Perguntas?

1. Perguntas? Jacó responde!

2. Thiago - O grupo começou quando, por quem? Jacó- O grupo é fundado por mim, Jacó do Nascimento, Carlandreia Ribeiro, desde 1987. Começamos a desenvolver um trabalho de pesquisa sobre Palhaço (Clown) e daí surgiu as oficinas com os menores, as oficininhas, que tinham na época e apresentadas por Luiz Carlos Cardoso, que nos passou uma técnica muito boa de Clown. Ai começamos a desenvolver isso que começou de uma paixão de conhecer um pouco mais, ai fomos para o lado do teatro, fizemos oficinas durante um período e em 89 nos já estreamos com o nosso primeiro espetáculo de rua e em 90 já entramos no primeiro festival internacional de teatro, aqui de BH, que na época era montado pelo grupo Galpão. E o grupo Circo e Teatro Olho da Rua tem essa coisa de pesquisar e repassar linguagens e montamos um espetáculo meio surreal, com uma linguagem meio alternativa, hoje o povo trabalha muito em função da performance, tipo um cênico musical, é onde a ausência de linguagem, o verbo mesmo, a palavra é inexistente, com muitos sons, músicas e imagens. E isso despertou muito interesse já no nosso segundo festival em 92.

3. Thiago - Existe alguma instituição que apadrinhou o grupo? Jacó - Atualmente não existe uma que apadrinha o grupo, mas sim que apadrinha os serviços que o grupo presta, mas não na produção só de teatro e sim no projeto Arte e Educação que é executado com a ajuda da lei de incentivo e temos o patrocínio da Holcim, que a matriz dela é em Barroso/MG, essa parceria já faz cinco anos. Que é um trabalho que a gente vem desenvolvendo com a produção teatral, ou seja, formar grupos de teatro, dar subsídios para esses grupos existirem independente da gente. Thiago - Como é feita a divulgação do trabalho? Jacó - A gente deixa materiais nas regionais, saímos distribuindo em lugares estratégicos, próximos ao tipo de público que a gente quer, próximo à escolas publicas de ensino fundamental e médio, crianças acima de 14 anos, que é um publico ótimo para se trabalhar. Temos também um trabalho voltado para a terceira idade, que já vem sendo desenvolvido a mais tempo, temos muito contato com as senhoras da região, fizemos um trabalho fantástico em São João Del Rei e agora queremos fazer esse trabalho fantástico aqui também.

4. Thiago - E esses materiais são vocês mesmo que produzem? Jacó - Geralmente sim, eu faço a parte de imagem, alguns cartazes, um pouco do designe gráfico. A gente teve que se virar para dar conta de fazer as coisas. A gente não terceiriza muito, o grupo mesmo produz o conteúdo, alguns atores são músicos, por exemplo, e eles são responsáveis pela sonoplastia. Só não fazemos mesmo o que não é possível. Thiago - Qual o público alvo do grupo? Jacó - Começou com o adolescente e o adulto, mas depois ele ampliou demais, como a gente trabalha com circo e o circo pega as crianças de zero a oitenta anos, por isso não existe um público definido. Mas o maior grupo que nos acompanha são os jovens adultos e a terceira idade. Thiago - Como funciona a rotina de ensaios e espetáculos? Jacó - Geralmente é escolhido um texto, então esse texto e o autor que o escreveu é estudado, por exemplo, fizemos um espetáculo de O Auto da Barca do Inferno ficamos ensaiando quatro meses, num total de 72 ensaios de 6 horas cada, ou seja, é puxado, se for preciso ensaiar domingo tem que ensaiar domingo, além disso tudo tem prova de figurino, tem que correr atrás de cenografia, uma série de coisas.

5. Thiago - Qual a maior dificuldade de hoje enfrentada pelo teatro de rua? Jacó -É o patrocínio, é o apoio financeiro. É teatro de rua, o publico não é obrigado a pagar, caso ele goste ele paga, mas isso não é certo. Thiago - Qual é o sonho atual do grupo? Jacó - É que nos ternemos uma espécie de grupo galpão, para que possamos viver e nos dedicar exclusivamente ao teatro, e não preocupar em ir para o escritório, ser bancário, professor. É viver do teatro, trabalhando com teatro.