1 / 31

A SEMIÓTICA TRIÁDICA DE PEIRCE

A SEMIÓTICA TRIÁDICA DE PEIRCE. Excertos adaptados do livro Introdução às teorias semióticas – Licia Soares de Souza.

elin
Download Presentation

A SEMIÓTICA TRIÁDICA DE PEIRCE

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. A SEMIÓTICA TRIÁDICA DE PEIRCE Excertos adaptados do livro Introdução às teorias semióticas – Licia Soares de Souza

  2. Enquanto Saussure defendia uma teoria diádica, baseada em suas famosas dicotomias (língua/fala, sincronia/diacronia, significante/significado), a teoria de Peirce é triádica e tem duas origens, uma matemática, porque o terceiro termo proporciona a possibilidade de combinações singulares entre os dois termos que ele relaciona. Para Saussure, a significação se organiza através da diferença entre signos em um sistema determinado. Peirce entende a diferença não a partir de códigos pré-estabelecidos, mas em movimentos constantes de deslocamento.

  3. Segundo Jean Fisette (1990), pode-se afirmar sobre a Semiótica peirceana: • O pensamento de Peirce é ternário. Enquanto o pensamento saussureano baseia-se no princípio cartesiano da não contradição e do terceiro excluído, Peirce aceita o terceiro incluído. • O signo imaginado por Peirce está em movimento constante. Para Saussure, o signo é uma unidade fixada em diversas relações, principalmente na de diferença. Em Peirce, o signo pertence a uma série de códigos que estão sempre em transformação. Na verdade, Peirce não estuda os signos, mas a semiose. • O pensamento não está em nós; pelo contrário, nós estamos no pensamento. A semiótica de Peirce não é um quadro aplicado à realidade. Ela dá conta de um processo de aquisição de saberes e o saber é pensado como uma eterna pesquisa.

  4. As categorias fenomenológicas de Peirce Para ele, categoria é um modo lógico de as coisas (reais ou não) serem. Como a sua semiótica procura os sentidos em todos os tipos de linguagens possíveis, ele precisa de modos de produção de sentidos que sejam aplicáveis a todo e qualquer fenômeno. Esses fenômenos aparecem na consciência segundo três modos categoriais (qualidade, existência e lei) que não são entidades mentais, mas modos de operação do pensamento signo que se processam na mente. São eles:

  5. Primeiridade: • Categoria da possibilidade qualitativa – a qualidade sensível das coisas. É o domínio do virtual. Um sentido aparece sem relação com outras coisas. Por exemplo, a qualidade absoluta de uma cor, a brancura, a azulidade, sem remeter a uma comparação ou a outros sentimentos. • O primeiro é um signo presente e imediato que não entra em relação com outro e não é segundo para uma representação. Ele é original, livre e jovem (se ele envelhecer, se secundariza). Ele não pode ser pensado, explicado ou afirmado porque afirmá-lo também é secundarizá-lo, pois afirmar pressupõe negar alguma coisa.

  6. Secundidade: • Categoria da existência, domínio do fato atual. A qualidade primeira se torna parte do fenômeno quando ela se incorpora e existe em algum lugar, em relação a alguma coisa, entrando na categoria da secundidade. No momento em que se identifica o sentimento, relacionando-o a algum fato, ele se torna segundo, singular e passa a existir. • A secundidade é a categoria do reagir e interagir, é o plano da interação dialógica.

  7. Terceiridade: • Categoria da lei, domínio da legislação. • A terceiridade aproxima o primeiro e o segundo numa síntese explicativa. É o pensamento em signos no momento em que se interpreta as relações estabelecidas entre os signos. • O terceiro é um signo mediador entre o intérprete e os fenômenos, o signo que traduz um objeto de percepção em um julgamento de percepção. É um legislador.

  8. Definição de Signo Something knowing which we know something else. - Peirce O signo é um dado da consciência que conduz, pelo fato de existir como objeto de saber, a um mais, a uma aquisição, a um saber suplementar. A significação é um processo dinâmico em movimento, que Peirce chama de semiose ilimitada. • O signo é uma coisa que representa outra coisa, seu objeto. Ele representa seu objeto para um intérprete, e produz na mente desse intérprete uma outra coisa que está relacionada ao objeto, mas pela mediação do signo.

  9. O signo que entra em uma relação triádica de significação é chamado representamen. É a face do signo imediatamente perceptível e faz parte da primeiridade. • O objeto é uma forma de representação do referente. Faz parte da secundidade, da experiência existencial, é a o quê o interprete envia o signo em um processo de semiose. - O interpretante é o signo mediador do pensamento, um terceiro, que permite relacionar o signo apresentado ao objeto que ele representa.

  10. Os elos entre esses três tipos são: O R I R, o representamen, é um signo primeiro. Ele não remete diretamente ao objeto (O) representado que é um segundo. Para representá-lo, ele precisa da mediação do signo do pensamento, o interpretante (I), que é um terceiro. Logo, não existe uma relação estreita entre signo e objeto; o signo só representa um objeto via interpretante que pode também se tornar outro representamen que convoca outro interpretante que o levará a outro objeto e assim por diante.

  11. As tricotomias A partir da divisão lógica do signo, Peirce estabeleceu uma rede de classificações sempre triádicas dos tipos possíveis de signos. Dentre várias, o quadro abaixo, de nove signos, tornou-se o mais conhecido.

  12. A partir dos nove signos a tríade pode-se desenvolver: O ícone   1 R qualisigno I rema (R) sinsigno   2 Índice O I dicisigno (R) legisigno 3 Símbolo O I argumento (R)

  13. O signo em relação a si mesmo: 1.1 Qualisigno – uma qualidade que é um signo, independente se ela se encarna em um objeto ou não. Ex. branco como qualidade. 1.2 Sinsigno – coisa ou acontecimento existindo realmente como um signo. Ex. um objeto branco. 1.3 Legisigno – uma lei que é um signo. Ex. um objeto branco quando se diz que é um objeto branco.

  14. O signo em relação ao objeto: 2.1 Ícone – signo de um possível. Assemelha-se ao objeto que representa. Ex. caricatura, mapa. 2.2 Índice – se o ícone está ligado pela semelhança, o índice possui uma relação ativa de indicação. Ex. um carro sem maçaneta pode lembrar um assalto. 2.3 Símbolo – signo que remete a seu objeto em virtude de uma convenção, lei ou associação de ideias gerais. Ex. placas de trânsito.

  15. O signo em relação ao interpretante: 3.1 Rema – signo de possibilidade qualitativa; termo que representa uma espécie de objeto possível. 3.2 Dicisigno ou Dicent – é o signo de uma existência real, uma proposição envolvendo um rema. 3.3 Argumento – signo de uma lei. A expressão abreviada de um signo completo. O argumento contém os dicisignos e é a expressão de todo o sistema comportando regras.

  16. A simples interpretação de que se trata de uma foto será um signo do tipo remático; a descrição dos elementos constitutivos da imagem (inclusive do fenômeno natural em questão, bem como a associação com outros fenômenos semelhantes) é um signo do tipo dicente; o reconhecimento do local, o Morro do Camelo, na Chapada Diamantina, com comprovações desse reconhecimento será um argumento.

More Related