1 / 30

TEORIA DA LITERATURA

TEORIA DA LITERATURA. LETRAS – PROFA. DRA. DANIELLE CRISTINA MENDES PEREIRA. AULA 3: Morfologia dos gêneros literários - da visão romântica à contemporânea. A tripartição clássica dos gêneros literários Gênero Dramático

apollo
Download Presentation

TEORIA DA LITERATURA

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. TEORIA DA LITERATURA LETRAS – PROFA. DRA. DANIELLE CRISTINA MENDES PEREIRA

  2. AULA 3: Morfologia dos gêneros literários - da visão romântica à contemporânea.

  3. A tripartição clássica dos gêneros literários • Gênero Dramático • Aristóteles aponta o gênero dramático como poesia produzida para ser encenada. A história é contada por atores, que usam suas ações, gestos e voz para desenvolvê-la. • O gênero dramático englobaria a tragédia e a comédia. • A tragédia conta a história de um homem de caráter elevado e posto pelo destino em uma situação de grande infortúnio, por um erro inconsciente. • A comédia imitaria homens de caráter inferior. Através do riso e da indicação do que seria o ridículo, a comédia apresentava a sua condição moralizante.

  4. Gênero Lírico A poesia lírica expressa os sentimentos, as emoções e as sensações do poeta; por isto, afirma-se o seu caráter confessional. Na Antiguidade, o poeta declamava os seus poemas, acompanhado pela música e de costas para o público.

  5. A poesia épica é narrativa. Conta a história dos grandes feitos heróicos de um povo, na forma de um poema dividido em cantos. Cada canto narra um episódio, que se integra aos demais, formando uma unidade de ação. O herói épico é um indivíduo de qualidades excepcionais e caráter elevado. Aceita o seu destino. Sua vida só tem sentido dentro da coletividade. A epopéia (narrativa épica) conta com a presença do sobrenatural – principalmente, através da intervenção dos deuses na vida das personagens e resgata lendas e histórias, mesclando-as à criatividade do autor. O narrador da epopéia é o chamado narrador clássico: com foco narrativo em terceira pessoa, distanciado e observador, além de onisciente.

  6. Os gêneros literários na visão platônica • Determinação de categorias literárias possíveis, a partir das interações entre o poeta e as personagens. • Uma poesia baseada apenas na exposição do poeta → Poesia ditirâmbica (pertencente ao gênero lírico). • Uma poesia inteiramente imitativa → Gênero Dramático (Tragédia e Comédia) • Uma poesia que combina a imitação à exposição do poeta → Poesia épica e outras formas de poesia.

  7. A visão aristotélica dos gêneros literários • Aristóteles questionou a teoria das ideias de Platão. Discordava da existência de um mundo bipartido em ideal e sensível. • Ao superar esta ideia, passa a superar também a própria concepção platônica de poesia mimética.

  8. Para Aristóteles, a poesia, como imitação do mundo, leva o Homem ao conhecimento. • A mimese é desligada da tarefa de representar a realidade externa. • Funda a mimese na possibilidade. Ao imitar, o poeta não precisa falar do que realmente tenha acontecido, mas do que poderia acontecer: “o poeta fala das coisas não como são, mas como poderiam ser”.

  9. É o critério da mimese o eixo de organização da classificação dos gêneros literários, que se dividem de acordo: • Com o meio de realização da mimese (o emprego do ritmo, do verso, da melodia). • As formas dos gêneros literários eram conexas aos seus conteúdos. • Com o que é imitado . • Com o modo de imitar. • “Quem fala” no gênero.

  10. As contribuições de Horácio • “Carta aos Pisões” (I a.c.) • Defende a poesia como um instrumento de educação e de moralização do Homem. • Docere cum delectare → educação com prazer. • “Os poetas querem ser úteis ou deleitarem-se, ou ainda dizer coisas, ao mesmo tempo, agradáveis e úteis para a vida”.

  11. “Os conhecidos versos de Horácio (...) não implicam um conceito de poesia autônoma, de uma poesia exclusivamente fiel a valores poéticos, ao lado de uma poesia pedagógica. O prazer, o dulce referido por Horácio e mencionado por uma longa tradição literária européia de raiz horaciana, conduz antes a uma concepção hedonista da poesia, o que constitui ainda um meio de tornar dependente, e quantas vezes de subalternizar, lastimavelmente, a obra poética”. (SILVA, Vítor Manuel. Teoria da Literatura. Coimbra: Almedina, 2000).

  12. Horácio concordava com a adequação entre forma e conteúdo defendida por Aristóteles. Para Horácio, só mereceriam o título de poeta aqueles que em suas criações escolhessem a forma (ritmo, métrica) e o tom corretos aos gêneros que escrevessem. A defesa de Aristóteles e, depois, de Horácio, da adequação entre forma e tom continuará por muito tempo.

  13. Os gêneros literários na Idade Média • Releituras e inserção de novos gêneros • Dante Alighieri • Epopéia e tragédia: estilos nobres • Comédia: estilo médio • Elegia: estilo humilde.

  14. Os gêneros literários no Renascimento • Poética clássica: modelo privilegiado • Fusão das reflexões de Aristóteles e de Horácio. • Os gêneros literários classificam-se em relação à forma, ao estilo e ao tema. • Concorda-se com a superioridade da tragédia e da epopéia. • Fundamentação da categoria “poesia lírica”, por Pietro Bembo • Poemas compostos a partir da expressão subjetiva. • No século XVI, Francisco Cascales propõe a categorização do gênero lírico, ao lado do gênero narrativo e do gênero dramático.

  15. Século XVII • Nicolas Boileau (virada do século XVII para o século XVIII) • Respeito às convenções poéticas clássicas • Percepção do poema como uma criação racional. • A “querela entre os antigos e os modernos”. • Discussões acerca da poética classicista. • Modernos: autores barrocos, que se contrapunham à estética classicista. • Compreensão dos gêneros literários como construção histórica • Admissão de novos modos de produção literária.

  16. Século XVIII • Sturm und drang / Tempestade e ímpeto (fins do século XVIII) • Oposição ao pensamento clássico • Questionamento da divisão rígida dos gêneros literários. • Relacionado a uma nova percepção: a do poeta como gênio. • Exercício da arte de modo pessoal e inovador. • A individualidade e a independência do autor-gênio quebram a classificação rígida dos gêneros e abrem espaço para a liberdade de criação. • A obra de arte passa a ser vista como uma expressão em múltiplas formas, que não se submeteria a normas pré-estabelecidas e a limites determinados por convenções.

  17. Fim do século XVIII - Friedrich Schlegel • Recuperação da tripartição clássica dos gêneros literários. • Classificação rígida entre os gêneros, contrária ao hibridismo, por critérios de subjetividade/objetividade. • Poesia lírica → subjetiva • Poesia épica → objetiva • Poesia dramática → objetiva e subjetiva

  18. Os Gêneros Literários no Romantismo (século XIX) • Liberdade criativa • Victor Hugo: “Do grotesco e do sublime” • Vida híbrida e arte híbrida • Proposição do Drama Romântico. • Permanência do hibridismo dos gêneros literários. • O hibridismo e a aceitação do romance.

  19. A visão materialista dos gêneros literários (final do século XIX) • Teorias apoiadas nas filosofias materialistas, especialmente na corrente naturalista e no Evolucionismo. • Analogia entre os gêneros literários e os organismos vivos. • O ciclo vital: nascimento, auge (maturidade), envelhecimento e morte. • Como ocorreria a um ser humano, as obras de arte passariam por um processo evolutivo, sofrendo transformações, nos moldes propostos pelo evolucionismo de Darwin.

  20. Contraposição à visão materialista dos gêneros literários • Discussões pautadas em correntes de pensamento espiritualistas. • Benedetto Croce • A arte não é científica, mas intuitiva. • Como fruto da intuição, a obra é expressão subjetiva e livre. • Não pode ser classificada, portanto, em critérios rígidos.

  21. Leituras do século XX acerca dos Gêneros Literários

  22. A visão do Formalismo Russo • Os gêneros literários como instâncias em mutação contínua. • Condição histórica dos gêneros literários • Roman Jakobson • Os gêneros literários e a teoria das funções da linguagem. • A linguagem poética é dominante nos três gêneros. Além deste predomínio, poderíamos identificar: • Gênero lírico • Função emotiva (foco na primeira pessoa) • Gênero épico • Função referencial (foco na 3ª pessoa) • Gênero dramático • Função conativa (foco na 2ª pessoa)

  23. Mikhail Bakhtin • A caracterização formal é insuficiente para classificação os gêneros literários • O contexto de recepção é um elemento fundamental para a sua compreensão. “ Em primeiro lugar, a obra é orientada para o ouvinte/receptor e para as condições definidas de execução e percepção. Em segundo lugar, a obra é orientada na vida, a partir de dentro, poder-se-ia dizer, por seu conteúdo temático. Cada gênero possui sua própria orientação na vida, com referência a seus eventos, problemas, etc.” (BAKHTIN apud LIMA, 2002)

  24. A proposição de Northrop Frye • Quatro gêneros literários fundamentais: o drama, o épos, a lírica e a ficção. • A caracterização de cada gênero conecta-se à maneira como o autor apresentaria à obra e aos modos de organização da mimese.

  25. Drama • Relação direta entre personagens e público; o autor está oculto. • Mimese externa • Épos • Narrativa episódica • O autor relaciona-se com o leitor; as personagens estão ocultas. • Escrita assertiva • Lírica • A apresentação acontece pela relação “Eu-tu” • Mimese interna. • Ficção • Narrativa contínua

  26. A visão de Emil Staiger • Defende o hibridismo dos gêneros literários. • Demonstra como um texto pode conter características líricas, épicas e/ou dramáticas, independente do gênero a que pertença. • Esta mescla pode acontecer a partir das mais variadas associações, de modo óbvio ou mais implícito. • Não existem categorias literárias absolutamente puras.

  27. A Estética da Recepção • O gênero literário é associado aos modos como a obra literária é percebida pelo leitor. • Esta percepção é marcada pelo conhecimento do leitor: pelo horizonte de expectativas que guiará a sua leitura. • Como a leitura da obra depende desse conjunto de percepções, a compreensão sobre um gênero literário sempre será relativa e histórica, pois se modifica de acordo com o modo como as obras são produzidas e recebidas pelo público-leitor.

  28. É importante saber: • Modernamente, os gêneros literários não podem ser designados a partir de critérios estritamente relacionados à sua forma e à sua configuração. Isto, pois: • A recepção do leitor é um dado fundamental na compreensão dos gêneros. •   Os gêneros literários estão em permanente transformação. Surgem, desaparecem, mesclam-se e transformam-se. • Uma obra pode apresentar elementos de gêneros diferentes. É muito raro, aliás, encontrarmos obras com características de um só gênero. • A designação de uma obra não se dá a priori, mas depende dos processos de recepção aos quais é submetida.

  29. “ Em vez, portanto, de tomar-se o gênero como uma entidade fechada, i.e., com um número determinado de traços, de que se pode ter consciência e a partir dos quais são possíveis julgamentos de valor, o gênero apresenta uma junção instável de marcas, nunca plenamente conscientes, que orientam a leitura e produção – sem que, entretanto se presuma que as marcas orientadoras sejam as mesmas”. (LIMA,2002)

  30. O caso do vestido(Carlos Drummond de Andrade) Nossa mãe, o que é aquelevestido, naquele prego? Minhas filhas, é o vestidode uma dona que passou. Passou quando, nossa mãe?Era nossa conhecida? Minhas filhas, boca presa.Vosso pai evém chegando. Nossa mãe, dizei depressaque vestido é esse vestido. Minhas filhas, mas o corpoficou frio e não o veste. O vestido, nesse prego,está morto, sossegado. Nossa mãe, esse vestidotanta renda, esse segredo! Minhas filhas, escutaipalavras de minha boca. Era uma dona de longe, vosso pai enamorou-se. E ficou tão transtornado,se perdeu tanto de nós,  se afastou de toda vida,se fechou, se devorou (...)

More Related