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ILUMINAÇÃO DOS EDIFICIOS Ana Catarina Fernandes Inês Lapa Tiago Novais

ILUMINAÇÃO DOS EDIFICIOS Ana Catarina Fernandes Inês Lapa Tiago Novais. BREVE INTRODUÇÃO. Abordagem ao tema da iluminação em três obras distintas de um mesmo arquitecto, Álvaro Siza Vieira : Igreja do Marco de Canaveses Museu de Arte Contemporânea de Serralves

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ILUMINAÇÃO DOS EDIFICIOS Ana Catarina Fernandes Inês Lapa Tiago Novais

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  1. ILUMINAÇÃO DOS EDIFICIOS Ana Catarina Fernandes Inês Lapa Tiago Novais

  2. BREVE INTRODUÇÃO Abordagem ao tema da iluminação em três obras distintas de um mesmo arquitecto, Álvaro Siza Vieira: • Igreja do Marco de Canaveses • Museu de Arte Contemporânea de Serralves • Edifício Habitacional da Boavista Análise de plantas, cortes, alçados e modelos 3D, comparando o tratamento da iluminação e a sua relação com a materialidade e espacialidade nos diferentes programas Importância da luz natural na vida do Homem. A partir da Revolução Industrial, houve uma evolução crescente da tecnologia relacionada com a luz artificial Surgimento de novas possibilidades para a arquitectura complementar a luz natural e artificial, aumentando a liberdade criativae controlo do espaço.

  3. COMPONENTES ARQUITECTÓNICOSContexto e Importância Histórica Dispositivos, elementos arquitectónicos que pertencem ao edifício e que vão de alguma forma actuar na entrada e controlo da luz. VÃOS DE JANELA Abertura numa parede para aí se colocar uma janela, permitindo a entrada de ar e luz e possibilitando a extensão do olhar. Têm grande importância na linguagem do edifício. A sua evolução ao longo da história foi condicionada pelas inovações técnicas e pelos estilos arquitectónicos. CLARABÓIAS Aberturas no topo dos edifícios que permitem a entrada de luz ou ventilação e podem ter diversos formatos. Utilizadas frequentemente em edifícios públicos para iluminar zonas de recepção e exposição ou para criar certas ambiências no interior.

  4. COMPONENTES ARQUITECTÓNICOSContexto e Importância Histórica LANTERNINS Tal como as clarabóias, são aberturas na parte superior da cobertura, assumindo normalmente formas salientes com aberturas laterais. Usados frequentemente em equipamentos colectivos, como museus, pois permitem criar uma atmosfera de luz difusa. Tornam-se elementos de destaque e de caracterização do edifício a partir do exterior. PALAS Elementos colocados geralmente numa posição perpendicular à fachada e associados a um ou mais vãos de janelas. Têm como principal função controlar a entrada de luz, contribuindo para um maior conforto térmico no interior dos edifícios. Por vezes, servem também como elementos de marcação da entrada ou como elemento preponderante a um determinado gesto.

  5. O AUTORBiografia e Principais Obras Nasceu em Matosinhos, a 25 de Junho de 1933. Estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre 1949 e 1955, embora a sua verdadeira paixão fosse escultura. Durante e após a conclusão do curso, trabalhou com Fernando Távora, até estabelecer o seu próprio atelier, em 1958. Em 1966 começou a leccionar na mesma Escola, tendo sido nomeado professor de Construção em 1976. A sua obra ganhou um certo destaque, o que impulsionou a participação de Siza em vários concursos e mostras internacionais, que lhe garantiram alguns prémios: Medalha de Ouro da Fundação Alvar Aalto(1988), Prémio Mies Van der Rohe para Arquitectura Europeia (1988), Prémio Pritzker (1992), entre outros. 1958-63 Casa de Chá da Boa Nova, LEÇA DA PALMEIRA 1961-66 Piscinas de Leça, LEÇA DA PALMEIRA 1971-74 Banco Pinto & Sotto Maior, OLIVEIRA DE AZEMÉIS 1975-77 Início do Projecto SAAL, Bairro da Bouça, PORTO 1977 Bairro da Malagueira, ÉVORA 1980-84 Bonjour Tristesse, BERLIM 1983 Desenvolvimento do plano urbano para Macau, MACAU 1985-86 Pavilhão Carlos Ramos, PORTO 1987 Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, PORTO 1990-96 Igreja de Santa Maria, MARCO DE CANAVESES 1991-98 Edifício da Boavista, PORTO 1991-99 Museu de Arte Contemporânea de Serralves, PORTO 2004-08 Biblioteca Municipal de Viana, VIANA DO CASTELO

  6. AS OBRASContexto e Cronologia IGREJA DE SANTA MARIA Encomendada em 1990 pela Diocese do Porto e acompanhada pelo padre da paróquia, Nuno Higino. É parte de um conjunto religioso em que os vários volumes estão implantados em torno de um adro central, aberto para a paisagem do vale. A obra é o resultado de um estudo aprofundado do programa e de várias reflexões sobre o espaço da igreja, nos dias de hoje. A claridade no interior do edificio é o que mais o distingue das igrejas comuns, com grandes aberturas que permitem a entrada de luz e a vista para o exterior. O arquitecto trabalhou igualmente a relação, encontro e transição dos materiais, que foram escolhidos de acordo com a região.

  7. AS OBRASContexto e Cronologia EDIFÍCIO DA BOAVISTA Construído entre 1991-1998, faz parte de um complexo de quatro edifícios, localizado junto à urbanização de Aviz, na Avenida da Boavista, Porto. O complexo está situado na parte Norte do terrenoeos edifícios definem entre eles uma grande praça pública, elemento-chave do conjunto, formando dois espaços acotas diferentes. O piso térreo é de comércio, seguindo-se sete pisos de habitação, cada um com oito fogos, mais dois pisos de cave subterrânea para estacionamento. Quanto aotipo de acesso é um vertical múltiplo e salienta-se o cuidado dado à escolha dos materiais e à caracterização dos espaços interiores, conferindo a todo o edifício uma riqueza e qualidade de habitar.

  8. AS OBRASContexto e Cronologia MUSEU DE SERRALVES Localizado em Lordelo do Ouro, no Porto, na antiga Quinta do Conde de Vizela, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves (1996-1999. A obra veio responder a um grande projecto da Fundação de Serralves, ao proporcionar um excelente espaço aberto ao público, dedicado à cultura e lazer. O edifício desenvolve-se longitudinalmente de Norte para Sul, dividindo-se em duas alas separadas por um pátio e constituídas por três pisos, cada um com uma distribuição programática lógica e coerente. Devido ao pé direito duplo e aos vãos estrategicamente colocados há um prolongamento visual do interior para o exterior e é dada especial atenção à forma como se dispõe a luz, tanto natural como artificial.

  9. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMMétodos de análise Análise de alguns espaços interiores de cada uma das obras em estudo: • Igreja: espaço da assembleia e baptistério • Edifício habitacional: sala e quarto tipo • Museu de Serralves: sala expositiva e biblioteca Análise assente na geometria solar, apresentada sempre em dois dias distintos do ano - Solstícios de Verão e Inverno – que reflectem o movimento geral da luz ao longo do ano. Perceber como se processa a entrada da luz em cada um dos espaços e como isso contribui para a caracterização interior, bem como factores simbólicos adjacentes. Recurso a plantas, cortes, alçados e desenhos 3D com aplicação dos mateirais, permitindo uma compreensão global das volumetrias.

  10. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMComponentes Arquitectónicos e a Orientação Solar IGREJA DE SANTA MARIA Existência de quatro componentes arquitectónicos principais que permitem a entrada de luz natural: • Longa janela horizontal na fachada lateral, junto aos bancos, abre o espaço para a paisagem ao mesmo tempo que recebe a luz directa do Sol. Variação no alcance da luz e no modo como se projecta; • Aberturas côncavas nas absides, viradas a Noroeste, deixam entrar uma luz mais difusa, iluminando o espaço geral da igreja;

  11. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMComponentes Arquitectónicos e a Orientação Solar IGREJA DE SANTA MARIA • Duas portas no altar, permitem a entrada de uma luz clara que é filtrada por uma chaminé alta com um lanternim, que ilumina também a capela mortuária situada no piso inferior; • Grande janela junto ao baptistério, determinante para a caracterização desse pequeno espaço mais recolhido.

  12. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMComponentes Arquitectónicos e a Orientação Solar EDIFICIO DA BOAVISTA Quarto Com vão orientado a Sul, reflecte uma estratégia de gestão de qualidade do espaço e rentabilização ecónomica, reduzindo os gastos energéticos. O vão rectangular alargado permite a incidência directa e prolongada de luz, verificando-se anecessidade da construção de uma pala. A pala protege o quarto da incidência da luz directa no Verão (evitando o seu sobreaquecimento), dando um efeito de claridade na totalidade do dia. A luz no solstício de Inverno é mais abrangentee consegue iluminar quase a totalidade do espaço, permitindo a amenização da temperatura.

  13. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMComponentes Arquitectónicos e a Orientação Solar EDIFICIO DA BOAVISTA Sala Existência de dois vãos orientados a Norte, ambos rectangulares e de grandes dimensões. Com a não incidência de luz directa do lado Norte, existe a necessidade de abrir vãos de grandes dimensões para a claridade ser amplamente aproveitada.

  14. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMComponentes Arquitectónicos e a Orientação Solar MUSEU DE SERRALVES Sala expositiva Orientada a Sul, tem um janela quadrada e clarabóia rectangular. Os vãos reflectem uma estratégia de colocação e forma particulares da qualidade daquele espaço. Pela função expositiva da sala, esta deve ser iluminada, mas não em demasia. A clarabóia deixa entrar uma Luz difusa, quase que resultando só num efeito de claridade, no solstício de Inverno e num foco direcionado a uma das paredes, no solstício de Verão. A janela quadrada, colocada propositadamente numa altura central do pé direito da sala, permite uma incidência de luz mais prolongada no espaço, no solstício de Inverno e mais incisiva e reflectiva, no solstício de Verão.

  15. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMComponentes Arquitectónicos e a Orientação Solar MUSEU DE SERRALVES Biblioteca O vão rectangular alargado, orientado a Este e colocado à cota do piso superior (do mezanine), permite uma maior entrada de luz, de manhã, e de claridade, no resto do dia. A luz no solstício de Inverno é mais abrangente, conseguindo até iluminar (embora com pouca intensidade) a zona das estantes, enquanto que no solstício de Verão é mais incisiva sobre a grande mesa de consulta dos livros. Pela amplitude da sala e a necessidade uma iluminação constante, justifica-se assim, o recurso à iluminação artificial.

  16. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMOs materiais nos percursos de luz. Função e simbologia. IGREJA DE SANTA MARIA Materiais escolhidos de acordo com as intencionalidades do projecto. Especialcuidado na relação, encontro e transição dos mesmos. Utilização de materiais da região, como o granito e materiais produzidos artesanalmente, como o azulejo, cujas irregularidades produzem uns reflexos muito particulares de luz. A base do edifcio neste material prende o corpo branco ao solo e faz o contraponto com a leveza do edifício que por vezes parece que se desmaterializa. Modelo 3D do exterior

  17. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMOs materiais nos percursos de luz. Função e simbologia. IGREJA DE SANTA MARIA Num plano mais simbólico, há diversas interpretações dos jogos de luz que as aberturas produzem no interior do espaço: • Forte verticalidade que se sente no interior do edifício e a articulação de determinados elementos, como as duas aberturas atrás do altar, dão um sentido de elevação • Rasgo horizontal que emoldura a paisagem do vale que se estende até a um horizonte montanhoso, representando o verdadeiro lugar onde o céu e a terra se unem • A luz que jorra do alto do céu, entrando pelas aberturas nas absides, encontra-se com a luz que vem da terra, da natureza, que entra pelo rasgo horizontal, desenhando uma cruz de forma invisível no interior da nave.

  18. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMOs materiais nos percursos de luz. Função e simbologia. Modelo 3D do Quarto EDIFICIO DA BOAVISTA A escolha dos materiais parece ir de encontro a um claro aproveitamento da luz que caracteriza os diferentes espaços, contornando mesmo algumas dificuldades sentidas devido à orientação do próprio edifício. A opção pelo reboco branco e o soalho de uma madeira escura como a afzélia atribuem a estes espaços a sensação de claridade controlada. O tratamento utilizado no soalho permite uma reflexão espelhada, tirando o máximo proveito da luminosidade, principalmente na sala. Autilização de uma madeira mais escura permite evitar que essa difusão de claridade se torne incómoda. Modelo 3D da Sala

  19. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMOs materiais nos percursos de luz. Função e simbologia. MUSEU DE SERRALVES Caracterização material e construtiva do vão e do componente arquitectónico janela/clarabóia é bastante simples e preciso em todo o Museu. A escolha de determinados tipos de caixilhos e métodos construtivos é fulcral para a constituição da imagem final do todo. Faz com que o vão da janela se encaixe e quase disfarce na leitura integral, tanto do espaço interior como do alçado exterior. Modelo 3D da Biblioteca

  20. TRÊS OBRAS, UMA ABORDAGEMOs materiais nos percursos de luz. Função e simbologia. MUSEU DE SERRALVES A opção por reboco branco, tanto no interior como no exterior, já faz parte da linguagem do arquitecto Siza. A repetição dessa linguagem dá aos espaços interiores uma sensação de claridade controlada e ambiência neutra, mas cuidada. O carvalho no soalho alimenta esta sensação, visto que é um material que não permite uma reflexão demasiado espelhada, mas sim mais difusa. A especificidade do programa e a sensibilidade das obras e serem expostas, exigia um carácter interior de ambiência natural. Iluminação apenas como um condutor que guia e vai mostrando a exposição, para que, de certa forma, fossem apenas as obras as protagonistas do espaço. Modelo 3D da Sala Expositiva

  21. CONCLUSÃO “Os espaços não existem sem luz.” Louis Kahn Ao longo do presente trabalho foram abordadas algumas questões relativas ao tema da iluminação natural dos edifícios. As obras escolhidas abarcam os vários componentes arquitectónicos que foram referidos e como dotam de uma linguagem estético-formal e técnico-construtiva semelhante, uniformizam os resultados analíticos obtidos. A variedade dos espaços escolhidos (sala expositiva, biblioteca, baptistério, quarto, etc) permitiu abordar temáticas de espacialidade e como a iluminação os pode afectar, num sentido de criação de ambiência, de simbolismo e até de prática funcional. Há uma sensibilidade por parte do arquitecto ao tema da luz natural presente nas três obras. Os jogos de luz criados nas diversas obras, aliados às materialidades criteriosamente escolhidas, contribuem para a poética do espaço enquanto princípio da prática de projecto, pela qual o arquitecto Álvaro Siza se destaca. “A arquitectura é o jogo sábio, correcto e magnífico dos volumes sob a luz.” Le Corbusier

  22. REFERÊNCIAS DE MATERIAIS

  23. BIBLIOGRAFIA FRAMPTON, Kenneth. Álvaro Siza: tute le opere. Electa. Milão 2005 HIGINO, Nuno e SIZA VIEIRA, Álvaro. Jardim e casa mortuária. Igreja de Santa Maria. CENATECA. Marco de Canaveses, 2001 MENDIZÁBAL, Margarita. Manual de la Ventana. Ministério de Obras Públicas e Urbanismo PARÍCIO, Ignacio. La Construccíon de la Arquitectura, Los Elementos Vol 2. Instituto de Tecnologia de la Construcció da Catalunha PESSANHA, Matilde. Siza: Lugares sagrados, monumentos. Campo das Letras. Porto, 2003 RANGEL, Mafalda. A Iluminação Zenital na obra de Alvar Aalto e Álvaro Siza. FAUP. Porto 2004 SIZA VIEIRA, Álvaro. A Igreja de Santa Maria. PSMF. Marco de Canaveses.,1998 SIZA VIEIRA, Álvaro. Imaginar a Evidência. Edições 70. Lisboa, 2000 TESTA, Peter. Álvaro Siza. Birkhauser 1996

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