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conceitos bu00e1sicos sobre farmacobotu00e2nica
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Farmacobotânica ARA0716
Introdução • Desde tempos remotos, a humanidade buscou na natureza recursos para o alívio de seus males do corpo e da alma. • As plantas, talvez por estarem mais disponíveis, foram os mais explorados. • Na forma de chás, emplastros, banhos ou unguentos, as folhas, as raízes, as cascas, e até plantas inteiras eram empregadas para o alívio de dores, febres e outros sintomas. • Com a descoberta da presença de substâncias químicas como responsáveis pelos efeitos no organismo, e a ampliação de técnicas e métodos para extração dessas substâncias, hoje as plantas são utilizadas não só na forma de chás, mas como matéria prima para o preparo de produtos tradicionais fitoterápicos e medicamentos fitoterápicos, com o uso de diferentes tecnologias.
Introdução (cont.) • Ainda que se tenha tido muito cuidado e aprimoramento na produção destes produtos, a qualidade da matéria prima ainda continua sendo um problema, visto que muitas são obtidas por extrativismo. • Felizmente, um rol de normas governamentais veio trazer parâmetros para garantir ao consumidor eficácia e segurança no consumo de produtos à base de plantas medicinais. • Neste sentido, a Farmacobotânica vem contribuir com discussões acerca das normas vigentes e com o conhecimento técnico sobre as características morfológicas e anatômicas dos vegetais para um eficaz controle de qualidade da matériaprima vegetal.
SituaçãoProblema • Leia o artigoao lado pelo link:
1.1 Histórico, conceitos e legislação • O controle de qualidade das drogas vegetais tem por finalidade garantir que o produto que está sendo produzido e que será adquirido pelo consumidor tenha os requisitos mínimos de qualidade para que se obtenha eficácia no seu uso, e com segurança (BRASIL, 2014). A Farmacobotânica ocupa-se dos estudos da morfologia vegetal e, portanto, o controle de qualidade aqui tratado levará em consideração apenas os requisitos morfológicos das drogas vegetais usadas como chás medicinais ou como matéria prima vegetal. • Levando-se em consideração que as drogas vegetais podem ser (e são, na maioria das vezes) adquiridas na forma de chás medicinais, sem a orientação de um médico, é primordial que estes produtos tenham boa qualidade para que o consumidor tenha o efeito desejado.
Objetivos • Reconhecer os principais conceitos relacionados a plantas medicinais; • Apontar a RDC 26/2014 como fonte de conceitos relativos às plantas medicinais; • Relacionar fatores do ambiente ou do ciclo de vida da planta à produção de fitocomplexos; • Estabelecer os critérios de amostragem, de acordo com o tipo e quantidade de droga vegetal; • Aplicar as técnicas corretas de análise de pureza e de umidade; • Reconhecer a Farmacopeia Brasileira como fonte de parâmetros para o controle de qualidade. O estudo ou trabalho com plantas medicinais exige conhecimento de conceitos e definições para que o tratamento e o entendimento destas matérias primas sejam padronizados, especialmente porque o emprego de plantas como recurso terapêutico segue culturas e regionalismos diversos. Com esta finalidade, a padronização, a RDC 26/2014 apresenta todos os conceitos atualmente usados sobre as plantas medicinais.
Definições usadas em plantas medicinais Planta medicinal é qualquer espécie vegetal utilizada com o objetivo terapêutico. Pode ser obtida diretamente da natureza ou pode ser cultivada. Planta medicinal fresca ou in natura é aquela utilizada logo após a colheita ou coleta, sem passar por processos de secagem.
Definições usadas em plantas medicinais Droga vegetal é o termo empregado para a planta medicinal seca, após processo de estabilização. Ela pode estar íntegra, rasurada ou pulverizada. Considera-se droga vegetal a planta inteira ou partes dela, dependendo do que seja estabelecido em sua monografia ou consagrado pelo uso tradicional (BRASIL, 2014a).
Definições usadas em plantas medicinais Planta tóxica é qualquer espécie vegetal que possa causar efeitos nocivos ao organismo humano ou animal selvagem ou doméstico, podendo até matar. Uma planta medicinal pode tornar-se tóxica, dependendo de algumas condições de utilização. → concentração excessiva. → dose excessiva de fitoterápico com efeitos nocivos. →por excesso no tempo de utilização. → via de administração incorreta também pode tornar uma planta medicinal em tóxica.
Para não haver equívocos ou inconsistências, recomenda-se que os conceitos e definições sejam oficiais, preferencialmente estabelecidos pela legislação vigente. Atualmente, a legislação que normatiza a produção e o uso de plantas medicinais é a RDC 26 de 13 de maio de 2014.
Produtos industrializados à base de plantas medicinais estabelecidos em 2014
Histórico do uso de plantas medicinais Pré-história: • O uso de plantas como remédios é tão antigo quanto a história da humanidade. • As antigas civilizações tinham referências históricas sobre plantas medicinais. • Antes da escrita, o ser humano já utilizava plantas como alimento e remédio, descobrindo suas propriedades por meio da observação do comportamento animal. • Essas informações eram transmitidas oralmente e, posteriormente, compiladas com o surgimento da escrita.
Histórico do uso de plantas medicinais Antiguidade: Os primeiros registros escritos do uso de plantas medicinais são da Mesopotâmia (2600 a.C.), incluindo cedro, alcaçuz, mirra e papoula. Na China, a obra Pen Ts’a o, de Shen-Nong (2800 a.C.), é considerada fundadora da medicina chinesa. No Egito, os papiros evidenciam o uso de plantas como remédio a partir de 2000 a.C.. O papiro de Ebers (1550 a.C.)enumera cerca de 100 doenças e descreve produtos naturais como funcho, coentro, e zimbro. Na Índia, o sistema medicinal Ayurveda (1500 a.C.) menciona plantas como alcaçuz, gengibre e manjericão. No Ocidente, Teofrasto (372–287 a.C.) listou 455 plantas medicinais, constituindo o primeiro herbário ocidental.
Histórico do uso de plantas medicinais Era Cristã: Pedanius Dioscórides (40–90 d.C.) catalogou e ilustrou cerca de 600 plantas medicinais em sua obra de Materia Medica, que se tornou a principal referência ocidental até o Renascimento. Idade Moderna: Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (Paracelso) lançou as bases da medicina natural, afirmando que cada doença deveria ser tratada por um medicamento específico e que a dose define se uma substância é remédio ou veneno.
Histórico do uso de plantas medicinais Idade Contemporânea: No século XIX, o avanço da química permitiu analisar e separar os princípios ativos das plantas. Hahnemann desenvolveu os conceitos da homeopatia. A Farmacopeia Britânica de Plantas contém monografias com padrões de qualidade para 169 ervas medicinais. .
Histórico do uso de plantas medicinais No Brasil: A história da utilização de plantas medicinais é influenciada pelas culturas africana, indígena e europeia. Os indígenas já utilizavam a flora local para tratar doenças. No século XVI, o jesuíta José de Anchieta foi o primeiro boticário de Piratininga. Em 1926, foi publicada a primeira Farmacopeia Brasileira, com 183 espécies de plantas medicinais brasileiras. Nas últimas décadas, o Brasil voltou a valorizar sua flora como fonte de moléculas com atividade biológica e medicamentos fitoterápicos. Atualmente, plantas medicinais e fitoterápicos são considerados uma forma sistêmica e racional de abordar questões de saúde e qualidade de vida.
Histórico do uso de plantas medicinais Tempos atuais: Atualmente, aproximadamente 90% das classes farmacológicas incluem um protótipo de produto natural. Em regiões de baixo desenvolvimento econômico, o uso de plantas medicinais é essencial devido à falta de acesso a medicamentos industrializados. O interesse em substâncias derivadas de espécies vegetais tem aumentado, refletido no crescimento de publicações científicas.
Fixando o Conteúdo: A partir da publicação da RDC 26/2014, o conceito de fitoterápico tomou uma nova amplitude, diferente do conceito de fitoterápico de legislações anteriores (RDC 14/2010; RDC 10/2010). Explique a diferença no entendimento do que é fitoterápico hoje, para o que era entendido nas legislações anteriores.