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Mesa: Tratamento do Tabagismo Fatores Influenciadores na Seleção de Medicamentos

XXXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA VI ALAT - ASSOCIACIÓN LATINOAMERICANA DEL TÓRAX. Mesa: Tratamento do Tabagismo Fatores Influenciadores na Seleção de Medicamentos. Alberto José de Araújo, MD, D Sc. Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo – UFRJ

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Mesa: Tratamento do Tabagismo Fatores Influenciadores na Seleção de Medicamentos

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Presentation Transcript


  1. XXXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA VI ALAT - ASSOCIACIÓN LATINOAMERICANA DEL TÓRAX Mesa: Tratamento do TabagismoFatores Influenciadores na Seleção de Medicamentos Alberto José de Araújo, MD, D Sc. Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo – UFRJ Escola Médica de Pós Graduação – PUC-Rio 23/11/2008

  2. Pascal’ As pessoas são geralmente melhor persuadidas pelas razões que elas próprias têm descoberto, do que por aquelas que vieram pela opinião dos outros.” alberto.nett@gmail.com

  3. Tópicos da apresentação • Nicotina: fabuloso poder de adição. • Cuidar da dependência: missão do médico. • Motivação: pedra angular do tratamento • Arsenal terapêutico: qual, quando, como, para quem... • Fatores que influenciam o sucesso terapêutico • Fatores que predizem o insucesso / recaída • Evidências científicas dos protocolos • Recomendações gerais alberto.nett@gmail.com

  4. Por que é preciso navegar nos mares da dependência, para entender que é preciso tratar o fumante? • O consumo de cigarros gera adição. • < 25% das tentativas para deixar de fumar duram 1 semana • < 5% das tentativas persistem por 6 meses • os fumantes sentem forte compulsão quando tentam parar • Os fumantes sentem, quando são privados da nicotina, os efeitos desagradáveis da abstinência. • Isto ocorre porque a nicotina causa um distúrbio nos circuitos cerebrais envolvidos na motivação. • Estima-se que os fatores genéticos possam ser responsáveis por até 60% do risco de início e 70% da manutenção da dependência. • A adição é de grau variável e nem todos os fumantes precisam de ajuda mas muitos necessitam mais do eles próprios imaginam. alberto.nett@gmail.com

  5. Por que o custo das tentativas malsucedidas para deixar de fumar é alto ! • A cada ano que a cessação é adiada, após os 40 anos, há uma perda de 3 meses de vida. • Assim cada tentativa para deixar de fumar é um recurso precioso, deve ser encorajado pelo MD e levado a sério pelo paciente. alberto.nett@gmail.com

  6. Por que cuidar da dependência se parar de fumar é tão difícil, haja vista os meus colegas fumantes? Se cuidar é ... humano! (des) cuidar-se também é ... humano! AjA. • Oferecer a chave terapêutica mais apropriada nem sempre é garantia de abertura do portal da abstinência. • A intenção (querer) de parar é um ponteiro que gira em sentido contrário ao do desejo de fumar (ambivalência). • Para convidar o fumante ao baile da mudança, é preciso estar na pista certa, no ritmo adequado, na fórmula, dose e tempo que for necessário. • Orientar sobre os efeitos transitórios da síndrome de abstinência e como enfrentar a fissura (craving). alberto.nett@gmail.com

  7. Por que o médico é (pode ser) o ancoradouro seguro – o médico é, por natureza, cui-da-dor! Acredito que cada direito envolve uma responsabilidade; cada oportunidade uma obrigação; cada posse, um dever! Nélson Rockfeller. • O cuidador precisa ter acolhimento, empatia, escuta, conhecimento e sinceridade de propósitos. • O cuidado requer como princípios: responsabilidade, iniciativa, coragem, autoconfiança e disciplina. • A mudança de atitude (comportamento) é um processo construído ao longo do tratamento, com ou sem medicamentos. alberto.nett@gmail.com

  8. Eixo da abordagem terapêutica • Os melhores resultados no tratamento do tabagismo são obtidos com uma abordagem combinada, cognitivo-comportamental e farmacológica. • Terapia cognitivo-comportamental: individual / grupo • Farmacoterapia: • Monoterapia • Combinada. • Estendida (prolongada até 6m ou mais) • Antecipada * alberto.nett@gmail.com

  9. Terapia comportamental • Terapias Psicológicas/Comportamentais • reduzem as motivações psicológicas para fumar, • apóiam a motivação para não fumar • provêem habilidades e técnicas para manejar o autocontrole • podem ser proporcionadas: • face a face, individualmente ou em grupos, • ou através de telefone. alberto.nett@gmail.com alberto.nett@gmail.com 9

  10. Fatores que devem nortear a escolha • Deve-se considerar sempre a preferência e o conforto do paciente na escolha do protocolo terapêutico. • Pontos a considerar: os cinco “Q” • Para Quem? • A partir de Quando? • Qual(is) droga(s)? • Em Qual dosagem? • Por Quanto tempo? alberto.nett@gmail.com

  11. Fatores relacionados à história da pessoa O QUE VALORIZAR ? História clínica história tabágica História tabágica Estilo de vida Rede de apoio alberto.nett@gmail.com

  12. Fatores relacionados à história da pessoa • Identificar: • idade, sexo, estado civil, escolaridade, ocupação • dados antropométricos: peso, altura, IMC • estilo de vida (sono, alimentação, exercícios) • rede de apoio • Valorizar: • sintomas ( tosse, expectoração,”chiado” dispnéia, dor torácica, palpitações, claudicação intermitente, tonteiras) • VERSUS • benefícios que serão obtidos com a cessação alberto.nett@gmail.com

  13. Fatores relacionados à história da pessoa • Investigar co-morbidades: • Doenças relacionadas ao tabaco: DPOC, DCV, Câncer etc. • HAS, Arritmia, Diabetes, Asma, Obesidade, doença hepática ou renal, dermatopatia, alergia etc. • Psiquiátricas: ansiedade, depressão, compulsão etc. • Outras dependências: álcool, maconha, cocaína, opióides • Identificar possíveis contra-indicações (relativas ou absolutas): • Crise convulsiva, TCE • Gestantes, lactantes e adolescentes • Doenças oro-gengivais, gastrite, úlcera gastroduodenal • Uso de inibidor da MAO alberto.nett@gmail.com

  14. Quais são os cuidados especiais com os fumantes? • Interações medicamentosas: • Bupropiona: ciclofosfamida, cimetidina, anti-depressivos tricíclicos, alguns beta bloqueadores. • Situações que demandam cautela:(gravidez, amamentação, IAM recente, arritmias graves, adolescentes, idosos). • Controle de doenças crônicas concomitantes: integrar com o tratamento, ajustar doses dos medicamentos (HAS, Depressão) e monitorar sinais vitais (PA). • Pacientes em uso de medicamentos para redução ponderal: potencialmente ansiogênicos, preferível um passo de cada vez. • Solicitação dos exames de rotina: medo do resultado – fuga do tratamento ou podem estimular a parar. alberto.nett@gmail.com

  15. Quais são os cuidados especiais com a prescrição? • Os distúrbios psiquiátricos são mais freqüentes entre fumantes do que na população geral (tabagismo é um distúrbio neurocomportamental – CID 10 – F17) • 30 – 60% dos que procuram tratamento de tabagismo podem ter passado de estados depressivos. • 20% ou + podem ter passado de abuso ou de dependência do álcool. • 70% ou + dos alcoolistas também fumam. • Fiore MC et al. Treating Tobacco Use and Dependence: 2008 Update. Clinical Practice Guideline. Rockville, MD: US. Department of Health and Human Services. Public Health Service. May 2008 alberto.nett@gmail.com

  16. Qual é o perfil do fumante que estamos tratando? • Motivação para a cessação do tabagismo (Prochaska & DiClementi): estágios de mudança: Quando estará efetivamente pronto para a ação? • Grau de dependência à nicotina (Escala de Fagerström): tempo para acender o primeiro cigarro? • Idade que começou a fumar e o nº de cigarros fumados por dia • Importância (papel) do cigarro na vida (solidão, ansiedade, ociosidade, lazer etc.) • Tentativas anteriores de cessação: quantas? ( sem /com ajuda, uso • de medicamentos, sintomas de síndrome de abstinência) • O que levou à recaída? Usar como aprendizagem? alberto.nett@gmail.com

  17. Quais são os principais fatores preditivos do insucesso terapêutico ou da recaída? Variáveis associadas com taxas de abstinência mais baixa VARIÁVEIS EXEMPLOS Alto grau de dependência à nicotina fumante de 20 ou mais cigarros/dia ou fuma o 1º cigarro até 30 minutos após acordar Co-morbidade psiquiátrica e uso de drogas fumantes têm mais depressão, > abuso de álcool pacientes com esquizofrenia têm maior dificuldade Alto nível de estresse circunstâncias estressantes de vida e/ou reativas às grandes mudanças na vida (divórcio, desemprego, perdas) Exposição à PTA de outros fumantes convivência com fumantes em casa ou no trabalho Fiore MC et al. Treating Tobacco Use and Dependence: 2008 Update. Clinical Practice Guideline. Rockville, MD: US. Department of Health and Human Services. Public Health Service. May 2008 alberto.nett@gmail.com

  18. Intervenção: Elementos Essenciais TRN Medicação não nicotínica Atividade Física Biológico Psicológico Trabalho de Motivação Manejo do Humor Prevenção da Recaída Social Contatos Suporte Social Plano na Crise (Craving) alberto.nett@gmail.com alberto.nett@gmail.com 18

  19. Demandas para o tratamento • Maioria dos fumantes: • não pensa que necessita ajuda para deixar. • não entende os benefícios do tratamento para apoiar a cessação • não usa os tratamentos adequados (Reino Unido: < 50% usam fármacos e < 10% usam abordagem psicológica). • West R, 2008. • Maioria dos profissionais de saúde: • tem uma limitada compreensão: • da necessidade do tratamento para a cessação • dos benefícios alcançados com o tratamento alberto.nett@gmail.com

  20. Tratamento farmacológico • A oferta de tratamento pode melhorar as taxas de sucesso em torno de 300%. West R, 2008. • Terapias Farmacológicas: • reduzem a compulsão para fumar através da normalização da atividade nos circuitos cerebrais que suportam a urgência de fumar. • estas incluem as drogas de 1ª linha: • Terapia de reposição com nicotina (goma, adesivo, pastilha), • Bupropiona, • Vareniclina. • e as drogas de 2ª linha: • Nortriptilina e Clonidina. alberto.nett@gmail.com

  21. Fatores Influenciadores na seleção de medicamentos: Eficácia comparada ao placebo Medicina Baseada em Evidências (Revisão Cochrane: metanálise) Protocolo (52 semanas Follow up) Razão de Chance Taxa cessação 1 ano • TRN (adesivo)vs. placebo: OR = 1,74 (IC95%: 1,64-1,86) • Terapia combinada vs. monoterapia: OR = 1,55 (IC95%: 1,17-2,05)Silagy et al, Cochrane 2004. ___________________________________________________________________________________ • Bupropiona vs. placebo: OR = 1,94 (IC95%: 1,17-2,05) Hughes et al, Cochrane 2007. • Bupropiona, TRN vs placebo:Placebo (15,6%) TRN (16,4%) BUP (30,3%) p<0,001 BUP + TRN (35,5%)RCT, Fase III, 893 pacientesJorenby et al, N Engl J Med. 1999;340(9):685-91. ___________________________________________________________________________________ • Vareniclina vs. placebo: OR = 3,22 (IC95%: 2,43-4,27) * em 12 meses de abstinência contínua. Hughes et al, Cochrane 2007. RCT (6 estudos), 4924 pacientes. • Vareniclina vs. placebo (F III):(p<0,02) OR = 1,34 (IC95%: 1,06-1,69) (43,6% vs. 36,9) * abstinência entre 12ª -52ª semanas. Tonstad et al, JAMA 2006; 296 (1): 64-71. RCT, Fase III, 1927 pacientes. alberto.nett@gmail.com

  22. Fatores Influenciadores na seleção de medicamentos: Eficácia comparada entre as opções terapêuticas Medicina Baseada em Evidências (Revisão Cochrane: metanálise) Protocolo (52 semanas Follow up) Razão de Chance Taxa cessação 1 ano • Vareniclina vs. Bupropiona: OR = 1,66 (IC95%: 1,28-2,16) * em 12 meses de abstinência contínua. Hughes et al, Cochrane 2007. RCT (3 estudos). OR = 1,52 (IC95%: 1,22-1,88) RCT (3 estudos). Cahill et al, Cochrane 2008. • Vareniclina, Bupropiona vs. placebo: Placebo (10,3%)* abstinência entre 9ª - 52ª semanas. OR = 2,66 (IC95%: 1,72-4,11) - VAR(23%) p <0,0001OR = 1,77 (IC95%: 1,19-2,63) - BUP(14,6%)p <0,004RCT - Fase III, 1027 pacientes.Jorenby et al. JAMA 2006. _________________________________________________________________________________________________________ • Vareniclina vs. TRN : * abstinência entre 8ª -52ª semanas. OR = 1,66 (IC95%: 1,28-2,16) - VAR(26,1%)p = 0,056 (NS)OR = 1,40 (IC95%: 0,.99-1,99) - TRN(20,36%) Albin et al, Thorax. 2008;63(8):717-24 alberto.nett@gmail.com

  23. Fatores Influenciadores na seleção de medicamentos: Eficácia da Nortriptilina comparada ao placebo alberto.nett@gmail.com

  24. Recomendações • Todos os Profissionais de Saúde • devem ter uma compreensão básica: • “por que é tão difícil para os fumantes pararem?” e • da efetividade dos tratamentos para a cessação • possam explicar aos pacientes: • os benefícios de tratamentos ajudar cessação e • encorajar que os fumantes usem os tratamentos disponíveis baseados em evidências científicas. alberto.nett@gmail.com

  25. Recomendações • Todos as agências envolvidas na comunicação com os fumantes: • devem informá-los sobre os benefícios do tratamento - psicológico e farmacológico – para a cessação do tabagismo. • Todos os órgãos que financiam/suportam os cuidados à saúde: • devem oferecer tratamento para ajudar o fumante a parar, ao mesmo nível de outras terapias custo-efetivas, em termos de disponibilidade e acessibilidade. alberto.nett@gmail.com

  26. Lembre-se que parar de fumar é.... “Parar de fumar é contagioso” Rede de apoio The Collective Dynamics of Smoking in a Large Social Network. / Nicholas A. Christakis, M.D., Ph.D., M.P.H., and James H. Fowler, Ph.D. NEJM, Volume 358:2249-2258 - May 22, 2008 – number 21 Probability That a Subject Will Quit Smoking According to the Type of Relationship with a Contact Who Quits Smoking, in the Social Network of the Framingham Heart Study. alberto.nett@gmail.com

  27. alberto.nett@gmail.com

  28. Mensagem Sentido e Valor "Se os homens nem sempre podem conseguir que a história tenha sentido, sempre podem atuar, de tal forma, que suas próprias vida o tenham" Albert Camus. alberto.nett@gmail.com

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