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Profa. Márcia Valle Real

CURSO DE QUÍMICA AMBIENTAL Noções de Toxicologia. Profa. Márcia Valle Real. Objetivo.

Anita
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Profa. Márcia Valle Real

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  1. CURSO DE QUÍMICA AMBIENTAL Noções de Toxicologia Profa. Márcia Valle Real Profa. Márcia Real

  2. Objetivo Apresentar noções de toxicologia, seus principais conceitos, caracterizar o processo de riscos e de gerenciamento, categorizar os tipos de efeitos tóxicos e os produtos tóxicos mais significativos e os seus processos de disseminação no meio ambiente. Profa. Márcia Real

  3. Tópicos • Definição de toxicologia e ramos de estudo; • Riscos químicos e riscos ambientais; • Caracterização do processo de geração de riscos; • - Formas de exposição: ingestão, dérmica, inalação; • Classificação dos efeitos: imediatos, retardados, reversibilidade; •  Caracterização de Toxidade; • A Função Dose-Resposta; • Alguns produtos tóxicos significativos: • Orgânicos: POPs • Metais Pesados Profa. Márcia Real

  4. Toxicologia - Toxidade é a capacidade relativa de uma substância provocar um dano a um sistema biológico. Já a toxicologia é o estudo dos efeitos nocivos de substâncias estranhas sobre os seres vivos. - A toxidade de uma substância é determinada por meio de exaustivos estudos envolvendo organismos biológicos e não pode ser determinada diretamente utilizando-se os recursos típicos de laboratórios químicos. Em geral, os efeitos toxicológicos são estudados mediante a administração oral ou injeção das substâncias em animais, observando-se como a saúde deles é afetada. Estudos epidemiológicos são diferentes. Eles derivam de pesquisas realizadas com grupos de indivíduos específicos expostos a determinados poluentes, em função de seu local de moradia ou seus hábitos de consumo. Profa. Márcia Real

  5. Áreas da Toxicologia Toxicologia de alimentos Toxicologia ambiental Toxicologia de medicamentos Toxicologia ocupacional Toxicologia social Aspectos Clínico Analítico Legislação Pesquisa Ilustração: Carlos Rodriguez Profa. Márcia Real

  6. Conceitos Básicos • Xenobiótico Substância estranha, capaz de induzir efeitos deletérios sobre os organismos. • Tóxico Xenobiótico causador de efeitos deletérios. • Veneno Tóxico causador de graves efeitos, por vezes mortais. • Toxina Substância natural (biotoxina) que provoca efeitos tóxicos. Periculosidade É um fator intrínseco ao xenobiótico que mede a sua capacidade de induzir efeitos adversos nos sistemas biológicos. Profa. Márcia Real

  7. Conceitos Básicos O toxicologia ambiental estuda os danos provocados aos organismos pela exposição a xenobióticos presentes no meio ambiente. O objetivo principal da toxicologia ambiental é avaliar os impactos na saúde pública decorrentes da exposição de uma população a um local contaminado. É conveniente enfatizar que os efeitos são estudados sobre os seres humanos, embora eles possam ser provocados também aos microorganismos, plantas, animais, etc. Um xenobiótico é qualquer substância que não foi produzida pelo biota, tal como os produtos industriais, drogas terapêuticas, conservantes alimentícios, produtos inorgânicos, etc. Profa. Márcia Real

  8. O que são riscos? O que são riscos químicos ambientais? A palavra risco deriva do italiano antigo risicare, que por sua vez origina-se do baixo-latim risicu, riscu, a qual significa "ousar" (BERNSTEIN,1997). Seu significado gera controvérsias, pois é muito comum a utilização dos vocábulos risco e perigo como sinônimos. Risco Real - é o estatisticamente medido e calculado, caso se disponha de todos os dados que conduzem a ocorrência de determinado evento indesejado. Também é denominado risco objetivo. Algumas pessoas apresentam maiores riscos de desenvolver doenças respiratórias do que outras. O tráfego urbano (fonte de perigo) representa uma ameaça a elas, pois quando expostas continuamente a poluição intensa (perigo), podem apresentar asma ou bronquite. Profa. Márcia Real

  9. Risco Percebido - é o percebido pelo indivíduo, independente ou não dos valores encontrados pela análise científica. Perigo - Conforme GRATT (1987), expressa uma exposição relativa a uma fonte de perigo. Fonte de Perigo - Partindo da definição estabelecida no OXFORD (1995), “é algo que pode ser perigoso ou provocar danos, ou o que pode expor alguém ao perigo”, ou ainda, segundo REJDA (1995), uma condição que gera ou aumenta a possibilidade de riscos. Fonte de Perigo  Riscos  Probabilidade x Conseqüência RISCO Profa. Márcia Real

  10. As fontes de perigo, em função do processo de exposição, têm potencial para provocar conseqüências danosas sobre aqueles que a elas se expõem. A magnitude (extensão) e a severidade (gravidade) dos danos provocados dependerão das condições da exposição, da resistência física e da sensibilidade do ente exposto à fonte de perigo. Riscos químicos ambientais são os derivados da dispersão de poluentes no meio ambiente, os quais podem promover efeitos deletérios sobre os seres vivos. Profa. Márcia Real

  11. Atividade Poluidora Identificação Fontes de Perigo,Riscos(probabilidades, conseqüências); Análise dos Riscos (fatores que contribuem para a ocorrência de eventos indesejados). Monitoração; Avaliação deDesempenho AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS RISCOS CONTROLE DE RISCOS Medidas de Prevenção; Medidas de Mitigação; Fonte: a partir doRSPA (1998) Gerenciamento de Riscos

  12. CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE GERAÇÃO DE RISCOS • Através dos componentes essenciais do risco, é possível consolidar melhor estes conceitos, pois o processo de estabelecimento de um risco envolve a conjugação de três condições básicas, a saber: • A  -   Fonte de Perigo; • B  -   Processo de Exposição; • C   -   Efeitos Adversos. A - Fonte de Perigo Uma fonte de perigo é uma condição que cria ou aumenta umrisco, ou seja, sem ela não há riscos. Utilizando as classificações de MERKHOFFER (1987) e REJDA (1995), podem-se distinguir dois tipos básicos de fontes de perigo: A1 - Material: Espécie química ou microbiológica A2 - Moral: Desvios de conduta, imprudência ou negligência. Profa. Márcia Real

  13. B - Processo de Exposição A simples existência de uma fonte de perigo também não se constitui, obrigatoriamente, em um risco. É necessário que haja um processo de exposição, voluntário ou não, à fonte de perigo. No que tange aos produtos químicos, são as características de periculosidade do produto: flamabilidade, explosividade, radioatividade, toxidade e vias de exposição, bem como as condições da exposição e a sensibilidade da entidade exposta é que determinam o seu risco. Toxidade dos produtos químicos  seus efeitos tóxicos Toxidade ou Toxidez é a capacidade de um material provocar danos biológicos a um organismo. É uma propriedade de todas as substâncias, inclusive do açúcar (sacarose), do sal de cozinha (cloreto de sódio) ou até mesmo, da água . Os efeitos tóxicos dependem da dose, das vias e do tempo de exposição da entidade ao material. Profa. Márcia Real

  14. Faixas de doses letais de várias substâncias Paracelso: O que diferencia um remédio de um veneno é a dose. Profa. Márcia Real

  15. Categorias de compostos tóxicos Asfixiantes: compostos que diminuem a absorção de oxigênio pelo organismo. (nitrogênio, monóxido de carbono, cianetos); Irritantes: materiais que causam inflamação nas membranas mucosas (ácido sulfúrico, sulfeto de hidrogênio, HCs aromáticos); Carcinogênicos: provocam câncer (benzeno, aromáticos policíclicos); Neurotóxicos: danos ao sistema nervoso (compostos organometálicos); Mutagênicos: causam mutações genéticas; Teratogênicos: provocam malformações congênitas; Hepatotóxicos: danos ao fígado (tetracloreto de carbono); Fitotóxicos: danos a flora. Profa. Márcia Real

  16. Condições de exposição Exposições crônicas- São as que duram entre 10% a 100% do período de vida do ser. Para os seres humanos entre 7 e 70 anos. • Exposições subcrônicas – São aquelas de curta duração, menores do que 10% do período vital. • Exposições agudas.- São exposições de um dia ou menos e que ocorrem em um único evento. Profa. Márcia Real

  17. C - As vias de exposição • Os efeitos tóxicos podem ser provocados por meios químicos, por radiação ou até por ruído e dependem das vias de exposição. Elas indicam como as substâncias penetram nos organismos. Para o ser humano as principais vias são por: • -     Contato com a pele; • -     Inalação; • -     Ingestão. • Existem vários métodos para classificar a toxidade dos materiais, os quais estão baseados na freqüência e na duração da exposição e podem ser classificados em três categorias: • 1 - Efeitos Tóxicos em Geral • 2 - Testes Especiais • 3 - Testes em Seres Humanos Profa. Márcia Real

  18. 1 - Efeitos Tóxicos em Geral - São estudos realizados para avaliar os danos que uma substância pode provocar, baseando-se na duração da exposição.  2 - Testes Especiais - São estudos específicos para avaliar os efeitos das exposições aos órgãos-alvo (que são os mais afetados pela exposição), ou para avaliar efeitos específicos sobre o ser humano. 3 - Testes em Seres Humanos - São testes projetados, controlados e conduzidos por médicos e toxicologistas para determinar níveis máximos de exposição de uma substância ao ser humano, considerando as vias de exposição. Outros estudos são baseados em dados epidemiológicos e em estatísticas que têm sua origem na medicina do trabalho. Profa. Márcia Real

  19. Caracterização de Toxidade (a) Toxidade Aguda A toxidade aguda é a que deriva de uma bateria de testes de curta duração, em geral de 14 dias, realizada para caracterizar os efeitos potenciais agudos de uma substância sobre um organismo. Os índices utilizados para sua caracterização são a Dose (DL50) ou Concentração Letal (CL50): dose ou concentração em que 50% dos organismos submetidos ao teste morrem. A maioria dos efeitos tóxicos provocados por produtos químicos são reversíveis, porém a recuperação total pode demorar longos períodos. No entanto, existem substâncias que podem provocar danos irreversíveis nos seres vivos. Uma boa ilustração para esse caso são os danos decorrentes de exposição a altas doses de fontes radioativas que podem acarretar sérios e irreversíveis danos à saúde. No entanto, exposições eventuais e controladas a fontes radioativas selecionadas podem se constituir em tratamento médico. Profa. Márcia Real

  20. Caracterização de Toxidade (a) Toxidade Aguda Os testes realizados para determinar estes níveis de toxidade são conduzidos por períodos mais longos e são efetuados mediante repetidas exposições via oral, dérmica ou inalação.  Dose Letal (DL50) para a toxidade oral aguda corresponde à dose da substância que administrada oralmente tem a maior probabilidade de provocar a morte, num prazo de 14 dias, de 50% dos ratos albinos submetidos ao teste. Dose Letal (DL50) para a toxidade dérmica aguda corresponde à dose administrada por contato contínuo com a pele nua de coelhos albinos, por 24 horas, que tem a maior probabilidade de provocar a morte de metade dos animais testados, em até 14 dias. Concentração Letal (CL50) para a toxidade aguda por inalação corresponde à concentração de vapor, neblina ou pó que, administrada por inalação contínua a ratos albinos por uma hora, tem a maior probabilidade de provocar, num prazo de 14 dias, a morte de 50% dos animais testados. Profa. Márcia Real

  21. Caracterização de Toxidade (b) Toxidade Crônica e Sub-Crônica Para a toxidade sub-crônica, os testes são realizados durante 30 a 90 dias e para a crônica, normalmente os estudos levam de 18 a 24 meses. Os níveis de dose ou concentração obtidos são normalmente, menores do que para a toxidade crônica. O propósito destes testes é determinar as doses ou as concentrações em que: B1) Não se observam quaisquer efeitos ou o NENO - Nível de Efeito Não Observado, (No Observed Effects Level - NOEL); B2) Se observam os menores efeitos, como o NEMBO - Nível mais Baixo de Efeito Observado, (Lowest Observed Level - LOEL). Profa. Márcia Real

  22. CLASSE DE TOXIDADE Provável Dose Letal Oral Super Tóxico < 5mg/kg Extremamente Tóxico 5,1-50 mg/kg Muito Tóxico 51-500 mg/kg Moderadamente Tóxico 0,51 - 5 g/kg Ligeiramente Tóxico 5,1 - 15 g/kg Praticamente Atóxico Maior do que 15 g/kg CLASSIFICAÇÃO DE TOXIDADE POR VIA DE EXPOSIÇÃO Diversos são os índices de toxidade disponíveis na literatura técnica pertinente à toxicologia, e cada um deles destina-se a uma aplicação relacionada à proteção da saúde humana ou de sistemas ecológicos específicos. Como já visto anteriormente, a toxidade também depende da via de exposição. Relacionam-se, a seguir, as principais vias pelas quais os produtos perigosos podem atingir os seres vivos. Tabela de Toxidade Relativa por Ingestão Profa. Márcia Real Fonte: CROWL,1995

  23. Principais efeitos deletérios 1. Alterações cardiovasculares e respiratórias; 2. Alterações do sistema nervoso; 3. Lesões orgânicas: ototoxicidade, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, etc; 4. Lesões carcinogênicas / tumorigênicas; 5. Lesões teratogênicas (malformações do feto); 6. Alterações genéticas aneuploidização - ganho ou perda de um cromossomo inteiro. clastogênese - aberrações cromossômicas com adições, falhas, re-arranjos de partes de cromossomos. mutagênese - alterações hereditárias produzidas na informação genética armazenada no DNA (ex. radiações ionizantes). Profa. Márcia Real

  24. 7. Infertilidade - masculina, feminina ou mista. teratogênese - provocada por agentes infecciosos ou drogas. aborto - precoce ou tardio 8. Alterações da capacidade reprodutora 9- Alguns exemplos: Vitamina A - Atraso mental; cérebro e coração. Talidomida - Coração e membros. Fenobarbital - Palato; coração; atraso mental. Álcool - Defeitos faciais; atraso mental. Cloranfenicol - Aplasia medular Profa. Márcia Real

  25. Interações entre substâncias A exposição simultânea a várias substâncias pode alterar uma série de fatores (absorção, ligação protéica, metabolização e excreção)que influem na toxicidade de cada uma delas em separado. Assim, a resposta final a tóxicos combinados pode ser maior ou menor que a soma dos efeitos de cada um deles, podendo-se ter: Efeito Aditivo - efeito final igual à soma dos efeitos de cada um dos agentes envolvidos; Efeito Sinérgico - efeito maior que a soma dos efeitos de cada agente em separado; Potencialização - o efeito de um agente é aumentado quando em combinação com outro agente; Antagonismo - o efeito de um agente é diminuído, inativado ou eliminado quando se combina com outro agente. Profa. Márcia Real

  26. ( Rohde,1998) FATORES EFEITOS DesencadeamentoImediato, Diferenciado, Retardado Freqüência de TemporalidadeContínuo/ Permanente, Descontínuo/Eventual Extensão Pontual, Linear, Espacial, Regional, Global Reversibilidade Reversível / Irreversível Duração Menos de 1 ano, 1 a 10 anos, 10 a 50 anos SeveridadeDesprezível, Fraca, Moderada, Significativa Origem Direta (efeitos 1.os), Indireta (efeitos 2os./ 3os.) AcumulaçãoLinear, quadrática, exponencial Sinergia Presente, Ausente Distribuição Custos/BenefíciosSocializados, Privatizados (individual, empresarial) Características dos impactos Profa. Márcia Real

  27. Impactos mais preocupantes • Freqüência da Temporalidade: Contínuos e Permanentes • Extensão: Espaciais • Reversibilidade: Irreversível ou de difícil reversão • Magnitude: Grande • Acumulação: Exponencial • Sinergia: Presente • Distribuição dos Custos: Socializada Prevenção da Degradação do Meio Ambiente CONTROLE AMBIENTAL Profa. Márcia Real

  28. Danos provocados pela poluição à saúde • Para fazer qualquer afirmação significativa sobre os efeitos da poluição na saúde do homem, deve-se considerar as dosagens que os organismos estão recebendo: Dose =  (Concentração do poluente) x d(tempo) • Interesse atual na poluição e saúde é mais direcionado para o longo prazo, baixas concentrações de exposição (que levam a problemas crônicos). • Curto prazo, altas concentrações de exposição (que levam a efeitos agudos) ocorrem somente em acidentes industriais ou episódios de poluição atmosférica emergenciais. Profa. Márcia Real

  29. A Função Dose-Resposta - Para determinar qual a dosagem é nociva, é necessária uma curva de dose-resposta. - A função dose-resposta mede os danos resultantes de uma atividade impactante, em um determinado meio. As medidas dos danos são obtidas a partir das relações físicas entre causa e efeito de um determinado dano ambiental. - As “funções de dano” ou “funções dose-resposta” relatam o nível da atividade impactante, que devem ser associadas ao nível e ao tipo de poluente, com o grau de impacto sobre o meio ambiente natural e o construído, ou ainda sobre a saúde da população, por exemplo em função do aumento de incidência de doenças respiratórias. Profa. Márcia Real

  30. A Função Dose-Resposta • - A curva dose-respostadeve ser construída para um único poluente, não para poluição atmosférica como um todo. A sinergia, ou seja, efeito de dois poluentes juntos, pode ser maior que a soma do efeito de cada poluente separadamente. • - Os dados para a construção das “funções dose-resposta” provêm, basicamente de duas fontes (Tolmasquim et al., 1999) a saber: • Estudos de campo, como por exemplo, estudos epidemiológicos relacionando as doenças provocadas (resposta) pela variação de concentração de poluentes (dose); • Procedimentos experimentais controlados. Profa. Márcia Real

  31. A Função Dose-Resposta • Uma curva dose-resposta hipotética: Considerando exposição homogênea da população a um único poluente por um período de tempo específico. Limite 0 da Dose Resposta (danos ao público) Limite 1 da Dose Dose (concentração de poluente no ar) Profa. Márcia Real Fonte: Nevus, N. (1995)

  32. Aplicação da Função Dose-Resposta • Para aplicar a “função dose-resposta”, é recomendável seguir as seguintes etapas : • I - Caracterizar as Emissões: • - Caracterizar os poluentes emitidos, quantificando suas taxas de emissões; • II - Determinar como ocorrerá a Dispersão de Poluentes: • Determinar através do uso de modelos computacionais: • a) a dispersão e concentração dos poluentes, • b) a distribuição espaço temporal das concentrações. Profa. Márcia Real

  33. Aplicação da Função Dose-Resposta III - Determinar o Risco Individual: A partir das concentrações anuais médias (item II), e no caso particular das danos relacionados à saúde, buscar os dados de vulnerabilidade que relacionam às concentrações de poluentes aos potenciais danos causados à saúde humana, ou seja a mortalidade e a morbidade (incidência de doenças). IV - Determinar o Risco Total: Uma vez determinado do risco individual (calculado no item anterior) calcular o total, via o produto do individual pela população total. ATENÇÃO: No caso se poluentes não regulamentados, lembrar que: Se existe “jurisprudência” no exterior, as responsabilidades poderão ser cobradas! Profa. Márcia Real

  34. Espectro de efeitos deletérios sobre populações Morbidade – Expressão do número de pessoas enfermas ou de casos de uma doença em relação à população onde ocorre. - reversível - mutação de espécies Mortalidade – Relação entre o número de mortes e o total de habitantes. Normalmente, expressa em mortos por 1.000 habitantes, também conhecida como taxa de mortalidade. - grupos populacionais - extinção de espécies Profa. Márcia Real

  35. Alguns produtos tóxicos significativos Produtos Orgânicos Persistentes - Poluição invisível e global Em reunião do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - UNEP, ocorrida em maio de 2001 em Estocolmo, representantes de 90 países, incluindo o Brasil, assinaram a Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, que visa proibir a produção e o uso de 12 substâncias orgânicas tóxicas, denominadas “Produtos Orgânicos Persistentes – POPs”. Profa. Márcia Real

  36. Alguns produtos tóxicos significativos Produtos Orgânicos Persistentes • Os 12 produtos POPs, conhecidos também como a "dúzia suja" (dirty dozen) são os: • Pesticidas: Aldrin, clordano, mirex, dieldrin, endrin, heptacloro, BCH e o toxafeno; • Produtos de uso geral: DDT, PCBs (bifenilas policloradas); • Produtos não intencionais: Dioxinas, furanos. • Eles provocam doenças graves, em especial o câncer, além de má-formação em seres vivos, muitas vezes sào encontrados em locais distantes das fontes emissoras, sendo portanto, um problema de caráter global. Profa. Márcia Real

  37. Produtos Orgânicos Persistentes Como tudo começou? Durante e após a Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1940 e 50, ocorreu a proliferação destas substâncias. Naquela época era necessário aumentar a produção de alimentos no mundo, para fazer frente ao crescimento populacional. Como está hoje? A maioria dos 12 compostos da lista já foi banida ou teve seu uso reduzido em boa parte do mundo, reduzindo o impacto econômico da ratificação da convenção e facilitando sua entrada em vigor. O Brasil, por exemplo, não produz diretamente nenhum dos doze compostos, mas importa três deles para uso industrial. Entretanto, as dioxinas e os furanos, por serem produzidos de forma não intencional, demorarão mais a ser eliminados. Profa. Márcia Real

  38. Produtos Orgânicos Persistentes Qual é o principal problema dos POPs? Eles são pouco solúveis em água, mas são solúveis em gorduras. Os animais têm um ótimo sistema de eliminação de toxinas solúveis em água, que são expelidas na urina, mas não possuem mecanismo eficaz de eliminação de substâncias pouco solúveis na água. Tal efeito é intensificado em animais ditos superiores, que se alimentam das gorduras de outros animais. Eles podem percorrem longas distâncias pelas correntes aéreas e oceânicas. Ou seja, eles não contaminam só o local de emissão, mas também locais distantes e remotos como o Ártico, cadeias montanhosas e oceanos. Eles se evaporam rapidamente em regiões quentes e lentamente em locais frios. Devido a fatores geográficos e meteorológicos, o Pólo Norte é um depósito global para contaminantes POPs. Profa. Márcia Real

  39. Curiosidades sobre o DDT O composto 1,1-bis(4-clorofenil)-2,2,2-tricloroetano, mais conhecido pela sigla DDT, foi sintetizadoem 1874. Suas propriedades inseticidas só foram descobertas durante a 2a. Guerra Mundial. Antes das batalhas em regiões quentes, os Aliados pulverizavam DDT para combater as doenças transmitidas por mosquitos. Tal descoberta rendeu a Paul Müller o Prêmio Nobel de Medicina de 1948, pelas milhões de vidas salvas pelo uso do DDT. Na década seguinte, começou-se a perceber que o DDT persistia no ambiente mesmo depois de vários anos da sua aplicação, pois se acumula no organismo dos animais superiores. Atualmente, ainda é utilizado no combate a malária. Profa. Márcia Real

  40. O acidente de Bhopal • Questões tecnológicas, operacionais e de manutenção da instalação e organizacionais da empresa. • Dezembro de 1984, Bhopal - Índia • Unidade de Pesticidas da Union Carbide; • Série de falhas mecânicas e erros operacionais; • Entrada de água no tanque de estocagem; • Falhas em 4 sistemas de segurança da unidade; • Vazamento de 25 t metil-isocianato, durante 90 minutos; • Não havia plano de contingência; • População afetada: 3.000 – 8.000 mortos/ 200.000 pessoas atendidas Tema complexo e amplo Atividades diversificadas, fontes e poluentes variados Profa. Márcia Real

  41. O acidente de Bhopal • “ Uma das ironias do acidente de Bhopal foi que o praguicida que estava sendo manufaturado, o Sevin era um substituto do DDT num intuito de evitar os riscos desse praguicida organoclorado. Mas, o processo de fabricação do Sevin tem ocasionado mais danos que o DDT”. • Anônimo. Helping out in Bhopal. Nature nº 312, 579-580, 1984) Propriedades do isocianato de metila: - Ponto de ebulição: 39,1º C - Vapor : duas vezes mais pesado que o ar Aspectos toxicológicos: - Irritante dos olhos, nariz e garganta; - Edema pulmonar; - Ulceração da córnea Muitos dos sobreviventes apresentaram efeitos crônicos nos pulmões e nos olhos, 1 ano após a exposição. Profa. Márcia Real

  42. Metais pesados Os metais pesados não podem ser destruídos e são altamente reativos do ponto de vista químico, o que explica a dificuldade de serem encontrados em estado puro na natureza. Normalmente, apresentam-se em concentrações muito pequenas, associados a outros elementos químicos, formando minerais em rochas. Quando lançados na água como resíduos industriais, podem ser absorvidos pelos tecidos animais e vegetais. Uma vez que alcancem o mar, estes poluentes podem, em parte, depositar-se no leito oceânico. Além disso, os metais contidos nos tecidos dos organismos vivos que habitam os mares acabam também se depositando, cedo ou tarde, nos sedimentos, representando um estoque permanente de contaminação para a fauna e a flora aquáticas Profa. Márcia Real

  43. Metais pesados A maioria dos organismos vivos só precisa de alguns poucos metais e em doses muito pequenas, que são chamados de micronutrientes. É o caso do zinco, do magnésio, do cobalto e do ferro (constituinte da hemoglobina). Estes metais tornam-se tóxicos e perigosos para a saúde humana quando ultrapassam determinadas concentrações-limite. Já o chumbo, o mercúrio, o cádmio, o cromo e o arsênio são metais que não existem naturalmente em nenhum organismo. Ou seja: a presença destes metais em organismos vivos é prejudicial em qualquer concentração. Profa. Márcia Real

  44. Metais pesados Principais Fontes e Impactos de alguns metais pesados Profa. Márcia Real

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