E N D
O ATEÍSMO TEÓRICO A TEOLOGIA EM DIÁLOGO COM A NEGAÇÃO DE DEUS ALLPPT.com _ Free PowerPoint Templates, Diagrams and Charts
Introdução Gaudium et Spes A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. Muitos de nossos contemporâneos não atendem ou até rejeitam esta união.
Ateísmo: designa fenômenos diversos Negação expressa de Deus. O Homem não pode afirmar nada sobre o Divino. Não aceitação de nenhuma verdade absoluta. Negação de Deus, a partir da absolutização das ciências positivas. Afirmação da autonomia do homem. Indiferença à religião. Protesto à existência do mal.
O Ateísmo sistemático Coloca Deus como obstáculo à autonomia do homem. A religião, fundada em uma expectativa futura, retira o homem da construção do seu presente terreno. Tal frente utiliza-se do poder social adquirido para difundir tais ideias, sobretudo, às novas gerações.
Atitude da Igreja Frente ao Ateísmo A Igreja reprova com fervor o ateísmo, nas suas diferentes faces. Analisa com atenção os pontos levantados pelos ateus, e busca em seus espíritos as causas ocultas para tal negação. Defende que o reconhecimento de Deus não se opõe à dignidade ou autonomia do homem Atribui, em parte, a causa do ateísmo aos crentes.
Remédio para o Ateísmo Conveniente exposição da doutrina, e da vida integral da Igreja e de seus membros. Manifestar a face de Deus pela caridade fraterna. Convite ao diálogo sincero entre ateus e crentes para construção de um mundo melhor.
Críticafilosófica à fé As razões do ateísmo: dois argumentos principais (entre outros): Argumento moral – o problema do mal no mundo; Argumento científico – o progresso das ciências explica as causas do que antes era atribuído a Deus. St. Tomás de Aquino – quais as causas do ateísmo? ST I,2, a.3 (videtur quod 1 e 2)
A crítica de Feuerbach Ludwig Feuerbach (1804-1872) “Não é Deus e sim o homem que efetua a revelação de si mesmo por meio da religião: todo processo histórico e religioso nada mais é do que um processo de consciência humana (e não do espírito absoluto, como afirmou Hegel). Esta dá origem à ideia de Deus como hipóstase dos próprios ideais.” (A essência do cristianismo, p. 62)
“O fundamento da verdadeira filosofia não é colocar o finito no infinito, mas o infinito no finito. Isto é, a função da verdadeira filosofia não é provar que o homem é um produto de Deus; mas, ao contrário, Deus é um produto do homem: não foi, efetivamente, a ideia (Deus) que criou o homem, mas o homem criou a ideia (Deus).” (A essência do cristianismo , p.192 )
“Esta é a minha filosofia: teologia é antropologia, ou seja, no objeto da religião a que chamamos theós, em grego, expressa-se nada mais que a essência divinizada do homem, portanto a história da religião ou, o que dá na mesma, de Deus nada mais é do que a história do homem.” (Preleções sobre a essência da religião, p.29-30).
“Interesso-me acima de tudo por iluminar a obscura essência da religião com a luz da razão, para que finalmente os homens parem de ser explorados, para que deixem de ser joguetes de todos aqueles poderes inimigos da humanidade que, como sempre, servem-se até hoje da nebulosidade da religião para a opressão do homem.” (Preleções sobre a essência da religião, p. 35)
“A essência da religião está no medo, isto é confirmado a partir da experiência, uma vez que todos ou a maioria dos povos mais primitivos fazem do objeto da religião só ou principalmente os fenômenos aterrorizantes da natureza. [...] confirma-se ainda a explicação da religião a partir do medo pelo fato de que mesmo entre os povos mais elevados espiritualmente a mais alta divindade é a personificação dos fenômenos naturais que produzem no homem o mais alto grau de medo” (Preleções sobre a essência da religião, p.39-40)
“Os cristãos distinguem-se dos chamados povos pagãos ou incultos apenas porque atribuem a causa dos fenômenos naturais que lhes incutem medo não a deuses especiais, mas a uma qualidade de seu Deus.” “A diferença entre politeísmo e o monoteísmo se reduz na diferença entre espécie e gênero”. (Preleções sobre a essência da religião, p. 42)
A resposta da teologia Joseph Ratzinger Quem nos dias de hoje tenta falar sobre a fé cristã para pessoas que não têm fé há de sentir logo o ambiente de estranheza “Quem quiser fugir das incertezas da fé terá de suportar as incertezas da ausência de fé e nunca poderá dizer com certeza definitiva que a fé não é verdade. Só na recusa da fé se revela a sua irrecusabilidade” (Introdução ao cristianismo, p. 36).
Conceituação: “Ter fé significa decidir que, no âmago da existência humana, há um ponto que não pode ser alimentado e sustentado pelo o que é visível e tangível, mas que toca na fímbria daquilo que não é visível, a ponto de este tornar tangível para ele revelando-se como algo indispensável à existência” (RATZINGER, 2006, p. 39); A fé como um salto no abismo do infinito
As dificuldades do crer em nossos dias: Positivismo cristão: “com isso estou querendo dizer que a fé cristã não se preocupa apenas com o eterno, como poderia parecer à primeira vista quando se fale em fé, em algo totalmente diferente, localizado fora do mundo humano e do tempo, antes ela tem a ver com Deus que está dentro da história, com Deus como homem” (RATZINGER, 2006, p. 42)
O ser humano já não é capaz de olhar para além de si mesmo: “No momento em que começa a revigorar um antropocentrismo radical, segundo o qual o ser humano só é capaz de reconhecer a sua própria obra, ele mesmo precisa aprender a aceitar-se a si mesmo como um mero produto do acaso, sendo ele nada mais além que um factum” (RATZINGER, 2006, p. 48)
Caminhos de solução para quem crer: “A fé visa um plano totalmente diferente daquele que se situam o fazer e a factibilidade, pois ela é essencialmente confiança naquilo que não foi feito por nós e que jamais poderá ser feito e que, nessa condição, sustenta e possibilita tudo o que fazemos” (RATZINGER, 2006, p.53). “Trata-se de uma forma essencialmente diferente de comportamento espiritual que existe, ao lado daquele conhecimento, como algo autônomo e próprio, de modo que não pode ser reduzido àquele nem derivado dele” (RATZINGER, 2006, p.54). A fé se encontra no âmbito das decisões fundamentais que o ser humano precisa tomar. A fé cristã não é um creio em algo, e sim ‘Creio em Ti’.
“Recorrendo a uma linguagem mais tradicional, poderíamos dizer: significa compreender a nossa existência como uma resposta à palavra, ao logos que sustenta e conserva todas as coisas. Significa aceitar que o sentido, que não podemos produzir, mas apenas receber, já nos foi dado, de modo que precisamos tão somente aceitá-lo, confiando-nos a ele” (RATZINGER, 2006, p. 55). “Só a verdade é o fundamento adequado em que o ser humano pode firmar-se. Desse modo, ato da fé cristã inclui essencialmente a convicção de que o fundamento que lhe dá sentido, o logos, sobre o qual nos firmamos, é justamente, como sentido, também a verdade” (RATZINGER, 2006, p. 57)
“Assim, a fé se torna o encontro do tu que me sustenta e me dá a promessa de um amor indestrutível, apesar de toda a insatisfação última do encontro humano; na fé não apenas aspiramos à eternidade, ela nos é realmente concedida. A fé cristã vive de fato de não apenas haver um sentido objetivo, mas de esse sentido me conhecer e me amar, de eu poder me confiar a ele com a atitude da criança que se sabe acolhido com todas as perguntas no tu da mãe. Dessa maneira, a fé, a confiança e o amor são, em última análise, uma coisa só, e todos os conteúdos que a fé envolve são nada mais que concretizações daquela reviravolta que forma a base de tudo, ou seja, do ‘Creio em ti’, da descoberta de Deus na face do homem Jesus de Nazaré.” (RATZINGER, 2006, p 60).
Fé em Jesus e ateísmo COMO A FÉ EM JESUS PODE SER UMA RESPOSTA AO PROBLEMA DO ATEÍSMO? 1 Jesus fonte e ação da vontade de Deus 2 Jesus é sabedoria geradora de consciência 3 Jesus via de redenção para a humanidade
Jesus fonte e ação da vontade de Deus “Imagem de Deus invisível” (Col. 1,15), Ele é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Já que, n'Ele, a natureza humana foi assumida, e não destruída, por isso mesmo também em nós foi ela elevada àsublime dignidade. Porque, pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem.” (Gaudium et Spes, 22)
“E o homem parece muitas vezes não dar-se conta de outros significados do seu ambiente natural, para além daqueles somente que servem para os fins de um uso ou consumo imediatos. Quando, ao contrário, era vontade do Criador que o homem comunicasse com a natureza como Senhor e guarda inteligente e nobre, e não como um desfrutador e destrutor sem respeito algum” (Redemptorhominis, 15 ).
“E Jesus Cristo torna-se presente com a potência daquela verdade e daquele amor que n'Ele se exprimiram como plenitude única e que não se pode repetir, se bem que a sua vida na terra tenha sido breve e ainda mais breve a sua atividade pública” (Redemptorhominis, 13)
“Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente. Adão, o primeiro homem, era efetivamente figura do futuro, isto é, de Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime” (Gaudium et Spes, 22)
Jesus via de redenção para a humanidade “A vida de Cristo fala ao mesmo tempo também a muitos homens que ainda não se acham em condições de repetir com Pedro: ‘Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo’ Ele, Filho de Deus vivo, fala aos homens também como Homem: é a sua própria vida que fala, a sua humanidade, a sua fidelidade à verdade e o seu amor que a todos abraça”. (Redemptorhominis, 07)
Portanto, Jesus é a fonte geradora de esperança para a humanidade sucumbida em um mal que aconduz a uma cegueira tão profunda que lhe torna incapaz de reconhecer a Deus como o Pai de toda esperança. Jesus revela a misericórdia de Deus, e só essa ação é capaz de responder aos anseios dos homens.
REFERÊNCIAS CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituição Pastoral Gaudium et Spes. 12. ed. São Paulo: Paulinas, 2002. FEUERBACH, L. A essência do cristianismo. Tradução José da Silva Brandão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. ______________. Preleções sobre a essência da religião. Tradução José da Silva Brandão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Redemptorhominis. 3.ed. São Paulo, Paulinas, 1992. RATZINGER, J. Introdução ao cristianismo: preleções sobre o símbolo apostólico com um ensaio introdutório. Tradução de Alfred J. Keller. 2.ed. São Paulo: Loyola, 2006.