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Acaba de nos ensinar a paixão de viver, agora vai a demonstrar-nos a paixão de morrer.

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Acaba de nos ensinar a paixão de viver, agora vai a demonstrar-nos a paixão de morrer.

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Presentation Transcript


  1. De maneira germinal, Jesus está a apresentar, na sua despedida, as linhas mestras do seu movimento de seguidores:uma comunidade alimentada por Ele mesmoe dedicada totalmente a abrir caminhos ao reino de Deus, numa atitude de serviço humilde e fraterno,com a esperança posta no reencontro da festa final. José Antonio Pagola.Jesus: uma abordagem histórica Texto: Lucas 22, 14 – 23, 56 – Domingo de Ramos da Paixão de Jesus –C- / 24 Março 2013Comentários e apresentação: M. AsunGutiérrezCabriada. Música: Bach. Paixão segundo S. Mateus.

  2. Acaba de nos ensinar a paixão de viver, agora vai a demonstrar-nos a paixão de morrer. Cristo de Javier (Navarra)

  3. Quando chegou a hora, Jesus sentou-Se à mesa com os seus Apóstolos e disse-lhes: «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer; pois digo-vos que não tornarei a comê-la, até que se realize plenamente no reino de Deus». Então, tomando um cálice, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós, pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até que venha o reino de Deus». Jesus considera o seu sangue como substituto do sangue dos sacrifícios que se ofereciam no templo. Converte o pão e o vinho em figura do seu corpo e do seu sangue, a sua vida inteira. A mensagem de Jesus é que continuemos a recordá-l’O no sinal do pão e do vinho, o vínculo de amor mútuo, exprimido no serviço aos outros. Recordá-l’O é repartir o que somos e temos com quem mais necessite.

  4. Depois tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: «Isto é o meu Corpo entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue, derramado por vós. Entretanto, está comigo à mesa a mão daquele que Me vai entregar. O Filho do homem vai partir, como está determinado. Mas ai daquele por quem Ele vai ser entregue!». Começaram então a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante coisa. O grão de trigo cai na terra e vai a morrer. O fermento esconde-se na massa.Para isso Ele veio, para que todos possam comer, para que toda a massa se faça pão.É uma ceia de despedida, a última das frequentes refeições que Jesus celebrou (Mc 2, 19; Lc 13,28-29; 14, 15-24),figura e anúncio do alegre banquete que nos há-de reunir a todos no reino de Deus.

  5. Levantou-se também entre eles uma questão: qual deles se devia considerar o maior? Disse-lhes Jesus: «Os reis das nações exercem domínio sobre elas, e os que têm sobre elas autoridade são chamados benfeitores. Vós não deveis proceder desse modo. O maior entre vós seja como o menor, e aquele que manda seja como quem serve. Pois quem é o maior: o que está à mesa ou o que serve? Não é o que está à mesa? Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve. Vós estivestes sempre comigo nas minhas provações. E Eu preparo para vós um reino, como meu Pai o preparou para Mim: comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino, e sentar-vos-eis em tronos, a julgar as doze tribos de Israel. A salvação do mundo não virá pela força nem pelo poder, mas pelo serviço.O amor é a única arma de Deus. Esperança, serviço, solidariedade, comunhão... são as atitudes que exprimem o sentido que Jesus deu à sua vida e à sua morte.Jesus viveu ao serviço dos outros e encaminha-Se para a morte em atitude de serviço. Não é a morte que salva, mas o amor capaz de morrer.

  6. Simão, Simão, Satanás vos reclamou para vos agitar na joeira como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos». Pedro respondeu-Lhe: «Senhor, eu estou pronto a ir contigo, até para a prisão e para a morte». Disse-lhe Jesus: «Eu te digo, Pedro: Não cantará hoje o galo, sem que tu, por três vezes, negues conhecer-Me». Pedro demonstra demasiada segurança em si mesmo: mesmo que todos, eu não; eu sou melhor, a minha fé é mais forte, como vou duvidar da minha fé?Seguiremos com Jesus mais além do entusiasmo inicial, quando os problemas se tornem presentes e não acabemos de entender Deus?

  7. Depois acrescentou: «Quando vos enviei sem bolsa nem alforge nem sandálias, faltou-vos alguma coisa?». Eles responderam que não lhes faltara nada. Disse-lhes Jesus: «Mas agora, quem tiver uma bolsa pegue nela, bem como no alforge; e quem não tiver espada venda a capa e compre uma. Porque Eu vos digo que se deve cumprir em Mim o que está escrito: ‘Foi contado entre os malfeitores’. Na verdade, o que Me diz respeito está a chegar ao fim». Eles disseram: «Senhor, estão aqui duas espadas». Mas Jesus respondeu: «Basta». Com Ele caminhamos e Ele nos capacita para mudar o nosso coração e amar com o seu mesmo amor, para ser fermento de um mundo novo. Convida-nos a anunciar que, para Deus, o que vale é a alegria e a vida, sobretudo a alegria e a vida das pessoas mais necessitadas.

  8. Então saiu e foi, como de costume, para o monte das Oliveiras, e os discípulos acompanharam-n’O. Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para não entrardes em tentação». Depois afastou-Se deles cerca de um tiro de pedra e, pondo-Se de joelhos, começou a orar, dizendo: «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice. Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua». Então apareceu-Lhe um Anjo, vindo do Céu, para O confortar. Entrando em angústia, orava mais instantemente, e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra. Depois de ter orado, levantou-Se e foi ter com os discípulos, que encontrou a dormir, por causa da tristeza. Disse-lhes Jesus: «Porque estais a dormir? Levantai-vos e orai, para não entrardes em tentação». Para Jesus, como para nós, é necessária a oração em todas as circunstâncias.O mundo é um enorme Getsemani, onde muitas pessoas sofrem fome, desamparo, exploração, falta de solidariedade, injustiça. Muitas vezes não as acompanhamos, dormimos descansados perante a angústia dos outros. Estou a dormir perante a dor do mundo? Jesus necessita ser animado e consolado. A forma de o fazer é consolando e animando as pessoas que necessitem. “Jesus sofre o inferno da ausência de Deus, para que assim não haja inferno para mais ninguém” (Von Balthasar).

  9. Ainda Ele estava a falar, quando apareceu uma multidão de gente. O chamado Judas, um dos Doze, vinha à sua frente e aproximou-se de Jesus, para O beijar. Disse-lhe Jesus: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do homem?». Como é possível conhecer a Jesus de perto e vendê-l’Ocomo Judas?Como é possível conhecer de perto a Jesus e traí-l’O,como Pedro?Essas atitudes difíceis de compreender, são únicas e exclusivas de Judas e de Pedro?Os evangelhos sublinham a responsabilidade histórica de Judas, não a su “culpa jurídica”, e menos ainda a sua “condenação eterna”.

  10. Ao verem o que ia suceder, os que estavam com Jesus perguntaram-Lhe: «Senhor, vamos feri-los à espada?». E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta! Deixai-os». E, tocando na orelha do homem, curou-o. Disse então Jesus aos que tinham vindo ao seu encontro, príncipes dos sacerdotes, oficiais do templo e anciãos: «Vós saístes com espadas e varapaus, como se viésseis ao encontro dum salteador. Eu estava todos os dias convosco no templo e não Me deitastes as mãos. Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas. Jesus cura a ferida do criado. Esquece-Se de Si mesmo para aliviar a dor do “inimigo”.As espadas não salvam... Jesus cura todas as nossas violências.Os seguidores e as seguidoras de Jesus acreditam que a história (a de Judas, a de Pedro o traidor, a dos discípulos que fogem, e a de todos nós que não nos devemos crer melhores que eles) está nas mãos de Deus e, apesar de tudo, Deus a vai tornando história de salvação.

  11. Apoderaram-se então de Jesus, levaram-n’O e introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote. Pedro seguia-os de longe. Acenderam uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se em volta dela, e Pedro foi sentar-se no meio deles. Ao vê-lo sentado ao lume, uma criada, fitando os olhos nele, disse: «Este homem também andava com Jesus». Mas Pedro negou: «Não O conheço, mulher». Pouco depois, disse outro, ao vê-lo: «Tu também és um deles». Mas Pedro disse: «Homem, não sou». Passada mais ou menos uma hora, afirmava outro com insistência: «Esse homem, com certeza, também andava com Jesus, pois até é galileu». Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes». Nesse instante - ainda ele falava - um galo cantou. A Pedro, assalta-o o pânico quando o descobrem. Pronuncia as palavras mais tristes que pode dizer quem segue Jesus: “não conheço esse homem”. Podemos identificar-nos com Pedro. Julgava-se com forças e cai. Cedo vai sentir que Jesus perdoa sempre, confia sempre e sempre dá uma nova oportunidade.

  12. O Senhor voltou-Se e fitou os olhos em Pedro. Então Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: ‘Antes de o galo cantar, Me negarás três vezes’. E, saindo para fora, chorou amargamente. Que teria dito Jesus a Pedro com o seu olhar? Ao chorar amargamente começa a conhecer-se a si mesmo, a fundamentar-se mais na fidelidade e no amor de Jesus que na sua própria segurança. Jesus, com a sua atitude, ensina-nos a perdoar a quem nos insulte, nos negue ou esqueça, nos atraiçoe, nos fira...Que o nosso coração seja generoso, capaz de perdoar sempre, desculpar, compreender...Como Jesus.

  13. Entretanto, os homens que guardavam Jesus troçavam d’Ele e maltratavam-n’O. Cobrindo-Lhe o rosto, perguntavam-Lhe: «Adivinha, profeta: Quem Te bateu?». E dirigiam-Lhe muitos outros insultos. Ao romper do dia, reuniu-se o conselho dos anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas. Levaram-n’O ao seu tribunal e disseram-Lhe: «Diz-nos se Tu és o Messias». Jesus respondeu-lhes: «Se Eu vos disser, não acreditareis e, se fizer alguma pergunta, não respondereis. Mas o Filho do homem sentar-Se-á doravante à direita do poder de Deus». Disseram todos: «Tu és então o Filho de Deus?». Jesus respondeu-lhes: «Vós mesmos dizeis que Eu sou». Então exclamaram: «Que necessidade temos ainda de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da sua boca». Levantaram-se todos e levaram Jesus a Pilatos. Começaram a acusá-l’O, dizendo: «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo, a impedir que se pagasse o tributo a César e dizendo ser o Messias-Rei». Os inimigos de Jesus há tempo que estão à espreita. Não têm argumentos contra a franqueza, a forma de vida, a liberdade... de Jesus e recorrem à força.Querem cobrir de legalidade a decisão de O matar tomada previamente.

  14. Pilatos perguntou-Lhe: «Tu és o Rei dos Judeus?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes». Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão: «Não encontro nada de culpável neste homem». Mas eles insistiam: «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui». Jesus não vem pregar verdades generais, religiosas ou morais, mas vem proclamar a chegada do Reino e a Boa Notícia do Evangelho. Jesus é plenamente rejeitado: é escândalo para os dirigentes religiosos, palermice para o poder político, decepção para a maior parte do povo e desconcerto para os discípulos. Jesus fala continuamente de Reino, palavra que provoca medo e põe alerta as autoridades. Sucede com frequência que quanto mais poder se julga ter, mais medo se tem.

  15. Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu; e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-O a Herodes, que também estava nesses dias em Jerusalém. Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito. Havia bastante tempo que O queria ver, pelo que ouvia dizer d’Ele, e esperava que fizesse algum milagre na sua presença. Fez-Lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam acusavam-n’O com insistência. Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico e remeteu-O a Pilatos. Herodes e Pilatos, que eram inimigos, ficaram amigos nesse dia. Jesus não quer estabelecer o Reino contemporizando com os tiranos.Impressiona o seu silêncio cheio de dignidade e eloquência. Contrasta com o vão palabreado de Herodes e com ls acusações dos sacerdotes e escribas.Ensina-nos a ser livres, a praticar e valorizar o silêncio, a saber quando devemos falar e quando calar, a confiar somente em Deus.

  16. Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes, os chefes e o povo, e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como agitador do povo. Interroguei-O diante de vós e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais. Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo. Como vedes, não praticou nada que mereça a morte. Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar». Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso por ocasião da festa. E todos se puseram a gritar: «Mata Esse e solta-nos Barrabás». Barrabás tinha sido metido na cadeia por causa de uma insurreição desencadeada na cidade e por assassínio. De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra, querendo libertar Jesus. Mas eles gritavam: «Crucifica-O! Crucifica-O!». Pilatos falou-lhes pela terceira vez: «Mas que mal fez este homem? Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte. Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar». Mas eles continuavam a gritar, pedindo que fosse crucificado, e os seus clamores aumentavam de violência. Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam: soltou aquele que fora metido na cadeia por insurreição e assassínio, como eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam. É fácil congregar e manipular a multidão. Num momento se pode fazer que grite “hossanna”, e noutro “crucifica-o”...Jesus apresenta-se sempre como alternativa de alguém ou de algo. Quando não se tem o valor de optar só por Ele, fazendo calar outros ruídos, actua-se da mesma maneira que Pilatos. Abandona-Se. Condena-Se. Aclamo e acolho Jesus num momento e noutro rejeito-O?...

  17. Quando O conduziam, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para a levar atrás de Jesus. Seguia-O grande multidão de povo e mulheres que batiam no peito e se lamentavam, chorando por Ele. Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos; pois dias virão em que se dirá: ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram’. Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’; e às colinas: ‘Cobri-nos’. Porque, se tratam assim a madeira verde, que acontecerá à seca?». Levavam ainda dois malfeitores para serem executados com Jesus. Simão é o modelo de discípulo. Bonita missão dedicar-se a aliviar as cruzes, a tornar mais leve a vida das pessoas que encontramos no caminho. A semana santa á um bom momento de conversão, tempo para una maior coerência do Evangelho nas nossas vidas.Para escolher Jesus e não a Barrabás; para ser pessoas solidárias como Simão; valentes e teimosos como as mulheres de Jerusalém...

  18. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem». Depois deitaram sortes, para repartirem entre si as vestes de Jesus. O povo permanecia ali a observar. Por sua vez, os chefes zombavam e diziam: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito». Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam: «Se és o Rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo». Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o Rei dos Judeus». Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também». Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más acções. Mas Ele nada praticou de condenável». E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso». Perdoa a seus verdugos. Para o bom ladrão o perdão e uma grande promessa.Jesus é mestre do perdão porque é mestre do amor. Sem dúvida, também ao “mau” ladrão lhe abrandará o coração, para que lhe diga: “Jesus, lembra-Te de mim...” No final não haverá separação entre crucificados bons e maus. É o que diz Lucas pondo na boca de Jesus essas maravilhosas palavras: “Pai, perdoa-lhes...” É o perdão, o amor, não o castigo, que nos salva e nos torna bons.

  19. Era já quase meio-dia, quando as trevas cobriram toda a terra, até às três horas da tarde, porque o sol se tinha eclipsado. O véu do templo rasgou-se ao meio. E Jesus exclamou com voz forte: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito». Dito isto, expirou. Vendo o que sucedera, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Realmente este homem era justo». E toda a multidão que tinha assistido àquele espectáculo, ao ver o que se passava, regressava batendo no peito. Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que O acompanhavam desde a Galileia, mantinham-se à distância, observando estas coisas. Dor e esperança. Comunhão com os sofrimentos humanos e esperança no Deus da vida.No momento da morte, um grito de confiança absoluta. Pai, para ti vou. Em ti me abandono. Em ti quero descansar.“A morte de Jesus na cruz é a consequência de uma vida no serviço radical à justiça e ao amor; é sequência da sua opção pelos pobres e deserdados; da opção pelo seu povo, que sofria exploração e extorsão. Neste mundo, toda a saída em favor da justiça e do amor é arriscar a vida”. E. Schillebeeckx

  20. Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia, que era pessoa recta e justa e esperava o reino de Deus. Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado com a decisão e o proceder dos outros. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. E, depois de o ter descido da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. Era o dia da Preparação e começavam a aparecer as luzes do sábado. Sepulcrode José de Arimateia A paixão de Jesus não acaba e a sua Ressurreição renova-se permanentemente.Comunguemos com os irmãos na sua paixão e sua ressurreição, mostrando proximidade, união e compromisso libertador, combatendo as causas do sofrimento. Que faço perante as pessoas crucificadas? Que faço perante as suas cruzes?Que vou fazer para as baixar da cruz?

  21. Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia acompanharam José e observaram o sepulcro e a maneira como fora depositado o corpo de Jesus. No regresso, prepararam aromas e perfumes. E no sábado guardaram o descanso, conforme o preceito. Para José de Arimateia é tempo de falar, de pedir, de se arriscar. Para as mulheres, tempo de permanecer como testemunhas silenciosos do crucificado. Breve chegará para elas o tempo de usar a palavra e de ser as primeiras a anunciar a Ressurreição. Como as seguidoras de Jesus podemos preparar unguentos e perfumes e aproximar-nos dos túmulos do nosso mundo, para os abrir e anunciar que a morte não tem a última palavra. Que o nosso destino não é a cruz e a morte, mas sim a vida; não é o sofrimento, mas a alegria perfeita. O definitivo não são as “semanas santas” que vivermos, mas a Páscoa, a Ressurreição, a Vida.

  22. Un dia me olhaste Um dia me olhastecomo olhaste a Pedro. Não te viram meus olhos,mas senti que o céudescia até às minhas mãos. Que luta de silêncioslibertaram na noiteteu amor e meu desejo! Um dia me olhastee ainda sintoa impressão desse prantoque me abrasou por dentro. Ainda vou pelos caminhossonhando aquele encontro. Um dia me olhastecomo olhaste a Pedro.(Ernestina de Champourcín)

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