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Estudos Dirigidos sobre Espiritualidade.
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Estudos Dirigidos As Doenças e os Vícios Vamos falar aqui sobre as Doenças e os Vícios. pericliscb@outlook.com
Estudos Dirigidos As Doenças e os Vícios Vamos falar novamente aqui sobre o estado de saúde de André Luiz, quando chegou em “Nosso Lar”. pericliscb@outlook.com
O diagnóstico de André Luiz... O médico faz o seu relato... O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo. E inclinando-se, atencioso, indicava determinados pontos do meu corpo: – Vejamos a zona intestinal – exclamou. – A oclusão (intestinal) derivava de elementos cancerosos, e estes, por sua vez, de algumas leviandades do meu estimado irmão, no campo da sífilis. Capítulo 4 O Médico Espiritual “A moléstia talvez não assumisse características tão graves, se o seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Entretanto, seu modo especial de conviver, muita vez exasperado e sombrio, captava destruidoras vibrações naqueles que o ouviam. CONTINUA
“Nunca imaginou que a cólera fosse manancial de forças negativas para nós mesmos? A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com os semelhantes, aos quais muitas vezes ofendeu sem refletir, conduziam-no frequentemente à esfera dos seres doentes e inferiores. Tal circunstância agravou, de muito, o seu estado físico.” Depois de longa pausa, em que me examinava atentamente, continuou: – Já observou, meu amigo, que seu fígado foi maltratado pela sua própria ação; que os rins foram esquecidos, com terrível menosprezo às dádivas sagradas? Capítulo 4 O Médico Espiritual Singular desapontamento invadira-me o coração. Parecendo desconhecer a angústia que me oprimia, continuava o médico, esclarecendo: – Os órgãos do corpo somático possuem incalculáveis reservas, segundo os desígnios do Senhor. O meu amigo, no entanto, iludiu excelentes oportunidades, esperdiçado patrimônios preciosos da experiência física. A longa tarefa, que lhe foi confiada pelos Maiores da Espiritualidade Superior, foi reduzida a meras tentativas de trabalho que não se consumou. CONTINUA
Todo o aparelho gástrico foi destruído à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas, aparentemente sem importância. Devorou-lhe a sífilis energias essenciais. Como vê, o suicídio é incontes-tável. E mais adiante, André Luiz, após ouvir e refletir bastante... Por fim, abafando os impulsos vaidosos, reconheci a extensão de minhas leviandades de outros tempos. Capítulo 4 O Médico Espiritual No capítulo seguinte, é feita a confirmação do diagnóstico dado pelo médico antes: (...) zona dos intestinos apresentando lesões sérias com vestígios muito exatos do câncer; a região do fígado revelando dilacerações; a dos rins demonstrando característicos de esgotamento prematuro. E André Luiz reconhece: – Sim – repliquei, o médico esclareceu ontem, explicando que devo esses distúrbios a mim mesmo... FIM
Quando é perguntado a André Luiz como ele se sentia, no início de sua recuperação, ele se lamentou muito de seu estado de saúde e de sua situação... Chegado a essa altura, o vendaval da queixa me conduzira o barco mental ao oceano largo das lágrimas. Clarêncio, contudo, levantou-se sereno e falou sem afetação: – Meu amigo, deseja você, de fato, a cura espiritual? Capítulo 6 Precioso Aviso Ao meu gesto afirmativo, continuou: – Aprenda, então, a não falar excessivamente de si mesmo, nem comente a própria dor. Lamentação denota enfermidade mental e enfermidade de curso laborioso e tratamento difícil. É indispensável criar pensamentos novos e disciplinar os lábios. Somente conse-guiremos equilíbrio, abrindo o coração ao Sol da Divindade. Classificar o esforço neces-sário de imposição esmagadora, enxergar padecimentos onde há luta edificante, sói identi-ficar indesejável cegueira d’alma. Quanto mais utilize o verbo por dilatar considerações dolorosas, no círculo da personalidade, mais duros se tornarão os laços que o prendem a lembranças mesquinhas... CONTINUA
E após ouvir um longo sermão de Clarêncio, a pergunta é feita novamente... – Então, como passa? Melhor? Contente por me sentir desculpado, à maneira da criança que deseja aprender, respondi, confortado: – Vou bem melhor, para melhor compreender a Vontade Divina. Capítulo 6 Precioso Aviso FIM
O relato de André Luiz, sobre a sua doença, em outro livro... Naturalmente, o Assistente conhecia-me a antiga posição, estaria infor-mado de meus desvios anteriores, mas dignava-se evitar-me desaponta-mento mais fundo com referências comparativas. Assomaram-me recor-dações do passado, mais nítidas e esclarecedoras. Inegavelmente, con-duzira minha última experiência como melhor me pareceu. Tomava refeições calmas e substanciosas, a horas certas; dera-me a estudos pre-diletos; dispunha de meu tempo com rigorosa independência nas deci-sões; cerrava a porta aos clientes antipáticos, quando me faltava dispo-sição para suportá-los; nunca molestara o fígado por sofrimentos alhei-os, porque era ele pequeno para conter as vibrações destruidoras de minhas próprias irritações, ao sentir-me contrariado nos pontos de vista pessoais, e, sobretudo, aniquilara o aparelho gastrintestinal pelo excesso de comestíveis e bebedices aliados à sífilis a que eu mesmo dera guarida, levianamente. Capítulo 13 Companheiro Libertado FIM
Compreendemos assim que o egoísmo e o orgulho são, de fato, as verdadeiras chagas do espírito e os fatores etiológicos da depressão e do suicídio. Não digamos, portanto, que a depressão acomete o homem como se ele fosse mera vítima de suas angustiosas e inexplicáveis patologias. Uma Lei dirige-nos a todos, conferindo alegrias e dores conforme as semeemos no campo de nossas ações psíquicas. A dor pertence sempre à colheita e nunca é por si só a causa pri-meira de nossos males, pois não somos imolados pelo acaso, mas por nossa própria rebeldia diante das Leis Divinas. Capítulo 20 Fisiopatologia da Arrogância Aquele que já nasce com a personalidade carente de valores pessoais, necessários à vida, semeou ações e intenções opostas, determinantes de tal condição, em existência anterior. FIM
A incompreensão de que o homem, ao renascer na Terra, traz consigo o reflexo dos abusos do passado, impossibilita ao estudioso sincero a vi-são das reais causas das enfermidades em qualquer nível em que se ma-nifestem. Como já vimos, a doença é sempre efeito, nunca causa de nossas dores. Costumamos raciocinar como alguém que corre até a exaustão e depois imputa às dores do cansaço a sua impossibilidade de continuar correndo. A falha é anterior e está no abuso que levou ao esgotamento das forças, evidentemente. Capítulo 22 Em Busca de Soluções Devemos sempre buscar o erro nos excessos de toda natureza que empreendemos na aventura da vida e não em nossas carências, sempre as consequências. O excesso leva ao dano, que depois passa a exercer um impedimento natural ao prosse-guimento dos exageros, por imperiosa necessidade de reequilíbrio e não mero obstáculo ao nosso desenvolvimento. CONTINUA
O orgulho nos leva a acreditar, contudo, que a doença é o obstáculo injustificável à continuidade de nossas loucas aventuras, pois encontrar explicações fora do âmbito de nossos próprios erros agrada-nos sobremaneira e abona nossas deficiências perante os companheiros de jornada, eximindo-nos da responsabilidade pelos fracassos. — Erroneamente o dano passa a ser visto como o agente causador de nossos males. Compreendo. Não conseguimos ver que o abuso está na raiz de todas as nossas carências, fruto de nossos egoísticos anseios ... Capítulo 22 Em Busca de Soluções — Somos o exato produto de nossa própria corruptela e toda dor é cor-retiva, disto não podemos abrir mão, pois somos filhos de um Pai que é Amor e habitamos uma Lei perfeita. Evidentemente é preciso reconhecer que espírito e corpo compõem uma unidade, e interfe-rências físicas de diversas naturezas, em qualquer departamento orgânico, induzem alterações que podem obstaculizar o seu perfeito funcionamento. CONTINUA
Este fato leva o pesquisador materialista a interpretar equivocadamente que a função é produzida pelo órgão, enquanto que na realidade a função é ato do espírito e a perda do órgão não implica seu dano, mas apenas a inutilização dos meios para a sua realização. Evidentemente, o espírito, destituído da integridade de seu ferramental orgânico, não pode se manifestar adequadamente, assim como um músico não consegue executar sua arte com instrumentos danificados. Capítulo 22 Em Busca de Soluções FIM
"Como não ignoramos, os transtornos depressivos e do pânico assolam com índices terríveis de incidência ao lado dos desvarios sexuais e da toxicomania, da violência e da degradação dos costumes, das ambições desmedidas e das paixões asselvajadas, impondo-nos cuidados especiais no trato com as suas vítimas. Nem todos aqueles que se enredam nessas tramas danosas parecem dispostos a libertar-se, reagindo, muitas vezes, com violência e rebeldia. “Em ocasiões outras, amolentados pelo vício, deixam-se arrastar pelas vigorosas redes da dependência. Em todos eles encontramos graves processos obsessivos, nos quais Espíritos enfermos locupletam-se, aspirando-Ihes e usurpando-Ihes as energias, levando-os à exaustão de forças. Capítulo 5. “Ocorrências outras também têm lugar, por indução desses parasitas espirituais que se homiziam nas usinas mentais de pessoas ociosas ou destituídas de princípios morais, de valores espirituais, para desencadearem o mecanismo perturbador, a fim de que sejam atendidos nos hábitos mórbidos que transferiram da Terra para o Além. CONTINUA
“Ainda podemos anotar uma outra classe de ocorrência, que é aquela que deflui da vingança do desencarnado ao encontrar aquele que o houvera infelicitado e, destituído de sentimentos dignos compraz-se no desforço, empurrando-o para o calabouço da viciação. - Não podemos desconsiderar o adversário comum, que se oculta no coletivo Trevas ou Forças do Mal. Esses nossos irmãos desvairados, que perderam totalmente o senso de equilíbrio, por mais incrível que nos pareça, pretendem instaurar o seu reino de disparates entre os seres humanos, por neles encontrarem receptividade e sintonia moral, acreditando que a sua será uma vitória incontestável contra o Bem, representado por Jesus-Cristo, nosso Mestre, em nome do Pai Criador ... Capítulo 5. CONTINUA
"Insistem nas suas posturas absurdas, deixando-se conduzir por mentes perigosas que, na Terra, exerceram domínio sobre as multidões e se transferiram para o além-túmulo com altíssimas cargas de ódio e incompreensível sede de vingança, reconstruindo os seus impérios de alucinação, nos quais milhares de comparsas sob seu domínio obedecem às suas imposições cruéis. Supõem-se invencíveis, desafiando a ordem e o equilíbrio que jazem em toda parte, ampliando as inomináveis conquistas mediante o arrebanha-mento de vítimas que se Ihes entregam com relativa facilidade.” Capítulo 5. "O seu desatino é tão grande, que interferem no destino das nações, quando encontram chefes de Estado do mesmo nível evolutivo, deles utilizando-se para castigar a humanidade. Se esses indivíduos, que passam a comandar psiquicamente, são religiosos, inspiram-Ihes ódios terríveis contra os demais, que não privam da sua crença, tornando-os asselvajados, ao mesmo tempo, induzindo-os à crença de que são Emissários de Deus, que deverão libertar a sociedade da tirania dos outros, do Demônio, que é sempre aquele a quem elegem como adversário ... FIM
No carnaval... Depois de algumas instruções bem delineadas, fomos informados de que o tempo de serviço nessa etapa inicial seria de um mês aproximadamente, mediando entre as festividades de verão no país e a chegada da Quaresma, abrangendo o período do Carnaval. Seria, nesse período, que nos movimentaríamos atendendo ao dever para o qual nos preparáramos. Em face dos desconcertos emocionais que os exageros festivos produzem nas criaturas menos cautelosas, há uma verdadeira infestação espiritual perturbadora da sociedade terrestre, quando legiões de Espíritos infelizes, ociosos e perversos, são atraídas e sincronizam com as mentes desarvoradas. Capítulo 6. Nesse período, instalam-se lamentáveis obsessões coletivas que entorpecem multidões, dizimam existências, alucinam valiosos indivíduos que se vinculavam a formosos projetos dignificadores. CONTINUA
A seguir, convocou-nos a visitar uma das capitais brasileiras próxima, na qual a explosão da alegria popular, num denominado festival de verão, era ampliada pelo abuso do álcool, das drogas e do sexo desvai-rado. Imediatamente, vimo-nos em movimentada artéria praiana, feericamente adornada, na qual centenas de milhares de pessoas entregavam-se ao desbordar das paixões. A música ensurdecedora atordoava a massa informe, compacta e suarenta que se agitava ao ritmo alucinante, enquanto era estimulada por especialistas na técnica de agitação popular. Capítulo 6. Acurando a vista, podia perceber que, não obstante a iluminação forte, pairava uma nuvem espessa onde se agitava outra multidão, porém, de desencarnados, mesclando-se com as criaturas terrestres de tal forma permeada, que se tornaria difícil estabelecer fronteiras delimitadoras entre uma e outra faixa de convivência. CONTINUA
A nudez predominava em toda parte, os movimentos eróticos e sensuais dos corpos com abundante transpiração exsudavam o forte cheiro das drogas ingeridas ou injetadas, produzindo estranho quanto desagradável odor às nossas percepções. No pandemônio natural que se fazia, esses Espíritos, perversos uns, exploradores outros, vampirizadores em número expressivo, explora-vam os seus dependentes psíquicos em lamentável promiscuidade, submetendo-os a situações deploráveis e a prazeres grosseiros que nos chocavam, apesar da nossa larga experiência em relação a conúbios dessa ordem ... Capítulo 6. Eu imaginava, como é possível que o ser humano destes formosos dias de cultura, de ciência e de tecnologia, se permitiam tantas sensações selvagens e irresponsáveis! O desfile parecia não ter fim, sempre aturdido pelos conjuntos musicais de textura primitiva, que os hipnotizavam, impedindo o discernimento. Era compreensível que se permitissem todos os tipos de lascívia e de perversão, já que a multidão era um corpo informe, no qual as pessoas não dispunham de espaço para a livre movimentação, ensejando a confusão dos sentidos e a mescla absurda dos atritos físicos. CONTINUA
Tratava-se, porém, do culto à deusa Folia, numa enxurrada física e psíquica das mais vulgares e pervertidas, em cujo prazer todos entregavam-se ao olvido da responsabilidade, ao afogamento das mágoas e à liberação das paixões primitivas. Jovens e adultos pareciam haver perdido o direcionamento da razão, deixando-se enlouquecer pelo gozo exagerado, como se tudo ficasse centralizado naquele momento e nada mais houvesse após. Criminosos de várias classes misturavam-se aos foliões esfuziantes e tentavam furtá-los, roubá-los, agredindo-os com armas brancas, ao tempo em que psicopatas perversos utilizavam-se da confusão para darem largas aos distúrbios que os assinalavam. Capítulo 6. Altercações e brigas violentas, que culminavam em homicídios infelizes, misturavam-se aos disparates da festa que não cessava, porque, naquela conjuntura, a vida era destituída de significado e de valor. Não saíra da perplexidade em que me encontrava, quando o irmão Petitinga veio em meu auxílio, comentando: CONTINUA
- Passada a onda de embriaguez dos sentidos, os rescaldos da festa se apresentarão nos corpos cansados, nas mentes intoxicadas, nas emoções desgovernadas e os indivíduos despertarão com imensa dificuldade para adaptar-se à vida normal, às convenções éticas, necessitando prosseguir na mesma bacanal até a consumpção das energias. "Amolentados pelas extravagâncias, saudosos da luxúria desmedida e ansiosos por novos acepipes, tentarão transformar todas as horas da existência no delírio a que ora se entregam ... Tentarão investir todos os esforços para que se repitam os exageros, e porque as loucuras coletivas fazem-se com certa periodicidade e eles dependem desse ópio para esquecer-se de si mesmos, passam a viver exclusivamente o dia-a-dia do desequilíbrio em pequenos grupos, nos barzinhos, nos guetos e lugares promíscuos, nos subterrâneos do vício onde se desidentificam com a vida, com o tempo e com o dever. Capítulo 6. CONTINUA
"Tornando insuportável a situação de cada uma dessas vítimas voluntárias do sofrimento futuro, os parasitas espirituais que se lhes acoplam, os obsessores que os dominam, explorando suas energias, atiram-nos aos abismos da luxuria cada vez mais desgastante, do aviltamento moral, da violência, a fim de mantê-los no clima próprio, que Ihes permite a exploração até a exaustão de todas as forças. "É muito difícil, no momento, estancar-se a onda crescente da sensualidade, do erotismo, da depravação nas paisagens terrenas, especialmente em determinados países. Isto porque, as autoridades que governam algumas cidades e nações, com as exceções compreensíveis, estão mais preocupadas com a conquista de eleitores para os iludir, do que interessadas na sua educação. Capítulo 6. “A educação, que liberta da ignorância, desperta para o dever e a conscientização das massas, não sendo de valor para esses governantes, porque se o povo fosse esclarecido os desapeava do poder de que desfrutam, em face da claridade mental e do discernimento. CONTINUA
“Reservam então altas verbas para serem aplicadas no desperdício moral, disfarçando as doações sob a justificativa de que se trata de utilização para o lazer e a recreação, quando estes são opostos aos exageros dos sentidos físicos. “Mais recentemente, foram encontradas outras explicações para a legalização das bacanais públicas, sob os holofotes poderosos da Mídia, como sejam as do turismo, que deixa lucros nas cidades pervertidas e cansadas de luxúria. Capítulo 6. “É certo que atraem os turistas, alguns para observar os estranhos comportamentos das massas, que têm em conta de subdesenvolvidas, de atrasadas, de primitivas, permanecendo em camarotes de luxo, como os antigos romanos contemplando as arenas festivas, nas quais os assassinatos legais misturavam-se às danças, às lutas de gladiadores e ao teatro fescenino... Outros, para atenderem aos próprios tormentos, malcontidos, que podem ser liberados com total permissão, durante os festejos incomuns. E outros, porque necessitam de carnes novas para o comércio sexual, especialmente se está recheado de crianças vendidas por exploradores hábeis e pais infelizes. CONTINUA
"Por outro lado, os veículos de informação de massa exaltam o corpo, fomentam as paixões sensoriais, induzindo as novas gerações e os adultos frustrados ao deboche, ao fetiche das sensações, transfor-mando a sociedade em um grande lupanar. "Não é do meu feitio entretecer considerações que possam tornar-se críticas destrutivas, mas havemos de convir que, sobreviventes que somos da morte, não podemos deixar de considerar que os enganados foliões de hoje serão os desencarnados tristes de amanhã, queiramos ou não, sendo de lamentar-se a situação na qual despertarão após a perda do veículo orgânico. Capítulo 6. "Só a educação, em outras bases, quando a ética e a moral renascerem no organismo social, irá demonstrar que para ser feliz e para recrear-se, não se torna imperioso o vilipêndio do ser, nem a sua desintegração num dia, esquecendo-se da sua eternidade." CONTINUA
E no fim da festa do carnaval... A bulha terrível diminuíra nas ruas da cidade tumultuada, com a chegada do amanhecer, no seu fulgurante carro de luz. Aquele era o último dia do espetáculo de perversão e loucura a que se entregaram os foliões agora cansados, que iriam, logo mais, contabilizar os prejuízos emocionais, financeiros e morais dos descalabros que se permitiam. Naturalmente, esse despertar não influenciaria muito nas suas decisões para uma vida morigerada (que tem bons costumes ou vida exemplar), antes, em razão do vício que se facultavam, sentiam mais ainda o açular dos desejos para o prosseguimento da bacanal. Capítulo 9. FIM
Sobre a esquizofrenia... – Se levarmos em conta, (...), que o paciente esquizofrênico é um ser imortal, que ele procede de experiências ancestrais, que traz, nos tecidos sutis do Espírito, os fatores que o predispõem à síndrome que se manifestará mais tarde, compreenderemos que as mudanças químicas no cérebro, os fenômenos genéticos, as alterações estrutu-rais, são efeitos da sua consciência de culpa, da sua necessidade moral de reparação dos crimes cometidos, que ficaram ignorados pela justiça terrestre, mas que ele conhece. Entendendo-se o Espírito como o ser causal, em processo de evolução, adquirindo experiências e superando as manifestações primárias através de novas experiências iluminativas, trataremos dos inevitáveis efeitos dos seus atos danosos, mas remontaremos à causalidade que se encontra no ser real e não no seu símile material. Capítulo 13. CONTINUA
"Na contingência de alguns casos irrecuperáveis, como os temos aqui, em nossa clínica, esquecidos propositalmente pelas famílias, como ocorre em todos os hospitais psiquiátricos, constataremos que se trata de impositivos expiatórios para eles, já que foram malsucedidos em outros tentames provacionais, agora se encontrando sob injunção expiatória recuperadora que Ihes foi imposta. "Como corolário da tese que ora defendemos, o que muitos conside-ram como simples delírios e alucinações, muitas vezes são contatos mediúnicos com as antigas vítimas, ora transformadas em algozes, que os vêm perseguir, desforçando-se dos males que Ihes foram infligidos anteriormente. Se esse conúbio enfermiço continuar por largo prazo, é natural que a energia destrutiva aplicada nos delicados tecidos neuroniais, termine por danificá-Ios, alterando o quimismo cerebral e as neurocomunicações. Capítulo 13. ''Tenhamos em vista, no momento, o paciente Arcanjo, que acabei de atender. CONTINUA
“Nada obstante se encontre sob forte terapia química, foi acometido de uma exaltação, na qual uma personalidade independente (Espírito) tomou-o, permitindo-me um diálogo lúcido, que terminou por uma proposta coerente, de abandoná-lo à própria sorte, não mais lhe constituindo um parasita espiritual. Após o diálogo, ao informar que se iria, o obsidiado tranquilizou-se, adormeceu e, certamente, apresentará logo mais um quadro satisfatório, embora seja portador igualmente do transtorno esquizofrênico, que lhe permitirá uma vida relativamente equilibrada, caso prossiga com o tratamento, retornando ao meio familiar e social sem perigo." Capítulo 13. Tomando do prontuário, onde se encontrava a anamnese do referido enfermo, leu o diagnóstico e a medicação aplicada, sem que os resultados apresentados fossem significativos, diferindo diametralmente do efeito da terapia aplicada no Agente espiritual. Logo após, deu curso ao estudo: CONTINUA
– Definimos, então, a esquizofrenia, primeiro: como um transtorno espiritual, que se manifesta no corpo físico, através de uma série de desequilíbrios já referidos, mas decorrente da necessidade de o Espí-rito resgatar os delitos praticados em existências anteriores. Chamá-la-emos, nesse caso, de um distúrbio orgânico, já que foram impres-sas no aparelho fisiológico todas as necessidades para a liberação. “Segundo: de um processo de natureza obsessiva, em que o agente perturbador, hospedando-se no perispírito do seu inimigo, aquele que antes o infelicitou, atormenta-o, apresenta-se-lhe vingador, de-sorganiza-o interiormente, desestabiliza as conexões neuroniais, pro-duz-lhe outras disfunções orgânicas, delírios, alucinações... Capítulo 13. “Terceiro: de um processo misto, no qual o enfermo fisiológico é tam-bém vítima de cruel perseguição, tornando-se obsidiado simultânea-mente. CONTINUA
"Seja, porém, em qual classificação se enquadre o paciente psiquiá-trico, ele é digno de compaixão e de amizade, de envolvimento fra-ternal e de interesse profissional, recebendo, não somente a tera-pêutica específica proposta pela Psiquiatria, mas também a espiritual apresentada pelo Espiritismo, que estuda e investiga o ser integral, constituído por Espírito ou causa inteligente do ser, perispírito ou invólucro semimaterial que lhe preserva as necessidades, possuidor de várias e específicas funções, a fim de imprimi-las na organização física, e essa, ou corpo somático, por onde deambula na execução do programa de sublimação que lhe é proposto. Capítulo 13. "A oração ungida de amor, a vibração de afeto transformada em emissão de onda, de simpatia e de saúde, são, sem qualquer dúvida, terapêuticas de invulgar resultado, que o futuro adotará em qualquer situação humana em que se encontrem os indivíduos. "Dia chegará, não muito distante, em que a Medicina espiritual substituirá os processos agressivos deste momento, como já mudamos os procedimentos antes considerados va-liosos, das duchas, das sanguessugas, das sangrias, do poço das serpentes, da solitária, da insulina, do eletrochoque... (...)” FIM
“(...) devemos considerar que o paciente psiquiátrico é, normalmente, alguém que se utilizou da inteligência e do sentimento com muita falta de responsabilidade, lesando os núcleos perispirituais que plasmam no cérebro carnal as necessidades de reparação. “Imaginemos um médico, no uso da sua missão de melhorar a qualidade de vida dos enfermos, de amenizar-lhes os sofrimentos, de prolongar-lhes a existência e até mesmo de recuperá-los das doenças, que se utiliza do conhecimento intelectual para a explora-ção dos seus recursos econômicos, sem respeito pelo ser humano, que posterga terapias valiosas, a fim de retê-los por mais tempo sob seus cuidados, ou que se utiliza da Medicina para o enriquecimento criminoso através do aborto, da eutanásia, de cirurgias desnecessárias; como despertará no além-túmulo? Capítulo 14. “Tenhamos em consideração um escritor que intoxica as mentes dos seus leitores com cli-chês de perversidade e de luxúria, de vandalismo e de desrespeito; CONTINUA
um ator ou atriz que, em nome da arte entrega-se aos despropósitos das sensações grosseiras, arrastando multidões fanatizadas aos abismos morais; um sacerdote ou pastor religioso, um pregador espírita, muçulmano ou israelita, ou de outro credo qualquer, que esgrime a palavra da sua fé religiosa como espada de separação e de destruição de vidas, ou dela se utiliza para a própria lubricidade mediante a sedução de pessoas inexperientes para crimes sexuais, políticos, de qualquer espécie; Capítulo 14. os maledicentes e acusadores contumazes, que somente vêem e comen-tam o que podem destruir e infelicitar; um cientista que se utiliza do comércio ignóbil de vidas para as suas experiências macabras, para a venda de órgãos vitais, para a conquista do poder, malsinando a inteligência; os traficantes de drogas, de mulheres e crianças para o comércio do vício, como despertarão depois da morte? CONTINUA
"O remorso cruel, o desespero pelo acoimar das suas vítimas, a angús-tia em constatar as alucinações que se permitiram, o uso perverso que deram às suas aptidões, aos seus pensamentos e técnicas, explodem-Ihes no Espírito e levam-nos à loucura, que prosseguem vivenciando quando recambiados à reencarnação. “As suas vítimas seguem-nos empós, imantadas à área da consciência de culpa e ferreteando-os mais em duelos de ódios inimagináveis. camartelo “A nossa tarefa é de permitir-Ihes melhores condições para reparar os crimes, oportunidades mais longas para a libertação de si mesmos dos grilhões e dos cárceres sem paredes em que se atiraram espontânea-mente. Capítulo 14. “A recuperação da saúde, portanto, está na razão direta da gravidade do delito, porque alguns, não remodelados pelos camartelos do so-frimento, em retomando à sociedade com discernimento, correm o perigo de reincidirem nos desequilíbrios com maiores prejuízos.” CONTINUA
Mais adiante... "Um hospital, de qualquer especialidade, é laboratório de recuperações sob a direção da Divindade, que para ele recambia os destroçados por si mesmos, a fim de serem remendados. O psiquiátrico, porém, é também um grande presídio com melhores recursos de renovação do que o cárcere convencional. Todos quantos nele se hospedam, temporária ou permanentemente, além de se encontrarem em reconstrução, expun-gem os fluidos deletérios do mal que se permitiram por longo período. “ Capítulo 14. “(...) A medicação auxiliá-lo-á no quimismo cerebral, trabalhando possibilidades de equilíbrio e de discernimento, mas ele terá que recompor-se interiormente e recuperar-se." FIM
Ele levou-nos a um quarto, no qual se encontrava um enfermo igual-mente em camisa-de-força, que estorcegava (torcer com força), balbuciando palavras desconexas, os olhos projetados além das órbitas e com manifestas características de uma convulsão de largo porte. Poucos minutos após chegarmos, ele atingiu o clímax dos espasmos, tombando no solo e contorcendo-se dolorosamente, enquanto espumava e rilhava os dentes cerrados. A expressão da face congestionada era terrível, traduzindo um sofrimento incomum. Automaticamente, pusemo-nos a orar, envolvendo-o em vibrações de reconforto e apaziguamento, enquanto o Dr. Ximenes socorreu-o com passes bem direcionados, diminuindo a intensidade da ocorrência até o momento em que asserenou. Os esfíncteres relaxados permitiram a eliminação de substâncias urinárias e fecais... Capítulo 14. De imediato, um auxiliar de enfermagem foi convocado ao auxílio e à higiene, colocando o paciente no leito, ainda adormecido, enquanto se providenciava o asseio do ambiente. CONTINUA
– Estamos diante de um distúrbio misto muito grave – falou, pausadamente, o Dr. Ximenes –. O transtorno fisiológico leva-o à desorganização do raciocínio, à irreflexão, à alienação. Estando, porém, lúcido, em espírito, dá-se conta da perseguição de que se vê objeto, apavorando-se e transmitindo ao cérebro desregulado as emoções que não tem como exteriorizar com correção. “Tenta articular palavras para traduzir o pensamento, e as neuro-transmissões, torpedeadas pela inarmonia que as interrompe, não conseguem decodificá-las em oralidade lógica, transformando-as em ruídos e vocábulos desconexos. Sob os acúleos da vingança do inimigo tenta fugir, mas permanece fortemente vinculado ao corpo estropiado, experimentando um horror que não pode ser definido... É, nesse momento que, agredido fisicamente pelo desafeto, entra em convulsão, gerando um quadro típico de epilepsia em face das características apresentadas e dos efeitos orgânicos. Capítulo 14. CONTINUA
“No momento em que silenciou por pouco tempo, pude observar que o Espírito vingador encontrava-se colado ao doente como se estivesse acoplado da cabeça aos pés, desde o cérebro, descendo pela coluna vertebral, em atitude mental exploradora de energias, e em comando total da sua mente entorpecida e envolta em sucessivas camadas de campos vibratórios degenerativos. A expressão de fúria e de prazer ante a vitória do desforço desenhava-lhe uma fácies única, terrível. "Diante de nós, está um quadro de esquizofrenia real e de epilepsia não orgânica, de natureza espiritual, em que a ação fluídica do desencarnado sobre o cérebro do paciente encarnado, produz-lhe a reação convulsiva. Caso a tese referida tivesse validade, essa convul-são, mesmo que de ordem psíquica, teria caráter terapêutico, quando, em verdade, é mais desgastante para o organismo do enfermo, que mais se abate pela perda das energias vitais ao processamento das forças orgânicas. Capítulo 14. CONTINUA
"Ambos os enfermos da alma encontram-se tão afinados que as nossas providências não podem violentar as leis que os unem, cabendo-nos o dever de compaixão para com os dois, até quando soe o momento da desencarnação do hospedeiro que, provavelmente, será liberado da constrição do seu temível adversário, que poderá permanecer ligado aos despojos carnais que explorou, em alucinação indefinível e prolongada." Capítulo 14. FIM
Um outro caso de esquizofrenia... uma senhora de meia-idade... (...) dama perturbada, que altercava (discutia) com um perseguidor imaginário, fruto de longo processo ideoplástico. (...) Dr. Bezerra de Menezes apontou-nos a senhora atribulada para assistência de minha parte, recomendando condensasse as forças fluídicas até lograr ser por ela percebido. Vendo-me, repentinamente, a dama exclamou, emocionada: — Mensageiro Divino, salvai-me deste cruel perseguidor! Sou crimi-nosa, reconheço, todavia, venho pagando a longo prazo o compro-misso infeliz da leviandade. Socorrei-me, por Deus! Capítulo 10 As lágrimas abundantes, a face dorida e a voz amargurada infundiam compaixão. Teleguiado pela poderosa mente do Diretor Espiritual, acerquei-me e roguei-lhe des-cansasse em sono reparador de que tinha imediata necessidade. CONTINUA
Aplicando-lhe conveniente recurso fluídico, sem maior resistência descontraíram-se as forças psíquicas concentradas pelo pavor e ela adormeceu. Auscultando as exteriorizações mentais da Senhora atormentada, em espírito, ora ressonando, o abnegado Instrutor esclareceu: — Esta nossa irmã está catalogada como esquizofrênica irreversível, demorando-se na fase da hebefrenia (pertubação mental que surge na puberdade) de largo porte, em diagnose apropriada. Capítulo 10 “Fixadas as matrizes da distonia mental, nas sedes perispirituais, o mecanismo cerebral correspondente à área da razão e da personalidade, apresenta sombras características que preexistem desde a vida anterior, quando supunha poder burlar as Leis, entregando-se aos desvarios e alucinações complexos. Em verdade, manteve-se inatacável no conceito do mundo, entretanto, não conseguiu fugir a si mesma, às lembranças da consciência em despertamento, lesando os centros correspondentes da lucidez e do equilíbrio, que produziram nas sedes sutis plasmadoras do “campo da forma” os desajustes que ora a lancinam (afligem).” CONTINUA
Fazendo significativa pausa, na qual aplicou passes cuidadosos, longitudinais, a iniciar-se do centro coronário, qual se o desatrelasse de forças densas, em baixo teor magnético, percebemos, a pouco e pouco, que o complexo núcleo se clarificava, irrigando com opalina tonalidade o centro cerebral, igualmente envolto em sombrias cargas fluídicas, onde imagens vigorosas e fixas nas telas da memória se diluíam, sem que, contudo, se desfizessem totalmente. A energia vitalizadora que era infundida na enferma passou a percor-rer-lhe os vários centros de fixação físico-espiritual. Capítulo 10 E como receben-do ignota carga magnética, revigorante e anestésica simultaneamente, esta proporcionava à organização física melhor funcionamento com mais eficaz intercâmbio metabólico, de que se beneficiava o cérebro todo transformado, agora, em um corpo multicolorido, no qual miríades de grânulos infinitesimais ou fascículos luminosos se movimentavam, penetrando neurônios e os ligando, quais impulsos de eletricidade especial enviando ordens restauradoras e mantenedoras da harmonia vibratória indispen-sável ao tônus do reequilíbrio. CONTINUA
Percebemos que a respiração da doente se fez mais tranquila, os músculos tensos por todo o corpo relaxaram, com admiráveis resul-tados no aparelho digestivo, particularmente desgovernado. Concluída a operação complexa e tecnicamente realizada, o irmão Bezerra de Menezes elucidou-nos: – Toda enfermidade, resguardada em qualquer nomenclatura, sempre resulta das conquistas negativas do passado espiritual de cada um. Estando o “campo estruturador”, conforme nominam os modernos pesquisadores parapsicológicos ao perispírito, sob o bombardeio de energias deletérias, é óbvio que as ideias, plasmando as futuras formas para o Espírito, criam as condições para que se manifestem as doenças... Capítulo 10 “Amanhã apresentará sinais de significativa melhora na saúde, embora as causas preponderantes da sua alienação nela mesma se encontrem. Numa forma de autocídio indireto, através do qual pretende eximir-se à responsabilidade, auto-suplicia-se, mergulhando no desconcerto da loucura.” CONTINUA
Depois de narrar o passado de crimes cometidos pela senhora em en- carnação passada, o Dr. Bezerra de Menezes continua... “A punição maior para o culpado é a presença da culpa, insculpida na consciência. A princípio, quando as forças orgânicas estão em pleni-tude, ela dorme... “À medida que se afrouxam os liames das potências da vida vegetativa, ressumam as evocações e se transformam em complexo culposo, monoideísmo infeliz que mais grava o delito e agrava a responsabilidade... Capítulo 10 “Surpreendida pela desencarnação, transferiu para o Além os dramas ocultos. Embora perdoada pelo esposo-vítima, que se encontrava em melhor condição espiritual do que ela, tornou-se perseguida pela serva, que a seviciou demoradamente em região de compacta sombra espiritual. “Trazida à reencarnação, os fortes açoites do remorso, as impressões vigorosas da expiação junto à vítima, a intranquilidade lesaram os centros da consciência, do que resultou a enfermidade que ora padece... CONTINUA
Depois de breve silêncio, concluiu: — Os núcleos desarticulados no perispírito produziram as condições físicas do encéfalo, que se desconectaram quando completou trinta anos, idade em que se deixara assediar pela fúria do desequilíbrio, embora as distonias graves que a perturbavam desde a adolescência. “A enfermidade que afeta a área da personalidade, produzindo dete-riorização, gera estados antípodas de comportamento em calma e fúria, modificação do humor, jocosidade, com tendências, às vezes, para o crime, é o resultado natural do abuso e desrespeito ao amor, à vida, ao próximo. Capítulo 10 “Purgará, ainda um pouco, até que a desencarnação lhe tome de vol-ta as vestes, a fim de recomeçar noutra condição o que espontânea e levianamente adiou...” FIM
Mais outro caso de esquizofrenia... Acompanhando o abnegado irmão dos sofredores, penetrei confortável residência, onde Calderaro me conduziu, incontinente, à presença de um nobre cavalheiro em repouso. Estirado num divã (do aposento), o enfermo que visitávamos engolfava-se em profunda meditação. Calderaro, então, fraternalmente indagou, dirigindo-se a mim: – Chegaste, alguma vez, a examinar casos declarados de esquizofrenia? Capítulo 12 Estranha Enfermidade Não adquirira conhecimentos especializados da matéria; todavia, não ignorava constituir esse morbo (doença) uma das mais inquietantes ques-tões da psiquiatria moderna. – Este ramo ingrato da Ciência, que estuda a patologia da alma – declarou o companheiro, compreendendo a minha insipiência –, é, há muito tempo, campo de batalha entre fisiologistas e psicologistas; tal conflito é, em verdade, lamentável e bizantino (fútil), de vez que ambas as correntes possuem razões substanciais nos argumentos com que se digladiam. CONTINUA
“Somos, contudo, forçados a reconhecer que a psicologia ocupa a melhor posição, por escalpelar o problema nas adjacências das causas profundas, ao passo que a fisiologia analisa os efeitos e procura remediá-los na superfície.” Logo após, o Assistente recomendou-me examinar a esfera mental do visi-tado. Auscultei-lhe o íntimo, ficando aterrado com as inquietudes que lhe povoavam o ser. O cérebro apresentava anomalias estranhas. Toda a face inferior mostrava manchas sombrias. Os distúrbios da circulação, do movimento e dos sentidos eram visíveis. Calderaro apresentara-me Fabrício, classificando-o como esquizofrênico; mas não estaríamos, ali, perante um caso de neurastenia cérebro-cardíaca? Capítulo 12 Estranha Enfermidade O instrutor ouviu-me pacientemente e observou: CONTINUA
– Diagnóstico exato, no aspecto em que o nosso amigo se apresenta hoje. A esquizofrenia, contudo, originando-se de sutis perturbações do organismo perispirítico, traduz-se no vaso rico por surpreendente conjunto de moléstias variáveis e indeterminadas. No momento, temos aqui a doença de Krishaber com todos os característicos especiais. Doença de Krishaber - doença que se manifesta com hiperestesias, ilusões sensoriais e vertigens, acompanhadas de taquicardia. Mostrando grave expressão no semblante, acrescentou: Capítulo 12 Estranha Enfermidade – Repara, contudo, além dos efeitos mutáveis. Analisa a mente e os domí-nios das sensações. Lancei mais profundamente a sonda de minha observação sobre os quadros interiores do enfermo e percebi-lhe imagens torturantes na tela da memória. Ensimesmado, Fabrício não se dava conta do que ocorria no plano externo. Braços imóveis, olhos parados, mantinha-se distante das sugestões ambientes; no íntimo, todavia, a zona mental semelhava-se a fornalha ardente. A imaginação superexcitada detinha-se a ouvir o passado (desta encarnação)... CONTINUA
André Luiz começa a ver as cenas e as palavras de acusação ao homem... O doente ouvia as vozes internas, ansioso, amargurado. Desejava desfa-zer-se do pretérito, pagaria pelo esquecimento qualquer preço, ansiava de fugir a si próprio, mas em vão: sempre as mesmas recordações atrozes vergastando-lhe a consciência. Verificava-lhe eu os estragos orgânicos, resultantes do uso intensivo de analgésicos. Aquele homem deveria estar duelando consigo mesmo, desde muitos anos. Capítulo 12 Estranha Enfermidade Achava-me no exame da situação, quando uma senhora idosa surgiu no aposento, tentando chamá-lo à realidade. – Vamos, Fabrício! não se alimenta hoje? O interpelado vagueou o olhar pela sala, esboçou uma resposta negativa sem palavras e deixou-se ficar na mesma posição. A matrona insistiu, afável, mas não conseguiu demovê-lo. E porque prosseguisse, atencio-sa, buscando ministrar-lhe um caldo, o enfermo levantou-se, de súbito, como se houvera repentinamente enlouquecido. CONTINUA
Esbravejou expressões inconvenientes e ingratas; rubro de cólera, repeliu o oferecimento, surpreendendo-me pela crise de nervos destrambelhados. A esposa regressou ao interior da casa, enxugando os olhos, enquanto Calderaro me esclarecia, comovido: – Está no limiar da loucura e ainda não enveredou francamente pelo terreno da alienação mental graças à dedicação de velha parenta desencarnada que o assiste, vigilante. Capítulo 12 Estranha Enfermidade Logo após, o Assistente o submeteu a operações magnéticas de reconfor-to, vigorando-lhe a resistência. Ante o neurastênico, mais calmo agora, narrou, com serenidade: Calderaro narra para André Luiz o caso deste homem... Quase no final da narrativa... CONTINUA
“(...) Tudo isto nosso desditoso amigo conseguiu fazer, escapando à justiça terrena; entretanto, não pôde eliminar dos escaninhos da consciência os resquícios do mal praticado; os remanescentes do crime são guardados em sua organização mental como carvões em paisagem denegrida, após incêndio devorador; e esses carvões convertem-se em brasas vivas, sempre que excitados pelo sopro das recordações. (...) “(...) o tempo cansou-lhe o aparelho fisiológico e consumiu-lhe a maioria das ilusões; pouco a pouco, encontrou-se a si mesmo; na viagem de volta ao próprio eu, viu-se, porém, a sós com as lembranças de que não conse-guira escoimar-se. Capítulo 12 Estranha Enfermidade “Debalde intentou descobrir o bom ânimo e o bem-estar: estes se lhe ocultavam. Impossível era concentrar-se no próprio ser, sem ouvir o pai e os irmãos (as vítimas), acusando-o, exprobrando-lhe a vileza... A mente atormentada não achava refúgio consolador. CONTINUA
“Se rememorava o pretérito, este lhe exigia reparação; se buscava o presente, não obtinha tranquilidade para se manter no trabalho sadio; e, quando tentava erguer-se a plano superior, desejoso de orar ao Altíssimo, era surpreendido, ainda aí, por dolorosas advertências, no sentido de inadiável correção da falta cometida. (mas o que já era tarde) “(...) Desde então, verificando a impraticabilidade de rápida retificação do tortuoso destino, o infeliz fixou-se nas zonas mais baixas do ser. “(...) Sentindo-se incriminado no tribunal da própria consciência, começou a ver perseguidores em toda a parte. Adquiriu, assim, fobias lamentáveis. Para ele, todos os pratos estão envenenados. Desconfia de quase todos os familiares e não tolera as antigas relações. Capítulo 12 Estranha Enfermidade “(...) Como vemos, sua situação é absolutamente desfavorável ao necessário reerguimento. A condição, a que se impôs pelos desejos menos nobres que sempre nutriu, é de apatia e de esterilidade...” A essa altura da narrativa, Calderaro apontou em particular o cérebro doente e explicou: CONTINUA