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Hanseníase

Hanseníase. Uma nova terminologia para minimizar o estigma. “Construir e desconstruir”(construtivismo -Piaget) Segundo Piaget, para que se possa construir um novo conceito, faz-se necessário desconstruir o conceito ou a construção anterior. Hanseníase .

Olivia
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Hanseníase

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Presentation Transcript


  1. Hanseníase Uma nova terminologia para minimizar o estigma. “Construir e desconstruir”(construtivismo -Piaget) Segundo Piaget, para que se possa construir um novo conceito, faz-se necessário desconstruir o conceito ou a construção anterior.

  2. Hanseníase Assim,para a melhor compreensão da construção da terminologia hanseníase, criada para desistigmatização da lepra, torna-se imprescindível a retomada da origem desta palavra, assim como, de todo o componente estigmatizante que por milhares de anos fez dela sua parceira.

  3. Hanseníase O termo LEPRA é conhecido desde tempos remotos. Diversas citações bíblicas confirmam este fato: Levítico 13 A lepra humana. Normas acerca de diversas doenças de pele, eczemas etc, consideradas impuras por causa da secreção. Iss:12,10;2Rs 5;Dt 24,8-9;SI 38; Jó 2 5: Nm 12,14-15 46: Nm 5,2; 2 Rs 15,5

  4. Hanseníase “O Senhor disse a Moisés e a Aarão: “Quando alguém tiver na pele do corpo algum tumor, erupção ou mancha branca brilhosa, com aparência de lepra, será levado ao sacerdote Aarão ou a um dos seus filhos sacerdotes. O sacerdote examinará a mancha na pele do corpo. Se os pêlos da mancha se tornarem brancos, e a pele afetada aparecer mais afundada que o resto da pele do corpo, é a mancha da lepra. Após examiná-lo, o sacerdote o declarará impuro” (Levítico 13: 1,2-3)

  5. Hanseníase “ O homem atingido pela lepra andará com as vestes rasgadas, os cabelos soltos e a barba coberta, gritando: “Impuro! Impuro!(Levítico 13:45) “Durante todo o tempo em que estiver contaminado de lepra, será impuro. Habitará a sós e terá sua morada fora do acampamento”. Levítico 13:46

  6. Hanseníase Muitas outras referências são citadas na Bíblia para identificar qualquer infecção de lepra ou de sarna, ou ainda infecções leprosas de vestes ou de casas como (fungos, mofos e manchas em tecidos, percebidos como ameaçadores), ou tumores, pústulas e erupções da pele... E todas elas tinham o intuito de ensinar ou “apontar” para alguma coisa que considerada pura

  7. Hanseníase • (“...Se perceber que a infecção diminuiu em vez de se espalhar sobre a pele, o sacerdote o declarará puro. É uma simples inflamação...”) ou • (“...mas se, depois de haver sido examinado pelo sacerdote o declarado puro, a inflamação se propagar, o paciente se deixará examinar pelo sacerdote. Se após o exame, o sacerdote perceber que a inflamação se propagou pela pele, o declarará impuro, pois se trata de lepra.” Essa era a legislação sobre a lepra

  8. Hanseníase Além dos textos bíblicos, existem também textos históricos que falam sobre a lepra e apresentam os doentes cobertos de feridas e deformidades físicas, obrigando-os a ficar fora dos muros que circundam as cidades.

  9. Hanseníase O contato com estes doentes era contagioso, proibido. A caridade era feita a distância (as esmolas e alimentos eram-lhes jogados de longe); Essas referências acabaram por se perpetuar através dos tempos e deixaram marcas.

  10. Hanseníase A Hanseníase é uma doença conhecida ou “confundida” desde tempos remotos com a nomenclatura de Lepra. Teve seu início no Oriente Médio. Posteriormente se expandiu para a Europa, onde alcançou seu apogeu.

  11. Hanseníase Com a descoberta das Novas Terras acabou chegando ao Brasil, onde os primeiros casos foram registrados no Rio de Janeiro, depois Bahia, Pernambuco e Pará, e depois São Paulo. Há muitas controvérsias com relação aos primeiros registros.

  12. Hanseníase Esta doença, eliminada em muitos países, ainda existe no Brasil e é considerada importante sob o ponto de vista de saúde pública. No Brasil, desde o início do século passado, os doentes de hanseníase ficaram à mercê da sorte, em alojamentos, a beira de estradas ou em periferias das cidades

  13. Hanseníase Senhoras das cidades davam a eles uma assistência em gêneros, como roupas, alimentos, medicamentos diversos, etc, prática preconizada pelo status social da época ou pelo espírito de abnegação inerente a alguns poucos personagens que se destacaram na trajetória social da história da doença e dos doentes.

  14. Hanseníase Em 1924, o governo decidiu assumir a questão, para salvaguardar a coletividade sadia, e iniciou o período da internação compulsória. As Justificativas para a internação compulsória foram fundamentadas sob ponto de vista epidemiológico e social:

  15. Hanseníase Epidemiológico: • O perigo do contágio; • A ameaça à sociedade sadia. Social: • O estigma já existente. O doente na sociedade era à marginalidade, portanto, alegava-se que ele se sentiria melhor entre “os iguais”

  16. Hanseníase O plano profilático de combate à Hanseníase adotado pelo Estado de São Paulo, a partir da década de 30, foi baseado no famoso tripé constituído: • Pelos asilos, para recolher toda e qualquer pessoa diagnosticada como portador de hanseníase;

  17. Hanseníase 2. Dispensários, responsáveis pelo diagnóstico de novos casos e observação de todos aqueles considerados como “comunicantes”, ou seja, pessoas que por relação de amizade ou parentesco tivesse convivido com algum paciente;

  18. Hanseníase 3. Pelos preventórios, destinados a acolher, educar e instruir menores sadios, filhos ou não, que tivessem convivido com pacientes de “lepra”, desde que não tivessem parentes idôneos que quisessem assumir esse encargo e que dispusessem de recurso para educá-los e mantê-los sob vigilância das autoridades sanitárias.

  19. Hanseníase “Começou em São Paulo, construído pela Santa Casa, o Asilo Santo Ângelo (Mogi das Cruzes) serviu de modelo para a implantação dos demais. • Estruturado em SP o Serviço de Profilaxia da Lepra – Inspetoria de Profilaxia da Lepra (IPL) e o Departamento da Profilaxia da Lepra (DPL).

  20. Hanseníase As principais características do DPL foram: • a grande dotação orçamentária; • A centralização do poder nas mãos do diretor do serviço; • O amparo governamental

  21. Hanseníase • Na década de 30, todo e qualquer pensamento divergente, era absolutamente silenciado; • São Paulo exerceu a prática de internar todos os doentes, mesmo os de forma não contagiante; • Os demais Estados internavam somente os portadores da forma multibacilar ou contagiante; os demais casos eram tratados em ambulatórios.

  22. Hanseníase Para manutenção do modelo profilático, surgiram então os Asilos ou Hospitais-colônia no Estado de São Paulo: • 1928: Santo Ângelo(Santa Casa)- Mogi das Cruzes – 348 alqueires – hoje, hospital Dr Arnaldo Pezzutti Cavalcanti”; • 1931: Padre Bento – Guarulhos – 23 alqueires; hoje complexo Hospitalar “Padre Bento”;

  23. Hanseníase • 1931: Pirapitingui – Itu – 600 alqueires; hoje, Hospital “Dr. Francisco Ribeiro Arantes”; • 1932: Cocais – Casa Branca – 300 alqueires ( o 1º a ser desativado); hoje, Hospital Psiquiátrico; • 1933: Aimorés – Bauru – 400 alqueires – hoje Instituto “Lauro de Souza Lima”

  24. Hanseníase • Em 1941, surgiu o Serviço nacional da Lepra, o qual passaria a dar diretrizes para o controle da doença no país. • Profº Abrahão Rotberg – médico dematologista, depois professor universitário(SP): publicou diversos trabalhos científicos sobre a doença.

  25. Hanseníase • A iniciativa para a desestigmatização da lepra surgiu do Prof. Dr. Abrahão Rotberg; • Sensibilizado com o sofrimento dos doentes que, além das seqüelas decorrentes da moléstia, sofriam ainda o estigma de leprosos, propôs uma nova terminologia substituindo a palavra lepra por Hanseníase

  26. Hanseníase • Hanseníase: homenagem ao médico e botânico norueguês Gerhard Henrik Armauer Hansen (Bergen 1841-1912) que em 1874 descobriu (isolou) o Mycobacterium Leprae – o bacilo da hanseníase.

  27. Hanseníase 1967: Prof. Walter Lesser assumiu a direção do Departamento de Profilaxia da Lepra (DPL/SP) fez alterações radicais: • Abertura das portas dos asilos-colônias: asilados pudessem deixar o hospital e optar pelo tratamento ambulatorial em centros de saúde se fosse o seu desejo retornar a viver em sociedade da qual havia sido expulso e retirado a força.

  28. Hanseníase • No Brasil, a nova nomenclatura, para eliminar o estigma que acompanhava a palavra lepra e aos doentes, tornou-se oficial na administração pública por lei, assinada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo então Ministro da Saúde Adib Jatene, em 29 de março de 1995 (Lei nº9.010 – DO Brasília –DF).

  29. Hanseníase • A maioria dos outros paises, continua a usar a nomenclatura lepra: • Lepra (espanhol); • Lèpre (francês); • Leprosy(inglês); • Lebrra (italiano).

  30. Hanseníase • Com a chegada da Poliquimioterapia a partir de 89/90 em São Paulo (processo terapêutico atual), a situação dos doentes sofreu uma mudança radical; • Perspectiva de cura rápida: 6 meses para paucibacilares e 12 meses para os multibacilares.

  31. Hanseníase Indeterminada • Essa forma caracteriza-se por máculas hipocrômicas ou áreas circulares de pele aparentemente normal, com distúrbios de sensibilidade. Em crianças, pode-se valer das provas da histamina e da pilocarpina, para melhor evidenciar as alterações neurológicas.

  32. Hanseníase Indeterminada • Na hanseníase indeterminada, não há comprometimento de troncos nervosos e, portanto, não há ocorrência de incapacidade e deformidades. • Bacilos não são vistos nos esfregaços de rotina e, por isso, esses casos não são contagiantes.

  33. Hanseníase Indeterminada Máculas hipocrômicas com limites pouco precisos na face interna do cotovelo e que apresentam alterações da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, e hipoidrose

  34. Hanseníase Indeterminada • Mácula hipocrômica, com limites imprecisos na face e com alterações da sensibilidade e da sudorese

  35. Hanseníase Indeterminada Mácula hipocrômica, com limites mais ou menos precisos, com distúrbios de sensibilidade e da secreção sudorípara na região dorsal.

  36. Diagnóstico diferencial- Hanseníase Indeterminada Vitiligo: máculas acrômicas circundadas por ligeira hipercomia. Não há distúrbio da sensibilidade.

  37. Esclerose tuberosa: mácula hipocrômica, em forma de folha de figo. Não há distúrbio da sensibilidade

  38. Nevo acrômico: Mácula hipocrômica, sem alterações sensitivas

  39. Hanseníase Tuberculoide • Na hanseníase tuberculóide, o grau de resistência ao bacilo é grande. • Essa forma caracteriza-se por máculas ou placas em pequeno número, forma e tamanho variados, bem delimitadas e de tom castanho, podendo ser cheias ou apresentando um bordo mais ou menos elevado e o centro plano e hipocrômico. • Há alterações acentuadas de sensibilidade nas lesões e pode haver acometimento de troncos nervos superficiais ou profundos, mas, geralmente, em pequeno número.

  40. Hanseníase Tuberculoide • Há comprometimentos neurológicos que são específicos para essa forma clínica. A baciloscopia é negativa • Para o tratamento em massa da hanseníase, os casos tuberculóides e indeterminados são considerados como paucibacilares.

  41. Hanseníase Tuberculoide Placa ovalar bem delimitada, na qual o bordo é constituído de pápulas agrupadas de tonalidade eritêmato-acastanhada (pardacenta), com o centro plano, eritêmato-hipocrômico.

  42. Hanseníase Tuberculoide Placa figurada, bem delimitada, bordo papuloso pardacento e centro hipocrômico com certo grau de atrofia. (Gentiliza: Dr. Cássio Ghidella - Rondonópolis/MT)

  43. Hanseníase Tuberculóide Extensa placa eritêmato-acastanhada, bem delimitada, no abdome, em que o bordo papuloso vai esmaecendo para o centro da lesão que é hipocrômico. Há distúrbio acentuado da sensibilidade

  44. Placa extensa, figurada, policíclica, de bordos pouco elevados, constituídos de pápulas de tom pardacento-ardósia; centro plano e hipocrômico tomando parte do antebraço e braço; mais proximalmente, placa menor com as mesmas características. Distúrbios de sensibilidade e de sudorese presentes.

  45. Hanseníase Dimorfa Há casos que são muito semelhantes aos tuberculóides tanto do ponto de vista clínico como imunológico. A baciloscopia é positiva, mas não intensa. Outros casos dimorfos diferem muito pouco dos virchovianos. As lesões são polimorfas, os limites são imprecisos, a baciloscopia é positiva

  46. Hanseníase Dimorfa Numerosas placas pardacento-avermelhadas no tronco anterior. Umas são pequenas, circulares, de 2 a 3 cm de diâmetro, e outras grandes, figuradas, bordos levemente salientes, centro plano e pregueado, bem delimitadas, semelhantes 'as lesões tuberculóides. Distúrbios da sensibilidade presentes. Baciloscopia positiva

  47. Hanseníase Dimorfa

  48. Hanseníase Dimorfa

  49. Hanseníase Virchoviana • Na hanseníase virchoviana, o organismo não oferece resistência à multiplicação bacilar. Na pele, as lesões são polimorfas, numerosas, em geral de limites imprecisos; há compromentimento também das mucosas, nervos, articulações, ossos e de órgãos como fígado, baço, gânglios, testículos e olhos. A baciloscopia é sempre positiva

  50. Hanseníase Virchoviana

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