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Sondagens:

Sondagens:. Diagnóstico da APODEMO. António Salvador. Ponto de Partida. Dinâmica criada pelas sondagens de opinião. Esta conclusão, do relatório em referência, remete para uma questão inicial:. Qual a relevância das sondagens “políticas” no mundo dos estudos de mercado e opinião?.

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Presentation Transcript


  1. Sondagens: Diagnóstico da APODEMO António Salvador

  2. Ponto de Partida

  3. Dinâmica criada pelas sondagens de opinião Esta conclusão, do relatório em referência, remete para uma questão inicial: Qual a relevância das sondagens “políticas” no mundo dos estudos de mercado e opinião?

  4. O negócio das sondagens políticas e eleitorais Para a maioria das empresas de estudos de mercado e opinião, sobretudo as maiores, o negócio das sondagens “políticas” é residual ou inexistente (em Portugal e em todo o mundo). Não será este, no entanto, o caso de algumas empresas credenciadas pela ERC (18, no total): Total Volume Facturação (2008) (000€) Nº Empresas Média (000€) Empresas Credenciadas / Associadas 8 ERC e não APODEMO 4.092 511 APODEMO 89.404 29 3.083

  5. E os inquéritos de opinião de cariz não eleitoral? A Lei 10/2000, de 21 de Junho, limita a sua aplicação a sondagens e inquéritos relativos a assuntos de carácter eleitoral (mais do que político, como é habitual referir-se), o que empola a importância deste tipo de inquéritos de opinião. Porquê? É por ser necessário obter a informação sobre o peso eleitoral dos candidatos de forma fidedigna e inquestionável?

  6. E os inquéritos de opinião de cariz não eleitoral? Não faz sentido. Neste caso, vai haver um resultado nacional e indesmentívelna eleição. Porque não regular informação, eventualmente importante para a governação do país, sobre a qual não vai existir informação nacional e inquestionável?

  7. Os resultados das sondagens influenciam o eleitor? Só há uma explicação para a Lei 10/2000 limitar a sua aplicação a sondagens e inquéritos relativos a assuntos de carácter eleitoral: é para impedir que os resultados das sondagens possam influenciar, de forma distorcida, o voto dos eleitores. Alguém alguma vez, incluindo a ERC, promoveu algum estudo de carácter científico sobre a influência das sondagens no comportamento eleitoral em Portugal? Quanto mais não fosse, analisar o que lá fora se produziu de científico sobre o assunto?

  8. Os resultados das sondagens influenciam o eleitor? Aposto que a maioria dos políticos, jornalistas e demais comentadores acredita na tese do Bandwaggon (ter um score elevado nas sondagens faz ter mais votos). Paulo Portas terá certamente sido, na sequência das eleições europeias, um dos grandes responsáveis pela existência desta comissão de diagnóstico sobre a situação das sondagens.

  9. Os resultados das sondagens influenciam o eleitor? Também Santana Lopes parece seguir o mesmo raciocínio.

  10. Os resultados das sondagens influenciam o eleitor? Mas só às vezes!

  11. Como conhecer melhor o comportamento eleitoral? Pegando neste célebre caso de Santana Lopes e João Soares, não terá havido antes uma outra consequência, conhecida como “abstenção por certeza de vitória”? E o caso “Nuno Melo” nas eleições europeias, não poderia ser um caso de underdog (o eleitor votar num candidato que aparece demasiado fraco nas sondagens)?

  12. Os resultados das sondagens influenciam o eleitor? Em princípio, devia ser fácil analisar estes fenómenos. Vejamos, por exemplo, as eleições europeias. Se o PS teve mais, em quase todas as sondagens, do que veio a ter na eleição, deverá ter havido abstenção por certeza de vitória. No caso de Nuno Melo, era normal concluir-se por um caso de underdog. E podíamos analisar estas evoluções de cada vez que houvesse eleições, se…

  13. Os resultados das sondagens influenciam o eleitor? Se… estivéssemos a pensar bem. Mas a generalidade da Comunicação Social, dos políticos e dos demais intervenientes nestas temáticas perceberam logo a verdadeira realidade. Afinal, não houve abstenções por certeza de vitória nem underdogs, a verdadeira explicação era bem menos sofisticada: eram as sondagens que estavam todas erradas. Porquê?

  14. Sondagem e previsão Porque a generalidade da Comunicação Social, dos políticos e dos demais intervenientes nestas temáticas sabem muito bem que a intenção de voto não varia nos quinze dias de campanha eleitoral. Logo, as sondagens deviam ter dado todas o PSD a ganhar e Nuno Melo com os votos que veio a ter. Os tipos das sondagens são uns brincalhões: só acertam nas sondagens de boca-de-urna. Nas outras, andam a brincar com o país.

  15. Sondagem e previsão Esta confusão entre sondagem e previsão é a verdadeira razão porque estamos todos aqui. E a maior fonte de prejuízo para a credibilidade das empresas de sondagens. Temos que nos entender: vamos começar por partir do pressuposto de que, independentemente das hipotéticas influências das sondagens sobre o comportamento eleitoral, temos que proteger o eleitor de sondagens de má qualidade?

  16. Vamos proteger o eleitor Partamos assim do pressuposto da protecção do eleitor. O que significa obrigar a que as sondagens sejam de qualidade. Como se mede a qualidade de uma sondagem? Alguém sabe dizer? Sobretudo quando 6 empresas diferentes têm aproximadamente as mesmas metodologias e dão resultados diversos? Só existe uma forma objectiva de avaliar uma sondagem: é através das sondagens de “boca-de-urna”.

  17. Sondagens de “boca-de-urna” in Correio da Manhã, 12 de Outubro 2009 O que, mesmo assim, parece nem sempre ser fácil….

  18. Sondagens de “boca-de-urna” in Correio da Manhã, 12 de Outubro 2009

  19. Sondagens de “boca-de-urna” Legislativas 2002 Legislativas 2005

  20. Sondagens de “boca-de-urna” Legislativas 2009

  21. Sondagens de “boca-de-urna” Europeias 2004 Europeias 2009

  22. Sondagens de “boca-de-urna” Autárquicas 2009

  23. Sondagem e previsão No caso das sondagens pré-eleitorais, vamos partir do pressuposto que é possível avaliar a qualidade de uma sondagem (chamem-lhe o que quiserem: precisão, exactidão) através da comparação do seu resultado com o da eleição 8 ou 15 dias mais tarde? Aparentemente, toda a gente acha que sim.

  24. Sondagem e previsão Infelizmente, até o relatório da ERC agora proposto acha que sim:

  25. Sondagem e previsão O próprio relatório em referência, em vários momentos, estuda os “desvios” das sondagens face aos resultados verificados, como se, de previsões se tratasse. E, para cúmulo, sem cuidar de analisar o timing de realização do trabalho de campo, comparando trabalhos de campo realizados antes e depois do inicio da campanha eleitoral. Fazer uma previsão (só conheço um caso em Portugal, efectuado pelo Pedro Magalhães) é antecipar o resultado de uma eleição, independentemente do que vier a acontecer durante a campanha eleitoral. À semelhança de autores americanos, PM fê-lo cerca de seis meses antes da eleição.

  26. Sondagem e previsão O que é muito diferente da medição da intenção de voto num determinado momento (que é o objectivo das sondagens pré-eleitorais). As chamadas sondagens pré-eleitorais não podem ser um bom avaliador da qualidade das sondagens, e quando analisadas ou comparadas, deverão ser com base em resultados brutos (sem ponderações por voto anterior, redistribuição de indecisos, ou outros procedimentos que as aproximam do conceito de previsão).

  27. Sondagem e previsão Sistematicamente, são realizados “rankings” para a melhor sondagem (pré-eleitoral) com base nas menores diferenças face ao resultado efectivo (o que, em teoria, significaria que a melhor sondagem pré-eleitoral seria a que não tivesse desvios…). in Correio da Manhã, 12 de Outubro 2009

  28. Conceitos Fala-se muito, e o próprio relatório contribui para essa confusão, sobre se os resultados com anulação de indecisos são, ou não, uma “previsão”. Distinguiria 3 conceitos diferentes: 1. Intenção de voto no momento – resultados brutos da sondagem (com indecisos); diz o que se passa no momento; 2. Previsão – trabalho de modelização, de carácter científico, que pode ter, ou não, sondagens de intenção de voto na sua base; diz o que vai acontecer no futuro;

  29. Conceitos 3. Extrapolação – resultados da sondagem (sem indecisos – qualquer que seja o método); a não ser que se assuma que se trata de uma previsão, esta extrapolação permite comparar intenções de voto com um número diferente de indecisos. Com efeito, para contornar esse problema, pode anular-se os indecisos e compararmos só os votos expressos. Há quem defenda que se trata “do resultado que teria existido se as eleições fossem nesse dia”. O que já é mais inteligente do que pensar que se trata do resultado que vai acontecer daí a 10 dias.

  30. Conceitos No entanto, nem isso é verdade. Porque se a eleição tivesse sido nesse dia, as pessoas indecisas tinham pensado, pelo menos nas horas anteriores, em como iriam votar. O que não fizeram, por não adivinhar que o entrevistador lá ia a casa. Supor que os indecisos não votam, ou que o seu voto se repartirá como o dos “decididos”, pode implicar distorções que são de evitar.

  31. O erro A margem de erro constante na ficha técnica, e obrigatoriamente difundida pelos OCS, também não ajuda nada. Com efeito, a apresentação do erro não faz sentido. Por várias razões: 1. Porque estamos a falar de um erro (de amostragem) que não se pode aplicar às amostras que utilizamos.

  32. O erro Com efeito, (a) parte da amostragem praticada não é probabilística (e o erro de amostragem só se pode calcular nestes casos); (b) mesmo nas amostras ditas “probabilísticas”, o erro só se devia calcular se não houvesse recusas; o que é virtualmente impossível. 2. Porque estamos a falar de um erro (de amostragem) que não é o verdadeiro erro em que toda a gente pensa: o desvio possível em relação aos valores apresentados.

  33. O erro Com efeito, quem é que entende o que é o erro de amostragem? Ninguém, as pessoas pensam num erro global. Ora, o erro global é o somatório do erro de amostragem e do erro de medida. E este, não só é normalmente muito superior ao primeiro, como não é mensurável. Não é estar a levar as pessoas ao engano?

  34. Amostra e erros de medida “Aconselhar” as empresas a “reduzir os erros sistemáticos” parece partir do pressuposto de que esses erros são fácil e consensualmente detectáveis e elimináveis e que há assim “erros” que as empresas de sondagens poderiam facilmente detectar. E a verdade é que não são.

  35. Erros de medida • Há dois aspectos especialmente importantes na realização de uma sondagem de intenção de voto: • O modo como a pergunta é formulada • O local onde a pergunta é colocada

  36. O erro No entanto, o próprio relatório em referência continua a fazer questão da presença deste elemento nocivo, quer por cientificamente não fazer qualquer sentido, quer por reforçar a ideia de previsão.

  37. Conclusão Terminaria, dizendo que estou convencido de que tem havido omissão das questões essenciais e tem sido dada demasiada importância ao acessório. Como é o caso da enorme dificuldade,seguramentereconhecida por todos, em medir a abstenção. A questão da abstenção, embora crítica, não pode ser vista como sendo possível de estimar através de uma sondagem. Só com métodos previsionais (sondagem + modelo cientifico). Mais uma vez, onde estão esses modelos?

  38. Conclusão No entanto, mais uma vez, o próprio relatório em referência continua a fazer questão em prolongar as dificuldades (…) (…)

  39. Conclusão E como é o caso das casas decimais dos resultados.

  40. Conclusão O que, em nossa opinião, pode aumentar ainda mais a confusão. Por exemplo, no caso dos pequenos partidos, uma diferença de 0,01% pode criar diferenças que não serão de todo insignificantes. Dia d Dia d+7 5 % 4,49 % 4 % 4,5% (+1) Partido X Partido Y (+1) 4 % 4,50 % 5 % 4,49%

  41. Conclusão Termino com uma sugestão. Vamos usar as sondagens pré-eleitorais para conhecer melhor o comportamento dos eleitores portugueses. Ou seja, para estudar. E não para criticar o que desconhecemos e não compreendemos, ou, o que ainda é mais grave, para usar o trabalho tão exigente de pessoas honestas com o objectivo de proceder a manobras e jogos políticos – normalmente oriundos dos políticos perdedores – que não contribuem em nada para o desenvolvimento deste país.

  42. Obrigado António Salvador

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