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Liliane Edira Ferreira Carvalho – PUIC/Disciplina

Como a vovó fazia: pesquisa, “resgate” e novas aplicações de antigas habilidades técnicas desenvolvidas na moda ao longo da História. Ciências Humanas / Linguagens e Artes. Liliane Edira Ferreira Carvalho – PUIC/Disciplina Curso de Tecnologia em Design de Moda - Florianópolis. Introdução

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  1. Como a vovó fazia: pesquisa, “resgate” e novas aplicações de antigas habilidades técnicas desenvolvidas na moda ao longo da História. Ciências Humanas / Linguagens e Artes Liliane Edira Ferreira Carvalho – PUIC/Disciplina Curso de Tecnologia em Design de Moda - Florianópolis • Introdução • Moda é o novo, diriam alguns desavisados da profundidade teórica incutida nesta palavra que, além de se adequar a um conceito de produto, abre-se para a percepção de um sistema que mergulha o vestuário em considerações sociais de pertencimento e exclusão que ultrapassam em muito a mera funcionalidade. Mais do que apenas o novo, Moda pode ser, também, o velho em nova roupagem. Os bordados da vovó, o tricô, o crochê, o macramé, as técnicas da alfaiataria e mesmo o simples engomar, saem e voltam à moda num movimento de perpétua readequação do antigo aos novos discursos estéticos. No entanto, muitas dessas novas “antigas habilidades” se perderam ao longo das gerações, ficando hoje restritas ao domínio de uns poucos profissionais. • Assim, este trabalho apresenta o resultado deste projeto que visou apreender a técnica, a história e as relações sociais estabelecidas em diferentes habilidades técnicas como tricô, crochê, fuxico, tinturas a frio, tecelagem, patchwork, entre outras, trazendo para o espaço universitário um conhecimento que, aliado as tecnologias atuais, agrega valor estético e histórico aos discursos das novas coleções dos alunos do curso. Para além disso, a pesquisa pontuou a percepção de que a crescente valorização do discurso do artesanal e único na moda corresponde ao desejo de individualidade moderna em associação com a tradição, num destes paradoxos de que a sociedade de moda se serve tão bem. • Objetivos • Objetivo Geral: • Analisar as relações sociais e a prática de antigas habilidades artesanais criadas ao longo da história, trazendo-as para o contexto da moda atual. • Objetivos Específicos: • - Pesquisar diferentes técnicas como o plissado, bordado, crivo, macramé, chapelaria, arranjos florais, entre outras a serem definidas. • - Entrevistar pessoas, profissionais ou não, que dominem algumas destas técnicas, apreendendo seus usos e significados para o grupo que as mantêm. • - Buscar em revistas, livros e sites referências sobre estas atividades e mesmo diferentes usos e fazeres. • - Executar o passo a passo de cada habilidade proposta compondo amostras. • - Registrar o passo a passo de cada habilidade proposta por meio fotográfico. • - Criar um acervo documental que sirva de material de pesquisa e didático. • Produzir um CD ROM para a divulgação desse material para os alunos do curso, para a biblioteca e uso em aulas de História da Moda, Criatividade e Ateliê. • Fig. 1 - Alunas exercitando a técnica do patchwork. • Metodologia • O projeto envolveu alunos da terceira fase do curso de Tecnologia em Design de Moda da Unidade Padre Roma, em Florianópolis, matriculados na disciplina de História da Arte e da Moda III. As técnicas foram selecionadas pelos membros das equipes que apontaram, inicialmente, várias possibilidades. Foram escolhidas as técnicas conforme o interesse geral. • As pesquisas foram orientadas de forma a abranger o conhecimento histórico, as relações sociais e a técnica em si das habilidades pesquisadas. Ao fim do processo de pesquisa, todas as habilidades foram apresentadas em sala de aula na forma de um mini-curso para os colegas. Dessas apresentações, resultou um vasto acervo fotográfico e material para a pesquisa de técnicas e materiais do curso de Tecnologia em Moda da Unisul. Resultados Fig. 2 - Alunos exercitando as técnicas de tecelagem manual. As técnicas do tricô, crochê, fuxico, tintura a frio, tecelagem, patchwork, macramê e a até então desconhecida 1,2,3,4, usada para fazer cordas, foram as habilidades escolhidas entre as diversas sugeridas pelas equipes. Cada equipe trabalhou a técnica para repassá-la aos colegas; além da técnica, pesquisaram sobre a história da habilidade, localizando-a histórica e espacialmente; fizeram entrevistas com pessoas que desenvolvem a técnica, buscando informações de usos, posto que não necessariamente são técnicas usadas na moda. Por fim, as equipes discutiram a valorização do artesanal e tradicional nos discursos estéticos modernos e as novas possibilidades de usos das técnicas apreendidas. Muitos são os resultados, diretos e indiretos, alcançados com este projeto. Por diretos, pode-se apontar o envolvimento dos alunos em uma prática de pesquisa não somente documental e de análise histórica, mas cuja habilidade técnica também foi agregada a formação profissional. Os resultados indiretos foram, entretanto, não menos interessantes: ao repassar o conhecimento na forma de mini-curso, os alunos são levados a uma percepção do próprio papel como agentes da história, posto que participam de um processo de aprendizado em que o velho e o novo travam relações. Não somente em livros, mas na memória de muitos dos que foram entrevistados estavam as informações técnicas desejadas e as suas explicações. O contato entre as diferentes gerações, a necessidade da apreciação e respeito para o aprendizado, permitiram que os alunos do curso de Tecnologia em Moda da Unisul percebessem que a Moda e sua História são feitas de pessoas e não de máquinas. Indiretamente, então, perceberam que é na base do respeito as habilidades particulares e ao conhecimento adquirido ao longo das gerações que se pode crescer como profissional. Conclusões Há a questão norteadora que, indiretamente, suscitou o projeto: a relação entre a individualidade, o moderno e a tradição hoje. Analisando as propostas para moda e decoração nos últimos dois anos, percebeu-se que existe nestes espaços a tendência de revisitar do passado. Isto, em si, não é nenhuma novidade. O novo se dá na “cara” de velho que devem ter os objetos. Aparência de experiência vivida. Esta tendência se explica pelos contornos que, segundo autores como Bauman e Giddens, configuram a modernidade: a pluralidade das experiências vividas na atualidade encerra em si a negação de modelos prontos e acabados. Há um desencaixe do indivíduo em sua relação com o vivido. Neste sentido, busca-se significar o corpo e o seu entorno numa tentativa de reencaixe. Então, através da atualização do passado pelo artesanal e único criam-se discursos de individualidade moderna, legitimada pelo passado, pela tradição e pela história, tornando a experiência ainda mais única na medida que não pode ser reproduzida ou comprada por outros. Assim, a experiência entra como diferencial do indivíduo moderno – ela pode ser familiar, grupal ou individual - e pode ser visível nos objetos. Assim, ironicamente, hoje a “cara de coisa da vovó” atualiza o homem moderno, relacionando-o a memória afetiva e ao sentimento de pertencimento histórico. Bibliografia BAUMAN, Z. Modernidade líquida. São Paulo: Zahar, 2001. BOURDIEU, P. A produção da crença: contribuição para uma economia dos bens simbólicos. São Paulo: Zouk, 2004. CHARTIER, R. A História Cultural entre práticas e Representações. Lisboa: Difel, 1990. GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo: Unesp, 2006. SANT´ANNA, Mara Rúbia. Teoria de moda: sociedade, imagem e consumo. São Paulo: Estação das Letras, 2007. Apoio Financeiro: Unisul

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