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TEMPLÁRIOS. Non Nobis, Domine, Non Nobis, Sed Nomini Tuo da Gloriam! (Não a nós Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória!).
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Non Nobis, Domine, Non Nobis, Sed Nomini Tuo da Gloriam! (Não a nós Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória!)
Em 1071 os mulçumanos turcos tomaram Jerusalém. Na Europa a Igreja Católica organizou expedições militares para a Terra Santa, com o objetivo oficial de reconquistar os territórios sagrados do Cristianismo. Estas expedições foram denominadas Cruzadas, pelo facto de os seus peregrinos usarem uma cruz nas vestimentas e bandeiras.
Em 1118 Jerusalém já era um território cristão. Assim, nove monges veteranos da primeira Cruzada, entre eles Hugh de Payen, dirigiram-se ao rei de Jerusalém, Balduíno I, e anunciaram a intenção de fundar uma ordem de monges guerreiros.
Dentro das suas possibilidades, se encarregariam da segurança dos peregrinos que transitavam entre a Europa e os territórios cristãos do Oriente. Os membros fizeram votos de pobreza pessoal, obediência e castidade.
Os denominados Cavaleiros Pobres de Cristo se instalaram numa parte do palácio cedida por Balduíno, num local que tinha sido o Templo de Salomão. Por isso ficaram conhecidos como Cavaleiros do Templo ou Cavaleiros Templários.
Apenas em 1127, no Concílio de Troyes, o Papa Honório II lhes outorgou o estatuto de Ordem, de hábito branco com uma cruz vermelha no peito. O símbolo era um cavalo montado por dois soldados, numa alusão à pobreza.
A Ordem desenvolveu uma estrutura básica e se organizou numa hierarquia composta de sacerdotes até soldados.
A certa altura, constituída não só por religiosos mas principalmente por burgueses, os Templários se sustentavam através de uma imensa fortuna provinda de doações régias.
Durante quase dois séculos a Ordem foi a maior organização religoso-militar do mundo. Suas atividades já não se confinavam aos objetivos iniciais.
Os soldados templários recebiam treino bélico; combatiam ao lado dos cruzados na Terra Santa; conquistavam terras; administravam povoados; extraíam minérios; construíam castelos, catedrais, moinhos, alojamentos e oficinas; fiscalizavam o cumprimento das leis e intervinham na política europeia.
Além diusso, aprimoraram o conhecimento em medicina, astronomia e matemática. Houve até a criação de um sistema semelhante ao dos bancos financeiros atuais.
Ao iniciar a viagem para a Terra Santa, o peregrino trocava seu dinheiro por uma carta de crédito nominal, que lhe era restituída em qualquer posto templário. Assim, seus bens estavam seguros da ação de saqueadores. O poder dos Templários tornou-se maior que o da Monarquia e da Igreja.
As sucessivas derrotas das Cruzadas no século XIII comprometeram a atividade principal dos Templários – e a existência de uma Ordem Militar com tais objetivos já não era necessária. Neste mesmo período Filipe IV, o Belo, reinava em França.
Filipe IV devia terras e imensas somas de dinheiro aos Templários. Assim, propôs ao arcebispo Beltrão de Got uma troca de favores. O monarca usaria toda a sua influência para que Beltrão se tornasse Papa.
Por sua vez, Beltrão de Got se comprometeria a exterminar a Ordem dos Templários, assim que alcançasse o papado. No ano de 1305 Beltrão de Got sobe ao trono pontifício com o nome de Clemente V.
Iniciaram-se então as acusações contra os cavaleiros e a implacável perseguição em toda a Europa.
O processo inquisitório contra os Templários se estendeu por vários anos sob torturas e acusações diversas, como heresia, idolatria, homossexualidade e conspiração com os infiéis.
Por volta do dia 20 de setembro de 1307 Filipe IV enviou cartas lacradas a todos os senescais do reino, com a ordem expressa de que somente fossem abertas na noite de 12 de outubro, quinta-feira.
Quando as cartas foram abertas em simultâneo, a ordem expressa do rei resumia-se nisto: os Templários são acusados de graves heresias e crimes.
Na madrugada de sexta-feira, 13 de outubro de 1307, todos foram aprisionados e postos a ferros. Daí a crença de que toda a sexta-feira 13 é um dia de azar.
Em França, o último Grão-Mestre da Ordem, Jacques de Molay, e outros 5 mil cavaleiros foram encarcerados pelos soldados do Rei Filipe.
No entanto, ao tentar apoderar-se do precioso segredo que a Ordem dos Templários possuía no seu tesouro, Filipe IV encontrou uma decepção: a frota de navios templários ancorados em França desaparecera misteriosamente para nunca mais ser vista.
Finalmente, em 18 de março de 1314, Jacques de Molay, aos 70 anos de idade, foi levado à fogueira da Inquisição nas margens do Rio Sena, em Paris.
Foram estas as suas últimas palavras: «NEKAN, ADONAI! CHOL-BEGOAL! PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI FILIPE: INTIMO-OS A COMPARECER PERANTE O TRIBUNAL DE DEUS DENTRO DE UM ANO, PARA RECEBEREM O JUSTO CASTIGO. MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ À DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DAS VOSSAS RAÇAS!»
Clemente V morreu trinta e três dias depois e o Rei Felipe, o Belo, após pouco mais de seis meses.
Dizem as lendas que a frota se dirigiu para Portugal, onde sabia contar com forte proteção.
Perante as ordens do Papa no sentido de extinguir os Templários e executar os seus cavaleiros, o rei D. Dinis instaurou um processo de inquérito, a fim de averiguar a culpa ou inocência dos cavaleiros.
O inquérito concluiu (como seria de esperar) que os cavaleiros da Ordem dos Templários estavam inocentes de todas as acusações. Em virtude disso, nenhuma morteocorreu.
Mais, o rei português resolveu o assunto com uma aguda habilidade diplomática: retirou todos os bens materiais à Ordem dos Templários e transferiu-os para uma nova ordem que criou e pôs ao abrigo da coroa portuguesa.
Deu a essa nova ordem o nome de Ordem de Cristo, cujo símbolo era precisamente a famosa Cruz da Cristo vermelha em fundo branco.
Em 1319 nascia assim a Ordem de Cristo, provavelmente um dos últimos redutos na Europa em que os templários continuaram a existir e a viver na prossecução das suas metas, conservando os seus míticos segredos.
Contam as lendas que os templários estiveram ocultamente envolvidos nas aventuras marítimas portuguesas. Há mapas incluindo o Brasil desde 1389.
O Infante D. Henrique, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama, entre outros, foram todos membros da Ordem de Cristo, ou seja, Templários.
As naus que aportaram ao Brasil traziam a bandeira desta nova Ordem. Pedro Álvares Cabral seria não apenas um navegador, mas um dos altos comandantes da Ordem de Cristo, que fez uso dos mapas e cartas de navegação templárias para "descobrir" o Brasil.
Rezam as lendas que a Ordem dos Templários se instalou assim no Brasil até aos dias de hoje. Inúmeros símbolos de municípios brasileiros possuem ainda hoje ícones de inspiração templária.
Atualmente os Templários estão presentes em diversos países, dedicando-se a atividades em prol do bem-estar moral e material da civilização e do progresso do ser humano.
Preconizam a ajuda a orfanatos, o amparo à velhice e às crianças desamparadas, o estímulo moral e material às ciências e às artes em geral.
E, acima de tudo, sendo uma ordem de caráter ecuménico, não faz distinção de raça, credo, nacionalidade ou estirpe, respeitando sempre as leis e as tradições de todos os povos e de todos os países onde desenvolvem suas atividades.
Non Nobis, Domine, Non Nobis, Sed Nomini Tuo da Gloriam! (Salmo de David e Lema dos Templários) J. Truffi
