rurais, o apoio à industrialização e a reforma administrativa, entre outras.

  15. Desenvolvimento nacional= industrialização • Porém, entre os segmentos mais radicais > a modernização da sociedade nacional > significava reformas profundas no sistema político-eleitoral, na administração do Estado, na estrutura agrária, na educação e nas relações internacionais. • Depois do colapso de 1929 > ficou claro para amplos setores > a fragilidade da Nação > em decorrência de um modelo de desenvolvimento dependente do mercado externo, como era o agrário exportador. Durante o governo JK as questões que mais mobilizavam o movimento nacionalista > ERAM a industrialização, a reforma agrária, a presença do capital estrangeiro.

  16. O nacionalismo econômico • A plataforma industrialista e desenvolvimentista >TINHA ampla penetração nos segmentos nacionalistas e progressistas. Esse apoio não se deu sem críticas. A implementação do plano de Metas de JK > ocorreu com emissão recorrente de papel moeda, instalação de multinacionais > Essa opção provocou o aumento inflacionário e maior presença de capital (K) internacional na economia brasileira > A crítica contra a inversão direta de capital estrangeiro > era recorrente entre os setores nacionalistas: políticos, intelectuais, estudantes e sindicalistas.

  17. 2. O projeto do nacionalismo econômico • P. 172 - O projeto social dos nacionalistas econômicos da Revista Brasiliense >era bastante diverso daquele defendido pelo nacional-desenvolvimentismo de JK e do ISEB. • Pregavam a aliança entre os setores sociais populares (proletários, camponeses e progressistas) > na defesa da industrialização e das reformas estruturais, sobretudo a agrária para elevar o padrão social e econômico da população brasileira.

  18. Revista Brasiliense x ISEB • O nacionalismo econômico > foi a perspectiva de esquerda do período > aglutinada na Revista Brasiliense que congregava os intelectuais afinados com essa perspectiva. Embora a Revista tivesse ligações com o Partido Comunista não era, contudo, um periódico que refletisse a posição oficial do partido. Dentre os intelectuais agregados à revista destacam-se: Caio Prado Jr, Chaves Neto, Calil Chade. Eles criticavam o “capital colonizador” e a política desenvolvimentista de JK > justamente porque criava novos laços de dependência econômica.

  19. Cont.- Revista Brasiliense x ISEB • Para os Isebianos > a dependência econômica era uma característica da economia baseada na exportação de produtos agrícolas. Essa dependência era o resultado da aliança dos latifundiários agro-exportadores com o mercado internacional. • O movimento dos nacionalistas econômicos .tornou-se ferrenho crítico do “entreguismo” juscelinista, propondo uma plataforma política abertamente reformista, antiimperialista, e comprometida com as camadas populares.

  20. Projeto dos nacionalistas econômicos • O projeto nacionalista econômico > no final do governo JK > era a perspectiva dominante, contraposto ao nacional-desenvolvimentismo. Defendiam um capitalismo tipo estatal > voltado aos interesses populares do campo e das cidades e na crítica às novas dependências nascidas da industrialização. Propugnavam pelas reformas de base, como solução para os problemas do país.

  21. 3.O projeto ruralista • Para a autora a implementação do plano de Metas do governo JK > ERA voltado para um novo pacto político > com o objetivo de orientar o processo de desenvolvimento brasileiro, capaz de articular e harmonizar os objetivos e reivindicações dos setores ruralistas com os novos e grandes interesses industriais. • O sucesso do Plano de Metas de JK > construção de Brasília e do “cruzeiro rodoviário” > QUE ERA composto pelas rodovias Belém/Brasília, Acre/Brasília, Fortaleza/Brasília, Belo Horizonte/Brasília e Goiania/Brasília. Essa diretriz política > cumpria um importante objetivo > de integração nacional > tornava possível a construção do mercado interno.

  22. Estrangulamento do desenvolvimento • NA AVALIAÇÃO DA EQUIPE DE JK > ERA A FALTA DE COMUNICAÇÃO ENTRE AS REGIÕES INDUSTRIALIZADAS E AS ZONAS AGRO-PRODUTORAS DO INTERIOR > O MAIOR ENTRAVE AO DESENVOLVIMENTO DO PAÍS. A AMPLIAÇÃO DO PARQUE INDUSTRIAL BRASILEIRO DEPENDIA > DE UMA MAIOR INTEGRAÇÃO NACIONAL. • A POLÍTICA COLOCADA EM PRÁTICA POR JK, DE AMPLIAÇÃO DO MERCADO INTERNO > NÃO ERA A ÚNICA PROPOSTA E NEM A MAIS RACIONAL DO PONTO DE VISTA FINANCEIRO. A OPERAÇÃO VISAVA > FAVORECER A INDUSTRIALIZAÇÃO SEM ENTRAR EM ROTA DE COLISÃO COM OS FORTES INTERESSE DA OLIGARQUIA RURAL > E COSTURAR A ALIANÇA POLÍTICO E SOCIAL COM ESSE SETOR >INTERESSADO EM AMPLIAR AS FRONTEIRAS AGRÍCOLAS PARA REGIÕES AINDA APARTADAS DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL. NOVAMENTE FOI ACIONADA A CHAMADA “NOVA MARCHA PARA OESTE” (P. 177) > QUE PRESSUPUNHA O PROCESSO DE OCUPAÇÃO ESPONTÂNEA DA TERRA.

  23. O setor agropecuário - • Para a autora, embora os ruralistas tivessem interesses próprios, o setor estava em franca reestruturação desde 1929. A partir desta data, o setor agropecuário > passou por profundas transformações, decorrentes da crise mundial e de transformações em sua estrutura. • No plano mais global > a economia brasileira deixou de ser predominantemente agrário-exportadora > ESTAVA marcada por progressiva industrialização e a reorganização do setor agrícola > QUE passou a crescer para atender a demanda interna. • Os setores ruralistas voltados para o mercado interno > gostassem ou não da industrialização > perceberam que essa alternativa era importante. Trataram de harmonizar-se e garantir no pacto político mais amplo o atendimento de seus interesses. O projeto social ruralista > não era antiindustrialista.

  24. Projeto ruralista • O projeto social ruralista defendia > maior integração entre indústria e agropecuária, a modernização da agricultura e, finalmente a manutenção da grande propriedade rural. Excluía, contudo, a grande maioria da população rural, formada por pequenos posseiros e trabalhadores sem terra. Não considerava que 70% da população brasileira (formada por homens e mulheres), nesse momento, ainda vivia no campo e em cidades de menos de dois mil habitantes (p.181).

  25. Industrialização e expansão do modelo oligárquico de apropriação territorial • Na interpretação da autora, as aspirações ruralistas não eram contraditórias ou incompatíveis com o programa desenvolvimentista de Jk. A oligarquia rural não se posicionava contra a industrialização como imaginavam os isebianos. Juscelino tampouco excluía a oligarquia rural do grupo de apoio ao seu governo e também não combatia seus interesses “arcaicos”. • Juscelino ao contrário > em seu Plano de Metas (setor de alimentos e rodovias ) > promoveu a expansão e modernização do setor agromercantil. Houve a intensificação do uso de fertilizantes e tratores, bem como a construção de estradas, armazens e frigoríficos (p. 182).

  26. Industrialização e expansão do modelo oligárquico de apropriação territorial • A expansão do modelo oligárquico de apropriação territorial nas fronteiras agrícolas > trouxe graves conseqüências, a saber: o acirramento do conflito de interesses no campo; o aumento de especulação fundiária; a grilagem e formação de novos latifundios e conflitos inter-etnicos e sociais, envolvendo os pequenos proprietários e índios.

  27. Cidadania e nacional-desenvolvimentismoConclusões • Na avaliação final feita pela autora sobre o bem sucedido governo JK > ela afirma que tal governo não alcançou os diversos segmentos da sociedade. A maior parte da população continuou à margem dos benefícios gerados pelo desenvolvimento e crescimento da economia. • JK deixou de cumprir as promessas de desenvolvimento social que via de regra, estavam associadas à idéia de aceleração da prosperidade econômica. Não conseguiu elevar o nível de vida da população sertaneja. E, também, não foi bem sucedido em duas outras promessas: os desníveis do desenvolvimento regional e o “subdesenvolvimento” nacional.

  28. 2. BENEVIDES, MARIA VICTÓRIA. O governo Kubitschek: a esperança como fator de desenvolvimento. In: GOMES, Angel de Castro (Org.)O Brasil de JK. RJ: FGV/CPDOC. 1991, p. 9-22. • A cientista política M. V. Benevides, estudiosa do governo JK, afirma que teria ficado para adversários e admiradores a imagem de seu espírito otimista e criador, iluminado por inegável tolerância política. • Esse fascínio estaria associado a proposição de “50 anos em 5” > que “ousou duvidar da eterna vocação agrícola do país e que aliou ao desenvolvimento acelerado uma experiência bem sucedida de governo democrático. Tão democrático quanto possível nos limites óbvios de uma democracia de elites, com forte tradição oligárquica, militarista e mesmo golpista” (p.9).

  29. O modelo desenvolvimentista e a persona • Para tratar do assunto ela relembra a comoção causada pela sua morte. E a multidão que chorava e ao mesmo tempo cantava “Peixe vivo” em seu enterro e pedia democracia, desafiando a ditadura. • A autora ao discutir essa associação entre desenvolvimentismo e Juscelino >indaga até que ponto o juscelinismo estaria associado a outros “ismos” do período, como populismo e nacionalismo, ou em plano mais pessoal ao getulismo?

  30. A singularidade do governo JK • Para Benevides, a questão central é > Como explicar a aparente estabilidade política do governo, cujo chefe foi o único presidente civil, depois de 1930, a assumir a presidência da República e a transferi-la ao sucessor no dia marcado pela Constituição? • Kubitschek e seu vice João Goulart > assumiram o governo sob forte contestação de setores anti-getulistas e por civis ligados à conservadora União Democrática Nacional – UDN. A posse de ambos foi garantida pelo “contragolpe preventivo” do então Ministro da Guerra, general Lott que garantiu a Constituição.

  31. Singularidade do governo JK • O GOVERNO JK “ENCRAVA-SE NUM PERÍODO CRÍTICO, ENTRE O SUICÍDIO DE VARGAS (AGOSTO DE 1954) E A RENÚNCIA DE JÂNIO QUADROS. NO ENTANTO, ESSA EXPERIÊNCIA RESULTOU NUM GOVERNO POLITICAMENTE ESTÁVEL, APESAR DE MARCADO POR CRISES MILITARES NO COMEÇO E NO FIM DO PERÍODO, COMO: • OS LEVANTES DE JACAREACANGA E DE ARAGARÇAS; PELAS CRISES PROVOCADAS POR CONFLITOS ENTRE AS TRÊS ARMAS MILITARES; • POR UMA INTENSA ATIVIDADE SINDICAL E PARTIDÁRIA; PELA ASCENSÃO DOS MOVIMENTOS CAMPONESES E PELA CRESCENTE INTERVENÇÃO DA IGREJA NA ÁREA POLÍTICO-SOCIAL, SOBRETUDO NO NORDESTE” (P.10), AO LADO DOS DOMINADOS, DIFERENTEMENTE DOS PERÍODOS HISTÓRICOS ANTERIORES.

  32. Singularidade do governo JK • NO ENTANTO, DIGO EU, ESSE SEGUNDO MARCO NÃO PODE SER CONSIDERADO RELEVANTE COMO QUER A AUTORA PORQUE AINDA NÃO OCORREU E NÃO EXPLICA A CARACTERÍSTICA PRINCIPAL ATRIBUÍDA A JK , QUE É RESPONSÁVEL PELA MARCA DA ESTABILIDADE POLÍTICA DE SEU GOVERNO > QUE É CONSEGUIR “ADMINISTRAR” E SUPERAR ESSAS CRISES. • BENEVIDES CONSIDERA QUE O PAPEL DA IGREJA NA CONJUNTURA TEM SIDO NEGLIGENCIADO PELAS ANÁLISES POLÍTICAS DO PERÍODO; OBSERVA A AUTORA CHAMANDO A ATENÇÃO PARA A ESTREITA RELAÇÃO QUE JUSCELINO ESTABELECEU COM OS BISPOS DO NORDESTE PARTICIPANDO DE SEUS ENCONTROS EM 1956 E 1959.

  33. O governo JK > negociação e conciliação política • NO ÂMBITO DAS CONFIGURAÇÕES POLÍTICAS DA CONJUNTUR, PERGUNTA BENEVIDES, COMO OPERAVAM SUAS BASES POLÍTICAS DE SUSTENTAÇÃO? • A AUTORA OBSERVA QUE, TANTO OS AMIGOS QUANTO OS INIMIGOS, IDENTIFICAVAM JUSCELINO COMO “HERDEIRO” DE GETÚLIO (INDEPENDENTE DO AFASTAMENTO DO PSD MINEIRO DAQUELE PRESIDENTE). EM ENTREVISTA CONCEDIDA A AUTORA JUSCELINO REAFIRMOU QUE A APROXIMAÇÃO DO TRABALHISMO-GETULISTA ERA FUNDAMENTAL PARA ANGARIAR O APOIO POPULAR.

  34. O governo JK > negociação e conciliação política • POR ISSO, INSISTIU NA ALIANÇA COM O PTB E NO NOME DE JOÃO GOULART PARA VICE-PRESIDENTE, APESAR DE SABER QUE ENFRENTARIA FORTE OPOSIÇÃO UDENISTA E DOS MILITARES. • NA SUA AVALIAÇÃO, SOMENTE QUEM BUSCASSE A RECONCILIAÇÃO ENTRE O VOTO RURAL DO PSD COM O VOTO URBANO DO PTB CONSEGUIRIA ENFRENTAR A OPOSIÇÃO E SE ELEGER. ASSIM, SEGUNDO A AUTORA, “JUSCELINO E JANGO, PERSONIFICANDO A HERANÇA GETULISTA, CONSEGUIRAM O “PONTO ÓTIMO” DA ALIANÇA PSD/PTB, SOLIDAMENTE REINSTALADA NO PODER”.

  35. A oposição udenista • Tal aliança, embora sólida sofreu os seus revezes, como previa JK. Além das crises militares, deve ser enfatizado que, apesar de contar com confortável maioria parlamentar (fruto da histórica aliança PSD-PTB), o governo era alvo constante da virulenta oposição udenista que se especializou na denúncia dos “escândalos” da administração e na obstrução aos projetos do Executivo.

  36. O populismo de Jk • A AUTORA SE PERGUNTA ATÉ QUE PONTO É POSSÍVEL ASSOCIAR POPULISMO A JUSCELINISMO E CONSIDERAR JUSCELINO KUBITSCHEK UM LÍDER POPULISTA? EM SUA INTERPRETAÇÃO FOI O PRESIDENTE QUE LEVOU AO MÁXIMO A VIRTUALIDADE POPULISTA, EMBORA NÃO EXIBISSE AS CARACTERÍSTICAS “TRADICIONAIS” DO POPULISTA - APELO AO TRABALHISMO (JOÃO GOULART), SENTIDO PATERNALISTA, COM ASPECTOS REACIONÁRIOS (ADEMAR DE BARROS), OU A VERSÃO MORALISTA-AUTORITÁRIO, DE JÂNIO QUADROS.

  37. O populismo de Jk • NO “DISCURSO JUSCELINISTA” > NÃO HÁ UMA CARACTERÍSTICA QUE REMETA AO PENSAMENTO REACIONÁRIO, NO SENTIDO DE QUE ESTE DISTINGUE-SE, SOB QUALQUER VERTENTE POLÍTICA OU IDEOLÓGICA, PELA VONTADE EXPLÍCITA DE VOLTA Á SITUAÇÃO ANTERIOR, DE EXALTAÇÃO AO PASSADO. PELO CONTRÁRIO, O FUTURO É SEMPRE A REFERÊNCIA MAIOR DE JK E SEU DISCURSO.

  38. O populismo de Jk • SE NÃO ERA “TRADICIONALMENTE” POPULISTA, ERA POSSÍVEL FALAR DE “IDEOLOGIA DO JUSCELINISMO”? • NAS ANÁLISES SOBRE “IDEOLOGIAS” INTERESSA O CONFRONTO DAS AMBIGÜIDADES E DAS CONTRADIÇÕES > PARTES INTEGRANTES DE QUALQUER DISCURSO POLÍTICO – COMO, ALIÁS, DE QUALQUER LINGUAGEM SIMBÓLICA.

  39. O populismo de Jk • Para a autora a ambigüidade mais visível nos discursos juscelinistas refere-se, de início, a conjugação entre o nacionalismo de herança varguista e um novo modelo de desenvolvimento amarrado ao capital estrangeiro. • No juscelinismo está clara a proposta para o futuro, em termos ideológicos da “construção do novo” – país, estado, Nação – e uma proposta prática de mudança na administração.

  40. O populismo de Jk • É ASSIM QUE O POPULISMO TOMA OUTRO SENTIDO COM JUSCELINO, ALÉM DE SER A EXPRESSÃO DE UMA ALIANÇA VITORIOSA E VIRTUALMENTE CONTRADITÓRIA ENTRE UM PARTIDO CONSERVADOR DE BASE RURAL, COMO O PSD, E UMA AGREMIAÇÃO DE BASE URBANA, COMO O PTB (P.15).

  41. O populismo de Jk • Isso significava dimensionar a ampliação da participação política através do voto - conseqüência da carta de 1946. Ou seja, “Jk compreendeu, se o voto era necessário para conferir legitimidade ao sistema e ao seu governo, a contrapartida do governante, para canalizar o apoio dos grupos e classes emergentes, era justamente a maciça criação de empregos.

  42. O populismo de Jk • A EUFORIA DESENVOLVIMENTISTA E, ESPECIFICAMENTE, A FUNDAÇÃO DE BRASÍLIA E A IMPLANTAÇÃO DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO ÂMBITO DO PLANO DE METAS, CONVERTERAM-SE NA RESPOSTA DE UM NOVO E “MODERNO” POPULISMO” (P. 16). • BENEVIDES ASSIM CONCLUI: • “RESUMINDO, O POPULISMO JUSCELINISTA PODE SER VISTO COMO UM TIPO DE CONCILIAÇÃO, AO MESMO TEMPO MODERNIZANTE E CONSERVADORA, E COMO UM “NOVO” NACIONALISMO VOLTADO PARA AS EXPERIÊNCIAS DE UM CAPITALISMO PERIFÉRICO E DEPENDENTE DO CAPITAL ESTRANGEIRO” (P. 16).

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