1 / 50

SIGNO NUMA PERSPECTIVA DIACRÓNICA

SIGNO NUMA PERSPECTIVA DIACRÓNICA. “ISTO NÃO É UM CACHIMBO”.

justin
Download Presentation

SIGNO NUMA PERSPECTIVA DIACRÓNICA

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. SIGNO NUMA PERSPECTIVA DIACRÓNICA

  2. “ISTO NÃO É UM CACHIMBO” • “O famoso cachimbo... Como fui censurado por isso!
E, entretanto... Vocês podem encher de fumo o meu cachimbo?
Não, não é mesmo?
Ele é apenas uma representação.
Portanto, se eu tivesse escrito sob o meu quadro: "Isto é um cachimbo", eu teria mentido.” Magritte in FOUCAULT, Isto não é um cachimbo.

  3. O SIGNO DIACRONICAMENTE (1) Período Clássico; (2) Período Medieval; (3) Racionalismo; (4) Empirismo Britânico; (5) Iluminismo.

  4. Período Clássico • Platão: (428/27-347 a. C.) • (1) Os signos verbais, naturais ou convencionais, são representações incompletas da verdadeira natureza das coisas; • (2) O estudo das ideias nada revela sobre a verdadeira natureza das coisas, uma vez que a realidade das ideias é independente das representações sob a forma de palavras; • (3) O conhecimento mediado por signos é indirecto e inferior ao conhecimento imediato, e a verdade sobre as coisas através das palavras é inferior ao conhecimento da verdade em si.

  5. Período Clássico (cont.) • Aristóteles (384-322 a. C.): • “Um nome é um som falado significante por convenção. Eu digo por convenção, porque nenhum nome é natural, mas apenas quando se torna um símbolo”. • Signos: • (1) Marcas escritas são símbolos de sons falados; • (2) Sons falados são signos e símbolos de impressões mentais; • (3) Impressões mentais são cópias das coisas; • (4) Enquanto os eventos mentais e as coisas são os mesmos para a humanidade, o discurso não é.

  6. Período Clássico (cont.) Estóicos (Zenão de Cítio, séc. III a. C.): O signo liga três componentes: (1) o significante material; (2) o significado ou sentido; (3) o objecto externo referente. Enquanto o significante e o objecto são entendidos como entidades materiais, o significado é considerado incorpóreo.

  7. Período Medieval Santo Agostinho (Agostinho de Hipona, 354-430) : Signo: (1) Plano semântico: “um signo é o que se mostra a si mesmo ao sentido, e que, para além de si, mostra ainda alguma coisa ao espírito”; (2) Plano comunicacional: “a palavra é o signo de uma coisa que pode ser compreendida pelo auditor quando é proferida pelo locutor”.

  8. Período Medieval (cont.) Para Todorov, Santo Agostinho é o primeiro semiótico: (1) os seus estudos têm propósitos cognitivos; (2) estuda os signos em geral e não apenas os linguísticos.

  9. Racionalismo Descartes (1596-1650): (1) negação da zoosemiótica: os animais caracterizam-se, não só pela ausência de linguagem, como pela ausência de razão; (2) axioma das ideias inatas: pressupõe a prioridade do conhecimento intelectual sobre a experiência perceptual; (3) variabilidade dos sons e constância das ideias.

  10. Racionalismo (cont.) Leibniz (1646-1716): (1) visão pansemiótica: inclui, nos signos, palavras, letras, símbolos químicos e astronómicos, caracteres chineses, hieróglifos, marcas musicais, algébricas e aritméticas e outros signos que usamos, em vez das coisas, quando pensamos. (2) “Um signo é aquilo que percepcionamos e, por outro lado, consideramos conectado com outra coisa, em virtude da nossa ou da experiência de outrem”;

  11. Racionalismo (cont.) (3) os signos são ferramentas úteis e necessárias que servem de abreviatura a concepções semânticas mais complexas que representam.

  12. Empirismo Britânico John Locke (1632-1704): Signos (dois tipos): (1) ideias; (2) palavras. Rejeita o axioma das ideias inatas: “as ideias provêm das sensações dos objectos externos”, por reflexão. A mente percepciona e reflecte (cada uma per si).

  13. Iluminismo Francês Diderot (1713-1784): (1) Distinção entre signos linguísticos e não linguísticos; (2) Superioridade da linguagem não verbal: a linguagem dos gestos, não é só mais expressiva, mas também mais lógica que a linguagem verbal: no seu ponto de vista, a linearidade da linguagem falada implica uma visão distorcida da realidade.

  14. Semiologia / Semiótica Ciência do século XX Pais: Ferdinand de Saussure reivindica a ciência“que estudaria em que consistem os signos, que leis os regem”, e propõe a designação “semiologia” (do grego semeion, “sinal"). Charles Sanders Peirce entendia a Semiótica, enquanto doutrina formal dos signos, apenas um outro nome da ciência da Lógica.

  15. Semiologia / Semiótica (cont.) Peirce e Charles Morris concebem a Semiótica como a ciência das ciências, incluindo todas as demais. “A Semiótica tem uma dupla relação com as ciências: ela é simultaneamente uma ciência entre as ciências e um instrumento das ciências” (“meta-ciência”). Charles Morris

  16. O SIGNO

  17. Ferdinand de Saussure (1857-1913)

  18. O SIGNO “entidade psíquica de duas faces” “combinação do conceito e da imagem acústica” “une não uma coisa e um nome, mas um conceito e uma imagem acústica”

  19. SIGNO – COMPONENTES • IMAGEM ACÚSTICA – parte sensível, sensorial e é só, neste sentido, que é material; a marca ou impressão psíquica desse som, a sua representação mental facultada pelo testemunho dos sentidos; • CONCEITO – parte psíquica, imagem mental, é mais abstracto que a imagem acústica. • As imagens acústicas são variáveis consoante as línguas; os conceitos são universais. (Aristóteles)

  20. SIGNO - COMPONENTES Conceito Imagem acústica Significado Significante “árvore” Psíquico Sensível Substância Forma Conteúdo Expressão

  21. CIRCUITO DA FALA

  22. CIRCUITO DA FALA • Pode dividir-se em: • 1. parte exterior (vibração dos sons no seu trajecto boca-ouvido) / parte interior (tudo o resto); • 2. parte psíquica (cérebro e processos a ele associados) / parte não psíquica (factos fisiológicos com sede nos órgãos: fonação e audição, e factos físicos exteriores ao sujeito, possibilitados através das ondas sonoras); • 3. parte activa (centro de associação do sujeito emissor ao ouvido do outro) / parte passiva (o que se processa do ouvido deste ao seu centro de associação); • 4. cérebro: parte executiva (activa) e parte receptiva (passiva).

  23. SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM 1. ARBITRARIEDADE; 2. LINEARIDADE DO SIGNIFICANTE; 3. IMUTABILIDADE; 4. MUTABILIDADE.

  24. ARBITRARIEDADE O traço que une o significante ao significado é arbitrário, o. s., não assenta numa relação lógica, racional, motivada nem natural. Ex.º: a ideia de pé não está ligada por nenhuma relação à cadeia de sons “p” + “é”. Podia ser perfeitamente representada por outra cadeia de sons, provando-o as diferenças entre as várias línguas. Os sinais puramente arbitrários realizam melhor do que os outros o ideal do processo semiológico.

  25. ARBITRARIEDADE OBJECÇÕES: Onomatopeias; Exclamações; Protótipos de composição e derivação vocabulares.

  26. ARBITRARIEDADE Não deve dar a ideia de que o significante depende da livre escolha do sujeito falante: não está em poder do indivíduo alterar o signo, desde que ele tenha sido aceite por um grupo linguístico. Arbitrariedade sim, mas na relação do signo ao significado, com o qual não tem qualquer ligação natural.

  27. ARBITRARIEDADE Um sistema é arbitrário, quando os seus signos são estabelecidos, não por contrato, mas por decisão unilateral. Roland Barthes

  28. LINEARIDADE DO SIGNIFICANTE O significante, por ser de natureza auditiva, desenvolve-se no tempo e, ao tempo, vai buscar os seus atributos: A) representa uma extensão; B) essa extensão é mensurável numa só dimensão: é uma linha. Todo o mecanismo da língua, para deter sentido, carece deste princípio.

  29. IMUTABILIDADE O signo é imutável, porque resiste a qualquer substituição arbitrária. A massa social não é consultada e o significante, escolhido pela língua, não poderia ser substituído por qualquer outro. A comunidade linguística não tem soberania sobre uma só palavra. O factor linguístico da transmissão domina totalmente a língua e exclui qualquer modificação linguística geral e repentina.

  30. IMUTABILIDADE Explicações: A soma dos esforços, que exige a aprendizagem da língua materna, impossibilita uma modificação geral; A reflexão não intervém na prática de um idioma: os sujeitos falantes são, na sua larga maioria, inconscientes das leis da língua e, se não se apercebem delas, não podem, sobre elas, reflectir e modificá-las; E mesmo se os sujeitos falantes fossem conhecedores, seria preciso recordar que os factos linguísticos não provocam grandes críticas, pois cada povo está geralmente satisfeito com a língua recebida.

  31. IMUTABILIDADE Explicações (cont.): Carácter arbitrário do signo: coloca a língua ao abrigo de qualquer tentativa de mutação; A enorme quantidade de signos necessários para constituir qualquer língua; Carácter demasiado complexo do sistema: uma língua constitui um sistema, ponto em que reina uma certa disciplina e em que se denota mais a incompetência da comunidade para a transformar; Resistência da inércia colectiva a todas as inovações linguísticas: a língua é o sistema de que mais se servem os indivíduos e é, de todas as instituições sociais, a que oferece menor margem a iniciativas factor de conservação.

  32. MUTABILIDADE Apesar de a solidariedade para com o passado anular a liberdade de escolha e, assim, garantir a estabilidade do signo, o TEMPO, que assegura a continuidade da língua, tem um outro efeito sobre esta: o de alterar, mais ou menos rapidamente, o signo linguístico. Daí podermos falar simultaneamente em imutabilidade e mutabilidade do signo. O signo altera-se, porque permanece.

  33. MUTABILIDADE • A língua é radicalmente impotente para se defender, instante a instante, dos factores que desviam a relação entre significante e significado. • Ex.ºs: o latim plicare (matar) evoluiu para o francês noyer (afogar); o árabe suq (mercado) evoluiu para o português açougue (talho; matadouro). É uma das consequências da arbitrariedade do signo. O tempo altera tudo: não há motivos para que a língua seja excepção a esta lei universal.

  34. SIGNO - CONCEPÇÃO “é um estímulo – isto é, uma substância sensível – cuja imagem mental está associada no nosso espírito à de um outro estímulo que ele tem por função evocar com vista a uma comunicação”. Pierre Guiraud

  35. SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM (Pierre Guiraud) 1. Comunicação: o signo é sempre a marca de uma intenção de comunicar um sentido. Exclui os índices naturais. 2. Codificação: a relação entre o significante e o significado é convencional, o. s., resulta de um acordo entre os seus utentes, que a reconhecem e a respeitam no emprego do signo. 3. Motivação: relação natural entre o significante e o significado, parte da sua natureza. A motivação não exclui a convenção.

  36. SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM (Pierre Guiraud) 3. Motivação (cont.) “a maior parte das vezes os signos são motivados no seu princípio; todavia, a evolução histórica tende a obliterar a motivação e deixando esta de ser notada, o signo funciona por convenção”. Pierre Guiraud

  37. SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM (Pierre Guiraud) 4. Monossemia (um significante faz-se corresponder a um significado e vice-versa) e polissemia (um significante pode combinar-se com vários significados e um significado com vários significantes); 5. Denotação (constituída pelo significado concebido objectivamente e apenas como tal) e conotação (expressa por valores subjectivos ligados ao signo, resultantes da sua forma e função). Ex.º: Um uniforme denota o grau e uma função; conota o prestígio e autoridade que lhe estão associados.

  38. SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM (Pierre Guiraud) 6. Matéria (ou veículo sensível), substância (ideia, conceito) e forma (valor).

  39. VALOR LINGUÍSTICO Tratar o signo, não pela sua composição, mas pelas suas imediações: é o problema do valor. O valor está intrinsecamente relacionado com a noção de língua: leva a despsicologizar a Linguística e a aproximá-la da Economia. Abordagem de um sistema de equivalências.

  40. VALOR LINGUÍSTICO Para que haja SIGNO ou valor económico, é necessário: 1. a troca de coisas dissemelhantes; 2. a comparação de coisas similares entre si. O sentido só fica verdadeiramente fixado, depois desta dupla determinação: significação e valor.

  41. VALOR LINGUÍSTICO O valor não é a significação: ele provém, diz Saussure, “da situação recíproca das peças da língua”; é mesmo mais importante do que a significação: “que há de ideia ou de matéria fónica num signo tem menos importância do que o que existe à volta dele nos outros signos”.

  42. Charles Sanders Peirce (1839-1914)

  43. Peirce e os seus Sistemas Triádicos A. Divisão da Semiótica: (1) Pragmática: estuda o sujeito falante, independentemente do código empregue; (2) Semântica: estuda a relação entre os signos e as coisas significadas; (3) Sintaxe: estuda as relações formais entre os signos.

  44. Peirce e os seus Sistemas Triádicos (cont.) B. Composição do Signo: a) O signo propriamente dito ou representamen(Morris chamar-lhe-á "veículo sígnico"): é "aquilo que representa"; b) o interpretante ou "imagem mental": é o signo criado na mente de alguém (o "intérprete") pelo representamen; c) o objecto: é aquilo (algo) que é representado, o referente, a coisa. O signo liga-se ao objecto através do interpretante.

  45. Peirce e os seus Sistemas Triádicos (cont.) Semiosis ou semiose: criação ininterrupta de significados associados ao signo inicial, possível num indivíduo, o intérprete.

  46. Peirce e os seus Sistemas Triádicos (cont.) • C. Tipologia dos Signos: • (1) Índice: a relação entre o signo e o objecto assenta numa relação de contiguidade, de transitoriedade, em que se observa a passagem de um estado para outro. • Ex.º: nuvens que ameaçam chuva • (2) Ícone: a relação estabelecida entre o signo e o objecto assenta na semelhança. Dispensa, por isso, a aprendizagem de um código. • Ex.º: foto

  47. Peirce e os seus Sistemas Triádicos (cont.) (3) Símbolo: a relação entre o signo e o objecto está convencionada, exigindo, para a sua descodificação, uma aprendizagem. “O Homem é mais um ser simbólico do que racional”. Charles Morris Pode dizer-se que o índice antecede, o ícone está presente e o símbolo representa.

  48. Semiologia e Semiótica - comparação • Contaminadas pelos seus fundadores • Eduardo Prado Coelho: • (1) ponto de partida: Saussure parte do acto sémico entendido como facto social que, por via do circuito da fala, estabelece uma relação entre, pelo menos, dois interlocutores; Peirce parte da ideia de semiosis, que explana a lógica de funcionamento do signo e que exige a intervenção de uma personagem: o intérprete;

  49. Semiologia e Semiótica – comparação (cont.) (2) limites das ciências: a Semiologia confronta-se com limites e existem objectos exteriores ao seu âmbito, o. s., não semiotizáveis: a Semiologia inclui-se na Psicologia Social; Peirce entende que tudo é semiotizável, pelo que a Semiótica não tem freios; (3) concepção do signo: Saussure perspectiva o signo como entidade psíquica de duas faces – significante e significado – que se condicionam mutuamente; em Peirce, o signo é sobretudo um processo de mediação, que tende para a infinitude.

More Related