1 / 14

A filosofia política na Idade Moderna

A filosofia política na Idade Moderna. Prof.º Adriano Paiva.

heaton
Download Presentation

A filosofia política na Idade Moderna

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. A filosofia política na Idade Moderna Prof.º Adriano Paiva

  2. Nos últimos séculos da Idade Média (Baixa Idade Média), porém, o humanismo começou a ganhar destaque, evoluindo para um antropocentrismo que substituiu gradativamente o teocentrismo. Em suma, a figura humana passou a reconquistar seu espaço na filosofia, nas artes e nas ciências, assim como na política. Era o advento do Renascimento. • Vejamos, então, como o pensamento político ganhou novos contornos e perspectivas quando a Idade Moderna começou.

  3. Nicolau Maquiavel e O príncipe • Quando Nicolau Maquiavel (1469-1527) escreveu o livro O príncipe, em 1513, é bem provável que ele não imaginasse as interpretações controvertidas que sua obra iria suscitar. • É comum, hoje em dia, associarmos a conduta de uma pessoa ou de um grupo que age sem escrúpulos com a idéia de eles são “maquiavélicos”. Mais ainda: ser “maquiavélico”, neste sentido pejorativo, significa ser “diabólico”, ou seja, agir de forma perversa.

  4. Nicolau Maquiavel e O príncipe • É comum atribuirmos a esse pensador a máxima “os fins justificam os meios”. • Contudo, ele não a escreveu com todas as letras, mas o que ocorre é que suas idéias nos remetem a fazer tal associação.

  5. Em uma passagem de O Príncipe, Maquiavel afirma: Nos atos de todos os homens, em especial dos príncipes, em que não há tribunal a que recorrer, somente importa o êxito, bom ou mau. Procure, pois, um príncipe vencer e preservar o Estado. Os meios empregados sempre serão considerados honrosos e louvados por todos, porque o vulgo se deixa conduzir por aparências e por aquilo que resulta dos fatos consumados, e o mundo é composto pelo vulgo, e não haverá lugar para a minoria se a maioria não tiver onde se apoiar.

  6. Nicolau Maquiavel e O príncipe • Logo de início, podemos afirmar que essas interpretações são equivocadas, pois Maquiavel jamais as propôs. • Portanto, Maquiavel, o filósofo, nada tem a ver com o “ser maquiavélico”. Sendo assim, de onde vem essa associação? Na verdade, ela é resultado de interpretações feitas sobre o pensamento de Maquiavel, pensamento este que, para não gerar confusões, chamamos de maquiaveliano (“aquilo que vem de Maquiavel”).

  7. Nicolau Maquiavel e O príncipe • O livro O príncipe não deixa de ser um tipo de “manual” que, utilizado de maneira correta, permitiria até mesmo a conquista e unificação da Itália por quem o seguisse. • Maquiavel dedicou esse livro ao nobre Lourenço de Médici, acreditando, talvez, que ele pudesse realizar a tarefa de unificar a Itália. Contudo, essa unificação só ocorreu na segunda metade do século XIX, e não é de se estranhar que, quando ela ocorreu, a memória e a obra de Maquiavel foram bastante exaltadas.

  8. O seu pensamento acerca da política superou, sim, a idéia de que o bom governo é apenas aquele que representa a vontade de Deus. • Maquiavel voltou-se para a cultura greco-romana a fim de encontrar respostas às suas inquietações. Mas, ao retornar à Antiguidade por meio dos estudos dos grandes pensadores do passado, Maquiavel percebeu que a defesa da política como algo ligado à ética e ao bem comum – a exemplo da “cidade ideal” de Platão, ou do Estado como expressão máxima da felicidade coletiva defendido por Aristóteles, ou ainda o bom governo proposto pelos romanos – não passava de uma idealização da política perfeita, ou seja, dificilmente poderia ser posto em prática.

  9. Recorrendo à história, Maquiavel percebeu que o “Estado ideal” greco-romano, assim como o cristão, não era possível, uma vez que os homens são muito mais movidos por sentimentos negativos do que positivos. Trata-se de uma constatação. • E podemos imaginar como essas constatações maquiavelianas devem ter incomodado muitas pessoas e instituições de sua época, especialmente a Igreja Católica.

  10. Maquiavel desvincula a política da religião e da moral (ética), afirmando que o poder político ou o poder do Estado tem razões que justificam seus atos. Ao desenvolver essa idéia, ele emprega os conceitos de fortuna e virtú. • O conceito de fortuna, aqui, não deve ser entendido como resultado do acúmulo de riquezas; não se trata disso. Maquiavel usa um conceito filosófico de fortuna que remete à idéia daquilo que não está em nosso poder, ou seja, aquilo que não está ao nosso alcance, pois é exterior a nós, independe da nossa vontade, mas afeta direta ou indiretamente nossas vidas. • Por ser algo relacionado com o irracional, muitas vezes nos referimos a essa fortuna como sendo a sorte ou a falta dela. Portanto, a fortuna deve ser entendida como uma coisa inconstante, movida pelo capricho; em suma, não depende da vontade humana. Alguns chamarão isso de destino.

  11. Quanto à virtú, o seu significado maquiaveliano está relacionado com o seu sentido latino, ou seja, viril. A idéia de virilidade está relacionada com a força e a determinação empregadas por uma pessoa que pretende conquistar algo. • Sendo assim, a virtú de um príncipe (governante) não está ligada a práticas morais que visam a combater a fortuna, mas sim à capacidade que um príncipe deve ter de se adequar às mais variadas situações provocadas pela fortuna. • O príncipe de virtúé aquele que agarra e domina a fortuna, ou seja, aquele que consegue se adequar às circunstâncias, mesmo que, para isso, precise ser volúvel e inconstante; não se trata, portanto, de alguém que se acomode com determinada situação.

  12. Mas por que Maquiavel defende uma virtú separada da ética? • Porque, segundo ele, a política deve ser compreendida como um campo separado da moral presente entre os indivíduos. • Essa separação visa a dar autonomia ao Estado, que deve estar acima das paixões e dos sentimentos humanos. • A autonomia do Estado, no entanto, jamais se tornará realidade se a moral individual for elevada como instrumento de governo, pois, dessa maneira, a política permanecerá como refém da fortuna. E lembre-se: para Maquiavel, “domar” a fortuna significa dar um caráter racional para o Estado.

  13. Perceba que Maquiavel não vira as costas para a ética. Ele reconhece que ela é imprescindível para a vida cotidiana, no trato que as pessoas comuns estabelecem no seu dia-a-dia. Contudo, essa ética não serve para reger a política, cuja lógica é diferente da vida comum. • O príncipe de virtú orientará suas ações ora pela crueldade, ora pela misericórdia; em dado momento, ele deverá ser dissimulado, em um outro será sincero. • Esse tipo de atitude visa à manutenção do Estado de forma autônoma, cuja finalidade maior, por sua vez, é a manutenção do bom funcionamento da sociedade por ele regida.

  14. Agora, podemos voltar à questão de como o pensamento de Maquiavel foi interpretado por alguns. A Igreja Católica, no contexto da Contra-Reforma, viu a proposta maquiaveliana de um Estado separado da religião como ameaça. • Muitas pessoas o criticaram exatamente por não entenderem a separação proposta por ele entre ética e política. • Daí é que surgiram expressões pejorativas como “maquiavélico” para designar uma ação negativa. A bem da verdade, até hoje algumas pessoas ainda usam esse adjetivo de forma pejorativa, na maioria das vezes sem conhecer a obra de Maquiavel.

More Related