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ÁFRICA PRÉ-COLONIAL – TIMELINE 4M 4 mil 476 1453 1789 Hoje Id. Contemp. 1789-HOJE Pré-História 4 milhões-4 mil Id. Antiga 4 mil-476 Id. Média 476-1453 Id. Moderna 1453-1789 HISTÓRIA GERAL TÓPICOS DA AULA • ANTECEDENTES • REINO DA ETIÓPIA • REINO DO CONGO • REINO AXUM • REINO DE GANA • REINO DE MALI • REINO SONGHAI • REINO KUSH • O COMÉRCIO NO SAARA • OS BÉRBERES Séc. XVII a.C. Séc. XV d.C. África Pré-Colonial (séc XVII a.C. – séc XV d.C.) ÁFRICA PRÉ-COLONIAL
ANTECEDENTES • Denominamos África pré-colonial o período da história da África antes do domínio europeu, iniciado a partir do século XV. • Os povos da África subsaariana – ao sul do Deserto do Saara – utilizavam a palavra falada, mesmo onde existia a escrita. Eram sociedades orais, ou seja, as tradições eram passadas oralmente, de geração a geração. • É provável que os primeiros africanos tenham vivido como pescadores ao longo das margens do rio Níger e do rio Nilo, há aproximadamente 6 mil anos. • Lá pelo ano 500 a.C., eles já sabiam extrair e trabalhar metais, principalmente o ferro. Sua língua, o banto, deu origem a diversas línguas ainda hoje faladas na África. • Os Estados africanos eram governados por chefes ou reis que, muitas vezes, eram considerados deuses. Mas até os reis deviam obedecer às leis que regiam a comunidade.
REINO DA ETIÓPIA • O nome Etiópia provém da palavra grega aithiops, que significa povo de pele escura. Segundo a lenda, foi fundada por Menelique, filho de Salomão e rainha de Sabá, no ano 1000 a.C. • Aproximadamente no ano 100, os etíopes conheceram um período de prosperidade devido ao comércio de marfim e ouro no Mar Vermelho. • A Etiópia alcançou seu apogeu no sob o reinado de Azana, de 300 a 350, que facilitou a implantação do cristianismo. A Igreja se tornou muito rica e dona de imensas terras naquela região. • Por este motivo, os governantes e sacerdotes dividiam o poder e davam ordens aos seus súditos agricultores. Os monges desempenharam importante papel e os monastérios eram lugares de sabedoria, leitura e produção de escritos. • No século XVI, o reino da Etiópia conheceu um período de violência, a partir das guerras entre cristãos e muçulmanos. A paz só retornou no século seguinte e, uma nova capital – Gondar – foi construída.
REINO DO CONGO • Na região do terceiro grande rio do continente, o rio Congo, também se desenvolveram diversas sociedades com Estados centralizados baseados na agricultura, pecuária e pesca. • No fim do século XIV, um grupo de estrangeiros dominou os povos ao sul da foz do rio Congo, estabelecendo ali o reino do Congo, cuja capital se chamava MbanzaKongo. • Nas aldeias, o poder era exercido pelo chefe das famílias mais importantes. Acreditava-se que o chefe podia se comunicar com os ancestrais da família, responsáveis pela prosperidade. • A partir de 1483, navegadores portugueses, liderados por Diogo Cão, chegaram à foz do rio Congo, iniciando uma série de conflitos com os bakongo – povo do Congo. • Em 1665, os bakongo foram derrotados pelos portugueses na batalha de Ambuíla. Depois disso, o reino do Congo entraria em decadência política e econômica.
REINO AXUM • O reino Axum foi o antecessor do reino da Etiópia, e existiu por volta do século IV a.C. até o primeiro século. Sua capital, como o nome indica, era a cidade de Axum. • A população local era coletivamente denominada habesha. Deste termo deriva o adjetivo abexim, que significa habitante da Abissínia, nome que a região manteve até o início do século XX. • O reino Axum teve grande importância no comércio entre o Império Romano e o subcontinente indiano, servido de "ponte" para a troca de produtos entre o ocidente e o oriente. • Quando Azana se tornou rei da Etiópia, os axumitas, originalmente politeístas, passaram a adotar a religião cristã. A adoção do cristianismo prejudicou o comércio com povos que adotavam outras religiões. • O reino Axum entrou em decadência devido à expansão muçulmana e a pressão de reinos vizinhos. A população foi forçada a se isolar no interior de seu território, causando consequente declínio de sua cultura.
Mesfin Tesfaye/Unplash Mulher em frente a uma Igreja, em Adis Abeba, Etiópia. O país é conhecido por ter muitas comunidades religiosas.
REINO DE GANA • O reino de Gana – localizado onde atualmente fica a Mauritânia – formou-se por volta do século IV e se destacou pela forte produção e comércio de ouro. • Esse comércio, que contava com camelos, esteve subordinado, de início, ao controle dos berberes do norte africano, para depois passar ao domínio do reino negro de Gana. • Submetendo vizinhos e impondo tributos e obrigações, o governante do reino, chamado gana - "chefe de guerra" -, detinha, desde o século VIII, enormes riquezas. • O Reino de Gana enfraqueceu bastante após o século XII, devido à concorrente produção aurífera de outras áreas, do crescente ataque de vizinhos saqueadores e do avanço da desertificação do Saara.
REINO DE MALI • A ascensão do Reino de Mali se consolidou quando o príncipeSundiataKeita, por volta de 1230, transformou-se em soberano do Mali, fixando a capital em Niani. • Ampliando progressivamente seus domínios, no início do século XIV esse reino já alcançava a costa do Atlântico e o interior do Saara e controlava várias cidades e as rotas comerciais no deserto. • Ficaram famosas as peregrinações de seus governantes aMeca, a riqueza que levavam em suas viagens e a fundação de mesquitas e centros de estudo, que reunia sábios e arquitetos do Oriente Próximo. • No século XIV, em razão de frequentes invasões e saques, o Reino de Mali foi sobrepujado por outro, até então seu vassalo, chamado Reino de Songhai.
REINO SONGHAI • Os Songhai, que desde 1260 haviam sido dominados pelos Mali, começaram a recuperar sua autonomia no fim do século XIV. Sua capital, Gao, era uma das mais belas e ricas cidades africanas. • Por volta de 1420, os Songhai passaram a atacar o Reino de Mali, utilizando a força militar que se baseava em uma ampla frota naval no rio Níger, uma poderosa cavalaria e uma infantaria de arqueiros. • A grande expansão do reino Songhai ocorreu a partir do reinado de Soni Ali, de 1464 a 1492. Ali era aparentemente muçulmano, mas ainda praticava a religião de seus ancestrais. • Em 1493, um soberano muçulmano assume o reino, após depor Abu BakarDau, o filho de Soni Ali. Com o título de AskiaMuhamed, esse rei prosseguiu a grande conquista de territórios. • O governo de Muhamed marcou o apogeu e, ao mesmo tempo, o início do declínio do reino Songhai. Ele foi deposto em 1528 por seu próprio filho e, em 1591, o império foi conquistado pelo sultão do Marrocos.
REINO KUSH • Entre 2600 a.C. e 1700 a.C., o antigo Egito manteve sob controle as sociedades da região da Núbia. A partir de 1700 a. C., porém, os núbios construíram uma sociedade capaz de fazer frente aos poderosos egípcios. • Conhecida como Império Kush, essa sociedade reunia uma população predominantemente urbana, com a presença de um pequeno grupo de letrados. O Primeiro Império Kush sobreviveu por aproximadamente 200 anos. • Por volta de 1100 a.C., os núbios ergueram o Segundo Império Kush. Em 750 a.C., invadiram o Egito antigo, de onde foram expulsos pelos assírios, em 663 a.C. Nesta época, o Império Kush reunia em torno de 500 mil pessoas. • A sua principal atividade econômica era o comércio, sobretudo intermediando o fluxo de mercadorias entre a África subsaariana e as sociedades próximas ao mar Mediterrâneo. • A partir do século IV, não há mais registros da permanência do Império Kush que, ao que tudo indica, foi dominado pelo Império Axum.
O que significa Kush? a) Reino africano cuja sociedade reunia uma população predominantemente urbana. b) Reino Africano antecessor do reino da Etiópia, existiu por volta do século IV a.C. até o primeiro século. c) Reino africano, cujo nome deriva do grego aithiops, que significa povo de pele escura.
O COMÉRCIO NO SAARA • Durante milênios, até cerca de 3000 a.C., o Saara era suficientemente fértil para manter grupos de agricultores e pastores. A criação de gado era comum em comunidades africanas. • Com a seca do Saara, que afastou os habitantes do local, o comércio entre o Norte e o Sul continuou. Mercadores enfrentavam o deserto utilizando caravanas comerciais. • Nestas caravanas, panos e objetos de luxo eram levados para o Sul. Para o Norte, os mercadores transportavam ouro e os mais variados objetos de ouro. Dentre estes mercadores, destacaram-se o povo bérbere. • Para atravessar grandes distâncias de até 40 quilômetros por dia, os bérberes utilizavam camelos domesticados, que aguentavam ficar dias sem água ou comida. O uso de camelos revolucionou a economia africana. • As cidades começaram a surgir. As casas eram edificadas com barro endurecido ao sol, pois a pedra era coisa rara naqueles locais. Essas cidades serviram de base para o comércio no Saara.
OS BÉRBERES • Proveniente da antiga Pérsia, o povo bérbere ocupa hoje as regiões do Saara e do Sahel, no Norte de África. A maior parte deles passou a pertencer à religião islâmica a partir do século VII. • Os povos bérberes são provavelmente os habitantes mais antigos do Norte de África, tendo sido mencionados em documentos egípcios do quarto milênio antes de Cristo. • Os bérberes estão socialmente organizados em comunidades do tipo patriarcal, as ikhs. Estas comunidades formam tribos organizadas por conselhos liderados pelos chefes das famílias mais importantes. • Inicialmente sedentários e dedicados à agricultura, muitos bérberes tornaram-se nômades com o tempo, havendo atualmente tribos com ambas as características. • Dentre as principais tribos bérberes existentes, estão os tuaregues, guanches, rifenhos, cabilas e outros povos do Saara.