Psicologia

1. Psicologia Disciplina de Fundamentos de Filosofia e Ciências Humanas Prof. Alfredo Pereira Jr.

2. Definição e Âmbito de Estudo • A psicologia (termo derivado das palavras ψυχή, psykhé, "alma", e λόγος, lógos, "palavra", "razão" ou "estudo") é a ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano e animal (este, para fins de pesquisa e correlação, na área da psicologia comparada); • Cabe à psicologia estudar questões ligadas à personalidade, à aprendizagem, à motivação, à memória, à inteligência, ao funcionamento do sistema nervoso, e também à comunicação interpessoal, ao desenvolvimento, ao comportamento sexual, à agressividade, ao comportamento em grupo, aos processos psicoterapêuticos, ao sono e ao sonho, ao prazer e à dor, etc. • Entre outras atuações, esta ciência permite ao profissional da área a explicação dos mecanismos envolvidos em determinados comportamentos, assim possibilitando – na área de Psicologia Clínica - preveni-los e modificá-los.

3. Ilusão Visual: Luminosidade

4. Ilusão Visual: Alinhamento

5. Metodologia Interdisciplinar da Psicologia • A psicologia é uma ciência considerada tanto das áreas sociais, ou humanas, como da área biomédica (por exemplo, a neuropsicologia faz parte deste espectro), assim ela é estudada tanto em métodos quantitativos como em métodos qualitativos; • Estes métodos aplicam-se ao estudo dos processos psíquicos (qualitativos), geradores de comportamentos (quantificáveis); • A introspecção é um método clássico da psicologia filosófica, para se estudar os processos conscientes; • A cientificidade da psicologia baseia-se nos comportamentos, que são diretamente observados, a partir dos quais se infere os processos psíquicos; • Com os avanços das neurociências, na atualidade, também é possível, de modo indutivo, estudar os processos psíquicos em termos de seus correlatos cerebrais.

6. A estátua “O Pensador”, de Rodin, ilustra a atitude de introspecção

7. Estruturalismo de Wundt • Wilhelm Wundt criou, em 1879, o primeiro laboratório de psicologia na universidade de Leipzig, Alemanha. Foi a partir deste acontecimento que se desenvolveram de forma sistemática as investigações em psicologia, através de vários autores que a esta ciência se dedicaram, construindo múltiplas escolas e teorias; • A proposta de Wundt foi chamada de “Estruturalismo”, por Edward Titchener; cujo objeto de estudo era a estrutura consciente da mente, as sensações. Segundo esta perspectiva, o objetivo da psicologia seria o estudo científico da experiência consciente através da introspecção. Sua principal limitação reside no fato de a introspecção ser contestável como método científico; • O funcionalismo é o modelo seguinte, na evolução histórica da psicologia, sendo o seu principal impulsionador William James. O principal interesse desta corrente residia na utilidade dos processos mentais para o organismo, nas suas constantes tentativas de se adaptar ao meio. Os funcionalistas queriam saber como a mente funcionava, e não como era estruturada.

8. Behaviorismo • A maior escola de pensamento americana surgiu no início do século XX, sendo influenciada por teorias sobre o comportamento e fisiologia animal. A tradução da palavra inglesa behavior é “comportamento”; • O foco de estudo do comportamentismo (título traduzido) é o comportamento observável, e o condicionamento é o método utilizado esta escola. Foi fundada por John B. Watson, que acreditava que o controle do ambiente de um indivíduo permitia desencadear qualquer tipo de comportamento desejável. Traz do funcionalismo a aplicação prática da psicologia; o seu foco está na aprendizagem. Segundo esta perspectiva não se pode estudar cientificamente os pensamentos, desejos e sentimentos; • Foi influenciado, inicialmente, pelo trabalho de Ivan Pavlov a respeito do condicionamento clássico, e, posteriormente, pelos trabalhos com o comportamento operante por B. F. Skinner, o maior autor neocomportamentalista, que elaborou uma teoria a respeito da modificação do comportamento (Behaviorismo Radical).

9. Teorias Gestaltistas • As teorias da Gestalt abordam os campos da percepção e propõem uma visão holística do homem e do mundo. A palavra gestalt não tem uma tradução para o português, mas pode ser entendido como forma ou configuração, entendidas como uma totalidade coerente (o lema da gestalt é justamente “o todo é mais que a soma das suas partes”); • Seus proponentes criticavam a psicologia de Wundt, que era chamada de psicologia do "tijolo e argamassa", pois via a mente humana dividida em estruturas; • Wolfgang Köhler elaborou a teoria do isomorfismo entre os campos perceptivos e campos eletromagnéticos do cérebro; • Em 1951, Frederic S. Perls cria a teoria Gestalt-terapia, com base na filosofia de Martin Buber, nas terapias corporais de Wilhelm Reich, Teoria Organísmica de K. Goldstein, Teoria de Campo de Kurt Lewin e outros.

10. Cubo de Necker

11. Ilusão Visual: “Rotating Snakes”

12. Origens da Psicanálise Sigmund Freud (1856-1939) propõe a Psicanálise a partir de seus estudos sobre a histeria, tendo como método de estudo a abordagem de processos inconscientes por meio da associações livres; • Charcot (professor de Freud) havia descoberto que a histeria era doença de caráter ideogênico, ou seja, baseado nas idéias e não originada de distúrbios orgânicos, e portanto não era uma doença tipicamente feminina. Também pode ser-lhe creditado a hipótese de que a histeria fosse efeito de uma dissimulação, uma vez que o sintoma poderia ser evocado e suprimido por força da sugestão ou da hipnose; • Freud propõe a teoria do “aparelho psíquico”, com três componentes: Id-Ego-Superego. Progressivamente a psicanálise de Freud foi ganhando contornos da sexualidade, principalmente as pulsões da sexualidade infantil - tópico este polêmico para a sociedade da época - e a teoria do complexo edipiano como fundador da personalidade. Para Freud, "o ego possui várias naturezas das pulsões, mas a pulsão sexual é a que ganha mais investimento”.

13. Desdobramentos da Psicanálise • Carl G. Jung, primeiro presidente da sociedade psicanalítica, não concordava com Freud a respeito da sexualidade infantil. Criou uma nova teoria, denominada “psicologia analítica”; • Após a morte de Freud, a psicanálise teve muitas derivações, como os trabalhos de Anna Freud (filha de Sigmund Freud), Melanie Klein, Lacan, Bion, Winnicott, e ainda propiciou a formação de outras teorias (Alfred Adler, Erik Erikson, Carl Rogers);. • A psicanálise hoje se apresenta de várias formas, que são a psicanálise ortodoxa, a psicanálise nova (ou neopsicanálise) e a psicologia de orientação analítica (utilizada não só por psicanalistas formados, mas também por psicólogos não especializados); • É a segunda grande força de psicologia, e segundo o Conselho Federal de Psicologia Brasileiro.

14. Atuação do Psicólogo • O psicólogo age em diversas áreas, a partir de sua formação científica. O psicólogo, em sua graduação, aprende a pesquisar novos caminhos a partir de dados já existentes; forma opiniões convergentes ou divergentes, podendo ser na forma de crítica ou avanço em uma determinada pesquisa; monta estudos com bases em experimentos, observação, estudos de casos, análises neurológicas e farmacológicas, além de estudar em grupos multidisciplinares vários outros conteúdos; • As áreas mais conhecidas são, entre outras, a Psicologia Social, a Psicometria, a Psicologia Experimental (englobando a linha comportamental e a Psicofísica), a Psicologia do Desenvolvimento, a Psicologia Filosófica, a Neuropsicologia, a Psicologia Fisiológica e a Psicopatologia; • A acupuntura e a hipnose são atualmente as únicas práticas complementares regulamentadas e aceitas pelo Conselho de Psicologia.