E N D
Caríssimos, Falar sobre um santo é falar da misericórdia de Deus para com os homens, do valor do homem, diante de Deus. “Camilo é exemplo do que se pode denominar a graça no homem.” Hoje veremos a história de um pecador que, com a graça de Deus, tornou-se santo. De um homem que viveu de forma tão intensa a fé evangélica, humanitária, após a sua conversão. Meditemos sobre a vida do “Santo da Cruz Vermelha.” Carinhosamente, Graziela
Nascido em Chieti dos Marqueses De Lellis, filho de Camila e do Capitão João de Lellis, teve juventude agitada. Entrou na carreira militar e conheceu os vícios dos militares da época.
Ferido e doente, após uma batalha, foi hospitalizado; ao sair, mais ou menos são, perdeu tudo no jogo. A doença de Camilo começou com uma febre altíssima e também apareceu-lhe uma pequena ferida na perna direita, sobre o peito do pé que virou uma grande chaga posteriormente e que vai acompanhá-lo até a morte.
Acolhido pelos Capuchinhos, foi transformado e entrou na ordem; porém uma doença obrigou-o a sair. Hospitalizado acabou saindo do Hospital com má reputação. Volta novamente ao caminho das armas. Sua vida prossegue sem rumo, é uma aventura após a outra.
Em 02 de fevereiro de 1575, festa da Purificação de Nossa Senhora, Camilo, de manhã cedinho foi à Igreja. Enquanto segurava na mão a vela acesa, nem suspeitava que naquele dia receberia um jato de luz, inesperado e deslumbrante que o levaria, à força, por um caminho inédito – O dia da sua conversão.
A caminho da Manfredônia, foi meditando sobre as palavras que ouvira do padre Ângelo: “Deus é tudo. O resto não vale nada. A vida tem sentido se for dedicada a salvar a alma, a única coisa realmente importante, que não se pode perder de jeito nenhum.”
Convertido, começou a fazer penitência e, posteriormente, sob o benévolo influxo de São Filipe Néri, colocou-se, primeiro, a serviço dos doentes; depois pensou em fundar uma congregação religiosa justamente para cuidar dos enfermos, os Camilianos.
Camilo sempre garantiu que o crucifixo era o verdadeiro fundador da Ordem, pois em um momento de desânimo, em uma noite, o crucifixo o tranquilizou: “Não tenhas medo, covarde. Segue adiante. Eu te ajudarei e estarei contigo. Farei com que tires grande proveito dessas contrariedades.”
De outra feita, uma segunda experiência mística: “De que te afliges covarde? Continua a obra. Eu te ajudarei, pois a obra é minha, não tua.” O crucifixo ocupava o centro da espiritualidade e da vida de Camilo.
Camilo viveu inflamado pela virtude da Caridade, não só para com Deus, mas também para com o próximo, especialmente os doentes. Bastava vê-los para que se enchesse de ternura e se comovesse no mais íntimo do coração, a tal ponto que esquecia completamente todas as delícias, prazeres e afetos terrenos.
Contemplava nos doentes, com tão sentida emoção, a pessoa de Cristo que, muitas vezes, quando lhes dava de comer, pensando serem outros cristos, chegava a pedir-lhes a graça e o perdão dos pecados. Mantinha-se diante deles com tanto respeito, como se estivesse realmente na presença do Senhor.
Camilo dizia: “Ainda que não se encontrassem pobres no mundo, os homens deveriam andar a procurá-los e desenterrá-los, para lhes fazerem o bem e praticar a misericórdia para com eles.”
A cruz vermelha vem de um sonho que sua mãe Camila tivera durante a gravidez e que a incomodava: um rapazinho carregando uma bandeira à frente de um bando de meninos, todos com uma “cruz vermelha” no peito.
Camilo expirou suavemente, como quem adormece placidamente. Eram nove e três quartos da noite, segunda-feira, 14 de julho de 1614. Camilo, juntamente com São João de Deus, é o padroeiro dos doentes, profissionais da área da saúde e hospitais.
Texto – Missal Cotidiano; Liturgia das Horas; Camilo de Lellis de Mateo Bautista; São Camilo de Mons. Ascânio Brandão. Imagens – Google Música – Hino de São Camilo Formatação - Graziela