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O marco aos voluntários de 32

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Presentation Transcript


  1. O marco aos voluntários de 32 A memória republicana, embora presente não somente em nosso calendário através das datas e festividades cívicas, mas também retomada a lembrança sob locais destinados a legitimação do passado histórico construído, torna-se aqui nosso objeto de reflexão. Porém, não é sobre a construção e constituição destes símbolos materiais de memória que vamos aprofundar em nossa exposição, e sim, como estes hoje permanecem após sua apresentação à sociedade – elemento de resgate da lembrança, um marco destinado a evitar o esquecimento, de eficácia duvidosa. Apresentamos o marco em homenagem aos voluntários de 1932 na cidade de Assis, guardada pelo feriado de 09 de Julho, intitulado MMDC, sigla das iniciais dos quatro jovens Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, que morreram em meio o levante “constitucionalista” de 1932, o evento histórico ocorrido neste período, carrega ainda diversos conflitos na memória da sociedade paulista, tanto sobre plano oficial que visava uma (re)construção da identidade do Estado de São Paulo e sua epopéia histórica frente ao moderno, como nos núcleos familiares daqueles que participaram ou conheceram voluntários que militaram no conflito. Em resumo, os revolucionários tinham como objetivo, atingir militarmente a capital da República, colocando assim, ao governo a necessidade de negociação. Porém, sem apoio das frentes do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, a guerra ficou restrita ao território do Estado de São Paulo, que sozinho contando apenas com a Força Pública e o apoio popular para enfrentar as forças federais, acabou derrotado. Os reflexos deste conflito na sociedade paulista do período, assim como os traços que permaneceram gravados materialmente nas ruas e praças de São Paulo, em especial na cidade de Assis, foram melhor apresentados por João Paulo Rodrigues, no artigo Entre Permanências e descontinuidades: o levante “constitucionalista” de 1932 e a batalha contra o esquecimento (2009). Assim, a escolha deste local dá-se não somente pelo contexto em que está inserido – pleno período republicano - e hoje tomado de grande importância no Estado de São Paulo, mas também pela dimensão que tomou na cidade tanto no período do conflito, quanto alguns anos após, bem como se o mesmo ainda permanecesse na memória coletiva. O marco aos voluntários de 32 A memória Buscamos então a tentativa de um resgate da memória, não somente da fundação do marco, mas também de sua representação. Desta forma, procuramos indivíduos, parentes ou amigos, daqueles que serviram de voluntários na Revolução de 1932 residentes na cidade de Assis. E foi na literatura relativa à história encontrando por meio destes livros às referencias aos participantes. Um dos personagens encontrados – apresentado nas imagens (...) – trata-se do voluntário José Tucunduva Neto, conhecido como Juca Tucunduva. Este por sua vez, teve ampla participação na perpetuação da memória do evento na cidade de Assis, sendo um dos membros da Sociedade dos Veteranos de 32. Falecido há 27 anos, desde então, pouco se fez em relação a data do MMDC no município, mesmo porque muitos, dos demais voluntários, hoje também estão falecidos, a exemplo de Francisco C. Teixeira, o “Chicão Teixeira”, Américo Brasiliense e Leoni F. da Silva. Porém, foi possível encontramos a esposa de Juca Tucunduva, a Dona Helena Ribeiro Tucunduva e é a partir de seu relato que iniciaremos nossa tentativa de resgate da memória, ao estabelecer uma comparação entre a representatividade do local ontém e hoje. Muito lúcida aos seus 88 anos, Dona Helena nos recebeu de forma muito agradável em sua residência, respondendo as questões da entrevista conforme a transcrição abaixo: “Meu marido era um entusiasta né; ele sempre foi muito encantado com a idéia da revolução (...) Ele morava em Botucatu e se alistou escondido dos pais; teve de mentir a idade (...) ele sempre me dizia que havia servido na região de Lorena, Queluz, acho que é isso (...) Eu morava em Candido Mota, depois de um tempo da revolução ele veio morar aqui (...) quando eu virei mocinha nos casamos (...) ele sempre gostou de lembrar a data, participava bastante dos desfiles, sempre que dava eu ia pra São Paulo naquele memorial bonito que tem lá, tinha muita gente aqui que serviu, ele era um entusiasta né (...) Ajudou a fundar aquela pracinha que ta abandonada agora, ali prá cima, não lembro que altura (...)” Alexandre Simão Anelize Vergara O local atualmente - visto por trás – fotografado em Novembro de 2008. O local atualmente - visto de frente – fotografado em Novembro de 2008. Dona Helena também nos contou de como os voluntários e a sua causa foram vistos em meio à sociedade, através da atitude de seu pai, conforme abaixo: “Papai era contra Vargas, não gostava de jeito nenhum (...) Nós tínhamos uma farmácia em Candido Mota, e chegou a doar corrente de ouro e muitas outras coisas ao pessoal que lutou (...) em troca recebeu um anel de ferro em lembrança a colaboração (...) Lembro que quando cunharam uma moeda com a esfinge do Vargas, ele não aceitava como pagamento na farmácia, de jeito nenhum [risos] (...)” Dona Helena lembrava-se muito bem das homenagens que o marido recebeu e possuía algumas recordações materiais (imagens ao lado) ; chegou até mesmo a comentar sobre como os netos e os filhos gostavam de ouvir as histórias sobre seu pai ou seu avô. Logo, notamos em seu relato um certo orgulho por saber que o marido foi voluntário da Revolução Constitucionalista de 1932. Assim, foi possível constatar que em meio à memória dos fatos vividos e também da herdada pela visão de mundo do marido, a forma como descreveu em seu relato muito carrega da memória construída sobre o processo. Portanto, percebe-se uma adaptação da memória vivenciada ao passado histórico construído. Estas constatações são possíveis por meio do relato de sua filha, Márcia R. Tucunduva, que legítima o que havia sido descrito pela mãe a respeito dos fatos contados por seu pai. A memória presente na família por meio da imagem do pai foi transmitida aos demais – sobrinhos e netos – e acaba por se tornar um mecanismo de preservação da memória.

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